Florença | Toscana
O dia em Florença é sempre belo, adoro a sensação de liberdade que tenho aqui, pelo menos nas proximidades do internato. O lugar é repleto de árvores e tem um jardim fantástico, o que compensa ser afastado de todos e no meio do nada. Estou aqui há tanto tempo que não sei diferenciar mais. Não reclamo por amar a paz deste lugar, mas um pouco de liberdade é sempre bom. — Angeline? Escuto a voz da madre me chamar. Olho para cima e lá está ela me olhando com seus grandes olhos pretos. A madre é como uma mãe para mim, uma que nunca tive. — Suba aqui em cima, preciso de você, querida. — Sim, Senhora! Já estou indo, madre. Respiro mais uma vez o ar livre e entro. Sigo para a sala da madre no final do corredor. Ela disse que a vista é melhor, assim pode observar todas as meninas. Exagero, é claro. Não temos contato com ninguém de fora, exceto os nossos pais. Pelo menos as meninas que recebem visitas da família, o que não é o meu caso. — Posso entrar? — bato levemente na porta. — Sim, querida! — diz com a voz baixa. Entro em sua sala e a madre está sentada em sua cadeira, seus olhos recaindo sob mim e um sorriso brotando em seus lábios. — Sente-se, Angeline. Faço como ela manda, uma curiosidade sobre mim é que sou muito obediente, o que faz com que eu seja motivo das piadas das outras meninas, elas dizem que sou a mulher que todo homem gostaria de ter, completamente submissa. — Teremos uma garota nova conosco, gostaria que mostrasse tudo a ela, ela ficará como sua colega de quarto. — Sim, madre. Os dormitórios são divididos, no meu quarto só tem eu e outra garota, porém ela mal fala comigo, então me animo com a possibilidade de ter uma amiga. — Angeline… Essa menina vem de uma família muito importante, não entrarei em detalhes com você, mas quero que tome cuidado com tudo que dirá perto dela. O seu irmão irá trazê-la hoje à tarde, parece que ele andou tendo problemas com ela e somos a última solução. — Não se preocupe, madre, farei como deseja. — Por isso, é tão querida, é um anjo, Angeline. — sorri para mim. Abro um grande sorriso, a madre sempre diz que sou um anjo desde pequena, nunca fui desobediente com ela ou com as irmãs, sempre doce e carinhosa com todos. — Pode ir, querida. Assim que eles chegarem, mando te chamar. Levanto-me da cadeira com calma e aceno em concordância. Lembro-me de que tenho umas tarefas para fazer, caminho para o meu quarto, porém, infelizmente, tenho o azar de cruzar com o grupinho de Amanda, ela não me deixa em paz. — Olha só o que temos aqui… — Bom dia, meninas! — tento passar pela mesma que segura meu braço. — Não tão rápido… Está com pressa para cumprir o que a suprema madre ordenou? — Seu tom é debochado. Fico em silêncio e abaixo um pouco a cabeça. — Odeio seu jeito sonso, Angeline! Finge ser prestativa e bondosa, mas por dentro é uma alma venenosa. — Não sei o motivo de agir assim, nunca fiz nada para você. — Não precisa de motivos, idiota! — me empurra. — Vamos embora, deixa essa garota aí… Não serve mesmo para nada! — uma de suas amigas diz rindo. — Sim, por isso nunca recebe visitas de ninguém, nem a família a quer por perto. — Saí andando, rindo. Fico parada no mesmo lugar, as lágrimas querendo cair dos meus olhos, tudo que elas disseram é verdade, nem minha família gosta de mim, minha mãe faleceu no meu parto, eu nunca vi nenhuma foto sua, só ouvi alguns relatos do meu irmão do meio, Luigi é o único que gosta de mim, mesmo que não venha me ver, ele manda cartas. Vou para o quarto e me deito na cama chorando, dói muito, mas sou forte, é provação. No banheiro, tiro o uniforme do internato, somos obrigadas a usar essa vestimenta, que consiste em uma saia um pouco acima do joelho, blusa social branca, blazer azul, meias 3/4 e sapatilhas pretas. Meu banho não é demorado, sou prática na limpeza, mas também em economizar. Saí enrolada em um roupão e com uma toalha na cabeça. Temos uma pequena cômoda no quarto onde podemos guardar nossas coisas. Não tenho muitas, pois não podemos usar roupas normais aqui dentro. Então, pego outro par do uniforme, que estava guardado e visto. Costumo deixar meu cabelo solto, gosto de como ele é livre. Saio do quarto e vou para o jardim, me sento em um banco de frente para uma árvore, o céu hoje está lindo e bem azul, as pequenas nuvens complementam essa beleza. — Merda! Escuto alguém xingar e olho para trás vendo uma garota. Observo atentamente a menina, ela não é daqui, suas roupas demonstram isso. — Posso te ajudar? — me levanto do banco. Só agora a menina percebe minha presença. — Estuda aqui? — pergunta olhando minha roupa. — Moro aqui. — Estou procurando a saída, eu me perdi. — Por que está aqui? — pergunto curiosa. Percebo que ela não responde minha pergunta, parecendo exitar. — E então? — abro um sorriso inocente. — Quero fugir, tá legal? — bufa. — Fugir? Por qual motivo? — Meu irmão, quer que eu venha morar nessa merda de lugar. Olho para ela, confusa e surpresa. Irmão? Garota tentando fugir? Ela é a menina que a madre falou! — Espera… Você é a nova garota! — Nova garota? — levantou uma das sobrancelhas perfeitamente alinhadas. — É que a madre me disse que chegaria uma nova menina hoje, eu deveria te apresentar o lugar, vai ver que não é tão ruim. — Qual o seu nome? — Angeline… — Ok, Angeline. Obrigada, mas não estou a fim de conhecer esse lugar, não ficarei aqui. — Ah, que pena… Realmente senti uma pequena tristeza, essa menina era a primeira que não me tratava com indiferença. — Qual o seu nome, então? — É... — SOFIA! Antes que a menina terminasse de falar, uma voz muito potente chamou seu nome, me tremi inteira só com o seu grito, e pelo jeito Sofia também. — Dannazione! — Qual a porra do seu problema, Sofia? Mandei que me esperasse, deveria te mandar logo para a Rússia. Só com essa menção, a garota que descobri chamar Sofia se tremeu inteira e arregalou os olhos. Eu ainda estava de costas, sentia medo desse homem apenas ouvindo sua voz. — Desculpa, fratello… Eu não fugi, apenas vim conhecer o jardim, fiz até uma amiga. — olhou para mim, suplicante. — Angeline? A voz da madre ecoou em meus ouvidos, me virei lentamente com a cabeça baixa. — Sim, madre? — O que ela diz é verdade? Pensei por alguns segundos, nunca havia mentido na minha vida. — Sim… É verdade… Escutei Sofia dar um suspiro nervoso atrás de mim, provavelmente por eu gaguejar. — Você fede à mentira, menina! — diz com a voz raivosa. — Angeline não mente, Don. Por favor, isso precisa acabar logo. — Olhe para mim! — ordena. Além de tremer, comecei a suar também, ótimo, Angeline. — É surda, menina? — segurou no meu queixo, levantando com brusquidão. De repente, esqueci até como respirar, seus olhos avaliaram os meus, pareciam perdidos, hipnotizados, eu olhava no fundo dos seus olhos e não via nada, apenas escuridão. Aquilo me assustou, como ele me olhava, me apavorava. Como se minha pele lhe queimasse, ele me soltou e se afastou novamente. — Você ficará aqui, Sofia. E espero que aprenda a se comportar como uma mulher de verdade, porque, pelo que vejo, estão criando meninas mentirosas por aqui. — diz, olhando furioso para a madre. Percebo quando ela engole em seco e abaixa a cabeça. — Angeline, leve Sofia para conhecer o dormitório dela, depois quero você na minha sala. — O tom dela é severo. — Sim, senhora. Vamos, Sofia! Caminho na frente devagar, Sofia para perto do irmão. — Fratello... — Cala a boca, não quero ouvir suas mentiras. Sofia abaixa a cabeça e anda até mim, seguimos o nosso caminho, não me atrevo a olhar para trás, mas sinto seu olhar me acompanhar. {…} — Obrigada por mentir por mim. — Não precisa agradecer, até porque não funcionou. — Abro um sorriso pequeno. Sofia começa a trocar de roupa na minha frente, o que me deixa ligeiramente envergonhada. — Mesmo assim, Angel… Obrigada! — Angel? — Sim, um apelido, espero que não se importe. — Claro que não, nunca me deram um apelido. — Abro um grande sorriso. Alguém b**e na porta. — Pode entrar! — digo quando vejo Sofia já vestida. Uma das irmãs aparece na porta. — A madre quer vê-la, Angeline. — Já estou indo, irmã. Ela assentiu e saiu. — Acha que está encrencada? — Talvez… Mas a madre sempre foi boa comigo, não estou com medo. — Se você diz… Me despeço de Sofia e sigo para a sala da madre. Bato na porta após respirar fundo. — Entre! — Com licença, madre. Ela me olha enquanto caminho em sua direção, meu coração quase saindo pela boca. Ela gesticula com a cabeça para que me sente, assim eu faço. — Por que mentiu, Angeline? Direta como sempre. — Desculpa, madre! — abaixo a cabeça envergonhada. — Estou esperando… — Menti porque é a primeira vez que tenho uma amiga, sei que é errado, mas na hora me pareceu o certo. — O que fez foi muito sério, menina. Sabe quem aquele homem é? Olhei para ela, confusa. — O Don, seu líder! Don? Ouvi a madre chamá-lo assim, porém não me atentei a esse detalhe. Aquele homem é o Capo di Tutti Capi, traduzindo, O chefe de todos os chefes. Meus olhos se arregalaram de medo, se ele quisesse, poderia ter me matado ali mesmo, pois não cumpri com minha palavra de lealdade. — Eu não sabia, madre… — Eu sei. Agora que já sabe, tome cuidado com seus atos, gosto muito de você, Angeline, sabe disso. — Perdão, madre! — Tudo bem, mas terá um pequeno castigo. Lavará todos os banheiros por uma semana. — Sim, senhora! — Agora pode ir. Me levantei e fui para a porta, ainda estava pensativa quanto ao que escutei. — Pobre criança… Ouvi a voz baixa da madre dizer.Calábria | CatanzaroMeu corpo todo pedia descanso, noites mal dormidas e grandes dores de cabeça, não era só a máfia que roubava meu tempo, mas também a irmã problemática que eu tinha. Sofia, desobediente e rebelde, fazia meus dias um completo tormento.Ser o provedor do seu lar tem um custo. O meu era ter mais responsabilidade do que poderia suportar. Meu pai morreu quando eu tinha 14 anos. Assumi a máfia cedo demais, mas fui preparado para isso, sabia agir e lidar com tudo. Do meu lado, me ajudando, ficou meu tio Vittorio. Ele me ensinou algumas coisas.Perdi minha adolescência trabalhando, não me arrependo, não sou temido hoje por ser benevolente. Frio e calculista, talvez. Matei pela primeira vez com 8 anos, meu pai encontrou um traidor em nosso meio, então como treinamento me fez matá-lo, foi surpreendentemente adorável, amei ver seu sangue em minhas mãos, o cheiro me excitava, na verdade, me excita.— Senhor?— Pode entrar!Um dos meus homens passa pela porta, a cabeça ligeiram
Calábria | CatanzaroQue maldito feitiço foi esse que aquela garota jogou em mim? Desde que cheguei de Florença, não consigo pensar em outra coisa, estou como um louco querendo provar seu gosto, somente com esse pensamento meu pau desperta.Maldita, Angeline!— Matteo?Olho para frente, vendo Giovanni falar comigo, se quer vi quando entrou.— O que foi, Giovanni?— Aconteceu algo?— Não!Ele me olhou desconfiado.— Como foi com Sofia? Sei que ela pode ser complicada.Giovanni foi criado comigo, ele é filho de uma de nossas empregadas com um soldado, o tenho como um irmão, porém ele chegou aqui com seu próprio mérito, fez com que meu pai enxergasse nele algo de especial.— Sofia, como sempre, complicando minha vida, mas essa viagem não foi tão ruim.— Deixe-me adivinhar… Uma mulher?Olhei para ele interrogativo.— Te conheço bem, nada além de uma mulher para te animar.— Tem razão, porém ela ainda não é uma mulher, não totalmente…Meus pensamentos voltam para a ninfeta.— Como assim, n
Florença | ToscanaHoje acordei com uma sensação estranha no peito. Já faz algumas semanas que a madre ordenou que eu participasse das aulas que ensinam as meninas a se comportarem diante de um homem. Não sei o motivo, mas, geralmente, só frequentam meninas que estão se casando, o que aumenta ainda mais o meu medo.— Para, Angel! — Sofia bate na minha mão.Eu estava roendo as unhas de nervoso.— Acho que vou casar, Sofia… Meu Deus, eu só tenho 18 anos…— Você ainda não sabe se é isso.— É claro que é!— O que está aprendendo nessas aulas?Meu rosto automaticamente fica vermelho.— Eu não consigo falar...— Para com isso, Angeline Rossi. Fala logo!— Ensinam como devemos agir na cama… Sabe… Quando estamos… — faço gestos com as mãos.— Ensinam vocês a transarem?— Sofia!Ela começa a rir.— Qual é a graça?— Isso… Como podem ensinar? Imagino que elas digam que você deve ficar deitada na cama como uma estátua, né?Concordo envergonhada.— E devemos obedecer ao nosso marido, tudo que ele
Estava me segurando para não correr atrás de Angeline. Carlo havia avisado que já haviam chegado. Amanhã será o jantar de noivado. Apresentarei Angeline como minha noiva oficialmente. Estou ansioso para vê-la. Sofia também chega amanhã. Terei que aturar sua presença devido ao casamento que será em 1 mês. Pretendo ter Angeline em minha cama o mais breve possível.— O que acha dessas mulheres?Dante me mostrava fotos de algumas mulheres do bordel, ele e Giovanni preparavam uma despedida de solteiro para mim, quanta besteira.— Tanto faz, Dante, confio no seu gosto.Continuo a digitar no notebook, Dante dá um suspiro frustrado, mas concorda.— Aqui está o que me pediu.Giovanni fala, entrando sem bater na porta. Olho para ele e vejo que segura uma pequena caixinha nas mãos.Ele se aproxima e me entrega. Abro a caixinha preta e vejo um belíssimo anel de noivado, no meio tem uma pedrinha azul, assim como pedi. Giovanni tratou disso para mim por eu não ter tempo.— É perfeito!— Que bom que
Por que fiquei tão aquecida no seu corpo?Me senti segura com sua presença em meu quarto, mesmo acordando e não encontrando mais ele, ainda assim fui feliz por uma noite.Estava com tanto medo de que ele entrasse no meu quarto, suas palavras ainda estavam vivas em minha memória.Flashback on.— Está se adaptando?Olhei para trás, vendo Leonardo parado na porta.— Ainda é muito cedo para dizer isso, também não vou ficar muito tempo aqui.Lembro-me de que meu pai disse que o casamento seria em 1 mês.— Pois é, logo será uma mulher casada. — fecha a porta de chave.Olho confusa para ele.— Te comprei um presente, abra. — Me entrega uma caixinha pequena.Abro e vejo um anel, minhas mãos começam a tremer.— Um anel?— Sim, pequena… Gostou?— Por que está me dando um anel?— Ainda não entendeu, meu amor…Olho assustada para ele.— Não posso impedir que se case com o Matteo, mas em breve será minha, está ouvindo? — Toca em meu rosto.Me afasto com brusquidão.— Está maluco? Isso é pecado… O
— Não vai me apresentar à noiva? — Olha sorrindo para ela.Mesmo que Giovanni seja como um irmão para mim, não consigo parar de sentir ciúmes de seus olhos em Angeline.— Pode parar de olhar para ela assim.— Com ciúmes, amico?— Não me provoque, Giovanni. Angeline, esse é meu melhor amigo e subchefe.— É um prazer, Angeline! — aperta sua mão.— Olá, senhor Giovanni.Gosto da forma como Angeline fala, ela não dá abertura para brincadeiras.— Somente, Giovanni, não sou um velho. Está na hora do brinde, Matteo.— Venha, Angeline!Subo em um palco improvisado, Angeline está do meu lado e percebo seu nervosismo. Ela não gosta de atenção, tiro do bolso do paletó a caixinha que contém o anel de noivado. O certo seria me ajoelhar, mas não faço isso para ninguém, nunca.— Oggi, davanti a tutti, ti dichiaro mio. Hoje, perante todos, te declaro minha. — Coloco a aliança em seu dedo.Todos começam a bater palmas.— Venha, Angel… Proponho dançarmos um pouco!Sofia aparece do inferno para me atorm
O casamento na máfia é como uma prisão, nós mulheres devemos ser submissas e dóceis, o que seu marido falar é lei, não temos voz, somos oprimidas, estupradas e agredidas.Comigo não será diferente, não espero um casamento de conto de fadas, fui preparada para essa vida durante 18 anos da minha existência, para todos sempre serei a santa Angeline.Estava em uma loja de vestidos de noivas, era uma loja exclusiva de uma estilista italiana muito famosa. Estávamos só eu, minha futura sogra e Sofia. A loja estava fechada apenas para nós. Pelo que entendi, Matteo quer que eu use um vestido exclusivo, para mim, tanto faz. Nunca liguei muito para isso. — O que acha desse modelo, Angeline?Minha sogra me mostra um catálogo de vestidos, nenhum dos modelos foi lançado no mercado.— É bonito…Ela olha novamente.— Porém, ainda é muito simples.Sofia revira os olhos exausta da mãe.— Mãe, o casamento é da Angel, ela deveria escolher o vestido que quiser. — Sofia diz.— Eu sei, porém, sou mais expe
Um mês depois…Não tinha para onde fugir, e hoje tenho essa confirmação, mesmo que eu tenha orado para os dias passarem devagar. Em frente ao espelho, vi lágrimas caírem dos meus olhos, meu futuro foi traçado no internato.— Pare de chorar, Angeline, borrou novamente a maquiagem. — Verônica diz para mim.A maquiadora começou a arrumar pela terceira vez a maquiagem. Como se fosse fácil segurar as lágrimas.— Aqui está, senhorita, o Don mandou te entregar.Uma mulher me entrega uma caixa, ela era toda preta, dava para perceber que era uma caixa de joias.Quando abri, tive uma grande surpresa, continha um lindíssimo colar com pedras azuis e um par de brincos.— Meu filho tem um ótimo gosto — diz, saindo do quarto.Coloquei em cima da penteadeira totalmente desinteressada.{…}— Está muito linda, senhorita Angeline.Me olhei no espelho novamente, o vestido realmente era perfeito, a maquiagem era leve, meu cabelo estava em um coque despojado como eu queria, um penteado sofisticado, porém t