Ela não respondeu, ao invés disso, reuniu forças para se afastar dele.
Para o seu azar, mesmo que sua mente ordenasse, seu corpo não se movia para longe, era como se ela estivesse hipnotizada por ele, como se o seu corpo estivesse reagindo ao aroma dele...Ela se sentiu amarrada aquele macho, e mesmo já tendo conhecido outros machos até mais bonitos, Ayla nunca se sentiu tão atraída assim.Como se ele fosse uma luz repleta de calor, e ela estivesse sozinha e com frio na escuridão, o que não fazia o menor sentido.Ela podia sentir toda a hostilidade que ele nutria em relação a ela, mas foi como se tivesse retornado as semanas que se seguiram depois de seu encontro na floresta, e de como se sentiu perdida buscando uma maneira de encontrá-lo novamente.Ela fechou os olhos, e sentiu os lábios quentes do macho tocarem a pele desprotegida de seu pescoço.Todo o seu corpo foi preenchido com uma sensação de calor muito intensa, e foi como se a loba estivesse caminhando sobre brasas, uma sensação tão poderosa que ela se sentiu doente.Xander era o primeiro macho que não tentava ganhar sua simpatia, ou fazia tudo que ela ordenava, pelo contrário, ele parecia fazer tudo que ele desejava.— Pare... — pediu.— Sua pele é tão macia. — Sussurrou contra sua pele.Ela congelou, e reunindo todas as suas forças, a loba se afastou dele.Ela não se atreveu a voltar seu olhar para o macho, primeiro ela tinha que acalmar seu coração, e suas pernas que tremia.Antes que pudesse sequer parar a tremedeira nas pernas, uma mão grande e áspera se fechou sobre ela e ela teve que encará-lo.— Está tremendo?Ela viu nos olhos verdes-escuros como sua inexperiência com contato físico com o sexo oposto o divertia.A loba sentiu sua dignidade indo embora.— Você não tem família? — perguntou ela, desejando mudar de assunto.Xander retirou a mão de sua perna e olhou para a mesa.— Eu tenho. — respondeu.Ayla ficou interessada, já que não sabia muito sobre ele, apenas que não era do Sul.— Eles vêm para o casamento?Sem olhar para ela, ele respondeu:— Não.Ela não fez mais perguntas e se concentrou em comer e beber.Ficaram em silencio depois disso e ela aproveitou o banquete, e de vez em quando, ela o olhava de canto de olho.Ela se perguntou como ele não se sentia diminuído perto de todos aqueles lobos com seus clãs, suas roupas caras e sua vida repleta de riqueza.A loba tinha tantas perguntas pairando em sua mente, que em certo momento, elas começaram a ficar muito altas em sua mente.Como era natural seu, Ayla não se conteve.— Como foi sua infância? — perguntou ela depois de um tempo.Xander virou a cabeça e a olhou.— Logo você vai saber.A resposta dele só criou mais dúvidas em sua mente, mas quando ele se voltou para frente e continuou bebendo, ela entendeu que ele não queria conversar.Afinal, ele não tinha sido exatamente um príncipe encantado com ela, então porque ela deveria se importar com a história dele quando claramente ele não queria compartilhar?Naquele momento, a loba se voltou para o vinho.Após algumas taças, começou a sentir que suas mãos estavam pesadas e sua cabeça também.Ela olhou para o lado e viu o macho bebendo tranquilamente.Resolveu se levantar, precisava de um pouco de ar, e estava cansada de ser ignorada por aquele lobo que no dia seguinte seria seu companheiro.Que tragédia.No minuto que ficou de pé, foi brutalmente atingida por uma vertigem que a fez cambalear para trás, e teria caído se o macho não a tivesse segurado.Xander se levantou imediatamente e a segurou contra seu corpo, impedindo sua queda.Ayla se viu presa naqueles braços poderosos e seus rostos ficaram a centímetros um do outro, enquanto ela era encarada por intensos olhos verdes escuros...Tudo isso pareceu para ela que acontecia em uma batida do coração, e ela só despertou para o quão próxima dele estava, quando ouviu a voz grave e alta do comandante ressoar pelo salão.— Já está tarde, deve descansar.Ela piscou algumas vezes, tentando se recuperar da vertigem, e esperou que o lobo a soltasse.Ele a soltou, mas ainda se manteve próximo o suficiente para segurá-la caso precisasse.Do outro lado do salão, Leon que estava com sua família, o pequeno Derek e Luna, olhou para sua filha mais velha.Ele acenou com a cabeça e Luna Kane se levantou, caminhando em direção a Ayla.No momento que Ayla viu a amiga, se sentiu melhor e se apoiou um pouco nela, deixando o salão.Quando as duas chegaram no corredor silencioso, Luna disse:— Eu não acredito que irá se casar amanhã.— Ele não gosta de mim e tem muita experiência. — murmurou Ayla.Luna ignorou totalmente o que a outra disse, já que Ayla era a filha do lobo mais poderoso da ilha. Ninguém se atreveria a não gostar dela, ainda mais ela sendo tão bonita.— Ele não parecia não gostar de você quando a segurou, ou quando puxou sua cadeira para mais perto dele... E sobre ele ter mais experiência, acho que isso é uma coisa boa.Ela nem percebeu quando Luna empurrou a porta de seu quarto e a deitou na cama.E se ele não gostasse dela? E se fosse péssima na primeira noite?Ayla bufou e pensou em seu guardião, Dimitri, e quanto ele fazia falta. Ele entenderia o que ela estava sentindo.— Luna... Será que Dimitri um dia vai retornar?Luna tirou os sapatos e se deitou ao seu lado, olhando para Ayla disse:— Eu acho que não.Ayla esperava desesperadamente que sim, pois não imaginava a ilha sem Dimitri e seu sorriso sarcásticos e piadas sujas, e sobretudo, sem sua lealdade inabalável.Dimitri sempre foi o modelo de homem que ela esperava casar-se.A saudade dele doía.Ela puxou as cobertas e cobriu a si e Luna.Antes de adormecer, ela se lembrou das palavras intensas de Xander.“Sua pele é tão macia.”Por que apenas aquelas palavras a faziam o querer tão desesperadamente?Pela manhã, o casamento aconteceu como o esperado. Antes que eles fossem para o leito conjugal para a consumação, a primeira caçada aconteceria, Ayla e todos os alfas seguiram para o bosque atrás do castelo para a primeira caçada da lua cheia. Quando ele retornasse, ela seria levada para o Forte Green. Talvez sua primeira noite acontecesse lá, afinal, ela não conseguia parar de pensar nisso. Ayla afastou esses pensamentos e tentou prestar atenção ao que acontecia ao redor. Ela observou todos os alfas das grandes terras da ilha se reunirem, inclusive o comandante. Quando a lua surgiu alta no céu, eles se transformaram. Inclusive Xander Jornet, e para o choque de todos, ele virou um lobo branco, assim como o comandante. Era sabido por todos que apenas um Chase se transformava em um lobo branco, estava no sangue deles. Ayla sentiu o sangue abandonar seu rosto, enquanto seu coração batia como um louco e sua mente entrava em um furacão de pensamentos, tentando entender como aquilo
Tudo ao seu redor sempre terminava em sangue.Jornet devia ser amaldiçoado por ter nascido quando não deveria, mas havia uma parte dele que gostava da dor e do sangue que derramava. Era justamente essa parte que ele desprezava que o fez sobreviver aos primeiros anos de sua vida.Havia algo de reconfortante quando ele saía vitorioso em uma luta, e matar seu adversário era tão natural quanto sentir sede.Mas naquele momento que o macho segurou a flecha e os lobos os cercaram, não sentiu prazer em lutar. Ele sentiu apenas um ímpeto de lutar para proteger a fêmea. A todo custo.Até mesmo com a sua própria vida, e foi isso que ele pensou ao se colocar no trajeto da flecha que ia até a loba.Xander não sentiu dor quando a flecha com ponta de prata o atingiu, o macho sentiu alívio por ela se cravar em sua carne, ao invés de Ayla.Ele entrou em uma espécie de furor de batalha enlouquecido, toda sua visão estava marcada em tons de vermelho.Enquanto ele lutava seguindo um instinto de protegê-l
As correntes em suas mãos queimavam ao ponto de não a deixar mais dormir, mesmo que estivesse exausta. Ela abriu os olhos com dificuldade, e percebeu que estava em algum lugar escuro. Ayla tossiu, e ao tentar se mexer, percebeu que não estava sozinha naquele lugar escuro e úmido, uma voz feminina gemeu ao seu lado e ela logo ouviu barulhos de correntes. — Quem está aí? — ela perguntou em meio a escuridão. Ela sentia o balançar, e tarde demais percebeu que estava dentro de um barco. — Não faça muito barulho, ou eles vão descer aqui e nos bater. — disse a voz feminina e ela percebeu que estava muito perto. Ayla rapidamente começou a se mover e tatear no escuro, até que tocou na fêmea. — Não me apalpe dessa forma, aqui, segure minhas mãos. Está com medo, eu sei, mas tudo que ficará bem quando chegarmos. — disse a loba. Ayla segurou nas mãos escorregadias dela, e percebeu que sua garganta estava muito seca, mas havia algo muito mais urgente do que sua sede. — Para onde estamos ind
Toda a sua dignidade havia sido arrancada dela, no momento que suas roupas foram rasgadas diante de vários machos e fêmeas, como se ela fosse um objeto sem sentimentos. Enquanto ela era transportada por uma carroça acompanhada de outras lobas que passaram pelo mesmo processo, ela não conseguia falar. Seus olhos já estavam inchados de tanto chorar, e sua garganta seca. Ela sabia para onde estavam indo, havia ouvido a conversa das outras. Eliza era dona de um Bordel chamado Rubi. E lá, era seria tratada como uma meretriz, e não importaria se Xander a encontrasse depois, nunca chegaria a tempo. Ela se encolheu na carroça e fechou os olhos. Como poderia ser possível? A apenas dois dias, ela era uma princesa, e tratada com todo o respeito e cuidado, os machos nem sequer ousavam a encarar por muito tempo por medo de sua reação e a do comandante. E agora, dois machos a seguravam, tiraram suas roupas na frente de todos, e bateram nela. A humilharam... Ela não conseguia mais se enxergar
Já fazia horas que estavam cavalgando, e em certo momento ela caiu para frente adormecendo. — Vamos parar naquela estalagem. — disse Jornet, e quando ela abriu os olhos viu que estavam de frente para uma estalagem. Quando entraram, o calor do ambiente foi mais do que bem-vindo, e ela viu que vários pares de olhos masculinos se voltaram para ela quando entrou. De repente, todos se voltaram para seus pratos ou passaram a encarar sua mesa. — Vamos pedir um quarto. — a voz de Xander atrás dela respondeu a questão que ela se perguntava. Quando ela olhou para o macho, viu que ele simplesmente encarava todos os machos da estalagem, como se estivesse passando um sério aviso. Ela se lembrou dele matando o homem no bordel a poucos dias, e do sangue em seu rosto. Do modo selvagem que continuou a perfurá-lo mesmo depois de morto, de como seu rosto ficou irreconhecível. — Acorde fêmea e comece a andar, estou morrendo de fome. — ele a despertou de seus pensamentos, a cutucando para andar. Era
Ela sentiu seu coração bater mais devagar naquele momento, e seus pensamentos se embaralharam em sua mente.— Você... — ela pigarreou. — O senhor Jornet estava esperando minha permissão?O macho se acomodou mais em sua cadeira e se serviu de mais vinho, então voltou seu olhar para ela.— Sim. E pode me chamar de Xander.Ela ficou imensamente confusa.— Eu... estou confusa Xander.— Eu sei, mas ainda não respondeu minha pergunta.Ela piscou algumas vezes, então percebeu que ele havia perguntado se poderia tocá-la.— Você não pareceu precisar de permissão quando me tocou no banquete no dia do torneio, ou quando falou sobre bebês. — Ela o lembrou.Ele sorriu, e seus olhos também sorriam, Ayla percebeu que ele ficava ainda mais atraente relaxado.Todo o seu rosto se iluminava com o seu sorriso, era como se ela estivesse sendo enfeitiçada.Sentiu vontade de sorrir também, mas se conteve.— Era diferente. Havia pessoas ao redor, estávamos em um banquete. Não havia nada o que temer, e por is
Lentamente, o macho abriu os olhos e respirou fundo, como se não pudesse mais se conter, ele procurou desesperadamente seu olhar.Os olhos dele brilhavam como estrelas na escuridão, intensos e quentes.Devagar, ele começou a se mover, seus quadris fizeram um movimento de vaivém deliciosamente irresistível, e ela acompanhou seus movimentos, sentindo-o ainda mais próximo, se é que isso era possível.Ayla se viu completamente perdida em Xander, totalmente envolvida em cada movimento de seu corpo, em cada investida, e a cada estocada do macho, ela se sentia mais perto do precipício.Era como se estivesse à beira de um penhasco, e a cada sensação, estava cada vez mais perto de se jogar, seu coração batendo como um louco, seus mamilos cada vez mais rígidos e quando o macho inclinou cabeça e sugou-o um deles, ela enlouqueceu.A loba jogou a cabeça para trás, um gemido preso em sua garganta que finalmente foi libertado, enquanto ela era consumida pelo movimento da língua e dos lábios do macho
Ela o olhou chocada com sua reação, e logo o empurrou para longe. — Não ria assim de mim. — disse depois. Xander foi gradualmente parando de rir e em um movimento rápido, puxou a fêmea para ele. Ela tentou resistir, mas ele a beijou profundamente, interrompendo seus protestos. A loba que antes tentava se desvencilhar de seus braços, foi lentamente se rendendo a ele e a seu beijo profundo, enquanto seu corpo se aproximava mais e o calor dele a envolvia de um modo delicioso. Alguns segundos depois, o macho sussurrou contra seus lábios. — Eu senti a mesma coisa. Ayla sorriu, e se aninhou mais nos braços dele. Ela se agarrou ao seu calor, e sentiu que as coisas poderiam ser boas para ela. Aquele macho era bom, ela sentia isso em seu coração, ela confiou nele naquele momento, abrindo completamente seu coração. Como ele não poderia ser digno de confiança? Ele havia salvado sua vida, quando nem mesmo sabia quem ela era, e agora, essa sensação de pertencimento... Ela era sua, sabia