Ela me olhava, os olhos cheios de uma mistura de medo e algo mais… desejo? Eu não conseguia mais conter meus sentimentos. Segurei seu rosto em minhas mãos, meus dedos acariciando sua pele macia. O meu toque foi leve, hesitante, respeitando a sua inexperiência, a sua fragilidade. Ela fechou os olhos, um leve suspiro escapando de seus lábios._“Eu te amo, Angela,” eu sussurrei, meus lábios próximos aos dela. Ela abriu os olhos, seus pupilas dilatadas, refletindo a minha emoção. Havia um misto de medo e desejo no seu olhar, uma confusão que eu queria dissipar com o meu amor.___ Rich, você não pode amar somos primos ___ ninguém manda no coração Angela, eu te amo e pronto. Além do mais não somos primos de sangue só de consideração, seu avô adotou meu pai, ele é sua mãe não são irmãos de verdade,___ Sei disso rich mas... Segurei seu rosto entre minhas mãos e ela não não se afastou.Nossos lábios se encontraram num beijo lento, hesitante, que logo se tornou profundo e apaixonado. M
O silêncio que se seguiu era tenso, carregado de uma eletricidade que ainda zumbia entre nós. Angela, ainda próxima, mas não mais enlaçada, pegara o notebook, abrindo-o em algum site qualquer. Eu a imitava, fingindo concentração em uma página sem sentido. Estávamos sentados lado a lado na cama, mas uma distância cuidadosa nos separava, um espaço respeitoso que refletia a fragilidade do momento, a delicadeza do que havíamos compartilhado. Então, a batida na porta, seca e autoritária, rompeu a nossa bolha.“__Angela, querida, estou entrando!” A voz de Chloe, a mãe de Angela, cortou o ar.O meu coração disparou. Angela respirou fundo, fechando o notebook com um clique rápido. Quando Chloe entrou, seus olhos, penetrantes e observadores, pousaram sobre nós dois. A expressão dela era indecifrável, uma máscara de polidez que mal disfarçava a sua perspicácia.__“Richard, o que faz aqui?”, ela perguntou, a voz calma, mas com uma inflexão que sugeria uma suspeita latente.Meu cérebro traba
Precisava ver Angela, sentir sua pele próxima de mim, então tranquei a porta do meu quarto , saltei a janela e escalei a janela do quarto dela torcendo para não ser visto.O coração ainda batia acelerado enquanto eu me acomodava ao lado de Ângela. O quarto dela estava envolto em uma penumbra suave, e a atmosfera parecia carregar uma mistura de tensão e conforto. Quando ela se deitou ao meu lado, uma onda de calma me envolveu, mesmo com todas as preocupações que pairavam em minha mente. Notando seu desconforto lhe disse:__"Não se preocupe, só vim dormir do seu lado," disse, tentando tranquilizá-la. A verdade era que eu precisava dela ali, perto de mim, como um porto seguro em meio à tempestade de sentimentos que me assaltava.Ângela se acomodou, e, num impulso que não consegui conter, me curvei sobre ela e beijei seus lábios mais uma vez. Era um gesto simples, mas cheio de significados que eu não sabia se conseguiria expressar em palavras.__ "Você é tão doce, Ângela..." murmurei, o
Depois que Richard saiu do meu quarto, caí sentada na cama, a mão na boca, sufocando minhas lágrimas. Ele ia cometer uma loucura. Como evitar isso? Deveria contar a alguém o que estava acontecendo? Sabia que Nicolas, meu marido, não entenderia a situação, e também sabia que Richard me odiaria se eu falasse algo para alguém. O que fazer? A angústia me apertava o peito.Limpei meu rosto, enxuguei as lágrimas e, decidida, fui até o quarto de Ângela. Na terceira batida, ela abriu a porta, me fitando surpresa.__"Oi, tia Amy, aconteceu alguma coisa?", perguntou ela, com a voz suave.__"Posso entrar?", perguntei, tentando manter a calma.Ela me deu passagem. Entrei e me sentei na ponta da cama; Ângela sentou-se ao meu lado. Fui direta.__"O que está havendo entre você e Richard?", perguntei, observando sua reação.Ela ficou vermelha, um rubor que se espalhou por suas bochechas._/"Nada, tia. Richard tem me apoiado...", respondeu ela, a voz baixa.__"Apenas isso?", insisti, percebendo
A raiva borbulhava dentro de mim. "Amy vai para a merda, deixe de intrometer na minha vida!", gritei, o ódio me consumindo. "Você vai para a merda, sua vaca irresponsável e egoísta!", rosnei, as palavras saindo como veneno.Chloe me acertou um tapa na cara. Devolvi o golpe, minhas unhas cravando-se em seus cabelos enquanto ela puxava os meus. Gritávamos, um turbilhão de fúria e acusações.A gritaria trouxe Nicolas e Aníbal correndo para nos separar. Richard, que chegava da rua, parou atônito, observando a cena. Nicolas me segurava firme, Aníbal controlava Chloe.__"O que deu em vocês duas?", Aníbal perguntou, a voz carregada de preocupação.__"Amy está me condenando por permitir que Angela se case!", expliquei, ofegante.__"Quanto a isso, Amy, acho que você não tem que se intrometer", Aníbal retrucou.__"A partir do momento em que estão morando conosco, o problema de uma se torna problema de todos, Aníbal. Deveria estar contente porque minha mulher se preocupa com sua filha", Nicolas
O hospital nos recebeu com sua atmosfera fria e impessoal, um contraste brutal com a tempestade emocional que carregávamos. A sala de espera, normalmente um espaço de silenciosa expectativa, parecia ecoar com a nossa dor. Cada tique-taque do relógio era um martelo golpeando nossos corações, amplificando a agonia da espera.Nicolas, ao meu lado, tentava manter a calma, mas suas mãos trêmulas denunciavam sua angústia. A culpa o corroía, assim como a mim. Tentávamos nos apoiar, mas o silêncio entre nós era pesado, carregado de um remorso profundo. A cada minuto que passava, a incerteza sobre o estado de Angela se tornava mais insuportável, a espera mais torturante. A cada suspiro, cada tosse, nossas expectativas se estilhaçavam, reconstruídas em um castelo de areia prestes a ruir.Richard, no entanto, não estava conosco. Sua ausência era uma presença opressora, um vazio que amplificava a angústia da situação. Ele havia se recusado a ir ao hospital, sua inconformidade se manifestand
Dias se passaram desde o incidente, e Angela finalmente estava em casa e recuperando bem.A tensão era palpável no ar. Nikolai chegou pouco depois, trazendo consigo uma caixa de bombons, um gesto que, para mim, soou irônico. Eu mesma a vi, mais cedo, despejar um bombom idêntico no lixo, o invólucro brilhante reluzindo sob a luz fraca da cozinha. O silêncio na casa era ensurdecedor, quebrado apenas pelo tique-taque insistente do relógio na sala. Ninguém se dirigia a palavra ao outro; a raiva e o ressentimento eram muros invisíveis, separando cada um de nós. Meu filho, em particular, me preocupava profundamente. Ele estava cada vez mais retraído, mergulhado em um silêncio fúnebre, e seus acessos de raiva eram mais frequentes e intensos. Observá-lo era como assistir a uma lenta implosão, e o desespero me sufocava. A cada dia que passava, a situação se tornava mais insuportável, e eu me sentia impotente diante daquela crescente espiral de destruição. A angústia me consumia, e eu me
Era Natal. A casa estava toda enfeitada, um exagero de luzes e enfeites que normalmente me irritariam, mas naquele dia, pareciam apenas contribuir para a atmosfera mágica que pairava no ar – uma atmosfera que, confesso, me deixava um tanto desconfortável. Nikolai teve alguns problemas e teve felizmente que retornar a Rússia, a sua ausência era perceptível, um vazio silencioso que, no entanto, era um alívio, não acho que suportaria dividir este momento com ele. Ver Angela ali, rodeada pela família, ter um momento com ela foi o meu melhor presente. Pela primeira vez desde aquele fatídico anuncio de casamento, vi Angela feliz, ela corria de um lado e de outro da casa , como uma criança, abrindo presentes, e comendo rabanada. A alegria dela, genuína e contagiante, era um farol em meio à tormenta que tínhamos vivido nos últimos tempos. Trocamos presentes, risos sinceros ecoando pela casa, um contraste delicioso com o silêncio tenso que normalmente reinava quando Nikolai estava por per