Lara tamborilava os dedos impacientemente na lateral da perna enquanto observava Noah caminhar pelo corredor. Sua postura era impecável, e aquele sorriso – o sorriso que fazia todas as garotas perderem o fôlego – parecia ainda mais brilhante quando ele virou-se para Sophia, segurando sua mão com uma naturalidade irritante.
Lara Narrando — Vamos fingir que estamos namorando — digo rompendo o silêncio ao meu redor. Lucas, que estava absorto tentando entender tudo o que acontecia, arregalou os olhos e a encarou, confuso. — O quê? Cruzei os braços e inclinei a cabeça, observando Sophia e Noah com um olhar afiado enquanto o casal se despedia. Noah, antes de partir, lançou uma piscadela para Sophia, o que fez as bochechas dela corarem. A cena fez o meu estômago embrulhar. — É isso mesmo que você ouviu — responde, e um sorriso malicioso foi se formando em meu rosto. — Nós fingimos que estamos juntos. Assim, o Noah finalmente me nota. — fiz uma pausa dramática antes de acrescentar: — E, de quebra, você atrai a atenção da sua... amiga especial. Lucas piscou, ainda processando. — Mas por que faríamos isso? — perguntou, desconfiado. revirei os olhos, exasperada. — Nossa, mas tu é lento, hein, virgão? — soltei uma risadinha zombeteira. — É óbvio: pro Noah me enxergar de verdade e pra Sophia começar a te olhar com outros olhos. Ela é bem comum, mas até que tem seu charme fofinho. — Para de me provocar! — Lucas protestou, franzindo o cenho. — Só estou sendo realista, — retruquei, virando-me para ele e estreitando os olhos com um sorriso provocativo. — Enquanto você fica aí, com cara de quem nunca teve um beijo decente, o Noah tá aproveitando aquele corpinho dela... Lucas Narrando As palavras de Lara me atingiram como um soco. Eu tentei ignorar, mas minha mente parecia ter vida própria. De repente, imagens começaram a se formar. Sophia estava deitada numa cama, seus cabelos espalhados sobre o travesseiro. Ela estava sem camisa, apenas de sutiã, e sua expressão era doce, com um brilho suave nos olhos. — Por favor, faz com carinho, tá? — disse ela, com uma voz suave, quase sensual. — Tá — respondeu Noah, que pairava sobre ela, os músculos delineados debaixo da camisa aberta. Noah inclinava-se lentamente, pronto para beijá-la. Lucas podia ouvir o som abafado de suas respirações se encontrando. —Não! — murmurei, balançando a cabeça com força, afastando aquelas imagens da minha mente. Piscou, tentando me concentrar novamente, mas a sensação incômoda permanecia. O silêncio entre nos era estranho agora. Ela me olhava de lado, com as sobrancelhas arqueadas, mas não dizia nada, provavelmente satisfeita com a minha reação. eu, encontra partida, sentia um nó no estômago que parecia impossível de desfazer. — Vai responder não? — Lara perguntou com uma sobrancelha arqueada, os braços cruzados e a paciência claramente se esvaindo. — Me deixa — resmunguei, tentando evitar o olhar dela. — Aposto que é broxa — provocou ela, inclinando o rosto para mais perto do meu. — E se for? — rebati, olhando para cima com irritação. — Não é problema seu. De repente, como um furacão, Lara avançou em minha direção. Antes que eu pudesse reagir, ela me pegou pela gola da camisa novamente, sua expressão furiosa a centímetros do meu rosto. — Que droga, garoto! É melhor me dar uma resposta agora! — ela gritou, seus olhos faiscando. — E espero que seja uma resposta bem satisfatória ou seu precioso vai conhecer a potência do meu chute. Só de imaginar a cena, uma dor fantasma tomou conta de mim. — Olha como você está me tratando! — gritei de volta, tentando me soltar de suas mãos. — Acha mesmo que alguém vai acreditar que estamos namorando? — Só tem que aceitar namorar comigo! — ela vociferou ainda mais alto. — O resto deixa comigo. Lara narrando Eu o soltei com força, e ele caiu de bunda no chão com um baque. Ainda bufando, minha respiração saía pesada. Preciso me acalmar, pensei, mesmo que a vontade de matar esse virgão continuasse latejando dentro de mim. Mas não posso… preciso dele para o meu plano. — Ok… — ele murmurou, a voz tão baixa que mal consegui ouvir. — Eu aceito ser seu namorado. Um sorriso largo tomou conta do meu rosto. — Isso aí, virgão! — gargalhei, cruzando os braços com um ar vitorioso. — Vamos dar nosso melhor e pegar o que é nosso. Ele ainda estava sentado no chão, olhando para o chão como se quisesse que ele o engolisse. — Mas, para isso dar certo, vamos ter que ser bem convincentes — ele disse, levantando os olhos timidamente. Com um sorriso maroto, inclinei-me para ele e estendi a mão. — Deixa comigo, meu bem. — Falei com uma voz propositalmente sensual. Lucas Narrando Aceitei a mão dela, meio relutante, e me levantei enquanto tentava processar tudo o que estava acontecendo. Lara estava muito perto de mim, e eu comecei a imaginar coisas inevitáveis… — Pera, pera. — Ergui uma mão como quem tenta pausar um filme. — O que foi? — ela perguntou, inclinando levemente a cabeça para o lado. Engoli seco. — Você sabe que vamos ter que fazer… aquelas coisas de casal, certo? — gaguejei, enquanto cenas mentais invadiam minha cabeça: nós andando de mãos dadas, ela colocando comida na minha boca, e, claro, nós nos beijando. Meu rosto ficou quente, como se alguém tivesse acendido um maçarico. Sem saber o que fazer, abracei meus joelhos e escondi o rosto entre eles. — O que foi? Tá ficando envergonhadinho, virgão? — Lara falou com aquela voz maliciosa, que me fez erguer os olhos apenas para vê-la inclinada para frente, um sorriso provocante no rosto. Meus olhos, infelizmente, não resistiram e foram atraídos pelo decote dela, que estava inclinado o suficiente para quase revelar tudo. Senti meu rosto queimar ainda mais. — N-Não é isso… — comecei a dizer, mas não terminei a frase. — Não se preocupe, seu virgão — ela disse, sentando-se ao meu lado de forma casual. Seus movimentos eram tão naturais que, quando ela envolveu seu braço no meu, seus seios encostaram levemente no meu cotovelo. Fiquei petrificado, e ela continuou com um tom reconfortante: — Mesmo que a gente tenha que fazer essas coisas de casal, vai ficar tudo bem. Eu prometo. Eu queria acreditar nela, mas com ela tão próxima e seu toque quente no meu braço, eu só conseguia pensar em como minha vida acabara de virar de cabeça para baixo.Lucas narrando — L-Lara… — chamei, sentindo meu rosto esquentar mais do que deveria. — O que foi, mozão? — ela perguntou, inclinando-se levemente para sussurrar no meu ouvido com aquela voz sensual de antes. — S-seus s-seios estão… — gaguejei, desviando o olhar enquanto o calor subia pelo meu rosto. — E-estão encostando… Aí, que calorão, meu Pai… Lara soltou uma risada suave e continuou a falar próximo ao meu ouvido: — Não se preocupe com isso… — a voz dela era baixa, mas carregava uma malícia que me deixava ainda mais desconfortável. — Nem com nada. Eu vou me esforçar para ser a melhor namorada do mundo, então conto com você, hein. — Pera, pera aí! — exclamei, afastando meu rosto dela. — Você realmente aceitaria um cara como eu? Lara narrando Eu mal pude conter o sorriso enquanto percebia as pessoas ao redor começando a se juntar. Meu plano estava funcionando melhor do que eu esperava. — Olha só, mozão… — provoquei, apontando com o queixo para o pequeno grupo que começava a
Lucas Narrando Não acredito que a gente se beijou de verdade. E o mais inacreditável é que ela não recuou, ela deixou que eu a beijasse e ainda retribuiu o beijo. "Será que fui bem?" Penso, batendo os dedos na mesa. — Ei — Gabriel, me cutuca, fazendo voltar para a realidade. — Desculpa, cara, tava tentando passar a matéria da prova mentalmente. — Blz, — disse Gabriel. — Mas e aí, onde você estava no primeiro período? Não te vi, achei que tinha morrido! "Eu estava na quadra, beijando a Lara" penso "mas não posso te falar isso. Pelo menos não agora." Lara Narrando Continuei sorrindo até o Virgão sumir do meu campo de visão e, quando isso aconteceu, caí de joelhos. — Seu virgão idiota, digo para mim mesma. Eu não disse que era para ser na boca! No dia seguinte... Lucas Narrando — Lucas, Lucas, eu podia ouvir em alto e bom som a voz de Sophia me chamando. — Acorda, Luquinhas, se não vou ter que te dar um beijinho para te acordar! — Aí, que soninho, digo, fazend
Lara narrando “Nossa, Noah… Que coincidência te encontrar aqui!” Enquanto caminho pelo salão do karaokê, com as luzes piscando e a música ambiente preenchendo o ar, me deparo com Noah encostado em uma das paredes, sorrindo timidamente. Ele veste aquela jaqueta casual que sempre me faz lembrar do verão, e seus olhos se arregalam por um instante quando me vê. — É mesmo? — diz ele, com um tom sem graça, enquanto ajeita os fones de ouvido. A música aumenta e, de repente, Noah começa a cantar: — “Oh, my darling, your English is perfect…” Não pude evitar soltar uma risada debochada e, com um sorriso largo, exclamo: — Nossa, Noah, seu inglês é perfeito! Parece até que você é um americano! Ele cora e, meio envergonhado, interrompe a canção: — Para com isso, Lara… Não sou tão bom assim. Mas, olha, eu sei que você é bem melhor. Enquanto fala, ele me estende o microfone com um gesto brincalhão. — Toma aqui — diz, e eu, toda abobada, recebo o aparelho com um misto de surpres
Lucas estava sentado no terceiro degrau da escada que levava à entrada principal do prédio da faculdade. Os corredores já estavam quase desertos, e a luz amarelada do entardecer entrava pelas grandes janelas, projetando sombras longas no chão. Em suas mãos, o celular, inclinado em um ângulo estratégico, exibia os gráficos vibrantes de eFootball. Ele mantinha o olhar fixo na tela, os dedos deslizando freneticamente sobre os botões virtuais enquanto coordenava ataques rápidos. — Vai, vai, passa pra ele! — murmurou, inclinando levemente o corpo como se isso pudesse ajudar seu atacante digital a driblar o goleiro adversário. Ao seu lado, Gabriel, seu melhor amigo, observava a partida com olhos atentos. Gabriel era o oposto de Lucas em vários aspectos. Enquanto Lucas era alto, magro e usava óculos de armação grossa, Gabriel era um pouco mais baixo, com cabelo bagunçado que parecia nunca ter visto um pente. Ele vestia uma camiseta preta com o logo de uma banda de rock dos anos 80 que
O som estridente do sinal ecoou pelos corredores, anunciando o início das aulas. Lucas correu pelos azulejos brilhantes do corredor principal, ainda com o celular em mãos. — Fala sério! — esbravejou, parando subitamente para ajustar a mochila. — Eu achei que daria tempo de jogar mais uma! — Ele bufou, guardando o celular no bolso de trás da calça jeans. — Agora vou ter que esperar até o intervalo pra pegar aquele jogador. Gabriel, que caminhava ao seu lado com uma expressão relaxada, apenas colocou uma mão no ombro do amigo, lançando-lhe um olhar simpático que parecia dizer: "sinto muito, cara." — Valeu pela solidariedade — murmurou Lucas com sarcasmo. Os dois seguiram juntos pelo corredor até o momento em que se separaram, cada um indo para sua respectiva sala. Lucas entrou na sua turma e foi direto para o fundo da sala, seu lugar habitual. Ele gostava de sentar ali, onde podia observar tudo sem ser notado. A sala era ampla, com janelas altas que deixavam entrar a luz da ma