Contém Gatilho. LORE Sua mão esquerda guiava o volante enquanto a outra distribuía carinhos em minha coxa. Decidi responder às meninas. Elas marcaram de sair no próximo final de semana, mas meu aniversário já estava próximo. Com certeza, as garotas realizarão algo para mim. Sempre fazem alguns dias antes, já que meus pais preferem que eu passe com eles. Encarei o enorme portão se aproximando. Já tínhamos entrado na propriedade da minha família e eu nem percebi. Dessa vez havia sido rápido. De longe vi Amélia e minha mãe ao lado de um homem alto. Eu não o conhecia. Vinnie se aproximou bem-vestido e se juntou a eles. Seus olhares pararam em nós quando o Ruel parou o carro e eu desci do seu veículo. O loiro desceu em seguida. Carla se aproximava ao lado da sua irmã. Elas se pareciam, ambas com cabelos negros e corpos parecidos. — Lá vem... — falei baixo, indo de encontro. — Querida! — minha tia disse. — Como você está crescida e tão linda... — sorriu. — Obrigada! — falei. Ela abriu
RUEL Nós dois estávamos destinados a sermos de uma família de merda. Com os pais que fazem coisas horríveis conosco. Nos agridem, escondem coisas e nos maltratam. Eu não entendia o porquê do meu pai me agredir sempre que estava irritado ou de mau-humor. Na verdade, ainda não entendo, mas sei que por mais que ele tente se redimir ou mudar, eu não o perdoaria. Nunca o perdoarei. Eu o odeio e sempre odiarei por ter me destruído e destruído minha infância e juventude. Lore não sabia que a sua vida era uma mentira. Não sabia que o seu pai não era o seu verdadeiro pai. E não consigo imaginar o que ela sentirá quando finalmente descobrir. Sua vida já está uma bagunça. Eu: Como você está? Orlando: Eu só preciso de você. Por quê? Algo mais havia acontecido? Será que o Benjamin fez mais alguma coisa? Eu: Aconteceu mais alguma coisa? Orlando: Não. É só que eu... Segurei o telefone e encarei a tela esperando o que ela estava escrevendo. Eu estava nervoso e ansioso. Orlando: Eu só quero f
LOREHaviam se passado três dias depois do que aconteceu no meu quarto. Eu e o Ruel não tocamos mais no assunto, achamos melhor assim. Estávamos bem até então. Hora e outra íamos para a sua casa ou para qualquer lugar que não seja a minha. Ele fazia de tudo para que eu não ficasse no mesmo lugar que o meu pai, e como o velho não parava em casa, tudo ficava mais fácil.Eu estava afastava de todos. Preferi assim, pois eu precisava de um tempo deles. Queria espaço. Ainda estava magoada com as palavras que o Benjamin usou comigo e chateada com Carla por deixar ele dizer tudo aquilo na frente dos meus tios e dos convidados. Vinnie tentava puxar assunto comigo algumas vezes, mas eu sempre respondia o loiro de forma seca ou direta. Estava envergonhada por ele te presenciado tal humilhação.Meu aniversário é depois de amanhã e as meninas estão resolvendo o que faremos hoje a noite. Discutiam sobre fazermos uma festa, mas logo desistiram, pois elas sabiam que eu não gostava de coisa exagerada,
LOREO restante da tarde se resumiu em piscina, baseado e bebidas. Seguindo exatamente essa sequência. Minhas amigas e os amigos do Ruel eram como um só. Todos gostavam das mesmas coisas e mesmas músicas. Exceto a Ariel. Essa não gostava de fumar e nem de exagerar no álcool. Ela também era chata para algumas músicas, mas eu a amava. Amo todas elas.Nenhum de nós trocamos de roupa. Não estávamos nos importando para isso. Apenas ligamos para alguns amigos do colégio, os quais eu tinha aproximação, e para Julie. Eu gostava dela. Era amiga do Ruel, e parece que o loiro a considerava muito.Agora sentados em uma roda grande, todos encaravam o céu estrelado. Uma nuvem tapava uma boa parte da lua.Será que ia chover?Eu estava escorada no meio das pernas do Ruel. Ele estava com um cigarro nos lábios e uma garrafa de cerveja ao lado do seu corpo, a qual eu pegava hora e outra para beber.Ariel estava sentada ao lado do Cameron. Usava um moletom por cima do biquíni. Seu namorado estava levando
RUELCruzei os braços enquanto esperava Kate terminar de correr o seu lápis preto na folha em suas mãos. Ela desenhava algum modelo de vestido para sua nova coleção. Minha mãe me chamou para a sua sala assim que cheguei em casa. Aqui cheirava a seu perfume doce, vinho e folhas novas. Um manequim ficava no canto, o qual estava sendo coberto com uma tela preta.Kate me olhou após colocar o papel em cima da sua mesa e sorriu. Um sorriso largo que me fazia desconfiar.Por que ela estava tão feliz? Isso é duvidoso.— Venha aqui. — falou, pegando sua taça de sempre. — Veja se ficou bom.Estreitei os olhos e me aproximei. Isso era uma novidade. A senhora Orlando não me mostrava seus modelos novos. Eu e o Ralph ficávamos sabendo só depois dos lançamentos.O vestido era da cor preta. Longo. Um corpete de tule na parte de cima, com um decote simples e um bojo, ambos com alguns detalhes pretos. Nos braços uma tela longa com alguns desenhos, pareciam flores, da mesma cor. Outro tule em cima do te
RUEL— Não estou brincando, linda. — ri. — Marquei uma luta sua com a Julie hoje. Começa em alguns minutos, então eu aconselho que você se troque logo.— Ruel, mas que... — reclamou. — Você poderia ter me avisado...— Aí não seria uma surpresa.— Mas eu nem sei lutar, porra! — ela disse irritada, mas seus olhos estavam excitantes.— E nem precisa... — comecei. — No momento. — completei. — Só faça o que fizemos naquele dia. Julie também não costuma lutar, Lore. Você vai se sair bem.Vimos Abraham subir no ringue e pegar o microfone.— A próxima luta será de duas garotas... — ele disse, com a voz firme. — Lore e Julie. A garota do Evans e a irmã do Jacob. — explicou. — Começará em breve. Façam suas apostas!— Eu disse! — olhei para a garota.Lore abriu a boca e pressionou os lábios em seguida, mas um sorriso foi dado por ela.— Por isso a roupa fácil de tirar? — perguntou rindo e assenti. — Você é um cretino, Ruel.— Eu sei! — sorri. — Tem roupas para você no vestiário. Vista-se.Lore a
LOREEstiquei meus pés pelo lençol da cama, deslizando e procurando as pernas do loiro, mas não estavam ali. Abri os olhos, correndo os mesmos pelo quarto e nada. Talvez ele estivesse lá em baixo. Bocejei ainda sonolenta e sentei na cama. Frestas do sol entravam pela janela que iluminavam boa parte do cômodo.Meu rosto doía, consequência da luta de ontem, mas tenho certeza que Julie sentia o mesmo. Ruel me deixou surpresa. Ele mesmo recusou quando eu disse que queria lutar, mas logo marcou uma para mim. Aquele garoto era cheio de surpresas.Peguei meu telefone, já vendo inúmeras mensagens das meninas e de outras pessoas. Todas elas me parabenizando, e agradeci, logo deixando o aparelho na cama.Molhei os lábios enquanto andava até o banheiro, onde lavei o rosto, prendi o cabelo e escovei os dentes. Ruel tinha colocado uma escova para mim. Voltei para o quarto vestindo uma das suas camisas largas e olhei para a porta quando um barulho ecoou lá fora. Era de guitarra. Não me diga que ele
LOREAmélia sorriu e eu subi para o meu quarto, vendo um envelope com a carteira de motorista dentro em cima da minha cama. Coloquei a mochila no canto, e entrei no banheiro, começando a tomar um banho demorado e relaxante. Ao sair, vesti uma calça moletom e uma blusa qualquer.Minha mãe descia as escadas. Usava um vestido longo e solto no corpo. Ele amarrava em seu pescoço e era de seda. Seu salto curto fazia barulho toda vez que se chocava com o piso liso. A senhora Orlando olhou para trás, notando minha presença e esperou que eu me aproximasse.Ela estava com uma expressão calma e relaxada. Estendeu sua mão e levei a minha ao seu encontro, juntando as duas.— Feliz aniversário, boneca! — beijou minha cabeça. — O que pretende fazer hoje?— Ai, meu Deus! — comecei. — Todos resolveram perguntar isso hoje?— Por quê? É ruim?— Não. Só é cansativo. — molhei os lábios. — Não sei o que responder. Não tenho nada em mente ainda.— Os Evans nos convidaram para um jantar em sua casa hoje a no