Alguns momentos depois, lá estava Martha na porta com algumas sacolas de compras na mão. E ela mesmo não esperava que fosse ver Max abrindo a porta, esperava que fosse a filha que ia recebê-la como sempre. Os dois se olharam por um segundo antes de reagir. – Olá, Max, como vai? – Dizia a mulher mais velha que tinha os mesmos olhos de Ellora. – Muito bem, na verdade. Deixa eu ajudar a senhora com isso. – Max já se oferecia para pegar as sacolas e deixava entrar. Ela conhecia o lugar, só a seguia. – Martha, por favor. Senão, vou chamá-lo de Vossa Alteza, não me chame de senhora. – A bolsa já perto da porta, mesmo hábito da filha, e na cozinha procurava porque quem ainda não tinha aparecido. – Cadê a Ellora? – Ela era mais baixa que a filha, os cabelos curtos na altura dos ombros, os sinais da idade à mostra, mas tinha a mesma pele bronzeada da filha. As semelhanças eram muitas, parecia ser uma pessoa gentil no primeiro olhar. – Deu uma saída. Foi buscar a maionese que
– Vou te contar a verdade, Max, ela é muito teimosa. Quando te conheceu, ela veio correndo para minha casa no dia seguinte, sem rumo. Foi a cena mais inacreditável que vi. – Martha entregava logo de cara. Agora, eles só esperavam tudo ficar pronto. – Falou e falou que não ia dar certo, que estava exagerando e interpretado tudo errado. Max olhava para ela, todo surpreso, via que a Lola estava sem graça. – Acho que ela já estava apaixonada, e nem sabia. – Entregava a filha. – Mãe! – Chamava a atenção dela. – É mesmo? Ela parece tão segura e decidida. – O sorriso de Max era largo, só observando a namorada ficar vermelha. – Que nada, meu filho. É só fachada, por dentro é só uma garotinha. Eu falo para ela, que parece aquele desenho. Bambi, curiosa, corajosa e, no fundo, é uma medrosa também. – Martha tentava segurar o riso, sabia o quanto a filha ficava toda sem graça quando falava dela assim. Max não conseguiu conter a risada e a comparação da mãe. Ela e Ellora se abaixavam a
Ellora fez questão de deixar claro para Raj que em casa ela dirigia e o mandou para o banco de trás, na garagem do prédio dela. Foi a cena mais engraçada que Max viu, ela toda séria apontando o lugar para Raj que era praticamente duas vezes maior e mesmo assim o assessor tentava manter a seriedade. – Chegamos. Espero que esteja pronto para ver um monte de criança correndo. Cachorro latindo, papagaio falando. Bem vindos a família brasileira. – Brincou Lola enquanto descia do carro estacionado na rua, a poucos metros da casa da mãe. Além de Raj eles estavam acompanhados de mais dois seguranças que ficaram um pouco mais afastados. Nem comentou com a mãe sobre eles, para não vê-la discutindo que não queria ninguém fora da casa isolado. Não tinha muito que fazer, eram as regras e precisavam de mais que uma pessoa dando apoio e protegendo o príncipe.– Ainda acho que devíamos ter trazido algo como presente para sua mãe. Além das flores. – Max
E antes pudessem sair da cozinha e dar oi para o resto do pessoal. Patrícia aparecia, vindo do corredor que dava em direção aos quartos, como sempre, falando alto e pulando na amiga. – Lola, Lola. Até que enfim. – A outra morena apertava como sempre. Tinha uma semana que não se viam. - Jesus amado, Patrícia. Eu vou cair. – Ela se apoiava na bancada onde a mãe só observava a bagunça com aquele olhar que a garota não tinha jeito. – Achei que ia ter que buscar você em casa. – – Não exagere. Agora me solta, doida. – Assim que tinha um espaço, dava um beijo na amiga e apresentava para Max. – Até que enfim, pessoalmente, vossa alteza. – Para surpresa de todos, ela apertava a mão dele, sem o abraçar, o que era bem comum dela e ficou feliz que a amiga a ouviu. – Verdade, finalmente aconteceu esse encontro. – Os dois já tinham se conhecido por telefone e as chamadas que Patrícia sempre aparecia de intrometida.
O irmão sempre queria fazer o churrasco igual ao pai, a maior briga dele era comparar o argentino com o americano. Ele não gostava nada doce ou das coberturas e temperos demais, como ele mesmo dizia, não sentia o gosto da carne. Parecia até o Max falando com tanta destreza quando o assunto era gim ou tipos de cervejas, e quando os dois entraram no assunto pareciam amigos há anos. Mesmo com a diferença de idade e cultura, aqueles dois pareciam se comunicar tão bem, o que fez Ellora sorrir, observando enquanto se sentava ao lado do príncipe que parecia estar em casa. – Tá tudo bem? – Disse ele com a boca bem colada no rosto dela. – Sim. E com você? – Aquele jeito preocupado e atencioso sempre a amolecia e se inclinava na direção dele com os braços em volta do pescoço para o abraçar. – Também, muito bem, na verdade. – Sempre tirava a mecha de cabelo do rosto dela. Nem percebia quando fazia, era tão natural assim como o beijo na test
Quando ambos perceberam, estavam ambos sentados no chão, a ausência era semelhante para Max. E que, dizendo que foi nessa época que ele e o James se afastaram por completo. Parecia que o irmão estava tentando substituir o cargo do pai, o que gerou diversos conflitos entre os dois. Mas, no fundo, ele sentia falta da época em que eram parceiros e tinham boas conversas, e como ficou feliz ao saber do primeiro sobrinho. Só que a alegria não durou muito, James fez questão de que ele devia seguir os mesmos passos e, por pressão e na tentativa de apaziguar as tensões, pediu a então namorada em casamento. Mesmo sabendo que não era o que ele queria, e então, pois fim. Foi onde tudo desmoronou, o único assunto que conseguiam falar era a mãe e a irmã, os dois cuidavam de ambas. Mas o resto era tudo teatral, principalmente perto da avó. Nossos irmãos sabem ser babacas quando querem. — Max dizia sorrindo enquanto a apertava contra si. Nisso, os dois concordavam. Os dois ainda terminavam de ver
— Que merda. Vou falar com a Ellora e a gente publica a foto. — Era o fim da conversa.Mal ouviu, os dois se despediram e Max estava sentado na cama olhando para ela. — Me desculpa. Sei que queria fazer no seu tempo. Lola respirou fundo, estava pensativa e só lembrava da escapada dos dois para o banheiro naquela noite e se isso também poderia vir público, ou como eles dançaram antes, imagens como aquelas não ótimas para sair em qualquer site. Ainda mais como as primeiras deles. — Achei que não era permitido fotos. Lembra? – Ela se juntava na cama com ele, enquanto vasculhava a galeria em busca de uma foto dos dois. Mas, sem muito olhar no rosto de Max, não queria que visse o quanto estava temerosa e cheia de receio.— Pelo jeito, foi só para festa, que garantiram. Tinha tanta gente entrando e saindo do salão no jantar que ninguém ia perceber uma câmera escondida. — E claro que era bem mais iluminado que o lugar da festa. Ela mesmo revirava a galeria de fotos, procurando algo in
De alguma forma, ela conseguia aliviar a recém-tensão dos acontecimentos que quase estragavam o dia ali reunido com aquelas pessoas maravilhosas e amigáveis que Max já tinha conhecido. Ellora não tinha conversado muito quando voltaram ao apartamento, ainda não tinha descoberto onde ela morava, o que era bom. Ele sabia o quanto era discreta, talvez dificultaria o trabalho deles em relação a descobrir tudo sobre a vida dela. Mas, o que deixava Max preocupado após terminar de arrumar a mala e ir tomar banho, era o silêncio. Assim que ela saia do banheiro só com a toalha enrolada no corpo, ele a chamava para a cama. Ao abraçar, ela ficava do mesmo tamanho, o que o fez sorrir por um momento. – Está arrependida? – Perguntou ele. Com aqueles olhos firmes e quase tão escuros que sumiram os tons verdes. Foi só então que ela entendeu que o silêncio dela não era bom para os dois. E a primeira vez que ficava assim perto dele. – Desculpa, d