Capítulo 7

Toda a sua dignidade havia sido arrancada dela, no momento que suas roupas foram rasgadas diante de vários machos e fêmeas, como se ela fosse um objeto sem sentimentos.

Enquanto ela era transportada por uma carroça acompanhada de outras lobas que passaram pelo mesmo processo, ela não conseguia falar.

Seus olhos já estavam inchados de tanto chorar, e sua garganta seca.

Ela sabia para onde estavam indo, havia ouvido a conversa das outras. Eliza era dona de um Bordel chamado Rubi.

E lá, era seria tratada como uma meretriz, e não importaria se Xander a encontrasse depois, nunca chegaria a tempo.

Ela se encolheu na carroça e fechou os olhos.

Como poderia ser possível? A apenas dois dias, ela era uma princesa, e tratada com todo o respeito e cuidado, os machos nem sequer ousavam a encarar por muito tempo por medo de sua reação e a do comandante.

E agora, dois machos a seguravam, tiraram suas roupas na frente de todos, e bateram nela. A humilharam...

Ela não conseguia mais se enxergar como a princesa.

Talvez fosse melhor não ser encontrada...

Quando esse pensamento surgiu em sua mente, ela o descartou com raiva.

Não, ela não permitiria que quebrassem seu espírito dessa forma, fugiria na primeira oportunidade!

****

O Bordel Rubi era repleto de clientes, e Ayla sentiu seu coração se apertar cada vez mais.

Ela foi levada para um quarto e totalmente produzida, enquanto a outra loba penteava seus cabelos, ela sentia que tudo estava dando errado.

Será que ele viria? Será que ele a resgataria?

Já havia se passado dias desde que fora sequestrada e nem sinal dele, logo ela seria vendida para alguém...

Antes que concluísse seus pensamentos, a porta do quarto foi aberta e Eliza entrou.

— Prepare-a rápido, alguém pagou um alto valor por ela. Muito alto!

Ayla travou quando ouviu aquilo, e antes que pudesse protestar, a loba saiu do quarto.

Seu coração foi esmagado no peito enquanto a outra loba começava uma busca frenética por vestidos e joias.

Horas depois, Ayla caminhou pelo corredor sendo conduzida para o quarto principal, onde os clientes mais ricos ficavam...

Seu enorme vestido vermelho se arrastava pelo chão, enquanto as joias em seu pescoço e orelhas cintilavam e eram pesadas.

O vestido era de um vermelho vibrante, seu tecido era fino e seu decote era revelador.

Nunca em toda a sua vida Ayla usou algo tão revelador como aquilo, e se sentiu derrotada.

Cada passo até finalmente chegar ao quarto era um tormento.

Quando finalmente chegou, as servas abriram a porta revelando um ambiente com algumas velas, uma cama enorme com dossel, uma mesinha com algumas frutas e vinho.

Ele estava parcialmente iluminado pelas velas e quando ela viu a figura masculina no canto mais escuro do quarto, ela travou.

— Entre e sirva o cliente! — a serva a empurrou e fechou a porta em seguida, a trancando com o macho.

Um medo profundo se apossou dela, enquanto todo o seu corpo estremecia.

Ela engoliu em seco, e tentou negociar:

— Eu posso pagar mais, seja quanto pagou, eu posso pagar para me ajudar a sair daqui. — tentou.

— Eu já tenho dinheiro o suficiente. — respondeu o macho e finalmente saiu das sombras.

Ele estava com os cabelos cortados e carregava uma grande cicatriz no rosto, sem camisa e seus olhos eram negros como um céu noturno.

Mas o que mais a chocou foi o modo como ele a olhou, como se ela não passasse de um objeto.

Antes que pudesse correr, ele atravessou o quarto em rápidas passadas e a pegou no colo, a jogando contra suas costas e caminhando para a cama.

Ayla gritava loucamente enquanto tentava alcançar qualquer coisa que pudesse usar contra ele.

Infelizmente, não conseguiu nada.

O macho selvagem a jogou contra a cama com tanta violência que ela sentiu que havia quebrado seu pulso.

E mesmo que tentasse rastejar para longe, ele a puxava de volta.

Quando o macho subiu em cima dela e a olhou nos olhos, seu corpo pesado e forte travando qualquer movimento seu, ela soube que estava perdida.

Completamente perdida.

Ayla fechou os olhos, e um segundo depois sentiu algo molhado cair em seu rosto.

Ela os abriu, e o que viu a fez gritar.

Havia uma faca do que parecia ser prata cravada no crânio do macho, que caiu com seu corpo inerte em cima dela.

Logo ela ouviu uma movimentação ao lado, quando Ayla se virou para olhar, viu Xander entrando pela janela.

Ela sentiu seu coração saltar ao vê-lo.

Jornet entrou no quarto em passos furiosos e arrancou o corpo do macho de cima dela, o lançando ao chão.

Ayla assistiu enquanto ele puxava sua faca da cabeça do macho e se voltava para ela.

Seu rosto estava sombrio, seus olhos verdes-escuros a fitavam enquanto ela o olhava.

— Você veio... — disse, sua voz já embargada pelo choro preso em sua garganta.

Xander estava segurando a faca com tanta força que ela pensou que poderia quebrar, contudo, ele parecia ainda mais abalado que ela.

De repente, sem dizer nada, ele olhou para o seu pulso machucado.

— Foi ele? Eu cheguei tarde?

Ela sacudiu a cabeça que não.

Ainda assim, ele se agachou perto do macho e de repente começou a cravar sua faca diversas vezes em seu rosto, até que ela não conseguisse mais nem sequer olhar em sua direção.

Vários segundos se passaram até que sentiu uma mão quente em seu ombro.

Quando a loba se virou, viu o macho coberto de sangue.

Seu rosto era uma máscara de sangue e selvageria.

E aquilo devia tê-la assustado, mas não assustou.

— Nunca mais ninguém vai tirá-la de mim. — disse Xander, e ela acreditou nele.

J.P Andrade

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