CAPÍTULO 05.

Supremo.

— Supremo mandou me chamar?

— Poisé!— Olhei para a loira de olhos castanhos — Pode sentar-se. Como está Luana?

— Agradecida!— se sentou— encontro-me bem. E vossa excelência?

— Não tão bem. Preciso de seus serviços! Você se formou em pedagogia, não é?

— É.

— Então preciso que assine a transferência para Seton Hall University e cuide de alguém por mim. Uma estudante.

— E quem seria?— passei a ficha para ela. — Harmless?— ela olhou para mim embasbacada — eu conheço esse rosto… ela… eu pensei que estivesse...quer dizer todos pensam assim...como? — ficou alguns segundos sem fala — É a sua irmã!

— Pelos vistos você ainda se recorda, faz sentido você ter por aí quinze anos quando aquilo aconteceu!

— Sim...mas como isso é possível?

— Os detalhes não importam agora. O importante é que tu cuides dela por mim, até que eu venha a buscar.

— Eu ainda estou surpresa!— colocou as mãos na cabeça — Ela está em perigo não é?! Por isso a escondeu. Mas de que perigo estamos falando?

— Tyler!— pude ver seu corpo se arrepiar, e sua loba estremecer.

— Mas...ele não estava morto?

— Nunca esteve— Perplexa puxou o ar — Creio que seus capangas estejam de olho nela. Então é necessário que tomes conta dela até lá. E não conte a ninguém acerca, nem ao seu pai!

— Mas ele merece saber. Ele sofreu quando soube que sua irmã e sobrinho estavam mortos.

— E continuar sendo assim. Afinal de contas, uma delas está morta e outra estará se você não cumprir com seu dever.

— Isso não é certo.

— Luana Andastebol, você está proibida de revelar essa informação ao Alpha Christopher e qualquer pessoa que seja.

Ela me encarou por segundos.

— Como o Supremo desejar.

— Pode sair!

— Sim, vossa majestade. -- ela se levantou, fez uma vênia e se retirou. Dei um suspiro olhando para o relógio no teto.

Droga.

O relógio rachou e caiu. Não consigo me acalmar. Eu preciso a ver, preciso ter certeza que ela está bem.

Peguei no celular e liguei para Kayane, preciso que ele faça algo por mim.

(...)

Obviamente ele não concordou a primeira com minha proposta, afinal, não é corriqueiro ver o supremo aparecendo em qualquer tipo de instituições.

Mas que outra escolha eu tenho, isso é tudo culpa dele, ele só tinha de a manter em Brooklin por mais alguns meses, eu viria a levar.

Se ele não concordou com minha aparição na faculdade em que Less esta estalada, imagina quando ele ouviu acerca da selecção. A décadas que nenhum supremo ou fala realiza uma selecção, para escolher sua companheira. Já que em norma, a escolha é espontânea.

A questão é, porque eu me preocupo em o consultar antes de colocar meu plano em prática. E a resposta para isso, é simples, um tanto complexa. Apesar de eu ser o Supremo, Kayane é meu tio, eu sei que a maior parte dos meus tios estão vivos. Mas, ele foi o único aquém confiei o segredo da minha família. Ele foi o único irmão da minha mãe que decidiu seguir sua vida, longe da realeza, recomeçado sua vida do zero, como um cidadão qualquer.

E não posso esconder o fato, que ele foi o irmão mais amado pela minha mãe. Eles tinham uma espécie de respeito mútuo, que enchia meu coração de alegria.

— Isso pode levantar suspeitas.— ele disse.

— Estou disposto a arriscar. Quem me garante que Taylor já não mandou seus capangas atrás dela? Não posso correr risco.

— Eu sei.

— Então me apoio.

— No que um velho babão, esquecido pela realeza poderá te ajudar?

— No momento certo saberá.

{•••}

Harmless.

— O profissional de Artes e Design precisa ser uma pessoa criativa, curiosa, com facilidade de expressar sentimentos e emoções e de grande senso estético. Ele deve estar pronto para lidar com diversas ferramentas e modos de expressão, de pincéis e instrumentos musicais até programas de computador. Talento e técnica contam muito, mas é preciso também dominar conceitos teóricos e ter conhecimento da realidade cultural na qual se trabalha, sempre com olhar crítico. — toda a quinta-feira, após o pequeno almoço. Tenho palestra obrigatória.

Até pouco tempo, eu pensava que desenhar. Era só. Me deixar levar pela minha imaginação. E transcrever tudo para um papel. Mas aqui, agente apreende que desenhar está para além de transcrever nossa imaginação para um simples papel. Aprende a seguir regras.

(...)

Às vezes não tem nada ver, com estar rodeado de pessoas e se sentir importante em suas vidas. Quando se está acostumado com a solidão. O verdadeiro sentimento de saber, você está sozinho, você veio sozinho e vai terminar sozinho no mundo.

Torna-se inevitável a sensação de vazio no peito. Lutando, e buscando em tudo, na literatura, na natureza, na luxúria, no mundo, para tentar preencher esse vazio. Preencher esse sentimento de "sou inútil" o sentimento de "sou mais um no mundo, não faço diferença, mais um número que irá acabar se extinguindo com essa existência vá, opaca e tola".

Quem é você no meio de mais de dois bilhões de habitantes numa simples localidade, só para não contar com as províncias, país e o próprio globo terrestre. Nada. Ninguém.

Uma simples e mera humana, que existe graças ao desejo egoísta de uma entidade.

É assim que me sinto a maior parte das vezes. Sozinha.

Por isso crio sonhos, crio metas, objetivos, princípios, personalidade. Tudo isso, para fugir a minha natureza vazia.

Vazio. É tudo que sinto desde que despertei num nevasca, completamente ensanguentada de um sangue que não era meu.

Quem eu sou. É uma questão que me diz milhares de vezes. Eu sou Harmless. É o que me respondo. Mas depois vem as milhas de questões antagónicas. Será que já tive uma família? Já fui feliz? Meus pais me amaram ou fui abandonada? Por céus, quem sou eu?

Eu sou Harmless, amiga de Epilson e filha adotiva de Kayane.

Meu coração sangra. Se quebra em milhares, estilhaçado. Porque no fundo de meu âmago, eu sei. Que não sou ninguém. Além de uma personagem figurante e sofredora.

— Oi desculpa, estás aqui desde o início das aulas. — me viro para carteira de trás. Para poder encarar a ruiva que fala comigo.

— Sim.

— Você pode me emprestar seu cadernos para tirar apontamentos?

— É… poder eu posso, mas também preciso dele para estudar.

— Eu sou irei tirar fotos. Será rapidinho.

— Tudo bem. Pode ser. — tiro o caderno da minha carteira e coloco sobre a dela. Ela tira seu smartphone e começa a tirar fotos das matérias.

— Muito obrigada. — ela faz uma pausa — Vocês já fizeram alguma avalição?

— Não não.

— Iniciaram a muito tempo?

— Não. Só temos uma semana de aulas.

— Ufa! Ainda bem. Pensei que estivesse muito atrasada. — sorri — muito obrigada, colega.

Sorriu de volta, enquanto vejo suas silhueta se afastando. Pego no meu caderno e meto na minha pasta e sigo para próxima aula que será na aula de informática.

Essa é a aula com menos interação. Tudo mundo fica preocupado é entender o software e hardware e seu computador do que jogar conversa fora. Porquê aprender o manuseio do computador não é fácil, a faculdade exige que saibamos desde sua programação até o mínimos detalhes de sua formação e operação. Para depois entramos na parte, em que aprendemos desenhos geométricos.

E, merda. Eu sou péssima nisso, sinto isso.

Depois da aula de informática foi a aula de desenho de mão livre quem supervisiona é a docente Luana. Ela parece a lua mesmo. Pele pálida, olhos azuis até parecem pequenas estrelas, seu cabelo logo e escuro como a noite, seus lábios tem uma camada fina e delicada de batom rosa. Usa roupas justas e formas.

Essa vai ser nossa primeira aula com ela, sendo que na semana passada não fomos apresentados a todos os docentes.

— Antes de darmos partidas a nossa aula, eu gostaria que cada um se levantasse e se apresentando, dizendo seu nome, localidade e o que lhe incentivou a fazer esse curso. Como vocês sabem, essa cadeira é precedente, estaremos juntos até o final do curso. Então acho feio agente não se familiarizar enquanto estaremos juntos por tanto tempo. — Ela disse com um sorriso cortês.

Ou seja, ela não está pedindo, nem informando, nem obrigando. Só dizendo o que deve se feito. O que é meio assustador. Talvez seja só a primeira impressão. Talvez ela não seja tudo isso.

Então cada um dos meus vinte e cinco colegas se levantou para se apresentar. Quando chegou minha vez, eu meio que gel. Estava parecendo Android tentando reiniciar.

— Boa tarde a todos, chamo-me Harmless, sou de Brooklyn. Eu decidi fazer esse curso porque…— para alguns segundos para processar, nunca tinha parado para pensar no curso como um todo. Um motivo forte, irrevogável que me fez o escolher— É porque eu desejo me libertar das correntes que me prendem. E atingir o apce desse trajeto. Para ser reconhecida não sou pela camada de pele até me diferencia de muitos, mas sim, pelas minhas conquistas.

A docente fica um tempo me encarando. Do mesmo jeito que a lua ilumina um viajante no deserto.

— E qual seriam essas conquistas?— pergunta depois de estalar a língua.

— Eu ainda não sei!— sorriu constrangida— o destino irá decidir, confirme meus méritos.

Ela ficou um tempo me encarando. Depois deu um pequeno sorriso.

— Próximo.

Então depois que nós todos nós apresentamos foi a vez dela de falar. O melhor de ditar suas regras de jogo.

— A algumas coisas sobre mim que vocês precisam saber. 1° eu não dito apontamos. 2° Vocês fazem a aula. — olhei em volta para ver se era a única confusa, com o que ela disse. Mas pelas expressões dos meus colegas vejo que também estão perdidos. — Passo s explicar. Essa cadeira se fica nas vossas habilidades e no seu aprimoramento. Aqui terão noção do que são, e do que são capazes de fazer. Por isso são dispensados apontamos. Dia, após dia, vocês trarão retratos pintados por voz e apresentaram a turma. O que devem apresentar? O significado das cores, o porquê de sua escolha, o tipo de lápis usado, como foi usado, o significado do desenho. É melhor dispensarem o uso da G****e, ou serão reprovados. Aprendam a dar o significado de cada conceito, conforme a vossa percepção. Entendido?

(...)

Quando terminou a aula me cruzei com a garota ruiva que esboçou um sorriso ao me ver, apesar de parecer perdida.

— Por favor me diga que você faz

Artes e Design. — suplicou.

— Eu faço Artes e Design.

Aí ela começou a choramingar.

— Eu entrei na sala errada. Estava tendo aulas de inglês. Pensei que fosse cadeira extra até notar que, não era inglês básico e a turma estava tendo aulas avançadas para aprender a decodificar. O que me fez questionar se eu deveria estar mesmo ali. Depois do sufoco te procurei, para ver se você poderia me passar o seu horário. Já que minha mãe decidiu me mandar o errado— disse com os olhos revirados.

— Tudo bem. Sem problemas.— disse já virando a pasta para tirar o horário.

— Perdão outra vez por te incomodar.— ela pegou o horário e tirou foto.

— Sem problemas mesmo. Fico feliz em ajudar.

Ela sorriu. Tencionou se afastar. Mas recuo.

— Antes que me perca de novo, pode me dizer onde fica o dormitório 425?

— Ala sul. Dormitório feminino.

Ela apertou os lábios como se as palavras fossem a sufocar, antes de escaparem entre seus lábios.

— Você pode me levar?

— Sim. Estamos na mesma ala.

— Muito obrigada mesmo…

— Harmless, mad pode né chamar por Harm.

— Muito obrigada Harmless e perdão por te incomodar.— sorriu simpática. Ela fica me olhando até que diz — Íris, meu nome é Íris.

— Muito prazer, Íris.

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