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A: O COMEÇO DE TUDO

Calábria | Catanzaro

Meu corpo todo pedia descanso, noites mal dormidas e grandes dores de cabeça, não era só a máfia que roubava meu tempo, mas também a irmã problemática que eu tinha. Sofia, desobediente e rebelde, fazia meus dias um completo tormento.

Ser o provedor do seu lar tem um custo. O meu era ter mais responsabilidade do que poderia suportar. Meu pai morreu quando eu tinha 14 anos. Assumi a máfia cedo demais, mas fui preparado para isso, sabia agir e lidar com tudo. Do meu lado, me ajudando, ficou meu tio Vittorio. Ele me ensinou algumas coisas.

Perdi minha adolescência trabalhando, não me arrependo, não sou temido hoje por ser benevolente. Frio e calculista, talvez. Matei pela primeira vez com 8 anos, meu pai encontrou um traidor em nosso meio, então como treinamento me fez matá-lo, foi surpreendentemente adorável, amei ver seu sangue em minhas mãos, o cheiro me excitava, na verdade, me excita.

— Senhor?

— Pode entrar!

Um dos meus homens passa pela porta, a cabeça ligeiramente para baixo em sinal de respeito.

— O jatinho já está pronto, senhor.

— Já estou indo.

Escutei a porta fechar, terminei de arrumar uns relatórios de uma nova carga que estava para chegar, poderia ter pedido para Giovanni fazer isso, ele é meu subchefe e melhor amigo, tem toda minha confiança, porém gosto eu mesmo de revisar tudo.

Me levanto guardando alguns papéis em uma gaveta com senha, mesmo que ninguém entre em meu escritório sem minha permissão ou presença. Traidor é traidor em qualquer lugar.

No corredor, já dava para ouvir os lamentos de Sofia, como sempre dramática.

— Por favor, vó, peça para que eu fique, ele sempre te escuta!

— Não adianta, Sofia. — digo com um sorriso.

— Eu não vou para Florença! Não pode me obrigar!

— Ah, eu posso… E se não quiser ser arrastada pelos cabelos até lá, é melhor parar de agir como uma menina mimada.

— Filho, Sofia foi criada todos esses anos conosco, para quê levá-la agora, ela já tem 16 anos.

— E pelo jeito não aprendeu nada, dei a liberdade que muitas meninas não possuem na máfia, e para quê? Sofia é rebelde e desobediente, como posso entregar uma mini vadia para o Ivan?

— Matteo! — minha avó repreende.

— É a verdade, sua neta estava de paquera com um dos meus soldados. Imagina se eu não tivesse descoberto, ou se ela tivesse se deitado com o merdinha?

— Isso é verdade, Sofia? — Minha vó pergunta em tom sério.

Sofia mal consegue falar, só abaixa a cabeça e deixa as lágrimas caírem.

— A culpa é sua, Verônica, passou a mão na cabeça dela demais. Foi fraca, e um Fontana nunca é fraco.

Minha mãe engole em seco e desvia o olhar do meu.

— Vamos logo, Sofia, não tenho o tempo todo.

— Eu te odeio!

— Posso conviver com isso.

Ela passa por mim quase me fuzilando, deveria ter dado uns t***s que com certeza ela merecia.

— Tenha paciência, meu neto.

— É uma missão impossível.

Sigo para fora e o carro nos leva até uma pista particular perto da propriedade. O jatinho já estava à nossa espera. Entramos e nos acomodamos nos lugares. A viagem duraria 3 horas e 15 minutos, uma tortura para mim. Peguei meu notebook e comecei a trabalhar. Sofia estava sentada bem longe e mexia em um tablet.

{…}

Florença | Toscana

O carro parou em frente a um belo casarão, era afastado da cidade e não tinha perigo de nenhuma menina fugir. Poderia tentar, porém, dificilmente conseguiria. O local era como imaginei, portões grandes, muros altos, uma verdadeira prisão para Sofia.

Entramos e por dentro não era tão ruim, dava para ver de longe um imenso jardim, era repleto de enormes árvores.

— Espere aqui, não saia, Sofia.

— Como se eu pudesse ir muito longe…

Ignorei seu comentário e segui para a sala da madre, ela já estava na porta me esperando.

— Don! — abaixou a cabeça em respeito.

— Vamos direto ao assunto.

Ela se afastou e deu passagem para eu entrar, me sentei em sua cadeira e ela se sentou de frente para mim.

— Lembre-se do que disse, madre, não quero moleza com minha irmã, quero que ensine ela a ser uma verdadeira mulher da máfia, aplique castigos se for necessário, pulso firme sempre.

— Não se preocupe, Senhor, aqui Sofia aprenderá tudo que deve.

— É o que espero, não gostará de ter minha ira voltada para você.

Assentiu nervosa.

— Sofia ficará no quarto com a nossa excelente aluna, Angeline poderá ensinar muito para ela.

— Para mim, tanto faz, contanto que Sofia aprenda a abaixar a cabeça quando for necessário e abrir as pernas para seu futuro marido.

— Vou pedir que busquem, Angeline.

A madre abre a porta e tem outra mulher parada, vejo quando ela ordena algo para a outra que saí quase correndo.

Alguns minutos depois, a mulher volta, seu rosto está um pouco pálido e ela parece nervosa.

— Não encontrei Angeline, madre.

— Como não? Avisei a ela que precisaria de sua ajuda.

— Olhei em todos os cantos, dormitórios, banheiros, na cozinha, ela não está nem com as irmãs.

— Olhou no jardim?

— Não, senhora.

A mulher parece ligeiramente envergonhada.

— Vou agora mesmo atrás dela.

— Não precisa, irmã. Deixe que faço isso, vá procurar alguma coisa para fazer.

Me levanto extremamente irritado.

— Senhor…

— Vamos logo atrás dessa garota!

Saio na frente e a madre me segue, quando nos aproximamos do jardim, escuto vozes, uma delas reconheço bem.

— Qual o seu nome, então? — uma voz doce pergunta.

— É...

— SOFIA! — grito com raiva.

— Dannazione! — a m*****a xinga.

— Qual a porra do seu problema, Sofia? Mandei que me esperasse, deveria te mandar logo para a Rússia.

Só com essa menção, Sofia tremeu inteira.

— Desculpa, fratello… Eu não fugi, apenas vim conhecer o jardim, fiz até uma amiga. — olhou para a garota, suplicando.

— Angeline? — a madre chamou seu nome.

A garota se virou lentamente, seu corpo pequeno e esbelto não passou despercebido pelos meus olhos.

— Sim, madre?

Sua voz causou uma pequena energia em meu corpo e desceu direto para o meu pau.

— O que ela diz é verdade?

A madre perguntou a menina que parecia que desmaiaria a qualquer momento.

— Sim… É verdade…

Sofia deu um suspiro nervoso.

— Você fede a mentira, menina! — digo com a voz raivosa.

— Angeline não mente, Don.

A madre defendeu.

— Olhe para mim! — ordeno.

A garota tremia e suava de medo.

— É surda, menina? — seguro no seu queixo levantando com brusquidão.

Por alguns segundos me perdi em seus belos olhos azuis esverdeados, a menina em minha frente despertou o monstro adormecido em mim, desejei sua boca como um louco.

Como se sua pele queimasse, lhe soltei e me afastei novamente.

— Você ficará aqui, Sofia. E espero que aprenda a se comportar como uma mulher de verdade, porque pelo que vejo estão criando meninas mentirosas por aqui. — digo olhando furioso para a madre.

Percebo quando ela engole em seco e abaixa a cabeça.

— Angeline, leve Sofia para conhecer o dormitório dela, depois quero você na minha sala. — o tom dela é severo.

— Sim, senhora. Vamos, Sofia!

— Fratello…

— Cala a boca, não quero ouvir suas mentiras.

Sofia desiste de tentar dizer algo e saí seguindo a menina.

Como pode aquela garota parecer um anjo?

— Vamos até sua sala, madre.

Sigo na frente sem esperar uma resposta, atordoado demais por causa daquela ninfeta.

— Peço que me desculpe, senhor. Normalmente, Angeline não costuma agir assim.

— Há quanto tempo essa garota vive aqui?

A madre me olha ligeiramente confusa, mas trata de me responder.

— Desde seus 5 anos, Senhor.

Todo esse tempo?

Normalmente as meninas costumam ser mandadas para cá entre os 10 anos.

— Quem é sua família?

— A família Rossi, Senhor.

Rossi? Ela é filha de um dos meus capos, como nunca a conheci?

— Já sabe que não deve me ligar se Sofia aprontar, castigue você mesmo.

Me levanto e vou embora, meus pensamentos estão a milhão, e tudo devido a uma menina que mal saiu das fraldas.

Sou levado de volta para meu jatinho, preciso voltar para a Calábria, o trabalho não para e não tenho muito tempo de lazer.

Porém, doce Angeline, você será minha, despertou o meu corpo e fez ele se acender como o inferno.

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