Bennett
— A quem você está enganando, querido? Eu sei que você não tem alguém para te aquecer nas noites frias e sei que você não é muito de fazer amizades próximas. O Álvaro por exemplo, é seu sócio, seu melhor amigo e ainda assim, não é digno de sua confiança. — Determinado, chego ainda mais perto dela e olho dentro dos olhos confiantes.
— Você não podia estar mais errada, Mara Daves — resmungo sério e o seu sorriso se desfaz gradualmente. — Você perdeu todo o controle que poderia ter sobre mim. — O seu olhar determinado dá lugar a interrogação. — Minhas emoções. Minha força. Meu coração. Tudo em mim pertence a outra mulher.
— Você está mentindo! — Ela rosna baixo, porém, entre dentes.
— Eu est
Júlia A introdução da música Just A Dream me faz abrir uma brecha de olhos preguiçosos e imediatamente lembranças de uma noite intensa, e luxuriosa preenche os meus pensamentos. Portanto, sorrio preguiçosamente, esticando o meu braço para senti-lo do meu lado, mas David não está aqui e ansiosa, me sento no colchão. Meus olhos o procuram pelo amplo cômodo, mas ele não está aqui. Preocupada, saio da cama e visto meu babydoll que estava largado no chão, e sem me preocupar em pôr um sobretudo saio do quarto a sua procura. Definitivamente o encontro entre David e Mara foi o extremo da sua desolação. Eu nunca o vi tão frágil e transtornado daquele jeito antes, nem mesmo em um dos seus piores momentos. Contudo, a maneira como me tomou foi ainda mais intensa do que o normal. Uma mistura ardente de suor, gemidos, sofreguidão e amor. Lampejos de luz nos circularam e orgasmos múltiplos, violentos, e desenfreados nos arrebataram quase que a noite inteira, e só apagamos quando já não tínhamos
Júlia — David! — O repreendo quando ele passa uma camada de chocolate na ponta do meu nariz e o som alegre da sua risada preenche todo o cômodo. — Você vai ver, eu vou te sujar inteiro! — O ameaço e tento roubar um pouco da cobertura, mas ele é rápido demais e me puxa para os seus braços, mantendo o bolo acima da sua cabeça. — Ei, assim não vale! — resmungo porque não consigo alcançá-lo. — Não tenho culpa se você é baixinha! — Ele retruca divertido. No entanto, decido derrubá-lo no sofá. Contudo, caio por cima dele e rimos feito dois bobos. Até que essa atmosfera gostosa e feliz muda, e logo estamos ofegantes, desejando um ao outro. David larga o bolo de qualquer jeito e me beija. E não demora para estarmos entregue um ao outro outra vez. *** Horas mais tarde… — Eu passaria o resto da minha vida exatamente assim grudado em você, apenas sentindo essa paz e essa calmaria. — David sibila após um longo tempo em silêncio, apenas brincando com as pontas dos seus dedos em minha pele e n
Júlia — Uhum! — Prontamente lhe estendo o meu pulso e Alex se habilita em colocar a pulseira de minúsculas pedras verdes. — Ah, querida Júlia! — A voz de Lina me envolve quando ergo o meu corpo. — Lina Vitton! — Abro os meus braços para recebê-la. — Meus parabéns, cunhadinha! — Sorrio amplamente. — Meus parabéns, Júlia! — E logo sou rodeada por todos os convidados… ou quase todos, pois eu realmente não contava com a presença de Monique, que se mantem distante e de cara fechada o tempo todo. — Parabéns, amiga! — Parabéns, Júlia! Melissa e Abravanel dizem ao mesmo tempo, porém, antes que cheguem a me abraçar, eles se olham com estranheza. — Ursinho?! — Ursinha?! Eles dizem outra vez em uníssono e dessa vez franzo a testa. — Vocês se conhecem? — inquiro confusa, olhando de um para o outro, porém, ambos me fitam atordoados. Contudo, eles balbuciam e voltando a se encarar. — Então, ele é aquele meu… “casinho”. — Arregalo os olhos. — Quem diria, hein, Ursinho? — David debocha
Bennett— Bom dia, Senhor Bennett!— Bom dia, Anne! — digo, contornando a minha mesa nas primeiras horas do dia e satisfeito, largo a minha pasta executiva ao lado.— Se me permite, gostaria de dar-lhe os meus parabéns! — Ergo os meus olhos para encontrar os seus. — Todos aqui na empresa já estão sabendo sobre o noivado. E, na minha opinião a Júlia combina perfeitamente com o Senhor.— Ah, nesse caso, obrigado, Anne! — Ela sorri.— Eu trouxe a sua agenda do dia. — Anne mal termina de falar e porta do meu escritório se abre bruscamente, e para a minha infelicidade, Monique Abravanel passa por ela com cara de poucos amigos, segurando uma pasta fina em sua mão.— Saia! — Ela ordena curta e grossa para a minha secretária. Uma atitude que chega a me incomodar. Contudo, Anne me olha a espera de que eu diga algo.&m
Bennett— Meu Deus, David, será que você não consegue ver? — Monique protesta, abrandando um pouco a sua voz. — Essa mulher está te usando! Por favor, querido, abra os seus olhos!— Saia da minha sala, Monique! — ordeno, me segurando para não fazer uma loucura. Ela seca a única lágrima que molha o seu rosto e caminha para a saída. — Monique? — A chamo com um tom seco e ela me lança um olhar extremamente irritado. — Não entre na minha sala outra vez se não for para falarmos de trabalho.Ela não me responde, apenas passa pela porta e a fecha com mais força do que o necessário. Solto uma respiração pesada, permitindo sentar-me na cadeira e sentindo a tensão desse pequeno embate percorrer todo o meu corpo. Contudo, ao sentar-me pego o telefone.— Anne, quero a minha equipe de contadores aqu
Júlia— Júlia, tem uma moça na recepção. Ela disse que precisa falar com você. — Megan avisa baixinho, no meio da reunião.— Ok, sirva-lhe uma xícara de café e diga que irei em alguns minutos.— Está certo.Eu não pensei que seria possível, mas está acontecendo. Sair definitivamente da Bennett Designer e andar com as minhas próprias pernas está dando muito certo. Ver a Ricci & Jones crescendo, e ganhando espaço no mundo das construções e decorações me enche de orgulho. E saber que não precisei me rebaixar para isso acontecer. Eu fiz, e fiz de cabeça erguida.— Obrigada, Senhores! — digo no meu melhor tom profissional, recebendo apertos firmes de mãos e saio da sala em seguida para falar com a pessoa que parece ter certa urgência
JúliaHoras mais tarde…São pouco mais das três da tarde e esse se tornou o meu melhor horário. Ir para o casarão inspecionar os detalhes da reforma e mais tarde encontrar-me com os dois homens da minha vida é o que me traz felicidade. Portanto, ao finalizar um vídeo chamada que resultou no fechamento de mais um contrato, me apresso em pegar a minha bolsa e deixo algumas instruções para os meus funcionários, e me despeço da minha sócia. Do lado de fora, aguardo o táxi que chamei pelo aplicativo.— Júlia?! — Um grito inesperado de Melissa me faz olhar para trás e quando percebo, ela está se jogando na minha direção. E tudo acontece tão rápido, que mal percebo o carro desgovernado subir na calçada e lançar a minha amiga para longe.— MEL?! — grito e corro ao seu encon
BennettEu já senti muito medo na vida. Medo de errar, de nunca amar, de ser rejeitado. Me lembro do dia que vi o meu pai sair de casa segurando a sua mala na mão. Naquele dia, senti que nunca mais o veria, que ele não me queria mais e as torturas de minha mãe me davam a certeza disso a cada minuto do meu fatídico dia. Mas nada disso se compara ao que senti quando escutei a Júlia chorar com desespero através do meu telefone. Aquilo roubou o meu chão, arrancou a minha estabilidade e senti que seria destruído pela segunda vez.— Não se preocupe, Senhor Bennett. A Júlia vai dormir profundamente por algumas horas. — Doutora Nora nossa obstetra avisa antes de sair do apartamento do hospital. — Aproveite para descansar um pouco.Apenas meneio a cabeça em concordância e quando a porta do quarto se fecha, solto uma respiração profundo, sentindo as minhas emoções se desabarem de uma só vez. Portanto, me aproximo da cama, enquanto a fito tranquila e em um sono profundo. Contudo as marcas das lá