Enquanto dirigia pela cidade, minha mente estava um turbilhão. O que havia acontecido entre mim e Angeline não saía do meu pensamento. O peso da decisão de mandá-la embora me atingia como uma onda, e eu me sentia cada vez mais perdido. Precisava conversar com alguém que entendesse a gravidade da situação, então decidi me encontrar com Giovanni na sede da máfia.Chegando lá, fui recebido pela atmosfera habitual de seriedade e tensão. Giovanni estava em uma das salas, cercado por alguns documentos e discutindo estratégias com outros membros. Assim que entrei, ele se virou, e seu olhar se iluminou ao me ver.— Matteo! — ele exclamou, levantando-se rapidamente. — Precisamos conversar.Ele gesticulou para que eu me sentasse em uma cadeira próxima. Eu sabia que Giovanni estava sempre disposto a me ouvir, mas hoje, sua expressão era mais grave do que o normal.Os outros homens me cumprimentaram com respeito e saíram da sala.— Como você está lidando com tudo isso? — ele começou, a preocupaçã
Cheguei em casa e percebi que a tensão no ar era palpável. Isabella estava sentada no sofá, com o rosto fechado e os braços cruzados, claramente irritada. Olhei para Olivia, que estava ao lado dela, com uma expressão de preocupação.— O que está acontecendo? — perguntei, tentando entender a situação.— Isabella não está feliz com você. — Olivia respondeu, a voz tensa. — Ela se sente traída por você ter saído com Angeline novamente.Senti meu coração apertar ao ouvir aquelas palavras. Isabella virou o rosto, seus olhos brilhando com raiva.— Você não se importa comigo! — ela gritou, a frustração transbordando. — Só quer saber da sua esposa!— Isabella, não é isso... — tentei explicar, mas as palavras não pareciam sair como eu queria. O descontentamento dela estava evidente, e eu me sentia impotente.Olivia colocou a mão no braço da filha, tentando acalmá-la.— Eu não quero ficar aqui se a situação continuar assim. — Olivia ameaçou, olhando para mim, seu olhar cheio de desapontamento.O
Eu o observei pelo espelho enquanto escovava os cabelos. Matteo estava sentado na cama, me olhando de um jeito diferente. Não distraído, não distante, como às vezes ficava ultimamente. Ele estava ali. Totalmente ali.— O que foi? — perguntei, tentando soar leve, mas sentindo meu coração acelerar.Ele sorriu de lado e se levantou. Seu andar era calmo, sem pressa, mas decidido. Parou atrás de mim, pegou a escova da minha mão e começou a passar nos meus fios com uma delicadeza que me pegou de surpresa.— Só estou te admirando. — disse, a voz baixa, íntima.O couro cabeludo formigou sob o toque dele. Matteo nunca foi um homem de gestos supérfluos, muito menos de romantismos inesperados. Mas agora, ali, escovando meus cabelos como se tivesse todo o tempo do mundo, ele parecia alguém diferente.— Está querendo alguma coisa? — provoquei, tentando ignorar o arrepio que percorreu minha pele.Ele riu, e antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, inclinou-se para sussurrar contra a curva do m
Quando parei o carro em frente ao prédio, olhei pelo retrovisor. Isabella estava com os bracinhos cruzados, a expressão emburrada. Olivia fitava a janela, sem dizer nada. Suspirei.— Vamos subir. — anunciei.Isabella desceu sem reclamar, mas seu silêncio era um lembrete do quanto estava contrariada. Olivia, por outro lado, saiu do carro com um suspiro pesado, deixando claro seu desgosto antes mesmo de entrarmos no prédio.Assim que abri a porta do apartamento, Isabella correu para dentro, explorando os cômodos com curiosidade infantil. Olivia, no entanto, ficou parada na entrada, os braços cruzados.— Você realmente acha que pode nos enfiar aqui como se fôssemos um problema a ser resolvido? — Ela me encarou, a voz carregada de ironia.Fiz questão de manter meu tom firme.— Este apartamento é confortável, seguro e espaçoso. Isabella vai ter tudo o que precisa.— E eu? — Olivia arqueou a sobrancelha. — O que eu preciso não importa?Isabella voltou para perto de nós, segurando minha mão.
O cheiro do mar se misturava com a tensão no ar enquanto eu e Giovanni chegávamos ao porto. A carga que estávamos aguardando, uma combinação letal de drogas e armas, finalmente estava ali. Era uma operação delicada, e como sempre, eu precisava estar no comando. Com os homens ao meu redor, a sensação de poder e responsabilidade pesava sobre mim.Assim que a carga foi descarregada, tudo parecia estar sob controle. Mas, no momento em que estávamos prestes a deixar o porto, o inesperado aconteceu. De repente, vi veículos se aproximando rapidamente, cortando a estrada. Em um instante, a atmosfera relaxada se transformou em uma tempestade de adrenalina.— Estamos cercados! — Giovanni gritou, seu rosto sério refletindo a gravidade da situação.Os homens ao meu redor começaram a se posicionar, armas em punho, prontos para me proteger.— Não deixem que se aproximem! — Eu sabia que minha vida e a de meus homens estavam em jogo. Era um confronto que eu não poderia evitar.Os primeiros disparos e
Depois do intenso confronto no porto, a adrenalina ainda corria em minhas veias, mas sabia que não podíamos nos dar ao luxo de relaxar. Era hora de agir.Convoquei uma reunião de emergência, reuni os capos no meu escritório, ciente de que algo muito maior estava em jogo. A sensação de que havia um traidor entre nós se tornava cada vez mais palpável.Quando todos chegaram, fechei a porta atrás de mim, selando o ambiente com uma tensão quase insuportável. Giovanni estava ao meu lado, seu olhar sério refletindo a gravidade da situação.— Vamos direto ao ponto. — comecei, meu tom firme e inabalável. — O que aconteceu no porto não foi um acidente. Alguém nos traiu, e precisamos descobrir quem.Carlo, sempre o pragmático, franziu a testa.— Você tem certeza disso, Don? Foi um ataque surpresa, e eles estavam em maior número.Ele tentava manter a calma, mas a inquietação era evidente em sua voz.— Não estou aqui para discutir possibilidades. Estou aqui para encontrar respostas. — respondi, de
Eu estava estranhamente tranquila enquanto passeava pelo shopping. As vitrines brilhantes, o cheiro de café recém-passado, o burburinho de vozes... Tudo parecia tão mundano, tão comum. Mas havia um vazio. Sofia. Ela não estava comigo, e por mais que eu tentasse ignorar, sentia sua falta.Depois de algumas horas, decidi ir para casa. Entrei no carro, e os soldados que Matteo designou para mim seguiram à frente e atrás. Meu mundo não era como o das outras mulheres. Nunca havia paz completa, nunca havia segurança absoluta. Mas eu já estava acostumada com isso. Ou pelo menos achava que estava.Foi rápido. Rápido demais.A primeira explosão atingiu o carro da frente. O vidro do meu veículo estilhaçou com a onda de choque, e eu gritei, instintivamente me encolhendo. O motorista tentou desviar, mas o ataque já havia começado. Disparos vieram de todos os lados, abafando os gritos e os sons de carros freando bruscamente ao redor. O metal se retorcia, os pneus chiavam no asfalto.— Senhora! Fiq
Cheguei em casa sentindo o peso dos últimos acontecimentos sobre meus ombros. O silêncio nos corredores me pareceu estranho, mas ignorei. Deveria estar acostumado. Caminhei pelos cômodos procurando por Angeline, mas ela não estava lá.— Onde está Angeline? — perguntei a um dos soldados na entrada.— Saiu, senhor. Foi ao shopping. — respondeu ele, sem hesitação.Assenti, afastando a leve irritação que subia pela minha garganta. Deixei passar. Ela precisava de espaço, e eu tinha outras preocupações.(…)As horas foram se acumulando, e o incômodo que antes era apenas uma fagulha se transformou em um incêndio.Peguei o telefone e liguei para um dos soldados que a acompanhava. Nenhuma resposta. Depois para outro. Silêncio.O gelo percorreu minha espinha. Algo estava errado.Antes que eu pudesse agir, um dos meus soldados entrou apressado pela porta. Seu rosto estava sujo de poeira e sangue seco manchava sua camisa. Mas o que realmente me fez parar foi o fato de que ele era um dos homens qu