O Bruce se aproximou, e eu fiquei em silêncio esperando a sua reação, ele olhou para a televisão, a desligou e disse: — Ainda está chateada comigo?
— Você foi rude comigo, e invasivo. — Eu disse me sentando na cama com cuidado.— Eu nunca conheci uma mulher como você. — Ele disse cabisbaixo. — Por isso agi como um idiota com você, eu sinto muito.— Como soube que eu estava aqui? — Eu perguntei confusa.— Eu estava visitando uma amiga, e vi você e o Lobo juntos.— Ele disse apontado para fora.Ele estava mentindo para mim, eu conseguia sentir e ver nos olhos dele, mas entrei na onda, eu precisava continuar com o plano de seduzir ele, eu sorri para ele e segurei a sua mão, eu percebi o seu semblante mudar e eu disse: — Não consigo ficar zangada com você.— Eu senti, tanta falta desses olhos. — Ele disse tocando em meu rosto, e eu fiquei corada.— Eu preciso descansar. — Eu disse sem graça.— Quando você terá alta? — Ele soltou o meu rosto e se afastou.— Hoje a noite. — Eu respirei fundo, animada.— Eu vou indo, então. — Ele disse cabisbaixo, e eu segurei a sua mão.— Bruce. — Eu disse, o puxando levemente para perto de mim, toquei suavemente o seu rosto, e lhe dei um selinho.Quando eu o soltei, ele me olhou de forma intimidadora, segurou o meu cabelo suavemente e me deu outro selinho intenso, e eu o interrompi e disse: — Eu acho melhor, você ir embora.— Tem razão, desculpe. — Ele soltou o meu cabelo, e ajeitou o seu terno. — Irei visitá-la em breve. — Ele mordeu o lábio, e saiu com um sorriso estampado em seu rosto.Toquei em meu lábio, e sorri envergonhada e disse: — É errado eu ter gostado disso? — Comecei a rir igual boba.O Bruce poderia sim, ser um homem perigoso, mas ele tinha suas virtudes, e eu estava adorando correr riscos, sempre existiu lá, no fundo, uma Maya sombria, que estava adormecida há muito tempo, e eu temia despertá-la.A minha tarde havia sido tediosa, olhei pela janela e já estava começando a escurecer, a enfermeira entrou no quarto e me auxiliou no banho, trocou os curativos, e me ajudou a trocar de roupa.Eu estava pronta para receber alta, eu caminhei calmamente até a recepção e assinei meus papéis de saída, e fiquei aguardando o Mike próximo à recepção. Uma mulher muito nervosa me chamou a atenção, ela gritou derrubando alguns objetos da recepção e disse: — Por que deixaram a minha filha sozinha no quarto? — A mulher estava aos prantos. — Ela está morta agora, e a culpa é de vocês! — Ela gritou desesperada, e os seguranças a seguraram e a levaram para outra sala.Ver aquela situação me deixou angustiada, me aproximei da recepção, e perguntei assustada para a recepcionista: — O que aconteceu?— Desculpe, não posso dar informações a respeito. — A recepcionista disse séria, voltando os olhos para o computador.— Minha mãe está hospitalizada aqui, se não for seguro para ela eu preciso saber. — Eu disse nervosa.— Desculpe, mas não posso dizer nada. — Ela disse ríspida.— Quer que eu grite para todo mundo, que este hospital é um risco para as pessoas? — Eu bati no balcão nervosa e algumas pessoas ficaram olhando.— Está bem. — A recepcionista disse perplexa. — A filha dessa senhora faleceu a algumas horas.— Isso, eu percebi. — Eu disse com desprezo. — Mas como isso aconteceu? — Eu sussurrei curiosa.— Ela havia fugido com o namorado, e desapareceu há algumas semanas atrás, a polícia a encontrou ontem a noite, ela estava desmaiada próxima a um parque, eles trouxeram ela para cá, ela ficou entubada, mas não resistiu. — A enfermeira disse tristemente.— O namorado foi preso? — Eu sussurrei, me aproximando.— Ainda não foi encontrado. — Ela disse cabisbaixa.— Obrigada. — Eu disse me afastando com tristeza.Os relacionamentos sempre me assustavam, nunca poderíamos saber o que o outro, seria capaz de fazer, me sentei desanimada, e fiquei pensando no que aquela pobre garota, devia ter passado, com o namorado assassino. Avistei o Mike, que me tirou daqueles pensamentos ruins, e acenei animada para ele, que fez uma cara de desprezo, me levantei com cuidado e ele disse: — Fico feliz, que não foi nada grave!— Olha só, você preocupado comigo. — Eu disse com ironia.— Não seja boba, vamos. — Ele disse sério.Fomos até o carro, e eu entrei com cuidado, o Mike entrou logo em seguida, e então ele dirigiu em direção a mansão do Lobo, no caminho fiquei observando as placas dos carros, era uma de minhas manias preferidas.Ao chegarmos na mansão, e ver todos os seguranças em volta, me lembrou o quanto ficar ali era tedioso, desci do carro com cuidado, e fui caminhando devagar, até entrar na casa. Avistei o Lobo na biblioteca, que ficou surpreso ao me ver chegar, ele saiu da biblioteca, se aproximou e disse preocupado: — É melhor não caminhar muito.— Não é nada de mais. — Eu disse ríspida.— É melhor se cuidar. — Ele ergueu as sobrancelhas, e disse sério. — Não me faça ficar gastando, tempo e dinheiro com você.— Não vou. — Eu disse ríspida, me sentando na poltrona da sala de estar. — O Bruce, me visitou no hospital hoje. — Eu sorri com desprezo.— Como ele soube? — Ele disse surpreso.— Ele nos viu na área de fumantes, enquanto visitava uma amiga. — Eu tirei meus sapatos e relaxei no sofá.— Não acredito que foi coincidência. — Ele disse soltando a gravata nervoso. — E sobre o que conversaram?— Ele disse que agiu como um idiota, blá blá blá... e depois nos beijamos. — Eu disse tocando meus lábios com um sorriso bobo.— Aquele cretino passou dos limites de novo. — Ele disse nervoso.Ele fez um sinal com as mãos para a empregada, e ela rapidamente pegou o copo de Uísque que estava na biblioteca, e o trouxe correndo. Fiquei chocada ao ver, que os empregados sabiam exatamente, o que ele queria, ele virou o copo de Uísque nervoso, e eu disse tentando acalmá-lo:— Ele não fez nada. — Eu me levantei e segurei meus sapatos na mão. — Fui eu, que o beijei. — Eu disse envergonhada.— Você o quê? — Ele me olhou furioso e segurou no meu braço com força.— O que foi? — Eu gritei nervosa. — Você pediu para seduzir ele. — Eu soltei meu braço, de suas mãos.— Seduzir, é diferente de ser acessível. — Ele disse ríspido, e balançou o copo, fazendo a empregada vir correndo para pegá-lo.— Acessível? — Eu olhei com raiva. — Não foi nada de mais. — Eu gritei.— Senhorita? — A outra empregada interrompeu com um buquê de rosas-vermelhas. — São para você. — Ela me entregou, e o Lobo tomou da minha mão.— Só pode ser brincadeira. — Ele disse nervoso, olhando para o bilhete que estava no buquê.— Quem mandou? — Eu tentei olhar, mas sem sucesso.— Jogue-as fora. — Ele disse entregando para a empregada.— Ei. — Eu disse nervosa. — São minhas. — Eu disse com tristeza ao ver a empregada levando-as embora.— Você é patética, sabia. — Ele me olhou com desprezo.— Quem mandou as flores? — Eu disse me aproximando dele com raiva.— O Bruce. — Ele me entregou o bilhete com a ponta dos dedos, e me olhou ríspido.No bilhete em papel azul-claro estava escrito: "Nunca conheci uma mulher tão incrível como você, se cuide, quero vê-la em breve". Eu soltei um grito animada, e disse: — Ele está apaixonado! Comecei a fazer uma dancinha com os braços, pois não podia movimentar a cintura, por conta da cirurgia, e eu disse novamente: — E olha que foi só um beijo bobo. — Eu balancei o bilhete para o Lobo, o provocando.Ele segurou a minha mão a apertando, e me puxou para perto dele, e disse sério: — Nem pense, em dormir com ele.— Eu não vou, estou apaixonada por outro homem. — Eu sorri, olhando em seus olhos.— É melhor, ir descansar. — Ele me soltou, e me olhou com desprezo.Concordei com a cabeça, e fui em direção a escada, tentei subir o primeiro degrau com cuidado, e o Lobo se aproximou e me pegou no colo, e eu disse o provocando: — Pensei que não fosse meu empregado.— Se me provocar, eu jogo você escada a baixo. — Ele disse ríspido.Eu conseguia sentir os seus músculos rígidos próximo ao meu corpo, sentir seu perfume me deixou hipnotizada, eu observei os seus lábios e a sua respiração irregular. Ao chegarmos na porta do quarto, ele me colocou no chão com cuidado, abriu a porta e disse ríspido: — Boa noite.— Obrigada. — Eu sorri sem jeito, colocando o cabelo atrás da orelha. — Ainda tem dificuldades para dormir? — Eu disse puxando assunto, enquanto ele se virava de costas para ir embora.— Às vezes. — Ele se virou de frente, e ergueu a sobrancelha como se lembrasse de algo. — Sempre que lembro daquela história boba que me contou, eu sinto sono. — Ele deu um sorriso de canto.— A história da mamãe urso, não é boba. — Eu sorri mordendo o lábio. — Você devia sorrir mais vezes, fica mais bonito assim. — Eu disse entrando no quarto.Ele balançou a cabeça e sorriu sem jeito, eu fechei a porta do quarto, e comecei a rir feito boba, e disse: — Ele ficou sem jeito, que fofo! — Senti uma dor na barriga. — Ops..., melhor não exagerar.Andei com cuidado, e fui até closet colocar o pijama, eu afofei os travesseiros para dormir, e logo apaguei de sono. Eu havia tido um sonho, muito estranho com o Lobo, ele estava deitado ao meu lado, e me abraçava enquanto eu dormia, parecia bem real.Acordei na manhã seguinte mais leve, as dores no abdômen havia diminuído, me arrastei até o banheiro e escovei os dentes, limpei meu curativo, e coloquei um vestido solto.Abri a porta do meu quarto animada, e me deparei com dois seguranças, e eu disse surpresa: — Bom dia, o que fazem aqui? — Eu tentei olhar para fora do quarto.— A senhorita não pode sair. — Um dos seguranças disse fazendo uma barreira.— O quê? — Eu disse nervosa. — Posso saber por quê? — Eu cruzei os braços.— São ordens do Lobo, você precisa ficar em repouso. — O Mike disse aparecendo na porta.— Isso é cárcere. — Eu gritei nervosa, tentando sair mais sem sucesso, com os seguranças a minha frente. — É só uma cirurgia de apêndice, não é nada de mais. — Eu disse esfregando o cabelo, com raiva.— Imaginei, que faria um escândalo. — O Lobo disse massageando as têmporas, enquanto aparecia na porta, e rapidamente os seguranças abriram caminho para que ele entrasse no quarto.— Se eu saísse desse quarto, aliás desse forte que você chama de casa, eu não estaria fazendo um escândalo. — Eu disse cutucando seu ombro nervosa, e os seguranças se aproximaram, e ele fez um sinal com as mãos, e eles pararam imediatamente.— Você desconhece a palavra limite, não é mesmo?! — Ele sorriu, e segurou a minha mão com força. — Eu preciso ter uma conversinha, com a senhorita. — Ele me olhou furioso. — Saiam agora. — Ele disse ríspido, e os seguranças ficaram paralisados na porta. — Eu mandei, vocês saírem. — Ele gritou nervoso, e os seguranças saíram imediatamente, ele me soltou e bateu a porta do quarto com força.Eu olhei assustada para a sua reação inesperada, e ele foi se aproximando com os olhos em chamas, e eu fui andando para trás, até encostar em uma das paredes. Ele apoiou as suas mãos na parede, me fazendo ficar presa e disse friamente: — Eu avisei para não passar dos limites. — Ele me olhou fixamente, e as minhas pernas bambearam.— Eu não gosto de ficar presa. — Eu disse trêmula, olhando os seus lábios.— Você tem que fazer o que eu m****r. — Ele se aproximou e sussurrou no meu ouvido. — Enquanto não pagar a dívida, você é minha.— Não pode me manter, prisioneira. — Eu disse desviando o olhar. — Eu não sou, um animal.— Devia ter pensando nisso, antes de fugir com um dinheiro que não é seu. — Ele segurou o meu queixo. — Não acha? — Ele deu um sorriso de canto.— Está bem, vou fazer o que quer, agora pode ir embora — Eu o olhei com desprezo, e tirei as suas mãos do meu rosto.— Eu não terminei. — Ele segurou o meu queixo novamente, e me deu um selinho suave.— Nick. — Eu disse olhando para os seus lábios, hipnotizada. — Porque fez isso?— Porque está me chamando de Nick? — Ele perguntou me pressionando contra a parede, me deixando sem reação. Ele segurou o meu rosto e disse: — Não gostou? — Ele sussurrou no meu ouvido. — Eu posso parar, se quiser.Ele beijou o meu pescoço suavemente, e eu fiquei em silêncio apreciando suas carícias, ele me olhou com malícia, e eu foquei os meus olhos em seus lábios rosados, e ele sussurrou: — Foi o que eu pensei.Ele me beijou novamente, e eu acariciei seus cabelos e ele foi subindo as suas mãos pelas minhas costas, por debaixo do vestido, e rapidamente soltou meu sutiã, ele mordeu o meu lábio e disse: — Você, quer mais? — Ele sorriu olhando para meu corpo, e eu concordei com a cabeça, e ele disse novamente: — Eu não sou seu, Maya. — Ele deu um sorriso sádico, segurou a minha cabeça, e sussurrou no meu ouvido: — Agora sabe como é a sensação, de querer algo que não pode ter.Ele me soltou, me deixando em transe, e ajeitou a sua gravata e disse: — A empregada vai trazer o café da manhã.Ele me olhou novamente de cima em baixo, e eu desviei o olhar sem graça, e ele sorriu e disse: — Divirta-se.Ele saiu do quarto sem muito cerimônia, e eu queria matá-lo naquele momento, e ele estava se vingando de mim, eu queria puni-lo de alguma forma, porque eu o desejava, e ele tinha razão, eu odiava desejar algo que eu não pudesse ter, e eu queria ele.Coloquei o meu sutiã, e respirei fundo para aliviar a tensão, a empregada entrou no quarto com o café da manhã, e colocou na escrivaninha, eu olhei com desprezo ao ver que novamente, tomaria sopa, mas mesmo assim, eu a agradeci, e me sentei para tomar a sopa.A sopa estava mais saborosa, do que a do hospital, após tomar a sopa, me levantei e olhei pela janela, e lá estava o Lobo na piscina tomando sol, com seu corpo esculpido. Ele me olhou por cima dos óculos escuros, tirou os óculos e deu uma piscadinha para mim com um sorriso sacana no rosto, eu olhei com a cara feia e fechei a cortina com raiva.A empregada pegou a bandeja com as sobras, e eu me deitei na cama, e fiquei ali criando teorias sobre mim e o Lobo, esperando o tempo passar, até que o escutei batidas na porta, e logo avistei o Bruce abrindo a porta com cuidado, um sorriso apareceu no meu rosto, mas logo sumiu ao ver o Lobo entrar com ele.— Como está? — O Bruce se aproximou e se sentou na ponta da cama, e segurou a minha mão.— Estou bem, na verdade, me sinto ótima. — Eu sorri com ironia. — Eu nem precisaria ficar presa em quarto. — Eu olhei com desprezo para o Lobo, que me olhou com reprovação.— Está mantendo ela presa? — O Bruce olhou sério para o Lobo.— Ela está exagerando. — Ele sorriu forçando a mandíbula. — É que me preocupo, que ela caia da escada. — Ele me olhou sério.— É você tem razão. — O Bruce me olhou preocupado. — Eu senti a sua falta. — Ele me deu um beijo na testa, e eu sorri olhando para o Lobo, que parecia furioso.— Logo, poderemos sair e fazer muitas coisas juntos, a sós. — Eu sorri para o Bruce, e olhei cínica para o Lobo.— Se o Lobo concordar, eu topo. — Ele disse sorrindo para o Lobo, que ergueu as sobrancelhas.— Não vejo problema, nenhum. — Ele disse se aproximando do Bruce, dando um tapinha em suas costas. — Minha priminha, está tão apaixonada por você, ela é incapaz de desejar outro homem. — O Lobo disse me olhando com malícia.— Fico feliz em saber disso. — O Bruce sorriu, acariciando as minhas mãos.— É verdade. — Eu dei um sorriso forçado. — Meu primo querido, até apoia se você e eu nos casarmos. — Eu me levantei da cama com cuidado. — Não é mesmo, priminho? — Eu sorri com ironia para o Lobo, que me olhou furioso.— É bom saber disso. — O Bruce disse sem graça. — É melhor eu ir embora, você precisa de repouso. — O Bruce se levantou, e se aproximou de mim. — Se cuida. — Ele me deu um selinho, me deixando sem jeito.— Vou me cuidar. — Eu olhei com malícia para o Lobo, que sorriu forçando a mandíbula para o Bruce.O Lobo acompanhou o Bruce até o andar de baixo, aproveitei a deixa, e tentei trancar a porta do quarto, mas sem sucesso, pois a maçaneta estava quebrada, desde que o Lobo havia arrombando a portada da última vez, andei rapidamente para o banheiro e tranquei a porta, o Lobo estava furioso por conta da minha imprudência. Me sentei no vaso, e fiquei ali trêmula, até que escutei ele entrar furioso no quarto, dava para escutar ele abrir a porta do closet, ele se aproximou do banheiro, tentou abrir a porta, e ao ver que estava trancada, deu socos e disse furioso: — Se não sair, eu vou arrombar a porta.— Por que está bravo comigo? — Eu gritei nervosa. — Eu fiz o que você queria, fiz ele acreditar que pode entrar para a família.— Abre a porta Maya. — Ele disse dando socos fortes.Respirei fundo, e envergonhada eu abri a porta, ele segurou o meu braço com raiva e disse: — Eu disse, para você fazer o que eu m****r. — Ele sacudiu o meu braço, e eu gemi fingindo estar com dor no abdômen, para que ele me soltasse.— Está bem. — Eu menti, colocando a mão na barriga. — Farei o que você quiser! — Eu gemi.— Está tudo bem? — Ele me soltou, e me olhou preocupado.— Só estou com um pouco de dor. — Eu menti andando devagar em direção a cama.— Não fique andando. — Ele me pegou no colo, e me colocou na cama.— Obrigada. — Eu menti cabisbaixa.— Descanse. — Ele disse sem jeito, e eu concordei com a cabeça.Ele respirou fundo, e saiu do quarto, e um sorriso bobo surgiu em meu rosto, por sorte eu havia escapado das garras furiosas do Lobo. Depois que ele saiu, fiquei a toa caminhando pelo quarto, esperando o tempo passar, até que entrei no closet, e comecei a organizar as roupas que estavam nas sacolas, até que senti algo pequeno, preso na prateleira de cima. Curiosa, peguei a cadeira da penteadeira, e arrastei até o closet, e subi para olhar o que havia na prateleira de cima, ao olhar fiquei surpresa, havia um botão vermelho.Olhei para o botão com dúvida, e fiquei me perguntando se seria uma boa ideia apertá-lo, respirei fundo e apertei o botão, e uma parte da prateleira subiu, e eu disse surpresa: — Um compartimento, secreto. — Eu puxei a parte de cima, e havia um caderno preto dentro.Escutei batidas na porta, e então escondi o caderno entre as roupas, e empurrei a prateleira no lugar, quando desci da cadeira, tomei um susto, dando de cara com o Mike.— O que está fazendo? — Ele disse analisando tudo em volta.— Arrumando a roupas. — Eu disse animada. — É que eu estava entediada. — Coloquei a mão na cintura ofegante.— Estava subindo na cadeira? — Ele disse nervoso ao ver a cadeira.— Eu não alcançava a parte de cima. — Eu disse sem graça. — Mas, já terminei.— Vejo que se sente melhor. — Ele disse com desprezo, olhando as roupas jogadas.— Que ótima notícia. — O Lobo disse aparecendo atrás do Mike como um fantasma, me assustando. — Vejo que está bem apta.— Ele disse sério, soltando a gravata.— Apta, eu? — Eu sorri trêmula. — Claro que não. — Eu disse acoada em meio as roupas.— Mike, nos deixe a sós. — Ele disse sério, fazendo um sinal com as mãos.— Sim, senhor. — O Mike disse obediente.O Lobo se aproximou de mim, e jogou no chão as roupas que eu estava segurando e com um olhar frio, ele disse: — Eu tenho sido muito paciente com você.— Se é sobre o casamento, eu só fiz o que você pediu. — Eu disse com ironia, me afastando para trás.— Que bom que tocou nesse assunto. — Ele deu um sorriso maléfico tirando a sua gravata a jogando no chão, ele se aproximou de mim, me fazendo ficar contra a parede do fundo do closet. — Você quer casar com ele? — Ele apoiou o seu braço próximo a minha cabeça.— Se for preciso, para pagar a minha dívida, eu caso. — Eu disse séria, olhando em seus olhos.— Não foi essa a pergunta. — Ele acariciou o meu rosto, e em seguida segurou meu queixo. — Perguntei, se você quer casar com ele. — Ele trouxe o meu queixo para perto dos seus lábios. — Você quer?— Estou apaixonada, por outro homem. — Eu disse séria.— Boa menina, é uma ótima resposta. — Ele sussurrou, e me deu um beijo suave, e novamente eu não resisti, ele puxou o meu corpo para perto e eu pude sentir os seus músculos contraídos. Eu passei a mão no seu peitoral, e desabotoei alguns botões da sua camisa, e acariciei as suas costas, eu podia sentir o desenho da sua tatuagem.Seus lábios macios desceram até o meu pescoço, e ele foi subindo a sua mão por baixo do meu vestido, ele apertou a minha bunda com força, me olhou sedento e disse: — Vai fazer, o que eu m****r a partir de agora. — Eu sorri para ele, e fiquei em silêncio. — Você escutou? — Ele segurou o meu rosto e me olhou sério.— Eu não sou, seu brinquedinho. — Eu sorri e tirei a sua mão do meu rosto, e acariciei a sua barriga com a ponta do dedo.— Que pena. — Ele pegou a minha mão, me olhou com malícia e deu um beijo suave, nas pontas dos meus dedos. — Eu ia adorar, brincar com você.— Pensando por esse lado, talvez eu goste disso. — Eu mordi o lábio, e ele puxou o meu corpo de novo para perto, e me deu um beijo intenso, ele acariciou meus seios e deu uma mordida suave no meu lábio.Escutamos batidas insistentes na porta, ele parou o beijo, e deu um sorriso de canto, e eu disse: — É melhor você, ir.— Essa conversa, não acabou. — Ele disse passando a mão no meu lábio, e eu concordei com a cabeça.Ele sorriu, e abotoou a sua camisa, eu peguei a sua gravata do chão, e coloquei em volta do seu pescoço, e fiz um nó torto, ele olhou para a gravata torta e começamos a rir, e ele disse: — Você é péssima nisso. — Ele bagunçou o meu cabelo me deixando corada, e depois eu fiquei admirando ele sair do quarto, enquanto tentava ajeitar a gravata.Quando ele saiu do quarto, eu voltei o meu foco para o livro que eu havia encontrado, eu o procurei desesperada em meio as roupas, até que o encontrei.Me sentei na cadeira para ler, e ao abrir o livro me deparei com a foto da mulher que assombrava a casa, com uma criança, e embaixo da foto estava escrito: "Margareth e Nicolai Sánchez."— É a mãe, dele mesmo. — Eu disse em choque.Eu queria muito saber, o que havia acontecido com ela, mas não tinha coragem de perguntar ao Lobo, peguei o diário e me deitei na cama para lê-lo, havia muitas fotos soltas dentro dele. Com cuidado, eu li o primeiro trecho que estava escrito: "Querido diário, venho dizer que o meu tempo neste mundo será passageiro, a doença está tomando conta de mim, eu já não me reconheço mais. Me isolei totalmente das pessoas, inclusive do meu filho querido, que não entende muito bem o que está acontecendo, eu me sinto desolada, mas guardo no meu coração apenas as boas lembranças, apesar das circunstâncias."Ler aquele trecho partiu o meu coração, o Lobo deve ter sofrido muito com a partida de sua mãe, continuei folheando o diário que havia poucas escritas, e muitas fotos coladas, de momentos bem descontraídos de sua mãe, com várias datas em cada foto.Eles faziam muitos bailes em sua casa, em uma das fotos era possível ver o Lobo com os seus 8 anos, de terno e gravata borboleta, abraçado ao lado de sua mãe, ela sorria apertando a sua bochecha, eles pareciam muito felizes.Ver aquelas fotos de momentos tão felizes, me fez entender o porquê do diário ser tão curto, e ter muitas fotos. Ela queria uma lembrança viva de tudo aquilo.Peguei as fotos e guardei-as de volta no diário, me levantei da cama e guardei o diário na gaveta da penteadeira, eu queria mostrar ao Lobo, mas no momento certo.O Lobo estava me fazendo ceder e eu não podia, pois havia feito uma promessa para mim mesma, de que jamais me apaixonaria, parecia um devaneio meu prometer algo assim, mas eu tinha medo de conhecer um homem como meu pai. Meu pai era um bom homem, mas mesmo sendo um bom homem nem tudo era perfeito, ele privou a vida da minha mãe assim que se casaram, ele vivia apostando em jogos, mas nunca deixava a minha mamãe ajudá-lo a pagar as dívidas e com o tempo nos afogamos nas dívidas.Em uma noite muito fria, meu pai trancou a mamãe e a Beth para fora de casa, ele estava bêbado no sofá, enquanto a mamãe e a Beth passavam frio do lado de fora batendo insistentemente na porta. Quando cheguei da faculdade, e vi aquela situação, eu esqueci totalmente do quanto eu amava o papai, quebrei a janela da sala com os meus livros e depois pulei para dentro de casa. Meu pai ficou furioso com aquilo e me de
Acordei e o Lobo ainda estava ao meu lado dormindo profundamente, olhei para seu rosto angelical com tristeza, eu queria saber o que se passava naquela mente confusa. Por que eu não poderia amá-lo? O que havia de errado com ele?Eu estava me apegando a ele, e o apego emocional não correspondido era o pior sentimento para mim, me levantei e fui até o banheiro, me olhei no espelho e lavei o rosto, depois enchi a água da banheira e coloquei algumas gotas de essência floral na água. Tirei meu
Eu havia tido um sonho turbulento, sonhei que estava caminhando em uma floresta escura e um Lobo negro começou a me perseguir, meu coração acelerava a cada vez que eu corria, até que cheguei em um precipício, eu dei passos lentos de costas indo cada vez mais perto da borda enquanto o Lobo furioso mostrava seus dentes e se aproximava cada vez mais, o Lobo deu um salto e com o susto eu acordei.Abri os olhos e o sol estava refletindo o meu rosto, o Lobo estava sentando em frente a penteadeira folheando o di&aa
A minha vida havia mudado por conta de um pequeno ser que crescia dentro de mim, e que deixava as minhas emoções a flor da pele, havia momentos em que eu me sentia perdida e desesperada, e havia momentos emocionantes como quando eu sentia o bebê se mover dentro de mim, aquilo fazia eu me sentir viva novamente.O tempo passou e eu não podia continuar fugindo, eu precisava seguir em frente, o Lobo havia sumido do mapa há seis meses, e eu me odiava por sentir saudades dele e torcia para que o bebê nã
Os meses passaram muito rápido, eu já havia me habituado a casa e as rotinas como mãe, eu e o Lobo mesmo conversando todos os dias por chamada de vídeo ainda sentia a sua falta, e a sua proteção.Eu estava ansiosa para recebê-lo em casa, então comecei a organizar um belo jantar, o Lobo havia atrasado sua vinda por causa de problemas com o hotel, mas eu iria compensá-lo por todos esses meses distantes.
Sempre achei que fosse uma viajante neste mundo, mas no fundo eu apenas fugia como um animal acuado com medo de ser vista pelos humanos, sempre que as responsabilidades vinham à tona eu corria como se o tempo e espaço não existissem. E para isso eu tenho a minha própria casa de rodas, aliás a minha amiga e companheira de estrada Lisa, além de um belo trailer a Lisa faz a mágica acontecer literalmente, aqui recebo os meus clientes que desejam ver o futuro, essas pobres almas desesperadas em busca de uma pequena gota de esperança.Escutei batidas insistentes na porta, me remexi na cama tentando ignorá-la, mas a visita não pretendia ir embora, me arrastei até a porta e afastei levemente a cortina, e a fechei rapidamente para não ser vista.- Maya, eu te vi. – O Mike disse furioso dando dois socos na porta. – Não espere muito, é fácil derrubar essa porta.<
Sempre gostei de jogos, e mesmo não sendo tão boa na jogatina, eu sempre fui muito esperta quando se tratava de dinheiro. Mas agora o jogo seria bem diferente, era a minha dívida de liberdade, pagando a dívida a minha rotina de viajar com a Lisa em paz seria retomada, e eu nunca mais precisaria me preocupar com o Lobo me seguindo.Chegamos a uma mansão rodeada de seguranças armados, avistei o Lobo de terno, estava bem apresentável, ele sorriu assim que avistou o carro chegando, respirei fundo enquanto um dos seguranças abria a porta, e desci de uma forma suave tentando esconder o nervosismo. Com todos esses seguranças, eu temia que não seria uma tarefa tão simples.O Lobo se aproximou, e sussurrou no meu ouvido: — Por favor, seja discreta. - Eu fiquei corada com seu tom de voz.— Está muito fácil, qual é a pegadinha? — Sussurrei de volta o provocando.
O tédio tomou conta de mim, eu odiava não ter o que fazer, meu corpo era como uma lâmpada, apagada eu não serviria para nada, eu precisava iluminar o local. Curiosa fui conhecer cada pedaço da mansão do Lobo, havia muitos quadros barrocos pela casa, tudo era bem antigo e refinado, no jardim havia esculturas brancas de anjos, a grama era padronizada, parecia que eu estava em um filme de época, a diferença é que haviam seguranças armados por todos os lados.O tour pela casa logo me cansou, não consegui ver todos os quartos, tudo estava muito metódico para mim, até que uma ideia surgiu na minha cabeça, então me aproximei de um dos seguranças e disse:— Consegue um aparelho de som?— Preciso verificar. — O segurança disse sério.— Verificar? — Eu disse nervosa. — Eu sou uma visitante especial, quer que