— Um baile de máscaras? — Ayla repetiu o que a serva Aldara havia dito.Havia se passado uma semana, e ela não havia tido qualquer contato com seu companheiro, ele a manteve em sua ala do Forte, isolada exatamente como uma prisioneira.Ela pediu para dar alguns passeios, mas todos foram negados.E agora Aldara a informava que haveria um baile de máscaras aquela noite no Forte e o macho a queria ao seu lado?O que ele estaria tramando?A loba caminhou em seu quarto, enquanto a serva arrumava cuidadosamente sua cama.— Aldara eu faço isso! — Ayla a repreendeu.Aldara assim como Ayla não entendia porque os servos não deviam fazer tudo para a senhora do Forte.Afinal, o Alfa do Forte já havia cuidado do fato de ter dispensado a maioria dos servos, e agora todos cuidavam do lugar, mas ainda havia essa relutância em servir a sua companheira.Todas as manhãs, ela era levada a cozinha do Forte, enquanto era acompanhada para preparar seu próprio desjejum, o que todos achavam um absurdo.Era qu
A loba abriu os olhos de repente, ou melhor, sua visão retornou de repente e ela viu o salão a sua frente.Sua visão estava estranha, e ela percebeu que estava deitada nos braços de alguém, e a primeira pessoa que viu foi Xander. Sua expressão era assustada e confusa.Só então ela notou que havia um grito agudo e terrível ao seu redor, e quando ele finalmente terminou, ela percebeu a terrível verdade, aquele grito horripilante estava saindo de sua própria garganta.— Ayla?Ela ouvia a voz de Xander e sentia seus braços ao seu redor, mas não conseguiu encará-lo e tentou se sentar.O macho a tomou nos braços quando percebeu e sobre o olhar de todos os lobos chocados no banquete a levou para longe.Quando finalmente estavam no corredor, ele a levou para uma sala do Forte e a colocou em um pequeno sofá perto da lareira.Ela o ouviu trancar a porta, mas ainda não conseguia olhar para ele.— Ayla você está bem? — ele perguntou, e se ajoelhou a sua frente.O macho buscava o seu olhar de modo
Seus olhos estavam pesados, seus lábios estavam secos e ela sentiu sua garganta áspera.Ela tentou abrir os olhos e quando o fez, percebeu que não estava mais no banquete e sua visão estava de início um pouco turva.Lentamente, as coisas ao seu redor foram ficando claras e ela percebeu que estava em na mesma sala de antes e que estava deitada no sofá.A primeira pessoa que viu foi Xander, sentado em uma cadeira próxima.Quando seus olhares se encontraram, ele disse:— Você acordou.— Eu desmaiei por quanto tempo?— Duas horas. Eu chamei um curandeiro e ele disse que logo você acordaria, mas que devia descansar.— Eu devo ter comido pouco... — disse ela e quando seu olhar correu mais atentamente ao seu redor, viu uma mesinha com uma bandeja com frutas e carnes.Ele havia pensado nisso?— O curandeiro sugeriu que você comesse quando acordasse.O macho ainda a estava olhando da mesma maneira de antes, contudo, agora estava mais cauteloso.— Vou fazer isso. Presumo que você deva voltar pa
A loba caminhou lado a lado com o macho, que parecia observava de canto de olho vez ou outra.Eles não falaram durante o trajeto pelo Forte até seus aposentos, e ela não se incomodou com o silencio dele.O que não saía de sua mente era o fato de ter visto a morte de Damian Callum. Sim, ela tinha certeza de que ele morreria em breve, e aquilo fazia seu coração ser comprimido em seu peito.Contudo, não estava pronta para ser vista como uma Banshee que via a morte, princesa ou não, ela não estava pronta para aquele destino.Sabia o que significava prever a morte de alguém, e o que seria cobrado dela. E se o seu companheiro tivesse a certeza disso e quisesse usar aquilo para conseguir terras e ouro? Ela iria querer viver uma vida onde teria que ver os piores momentos das pessoas?Guardaria suas visões para si, consequentemente, em algum momento talvez parasse. Ela não deveria estimular aquilo.Não queria viver em um mundo de sombras.Quando chegaram em seus aposentos, ela entrou e olhou p
Ela estava realmente falando sério? Aquela loba não iria tentar impedir a morte do próprio companheiro?— Eu sei que não deseja contrariá-lo, mas a senhora precisa ter coragem para isso, caso contrário irá perdê-lo. — Ayla insistiu, acreditando que a hesitação da outra era porque as lobas não gostavam de contrariar seus companheiros.Contudo, ela precisava preservar pela sua vida.Gracie sacudiu a cabeça e a olhou intensamente nos olhos.— Receio que você não tenha me compreendido. Eu não quero impedi-lo.Ayla abriu e fechou a boca, em seguida puxou suas mãos das da fêmea e se levantou.Seu rosto se contorceu em uma expressão de incredulidade e asco. Como ela poderia dizer aquelas coisas sobre seu companheiro?— Ele é seu companheiro!— Não faça nada. Jure que não contará isso ao seu companheiro, ou ele talvez tente avisá-lo. Jure! — A loba se levantou repentinamente e puxou suas mãos, as apertando.Seus olhos grandes e dourados estavam em súplica e sua expressão distante e f
Quando ela ouviu aquelas palavras, seu corpo congelou por um segundo, então, antes que pudesse negar tal coisa, a voz firme de Jornet veio.— Ayla, venha para o banquete. O macho havia parado de caminhar quando notou que ela não o acompanhava, seu olhar estava sobre ela e seu pai, que eventualmente se afastou.A loba assentiu e caminhou até ele, que para sua surpresa, tocou sua cintura e caminharam juntos até o salão principal.A alcateia de Jornet foi guiada para seus aposentos para se lavarem e comparecerem ao banquete feito para eles.Fazia alguns dias que Xander havia decidido não deixar mais Ayla cozinhar, e aquilo pareceu muito conveniente para ela. Já que ela já havia aprendido a maior parte das coisas com Aldara. Será que sua intenção era apenas ensiná-la e não a punir?Era óbvio para Ayla que a vida daquele macho havia sido muito diferente.Eles seguiram para o salão e ela se sentou perto dele.Algum tempo depois, os servos começaram a entrar com bandejas de comi
Os passos da fêmea eram irritados e ela não fez qualquer questão de ser suave ao deixar o salão. Seu olhar era insolente e ela não precisava dizer para que todos soubessem de sua opinião sobre ele.Quando as portas do salão foram fechadas e apenas a alcateia ficou, Xander suspirou profundamente de modo involuntário ao perceber que não poderia mais olhar para a fêmea, ou desejar seus lábios... — Não devia ser tão rude com ela, Xander. — a voz de Darion o trouxe de volta de seus devaneios e ele se voltou para o macho.Zandrik ajudava seu irmão a se levantar, e que agora limpava a boca em um pano que o irmão lhe ofereceu.Xander se sentou de volta ao seu lugar e disse para Darion:— Não se esqueçam da razão desse casamento. Não é amor, seus tolos. Suas palavras eram voltadas para todos, mas apenas Darion rebateu:— Isso não é razão para que você não desfrute. Afinal, ela é graciosa e seu sangue é quente...Xander imediatamente fechou os punhos de modo involuntário, e Darion n
Ao ouvir suas palavras tão suaves, ela tentou se concentrar em sua raiva. Era extremamente difícil sentir raiva do macho quando ele a olhava daquela forma tão suave e terna. Parecia outra pessoa. Ela quase podia acreditar que ele nutria sentimentos por ela, o que não acreditava que era o caso. Ela reuniu sua coragem e determinação e disse: — Eu preciso passear. Não é certo me manter isolada e querer que eu obedeça a suas ordens sem questionar, eu sou sua companheira, não uma escrava. Não permito que me trate assim. Ela esperou que o macho rebatesse, que interrompesse ou reclamasse. Xander Jornet não fez nenhuma dessas coisas, apenas assentiu levemente e disse: — Haverá um festival de inverno em um vilarejo não muito longe daqui. Quer vir comigo? Aquele convite a pegou totalmente de surpresa. Ela abriu a boca para responder, mas em seguida se calou. Porque ele estava sendo tão amável? O que ele queria? — Por quê? — ela perguntou. Ele pareceu confuso, e franziu o cenho. — Qu