Bennett
Por que você não consegue ser um mal filho pelo menos uma vez? Por que você ainda se importa com ela? Por que não pode simplesmente ser um homem cruel e frio com a única pessoa que te quebrou tantas vezes? Essas perguntas estão se repetindo dentro da minha cabeça por várias e várias vezes, enquanto dirijo rápido demais direto para a clínica Serenity Haven.
… É que a Senhora Daves não está nada bem.
… Senhor Bennett, eu não ligaria se não fosse sério.
… A Mara não para de falar no Senhor e ela deseja vê-lo antes de morrer.
Um nó sufoca a minha garganta com tanta força que eu mal consigo engolir.
A morte. Eu nunca desejei tal coisa para ela e nem para ninguém. Tirar a Mara do meu caminho não vai apagar a c
Bennett— A quem você está enganando, querido? Eu sei que você não tem alguém para te aquecer nas noites frias e sei que você não é muito de fazer amizades próximas. O Álvaro por exemplo, é seu sócio, seu melhor amigo e ainda assim, não é digno de sua confiança. — Determinado, chego ainda mais perto dela e olho dentro dos olhos confiantes.— Você não podia estar mais errada, Mara Daves — resmungo sério e o seu sorriso se desfaz gradualmente. — Você perdeu todo o controle que poderia ter sobre mim. — O seu olhar determinado dá lugar a interrogação. — Minhas emoções. Minha força. Meu coração. Tudo em mim pertence a outra mulher.— Você está mentindo! — Ela rosna baixo, porém, entre dentes.— Eu est
Júlia A introdução da música Just A Dream me faz abrir uma brecha de olhos preguiçosos e imediatamente lembranças de uma noite intensa, e luxuriosa preenche os meus pensamentos. Portanto, sorrio preguiçosamente, esticando o meu braço para senti-lo do meu lado, mas David não está aqui e ansiosa, me sento no colchão. Meus olhos o procuram pelo amplo cômodo, mas ele não está aqui. Preocupada, saio da cama e visto meu babydoll que estava largado no chão, e sem me preocupar em pôr um sobretudo saio do quarto a sua procura. Definitivamente o encontro entre David e Mara foi o extremo da sua desolação. Eu nunca o vi tão frágil e transtornado daquele jeito antes, nem mesmo em um dos seus piores momentos. Contudo, a maneira como me tomou foi ainda mais intensa do que o normal. Uma mistura ardente de suor, gemidos, sofreguidão e amor. Lampejos de luz nos circularam e orgasmos múltiplos, violentos, e desenfreados nos arrebataram quase que a noite inteira, e só apagamos quando já não tínhamos
Júlia — David! — O repreendo quando ele passa uma camada de chocolate na ponta do meu nariz e o som alegre da sua risada preenche todo o cômodo. — Você vai ver, eu vou te sujar inteiro! — O ameaço e tento roubar um pouco da cobertura, mas ele é rápido demais e me puxa para os seus braços, mantendo o bolo acima da sua cabeça. — Ei, assim não vale! — resmungo porque não consigo alcançá-lo. — Não tenho culpa se você é baixinha! — Ele retruca divertido. No entanto, decido derrubá-lo no sofá. Contudo, caio por cima dele e rimos feito dois bobos. Até que essa atmosfera gostosa e feliz muda, e logo estamos ofegantes, desejando um ao outro. David larga o bolo de qualquer jeito e me beija. E não demora para estarmos entregue um ao outro outra vez. *** Horas mais tarde… — Eu passaria o resto da minha vida exatamente assim grudado em você, apenas sentindo essa paz e essa calmaria. — David sibila após um longo tempo em silêncio, apenas brincando com as pontas dos seus dedos em minha pele e n
Júlia — Uhum! — Prontamente lhe estendo o meu pulso e Alex se habilita em colocar a pulseira de minúsculas pedras verdes. — Ah, querida Júlia! — A voz de Lina me envolve quando ergo o meu corpo. — Lina Vitton! — Abro os meus braços para recebê-la. — Meus parabéns, cunhadinha! — Sorrio amplamente. — Meus parabéns, Júlia! — E logo sou rodeada por todos os convidados… ou quase todos, pois eu realmente não contava com a presença de Monique, que se mantem distante e de cara fechada o tempo todo. — Parabéns, amiga! — Parabéns, Júlia! Melissa e Abravanel dizem ao mesmo tempo, porém, antes que cheguem a me abraçar, eles se olham com estranheza. — Ursinho?! — Ursinha?! Eles dizem outra vez em uníssono e dessa vez franzo a testa. — Vocês se conhecem? — inquiro confusa, olhando de um para o outro, porém, ambos me fitam atordoados. Contudo, eles balbuciam e voltando a se encarar. — Então, ele é aquele meu… “casinho”. — Arregalo os olhos. — Quem diria, hein, Ursinho? — David debocha
Bennett— Bom dia, Senhor Bennett!— Bom dia, Anne! — digo, contornando a minha mesa nas primeiras horas do dia e satisfeito, largo a minha pasta executiva ao lado.— Se me permite, gostaria de dar-lhe os meus parabéns! — Ergo os meus olhos para encontrar os seus. — Todos aqui na empresa já estão sabendo sobre o noivado. E, na minha opinião a Júlia combina perfeitamente com o Senhor.— Ah, nesse caso, obrigado, Anne! — Ela sorri.— Eu trouxe a sua agenda do dia. — Anne mal termina de falar e porta do meu escritório se abre bruscamente, e para a minha infelicidade, Monique Abravanel passa por ela com cara de poucos amigos, segurando uma pasta fina em sua mão.— Saia! — Ela ordena curta e grossa para a minha secretária. Uma atitude que chega a me incomodar. Contudo, Anne me olha a espera de que eu diga algo.&m
Bennett— Meu Deus, David, será que você não consegue ver? — Monique protesta, abrandando um pouco a sua voz. — Essa mulher está te usando! Por favor, querido, abra os seus olhos!— Saia da minha sala, Monique! — ordeno, me segurando para não fazer uma loucura. Ela seca a única lágrima que molha o seu rosto e caminha para a saída. — Monique? — A chamo com um tom seco e ela me lança um olhar extremamente irritado. — Não entre na minha sala outra vez se não for para falarmos de trabalho.Ela não me responde, apenas passa pela porta e a fecha com mais força do que o necessário. Solto uma respiração pesada, permitindo sentar-me na cadeira e sentindo a tensão desse pequeno embate percorrer todo o meu corpo. Contudo, ao sentar-me pego o telefone.— Anne, quero a minha equipe de contadores aqu
Júlia— Júlia, tem uma moça na recepção. Ela disse que precisa falar com você. — Megan avisa baixinho, no meio da reunião.— Ok, sirva-lhe uma xícara de café e diga que irei em alguns minutos.— Está certo.Eu não pensei que seria possível, mas está acontecendo. Sair definitivamente da Bennett Designer e andar com as minhas próprias pernas está dando muito certo. Ver a Ricci & Jones crescendo, e ganhando espaço no mundo das construções e decorações me enche de orgulho. E saber que não precisei me rebaixar para isso acontecer. Eu fiz, e fiz de cabeça erguida.— Obrigada, Senhores! — digo no meu melhor tom profissional, recebendo apertos firmes de mãos e saio da sala em seguida para falar com a pessoa que parece ter certa urgência
JúliaHoras mais tarde…São pouco mais das três da tarde e esse se tornou o meu melhor horário. Ir para o casarão inspecionar os detalhes da reforma e mais tarde encontrar-me com os dois homens da minha vida é o que me traz felicidade. Portanto, ao finalizar um vídeo chamada que resultou no fechamento de mais um contrato, me apresso em pegar a minha bolsa e deixo algumas instruções para os meus funcionários, e me despeço da minha sócia. Do lado de fora, aguardo o táxi que chamei pelo aplicativo.— Júlia?! — Um grito inesperado de Melissa me faz olhar para trás e quando percebo, ela está se jogando na minha direção. E tudo acontece tão rápido, que mal percebo o carro desgovernado subir na calçada e lançar a minha amiga para longe.— MEL?! — grito e corro ao seu encon