A madrugada seguia silenciosa, mas no quarto de Roric, o ar estava carregado.Lyra, deitada ao lado dele, suava intensamente, seu corpo estremecendo como se estivesse em um transe profundo. Pequenos gemidos escapavam de seus lábios entreabertos, e seu cheiro… aquele aroma intoxicante estava se espalhando pelo quarto de forma avassaladora.Roric abriu os olhos de súbito, sentindo seu lobo rugir dentro dele. O cheiro era tão forte que fez seus músculos tensionarem, o desejo incendiando cada célula do seu corpo.Ele passou a mão pelo rosto, tentando recuperar o controle, mas era quase impossível. O lobo dentro dele queria reivindicá-la de novo. Seu olhar desceu para Lyra, que ainda dormia, seu peito subindo e descendo rapidamente, os feromônios dela descontrolados.— Maldição… — ele rosnou baixinho, sentindo suas garras ameaçarem emergir.Lyra não tinha culpa. Na noite anterior, ele já havia tomado para si, marcado seu corpo… mas agora, algo estava diferente. Aquilo não era apenas um ci
Lyra piscou lentamente, o olhar perdido ao redor do quarto. Seu corpo ainda tremia, os ecos do pesadelo reverberando dentro dela. Quando seus olhos encontraram os de Roric, sua expressão se tornou ainda mais confusa. — O que... o que eu tô fazendo aqui? — Sua voz saiu hesitante, e ela franziu o cenho. Roric sentiu um aperto no peito. Ele não gostou da forma como ela olhou para ele—como se não soubesse o motivo de estar ali. — No meu quarto? — Ele perguntou, a voz grave. Ela assentiu devagar, olhando ao redor como se tentasse juntar as peças do que havia acontecido. — Lyra... — Stefan cruzou os braços. — Você não lembra de nada? Ela passou a mão pelo rosto, os pensamentos nebulosos. — Eu lembro de... estar na mansão, lembro de beber um pouco na festa... depois disso... — Seu olhar voltou para Roric. — Como eu vim parar aqui? Scott e Stefan trocaram um olhar. Algo estava errado. Roric cerrou os punhos, tentando controlar a onda de emoções que o dominava. — Você não se
Alastor sentia o cheiro úmido da floresta enquanto caminhava ao lado de Adam. Seu corpo ainda carregava as marcas da prisão no castelo de seu pai, Oberon. Ele havia sido arrancado à força da cerimônia de marcação de Lyra, obrigado a assistir enquanto outro tomava para si o que ele mais desejava.— Você não deveria ter voltado — resmungou Adam, lançando um olhar atento para os arredores. — Se o seu pai descobrir, ele vai mandar caçadores atrás de você.— Eu não me importo — Alastor apertou os punhos. — Lyra... ela...Ele hesitou. A lembrança da voz dela, do toque, dos momentos roubados antes do destino ser cruel com eles, o consumia. Ele sabia que não podia tê-la de volta, mas apagar suas memórias havia sido a única maneira de poupá-la do sofrimento.— O que foi? — Adam franziu a testa.— Aquilo — disse Alastor, apontando para algo à frente.Uma chácara. Escondida no fundo da floresta, cercada por sombras e mistério. Nenhum deles sabia que havia alguém vivendo ali. O cheiro no ar era
Malachi esfregou o rosto, sentindo uma dor de cabeça crescente. Aquilo só piorava.Adam continuava falando, gesticulando irritado.— Tio, deixa a gente ficar aqui. Se o tio Oberon descobrir que ajudei essa mula a fugir do castelo e fazer essa besteira, ele vai me matar! — Ele deu um tapa na cabeça de Alastor, que resmungou. — E não só isso. Os lobos fizeram ele assistir a marcação, tio! O Roric ia matar o alastor!Varg cruzou os braços, sua expressão endureceu.— E então Oberon apareceu e levou Alastor. — completou Malachi, sua voz carregada de desaprovação. — E agora ele foge de novo, apaga a memória da loba e se esconde aqui?Adam assentiu.— Exatamente. E agora estamos ferrados! — Ele lançou um olhar de exasperação para o primo. — Você não aprende!— Eu fiz o que precisava ser feito. — Alastor respondeu, sua voz firme, mesmo depois de mais um tapa de Adam.Asmodeus observava tudo em silêncio, analisando.— Vocês acham mesmo que Roric não vai perceber? — Ele arqueou uma sobrancelh
— Quem é ela? — Alastor perguntou, observando Asmodeus levar Hanna escada acima.Varg cruzou os braços e respondeu com um tom indiferente:— Não é ninguém do seu interesse.Adam, impaciente, não conseguiu se conter:— Como assim "ninguém"? Ela apareceu do nada e Asmodeus a levou direto para cima!Malachi suspirou, encarando os mais jovens com seriedade.— Se for para ficar aqui, fiquem calados e não façam perguntas.O silêncio tomou conta do ambiente, mas a curiosidade queimava nos olhos de Alastor e Adam. Quem era aquela garota? E por que Malachi não queria que ninguém soubesse?Asmodeus entrou no quarto com Hanna, fechando a porta atrás de si. O silêncio da noite envolvia o ambiente, mas a mente dela fervilhava com perguntas.— Quem eram aqueles vampiros lá embaixo? — Hanna quebrou o silêncio, encarando-o com olhos curiosos.Asmodeus suspirou, passando a mão pelos cabelos antes de responder:— Alastor e Adam são sobrinhos de Malachi. Eles fazem parte do clã, mas você precisa ter cui
Esses conselhos são os guardiões das tradições e não aceitam que suas leis sejam quebradas. Se um lobo ou vampiro ousar desafiar suas regras, sofrerá consequências terríveis.Aqui estão os nomes dos conselhos mais velhos e rigorosos de lobos e vampiros:Conselho Ancestral dos LobosEste conselho é formado por seis homens e duas mulheres, sendo os mais antigos e respeitados entre os lobos. Eles são extremamente rigorosos e não aceitam a mistura de espécies, especialmente entre lobos e vampiros.Ulrich – O líder do conselho, um lobo implacável e tradicionalista.Vladimir – Um estrategista frio, responsável pelas leis mais severas.Gregor – O mais velho do grupo, sábio e temido.Ezekiel – Um lobo impiedoso, defensor da pureza da linhagem.Alaric – Guerreiro feroz, não aceita questionamentos.Darius – O mais silencioso, mas mortal quando provocado.Helga – Uma das duas mulheres do conselho, cruel e respeitada.Sybilla – A única que às vezes questiona as decisões, mas nunca desafia diretam
A noite estava fria, a lua cheia brilhava intensamente no céu escuro, lançando seu brilho prateado sobre a floresta densa. No topo de uma colina, de frente para o território da alcateia, Stefan Gimnofange observava o horizonte com olhar penetrante. Ao seu lado, Scott Gimnofange permanecia em silêncio, os braços cruzados, sua postura firme e imponente como sempre. Ambos haviam sido escolhidos pela Deusa da Lua, Arwen, um reconhecimento de sua força e dever como líderes da alcateia.Dentro deles, os lobos falavam.— Algo está errado... a voz fria de Valinor, o lobo de Scott, ecoou em sua mente.— Há inquietação na alcateia. Ragnar, o lobo de Stefan, respondeu de forma igualmente séria.Scott virou-se levemente para o irmão mais velho. — O conselho está inquieto. Ouvi rumores de que houve um encontro entre um lobo e um vampiro. Mais uma tolice que precisaremos resolver antes que vire uma ameaça real."Stefan permaneceu imóvel, sua mandíbula travada. — Se houver traidores entre nós, serão
A floresta estava tomada pela tensão. Stefan e Scott estavam prontos para encerrar aquela vergonha. Os irmãos Valkyrie aguardavam, impacientes, enquanto Malachi olhava para Alastor com puro desprezo.Então, uma presença ainda mais imponente se fez sentir. O vento cortante pareceu congelar o ar, e até os lobisomens sentiram o peso da chegada dele.Oberon.O vampiro mais antigo e temido emergiu das sombras, sua postura impecável e seu olhar afiado como lâminas. Ele não veio negociar. Ele veio para encerrar aquilo.— Lobos, não estamos aqui para discussões inúteis. Vocês sabem o que deve ser feito.Stefan manteve a expressão fria, mas Scott sorriu de lado, já prevendo o desfecho.— Finalmente, um vampiro que entende as regras.Alastor sentiu o peito apertar. Oberon o olhava como se ele não passasse de um tolo ingênuo.— Você envergonhou nosso nome, Alastor. Mas não vou permitir que essa mancha continue a existir.Ele virou-se para Stefan e Scott, sua voz carregada de autoridade.— Levem