Nossos corpos se entrelaçaram, numa dança antiga e instintiva, guiada pelo ritmo lento e profundo de nossos corações. Cada toque, cada suspiro, cada gemido era uma nota numa sinfonia de prazer e entrega. O céu estrelado acima de nós parecia testemunhar nosso amor, a imensidão do universo espelhando a profundidade de nossos sentimentos. A noite era nossa, o tempo parou, existindo apenas aquele momento, aquela união perfeita de dois corpos e duas almas. A timidez inicial de Angela deu lugar a uma entrega completa, a um abandono total. Seus dedos se entrelaçavam aos meus, seus suspiros se misturavam aos meus, nossos corpos se movendo em uníssono, numa dança harmoniosa e apaixonada. Era uma experiência visceral, intensa, que transcendia o físico, atingindo a alma, conectando-nos numa profundidade que eu nunca havia imaginado. No silêncio da noite, apenas o som de nossos corpos e o sussurro do vento quebrando o silêncio, encontramos a mais pura expressão do nosso amor. Um amor proibido,
Mas a clandestinidade, por mais excitante que fosse, também trazia consigo uma dose constante de angústia. A cada encontro, a preocupação com a possibilidade de sermos descobertos pairava sobre nós como uma espada de Dâmocles. A cada sussurro, a cada toque, eu sentia a tensão crescente, a ameaça latente de sermos flagrados. Era um fio tênue que separava a paixão do desastre, um equilíbrio precário que exigia cautela e discrição a cada instante. Angela, apesar do medo, se entregava completamente a cada encontro. Seus olhos brilhavam com uma mistura de desejo e apreensão, seus suspiros eram uma mistura de prazer e nervosismo. Ela se agarrava a mim com uma força que demonstrava a intensidade dos seus sentimentos, mas também o seu medo. E eu, por minha vez, me sentia responsável por sua segurança, por sua felicidade, por proteger nosso segredo a todo custo. A cada noite, eu me perguntava até quando poderíamos manter aquele jogo perigoso. A clandestinidade era excitante, mas insustentáv
Eu sei que minha mãe, apesar de sua compreensão silenciosa, sempre prezou pela família e pela sua segurança acima de tudo. E ela sabe, como eu sei, que a nossa relação coloca a todos em perigo. A promessa de Angela a outro homem, a possibilidade de uma guerra entre as famílias, o risco de perdermos tudo… tudo isso está presente na mente dela, e eu vejo essa preocupação refletida em seus olhos. Ela já apoiou o nosso amor o quanto pôde, mas agora o risco é grande demais. Ela já fez o que pôde para proteger a todos. E eu não sei até quando o segredo estará salvo. O olhar dela é um aviso, um prenúncio de que o nosso refúgio está prestes a ruir. A cada encontro, a sombra do conhecimento da minha mãe paira sobre nós, adicionando uma nova camada de angústia aos nossos momentos de paixão. A nossa bolha de amor, antes um refúgio seguro, agora se tornou um espaço instável, ameaçado por um perigo que se aproxima silenciosamente, um perigo que pode destruir tudo o que temos. E o olhar da m
Os dias seguintes foram complicados. Eu me esforçava para não transparecer para Angela o meu desespero, o turbilhão de emoções que me assolava. A cada instante, a possibilidade de sermos descobertos me assombrava, me sufocando. Angela, por sua vez, tentava fingir que estava bem, mas eu via o medo em seus olhos, a tensão em seus ombros, a fragilidade em seus gestos. Ela se esforçava para manter a calma, para me dar força, mas eu sabia que ela estava tão assustada quanto eu.Então, Nikolai apareceu. Acompanhado de seu subchefe. Foi um momento de tensão insuportável. O ar ficou pesado, carregado de um medo que transcendia as palavras. Eu sentia meu corpo enrijecer, meus músculos se contraindo, minha respiração se tornando superficial. O medo de ser descoberto, de que nossa verdade viesse à tona, me paralisava. Mas havia algo mais além do medo: uma raiva bruta, primitiva, que me consumia por dentro.Ver Nikolai ali, perto de Angela, me enchia de uma fúria incontrolável. Sua mão sobre o om
A imagem do meu pai, impassível e imponente, continuava a me assombrar. Sua ausência, sua impossibilidade de me oferecer apoio, amplificava minha sensação de solidão e fragilidade. Eu me sentia dividido entre a necessidade de compartilhar meu fardo e o medo de sua reação. Ele sempre fora um homem de ações firmes, de decisões inabaláveis, e a ideia de sua desaprovação me paralisava.Angela percebeu minha angústia. Em meio ao caos, ao medo constante de sermos descobertos, ela se tornou meu porto seguro, meu refúgio. Sem palavras, ela me abraçava, me confortava, me dava força. Seu amor, incondicional e inabalável, era o meu único consolo, a minha única esperança em meio àquela tempestade.— Preciso falar com alguém, Angela — confessei uma noite, a voz embargada pela emoção. — Preciso de ajuda.— Eu estou aqui, Richard — ela respondeu, sua voz suave e carinhosa. — Sempre estarei.Mas mesmo o seu apoio não era suficiente. A necessidade de um aliado, de alguém que pudesse me ajudar a
— Desconfiava que eles estivessem se encontrando, mas não pensei que tivesse chegado tão longe… — ela respondeu, sua voz quase inaudível.Ele me soltou, mas seu olhar continuou furioso, agora fixo em minha mãe.— Por que não me avisou antes, Amy? Teria mandado esse moleque para longe, teria impedido que essa loucura acontecesse… — ele a acusou, sua voz carregada de reprovação.— Eu… — ela tentou se defender, mas as palavras falharam.— Você também é culpada, Amy — ele a condenou, sua voz implacável.— Ela não tem culpa de nada, sou um homem, pai. Foi minha decisão — eu disse, defendendo minha mãe.___ E minha também tio, eu ano Richard — E por isso se entregou a ele? — meu pai perguntou a Angela, sua voz fria e implacável. — Você não tem ideia do preço que isso vai te custar!Pronto, Angela caiu no choro novamente.— Guarde suas lágrimas, você tem muito que chorar… — meu pai disse, sua voz dura e sem compaixão.— Não fale assim com ela, pai… — eu protestei, meu coração apertado ao ve
As palavras dele eram como facadas, e eu sentia a raiva crescendo dentro de mim. Cada insulto que ele lançava era um golpe, e não estava disposto a ficar em silêncio.— Você não sabe do que está falando, Aníbal! — eu gritei, a frustração transbordando. — Não sou um moleque! Eu amo a Angela, e isso é o que importa!— Amor? — ele riu, um som ácido e sarcástico. — Você acha que isso é amor? Você acabou de colocar uma marca na vida dela e na sua! Você acha que isso vai terminar bem?— Você não tem ideia do que estamos passando! — Angela gritou, suas palavras cheias de emoção. — Não é sua vida, não é sua decisão!Aníbal se virou para ela, o desprezo claro em seu olhar. — Você realmente acha que isso vai acabar bem? Eu sou o primeiro a ser morto por causa desse trato desfeito. E você, Richard, será o próximo.O ar ficou pesado com suas palavras, e eu percebi que ele estava falando sério. A ameaça pairava sobre nós como uma nuvem escura, e o medo começou a se infiltrar na minha determinação.
Com isso, Chloe se virou e saiu da sala, as portas se fechando com um estrondo que ressoou como um eco de sua dor. O que antes era uma discussão já tensa agora se tornara uma cena de desespero e traição. Angela desabou em prantos, as lágrimas escorrendo pelo rosto, a dor e a culpa tomando conta dela. Eu me aproximei, tentando confortá-la, mas me sentia impotente diante da situação. O que havia começado como um amor proibido agora se transformara em uma tempestade de emoções, atingindo todos ao nosso redor. — Angela, eu sinto muito — eu disse, tentando segurar suas mãos, mas ela se afastou, perdida em sua dor. — Isso não era o que eu queria. Ninguém esperava que as coisas chegassem a esse ponto. — Eu não queria causar isso — ela respondeu, a voz entrecortada pelas lágrimas. — Eu só queria ser feliz. O peso da culpa a consumia, e eu sabia que as palavras de Chloe haviam atingido um ponto sensível. A raiva e a frustração não eram apenas direcionadas a mim, mas a todos nós. Era com