Júlia — David! — O repreendo quando ele passa uma camada de chocolate na ponta do meu nariz e o som alegre da sua risada preenche todo o cômodo. — Você vai ver, eu vou te sujar inteiro! — O ameaço e tento roubar um pouco da cobertura, mas ele é rápido demais e me puxa para os seus braços, mantendo o bolo acima da sua cabeça. — Ei, assim não vale! — resmungo porque não consigo alcançá-lo. — Não tenho culpa se você é baixinha! — Ele retruca divertido. No entanto, decido derrubá-lo no sofá. Contudo, caio por cima dele e rimos feito dois bobos. Até que essa atmosfera gostosa e feliz muda, e logo estamos ofegantes, desejando um ao outro. David larga o bolo de qualquer jeito e me beija. E não demora para estarmos entregue um ao outro outra vez. *** Horas mais tarde… — Eu passaria o resto da minha vida exatamente assim grudado em você, apenas sentindo essa paz e essa calmaria. — David sibila após um longo tempo em silêncio, apenas brincando com as pontas dos seus dedos em minha pele e n
Júlia — Uhum! — Prontamente lhe estendo o meu pulso e Alex se habilita em colocar a pulseira de minúsculas pedras verdes. — Ah, querida Júlia! — A voz de Lina me envolve quando ergo o meu corpo. — Lina Vitton! — Abro os meus braços para recebê-la. — Meus parabéns, cunhadinha! — Sorrio amplamente. — Meus parabéns, Júlia! — E logo sou rodeada por todos os convidados… ou quase todos, pois eu realmente não contava com a presença de Monique, que se mantem distante e de cara fechada o tempo todo. — Parabéns, amiga! — Parabéns, Júlia! Melissa e Abravanel dizem ao mesmo tempo, porém, antes que cheguem a me abraçar, eles se olham com estranheza. — Ursinho?! — Ursinha?! Eles dizem outra vez em uníssono e dessa vez franzo a testa. — Vocês se conhecem? — inquiro confusa, olhando de um para o outro, porém, ambos me fitam atordoados. Contudo, eles balbuciam e voltando a se encarar. — Então, ele é aquele meu… “casinho”. — Arregalo os olhos. — Quem diria, hein, Ursinho? — David debocha
Bennett— Bom dia, Senhor Bennett!— Bom dia, Anne! — digo, contornando a minha mesa nas primeiras horas do dia e satisfeito, largo a minha pasta executiva ao lado.— Se me permite, gostaria de dar-lhe os meus parabéns! — Ergo os meus olhos para encontrar os seus. — Todos aqui na empresa já estão sabendo sobre o noivado. E, na minha opinião a Júlia combina perfeitamente com o Senhor.— Ah, nesse caso, obrigado, Anne! — Ela sorri.— Eu trouxe a sua agenda do dia. — Anne mal termina de falar e porta do meu escritório se abre bruscamente, e para a minha infelicidade, Monique Abravanel passa por ela com cara de poucos amigos, segurando uma pasta fina em sua mão.— Saia! — Ela ordena curta e grossa para a minha secretária. Uma atitude que chega a me incomodar. Contudo, Anne me olha a espera de que eu diga algo.&m
Bennett— Meu Deus, David, será que você não consegue ver? — Monique protesta, abrandando um pouco a sua voz. — Essa mulher está te usando! Por favor, querido, abra os seus olhos!— Saia da minha sala, Monique! — ordeno, me segurando para não fazer uma loucura. Ela seca a única lágrima que molha o seu rosto e caminha para a saída. — Monique? — A chamo com um tom seco e ela me lança um olhar extremamente irritado. — Não entre na minha sala outra vez se não for para falarmos de trabalho.Ela não me responde, apenas passa pela porta e a fecha com mais força do que o necessário. Solto uma respiração pesada, permitindo sentar-me na cadeira e sentindo a tensão desse pequeno embate percorrer todo o meu corpo. Contudo, ao sentar-me pego o telefone.— Anne, quero a minha equipe de contadores aqu
Júlia— Júlia, tem uma moça na recepção. Ela disse que precisa falar com você. — Megan avisa baixinho, no meio da reunião.— Ok, sirva-lhe uma xícara de café e diga que irei em alguns minutos.— Está certo.Eu não pensei que seria possível, mas está acontecendo. Sair definitivamente da Bennett Designer e andar com as minhas próprias pernas está dando muito certo. Ver a Ricci & Jones crescendo, e ganhando espaço no mundo das construções e decorações me enche de orgulho. E saber que não precisei me rebaixar para isso acontecer. Eu fiz, e fiz de cabeça erguida.— Obrigada, Senhores! — digo no meu melhor tom profissional, recebendo apertos firmes de mãos e saio da sala em seguida para falar com a pessoa que parece ter certa urgência
JúliaHoras mais tarde…São pouco mais das três da tarde e esse se tornou o meu melhor horário. Ir para o casarão inspecionar os detalhes da reforma e mais tarde encontrar-me com os dois homens da minha vida é o que me traz felicidade. Portanto, ao finalizar um vídeo chamada que resultou no fechamento de mais um contrato, me apresso em pegar a minha bolsa e deixo algumas instruções para os meus funcionários, e me despeço da minha sócia. Do lado de fora, aguardo o táxi que chamei pelo aplicativo.— Júlia?! — Um grito inesperado de Melissa me faz olhar para trás e quando percebo, ela está se jogando na minha direção. E tudo acontece tão rápido, que mal percebo o carro desgovernado subir na calçada e lançar a minha amiga para longe.— MEL?! — grito e corro ao seu encon
BennettEu já senti muito medo na vida. Medo de errar, de nunca amar, de ser rejeitado. Me lembro do dia que vi o meu pai sair de casa segurando a sua mala na mão. Naquele dia, senti que nunca mais o veria, que ele não me queria mais e as torturas de minha mãe me davam a certeza disso a cada minuto do meu fatídico dia. Mas nada disso se compara ao que senti quando escutei a Júlia chorar com desespero através do meu telefone. Aquilo roubou o meu chão, arrancou a minha estabilidade e senti que seria destruído pela segunda vez.— Não se preocupe, Senhor Bennett. A Júlia vai dormir profundamente por algumas horas. — Doutora Nora nossa obstetra avisa antes de sair do apartamento do hospital. — Aproveite para descansar um pouco.Apenas meneio a cabeça em concordância e quando a porta do quarto se fecha, solto uma respiração profundo, sentindo as minhas emoções se desabarem de uma só vez. Portanto, me aproximo da cama, enquanto a fito tranquila e em um sono profundo. Contudo as marcas das lá
Bennett— Ela não te ama, meu filho. — Ela ralha com doçura e volta a dar os seus passos.— Você é louca! — rosno irritado e vou atrás dela. — É uma psicopata! — berro.— Não, eu sou a sua mãe! — Mara revida, virando-se para mim outra vez. — E sei o que é melhor para você, David Bennett!— Não me trate como se eu fosse aquele moleque fraco e desprotegido, porque eu não sou! — rujo, segurando firme no seu braço.— Sim, você é! Você é o meu menino, o meu garotinho. — Ela insiste e tenta me tocar, porém, seguro firme no seu pulso, impedindo o seu maldito toque.— Eu já te disse — sibilo baixo demais. — O seu menino morreu! — Meus olhos percorrem os quatro cantos da sala. — Você o matou, Mara Daves!— NÃO! — Mara grita e irritada, se livra do meu agarre. — Você precisa me perdoar, David! — Ela pede em lágrimas.Meneio a cabeça em um não consternado.— Precisa esquecer o passado, filho…— NÃO HÁ PERDÃO PARA VOCÊ! — berro enfurecido, cortando-a em fúria. — Hoje você tocou no que era meu, Ma