LORE Thomas estava sentado ao meu lado. O convenci a me levar em uma boate, qual as minhas amigas havia me chamado. Como meus pais não estavam em casa, eu só poderia sair se o segurança e o motorista me levasse, mas ele não havia curtido a ideia de primeira. O alto encarava uma garota dançando no Pole Dance. Observava seus movimentos atentamente. De uns dias para cá, o Benjamin o colocou para ser meu segurança particular. Sidney sempre falava que o alto ao meu lado era muito bonito, e ela estava certa. Thomas tinha vinte e cinco anos. Tinha braços e pernas fortes, era alto, barriga sarada. Eu já o vi treinando algumas vezes. Cabelo preto, olhos castanhos, rosto liso, maxilar bem desenhado e um olhar sério. Sempre usava terno e hoje não seria diferente. Sua mão esquerda segurava um copo com água de coco e a minha, vodca com algo misturado. Eu não sabia o que estava dentro, e o Thomas tinha me repreendido por isso. Ele parecia um irmão mais velho. Eu gostava dele. Era o melhor entre t
LORE Engoli seco e olhei pro Thomas. Ele me olhava bravo e curioso, esperando o que iria sair da minha boca. — Thomas, pegue a Sidney e a leve para casa. — falei. — E os seus pais? — perguntou. Ele me olhava decepcionado. — Pode dizer que ela está comigo. — ouvi Ruel dizer. — Lore? — o homem alto me olhou. — Diga para eles que chegarei em casa pela manhã. Apenas isso. — pedi. Ruel se virou e começou a andar, passando por Thomas, que me encarava de longe. Acenei pro bartender e avistei meu sobretudo em cima de outro balcão. Que horas eu o coloquei ali? — Meu casaco. — eu disse, batendo em suas costas. Foda-se! Seu segurança pega ele para você. — deu de ombros ainda me levando para fora. Ruel passou pelo corredor da boate arrancando olhares confusos e curiosos de pessoas que andavam por ali. Rolei os olhos derrotada e descansei o corpo em cima dele. Quando saímos do local, o loiro ainda me mantinha em seu ombro. Ele parou e tirou sua chave do bolso traseiro. Virou seu rosto e a
Contém Gatilho. RUEL Passando pela sala de treinando, onde meu pai me fez treinar autodefesa e tiros, corri meus olhos pelos sacos de pancada, correntes, cassetetes e outras coisas. Olhei de relance para o pequeno armário, lá ficavam os kits de primeiros socorros, garrafa de água e mais objetos que são usados durante os treinos. A minha direita estava uma tabela grande, com cabines separadas e alvos em sua frente, quais são usadas para a prática de tiros. Os óculos, as proteções de ouvidos e as armas estavam guardados em outro armário. Esse local resume toda a minha adolescência. Eu ficava muito tempo aqui, treinando e passando noites sem dormir. Era horrível, mas por um lado agradeço, já que sou ótimo em luta corporal, e com uma arma na mão. Essa pequena residência com três cômodos fica situada no interior da casa principal, a qual se encontrava há alguns metros à frente. A primeira sala é usada para treinamentos, a segunda para o escritório do Ralph, e a do fundo aloja alguns dos
Contém Gatilho.RUEL~~~Entrei no colégio assim que saí do carro. Hoje o time de basquete jogaria com o time do colégio rival. Andei até a quadra, já vendo os adversários vestidos e se aquecendo. Não havia nenhum sinal do Shawn, nem da Lore ou dos outros caras. Onde eles estavam?Os alunos e líderes de torcidas já estavam aqui. No meio da arquibancada vi as amigas da Lore e a Anne, e neguei para mim mesmo, quando considerei perguntar onde o Carter estaria.Molhei os lábios colocando o celular no bolso, corri os olhos pela quadra e encarei o vestiário. Com certeza eles estariam lá, mas confirmei quando o Tom saiu. Ele estava irritado. Caminhou em passos rápidos procurando alguém. Encarava seriamente a multidão com o maxilar trincado e lábios pressionados.Me aproximei já tomando sua atenção para mim. O garoto alto andou em minha direção. Seu rosto demonstrava raiva. Parecia possesso. Que porra aconteceu?— Cadê o Shawn? — perguntei.— Vestiário.— O que aconteceu? — estreitei os olhos
Contém Gatilho.LORE— O que ele falou para você? — Ruel perguntou enquanto alisava minha mão, que seguravam o volante do seu carro.Me concentrei na estrada antes de respondê-lo. Riki Nakamura é um garoto transferido e jogador do time de basquete do colégio rival. Morava no japão há um mês. Ele entrou no vestiário enquanto eu ajeitava as coisas para o Shawn e os meninos por lá. Disse meu nome e que me conhecia, mas eu não sabia quem ele era. Depois o japonês falou sabia do sequestro, e que ele era amigo do Ruel. Se aproximou e deixou uma marca no meu pescoço, e pediu para eu mostrar para o Vincent, mas Tom e os caras chegaram quando ele passou suas mãos pelo meu corpo e começou a falar coisas sujas.Eu tentei me afastar, mas ele era forte. Seus braços eram musculosos e o garoto era alto. Cabelo caído pro lado. Vestia um jeans claro e moletom preto. Parecia que não era um jogador.Shawn se aproximou quando ele foi embora, mas Tom foi atrás do Riki, e não demorou para que o Ruel aparece
Contém Gatilho. LORE — Lore... — começou. — Faço coisas. — suspirou. — Eu não posso contar o quê, mas são coisas ruins. — Shii. — eu disse com nossas bocas coladas. — Não me interessa. Eu não quero saber o que é. — falei. — Se isso vai me fazer odiar você, apenas se certifique de eu nunca ficar sabendo, ok? — fechei os olhos enquanto roçava nossos lábios. Vincent assentiu devagar, mas era notável a dor em sua voz e em seu rosto. Mesmo estando curiosa, eu não quero saber. Só quero ele para mim. — Promete me dar a chance de poder te contar tudo um dia? — perguntou enquanto tirava a minha blusa e desabotoava minha calça. — Sim. — respondi. Agora apenas de calcinha, Ruel me encarou e passou seus dedos em minha cicatriz. Me olhou repreendendo a si mesmo, e neguei, reprovando o que ele iria acabar de dizer. Ele pediria desculpas pelo sequestro, mas a culpa não era dele, e sim do Benjamin. Aquela família me sequestrou e fez coisas horríveis comigo por causa dele. — Não. — murmurei, c
RUEL Assim que desliguei a câmera do escritório do Benjamin e do corredor que levava até ele, eu caminhei. Lore fez um ótimo trabalho em tirar os seguranças da sala, mas tô curioso em saber como ela fez isso. A garota disse que ela faria do jeito dela, e admito que isso me deixou excitado. A sua certeza e postura forte. Orlando era cheia de surpresas. Com a chave que a garota me deu, coloquei na fechadura, girei o objeto, abrindo a porta e passando pela por ela. Corri os olhos pelo local enorme, indo em direção para sua mesa. Abri as gavetas, tirando os papéis de lá e jogando no mesmo lugar quando vi serem prestações de contas e outras coisas que pertencia a sua empresa. Andei até sua estante, pegando alguns livros e abrindo-os, na esperança de achar algo no meio deles, ou até presos nas folhas, mas logo repreendi e rolei os olhos. O Benjamin não seria burro o suficiente para deixar qualquer coisa aqui. Abri mais uma gaveta assim que voltei para a sua mesa, tirando um envelope pret
RUEL A garota aproximou seus dedos da minha boca, e puxei a fumaça também. Continuei dirigindo para onde eu pretendia ir. Lore continuou fumando seu cigarro enquanto encarava a rua passando lá fora. Estava com a cabeça escorada no vidro fechado da janela. — Aumente a velocidade. — pediu e olhei para ela. — Tem certeza? Ela assentiu e colocou o cinto. Passei a marcha e aumentei a velocidade, fazendo Orlando se inclinar para frente, sorte que a fita em sua cintura a protegia do impacto. A garota sorriu, colocou as mãos no painel e me olhou. Seu rosto relaxado e gostando da sensação que sentia. A adrenalina estava visível em seus olhos. Ela estava linda. As ruas e as luzes dos postes passavam como um borrão. Não conseguíamos ver as expressões nos rostos das pessoas que passavam, mas com certeza elas estavam assustadas e repreendendo minha ação. Eu estava pouco me fodendo. Quando chegamos, parei o carro e descemos. Lore me olhou confusa e curiosa. Encarava o local em nossa frente e p