O Julgamento de Lyra

Mansão Grimfange – Sala Principal

Bran, Kaelen e Roric estavam sentados, os rostos impassíveis enquanto escutavam Stefan e Scott relataram o que havia acontecido. O silêncio na sala era quase sufocante. Lyra permanecia no sofá, com os olhos fixos no chão, as mãos trêmulas.

Bran foi o primeiro a quebrar o silêncio, sua voz carregada de frieza.

— Então foi isso… você se envolveu com um vampiro.

Kaelen bufou, descrente.

— Que estupidez, Lyra. Você tem noção do que fez?

Roric, o mais jovem, mas não menos cruel, olhou diretamente para Stefan e Scott.

— E vocês acham que o Conselho vai deixar isso passar? Não estamos falando de qualquer um. O Conselho da França já deve estar ciente.

Stefan cruzou os braços, a expressão sombria.

— Sabemos disso.

Scott recostou-se na poltrona, o maxilar travado.

— Ulrich, Vladimir e Gregor são implacáveis. Não há segundas chances para quem desafia as leis deles. Se descobrirem que Lyra quebrou essa regra, não hesitarão em vir atrás dela.

Bran apertou os olhos em um olhar calculista.

— Vocês sabem o que precisa ser feito. Se ela não mudar, se não aprender a respeitar as leis… ela será a próxima a ser caçada.

Kaelen olhou para Lyra com desprezo.

— E você? Ainda pensa em desafiar tudo por esse vampiro?

Lyra ergueu a cabeça, os olhos vermelhos de choro, mas ainda brilhando com rebeldia.

— Eu o amo.

Roric bateu a mão no braço da poltrona, a paciência se esgotando.

— O amor não significa nada quando a lei fala mais alto! Se continuar assim, Lyra, você estará morta antes do próximo ciclo da lua.

Stefan se levantou, sua voz firme como aço.

— Ela vai mudar. Não há outra escolha.

Scott lançou um olhar duro para a irmã.

— Lyra, goste ou não, sua vida agora está por um fio. Você precisa esquecer esse vampiro… ou estará cavando sua própria cova.

O silêncio caiu sobre a sala novamente. A decisão estava tomada.

Lyra não tinha mais saída.

Cena: A Aparição da Deusa da Lua

Mansão Grimfange – Sala Principal

O silêncio tenso dominava o ambiente. As palavras frias de Scott e Stefan ainda ecoavam na mente de Lyra, mas antes que qualquer resposta pudesse ser dada, um vento gélido soprou pela sala, apagando algumas velas.

Uma presença sobrenatural tomou conta do espaço. As sombras se alongaram, e uma luz prateada brilhou no centro da sala. Uma figura etérea emergiu, tomando forma aos poucos. Seus olhos brilhavam como a própria lua, sua presença era divina.

Eirwen, a Deusa da Lua, estava ali.

Todos os lobos se levantaram instantaneamente, baixando a cabeça em reverência. O poder dela os envolvia, deixando cada fibra de seus corpos em alerta.

— Bran Storm… — a voz da Deusa ecoou como um sussurro e um trovão ao mesmo tempo.

Bran ergueu os olhos devagar, seu lobo, Thorin, rugindo dentro de si. O chamado era inegável.

— Você foi escolhido. — a Deusa continuou. — Sua alma está ligada a outra. Isadora Grimfange… ela é sua companheira.

Isadora arregalou os olhos, levando a mão ao peito. Uma energia intensa a atravessou, e dentro dela, Aella, sua loba, uivou ao sentir a presença de Thorin.

Bran cerrou os punhos. Seu peito queimava, e seus olhos dourados brilharam intensamente ao encarar Isadora.

Kaelen e Roric trocaram olhares surpresos, enquanto Stefan e Scott absorvem a revelação.

— É impossível… — murmurou Kaelen.

Mas não havia dúvidas.

A Deusa da Lua havia falado.

A presença de Eirwen começou a se dissipar, como uma névoa prateada se desfazendo ao vento. Mas antes de desaparecer por completo, sua voz soou uma última vez.

— Aceitem seus destinos. Pois a lua nunca erra.

E então, ela se foi.

A sala ficou em completo silêncio.

Isadora e Bran se encararam. A ligação entre eles pulsava, inegável. O destino havia sido selado.

O Destino de Isadora

Mansão Gimnofange – Sala Principal

O silêncio ainda pairava no ar após a aparição da Deusa da Lua. Todos estavam absorvendo suas palavras, mas Lyra sentia o sangue ferver. Ela se levantou de repente, os olhos brilhando em frustração.

— Então é isso? Você só aceita, Isadora? Aceita que a Deusa da Lua decida seu destino sem questionar?

Isadora virou-se para a irmã, o olhar tranquilo, mas firme.

— Lyra, você sabe que a Deusa da Lua nunca erra.

— Mas e se você não quiser? — Lyra insistiu, gesticulando irritada. — E se você não quiser esse o Bran?

Scott cruzou os braços, sua voz séria.

— Isso não é uma questão de querer ou não. A Deusa da Lua sabe o que faz. Você sabe disso, Lyra. Sempre foi assim.

Stefan assentiu, a expressão rígida.

— Se Eirwen escolheu Isadora para Bran, então esse é o caminho certo.

Isadora respirou fundo, sentindo o peso da revelação, mas ao mesmo tempo… algo dentro dela se encaixava perfeitamente. Aella, sua loba, uivava dentro dela, reconhecendo a ligação com Thorin, o lobo de Bran.

— Eu aceito.

Lyra cerrou os punhos, seus olhos brilhando com raiva e incredulidade.

— Claro que aceita. Você sempre aceita tudo. Mas e eu? Eu não posso nem amar quem eu quero!

Kaelen lançou um olhar afiado para Lyra.

— Você está questionando a Deusa da Lua?

Rhys, que até então estava em silêncio, soltou um suspiro pesado.

— A Deusa da Lua não une lobos e vampiros, Lyra. Você sabe disso. O que você fez foi contra as leis dos dois mundos.

Lyra respirou fundo, tentando controlar a revolta dentro de si. Mas sabia que não havia argumento.

A Deusa da Lua nunca errava.

Sempre foi assim. Sempre seria assim.

Cena: O Destino de Lyra e Roric

Mansão Gimnofange – Sala Principal

Lyra lançou um olhar puro desdém para Bran e depois para sua irmã Isadora. Ela simplesmente não conseguia aceitar como Isadora podia apenas se curvar a um destino imposto sem questionar.

— Você realmente vai aceitar isso, Isadora? Apenas porque a Deusa da Lua decidiu?

Antes que Isadora pudesse responder, um vento frio percorreu a sala, e a sombra etérea da Deusa da Lua, Eirwen, manifestou-se novamente. Seu brilho prateado iluminou cada canto da mansão, e sua presença fez todos se curvarem em respeito – todos, menos Lyra, que mantinha o olhar fixo na divindade.

Eirwen voltou seu olhar celestial para Lyra, sua voz ecoando por toda a sala.

— Lyra, você questiona minhas escolhas?

A loba hesitou, mas manteve a postura firme.

— Sim. Eu não aceito que decidam por mim!

A Deusa da Lua então desviou seu olhar para Roric, o irmão mais novo de Bran. Os olhos de Lyra se arregalaram quando percebeu que a energia ao redor dele parecia se conectar com a dela.

— Você, Roric, será o destino de Lyra. Em cinco dias, terá que marcar ela como sua companheira. Da mesma forma, Bran marcará Isadora no mesmo período. Seus destinos estão traçados agora para sempre.

Lyra sentiu seu corpo inteiro estremecer. Sua loba, Isis, rosnou dentro dela, reagindo instintivamente à presença de Odin, o lobo de Roric. O vínculo começava a se formar, invisível, mas inquebrável.

— Não! Isso não pode acontecer! — Lyra gritou, tentando resistir à ligação crescente.

Roric, sempre frio e implacável, olhou para Lyra sem demonstrar emoção. Mas dentro dele, Odin já havia reconhecido Isis.

Eirwen ergueu a cabeça e sua voz preencheu o ambiente mais uma vez.

— Lutem contra isso se quiserem, mas não podem mudar o que já está escrito. A lua nunca se engana. Em cinco dias, seus destinos estarão selados.

A Deusa desapareceu, deixando um silêncio pesado na sala.

Lyra ofegava, sentindo-se presa a algo que não podia controlar.

Roric apenas a observava, sabendo que, não importava o quanto ela resistisse, o destino já havia decidido.

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