Comecei meu treinamento, em uma clareira, no meio do bosque, junto à casa de Samuel. Primeiro foi arco e flecha, tinha que acertar um alvo a certa distância, mal conseguia puxar a corda, porém Samuel me ajudou e para minha própria admiração foi fácil, cada vez mais minha performance melhorava, era como se tivesse feito aquilo por toda minha vida.
— Uaol! Não posso acreditar! – exclamei, quando acertei o centro do alvo pela quinta vez seguida.
— Eu falei que você iria se lembrar – Samuel também estava entusiasmado. – Essas flechas são especiais, quando você tira uma da sua aljava, outra aparecerá no lugar, elas não matarão quem você acertar, seus alvos apenas desaparecerão para renascer mais tarde. Afinal não podemos nos dar o luxo de nos matarmos, pois somos uma espéci
— Gabriel, há quanto tempo não nos vemos, desde que deixou minha casa tão repentinamente, há alguns séculos atrás – Sua voz era calma e firme, acima de tudo charmosa e confiante. – Fico feliz que tenha aceitado o convite do meu filho Hélio e a nossa hospitalidade, mais uma vez – disse, olhando para minha direção.— Foi um convite irrecusável – Gabriel rebateu, com ironia.— Então vou lhe dar tempo para pensar na minha proposta de aliança. Enquanto, isso ficará na minha casa como hóspede, espero que não seja descortês como da outra vez, e não tente fugir. Lembre-se, infelizmente, minha filha não está mais aqui para ajudá-lo.Naquele momento em que ouvia e via pelos ouvidos e olhos do meu irmão Hélio, tentei obser
Acabei encontrando Suzana, na sala da estátua do Deus Dourado, não pude evitar em parar na frente dele e admirá-lo, aquela perfeição toda era por ele ser real, o Senhor do Oriente, An, que meu pai biológico, o Senhor do Ocidente, seja lá o nome dele, transformou em uma estátua, durante a guerra entre seus povos, porém, o que mais me afligiu foi sua semelhança com Gabriel e por saber que ele estaria em perigo. Suzana estava lá com um técnico, que tentava resolver um problema com a iluminação.— Diana, que bom que você veio. Isso aqui está uma loucura. Hélio desapareceu, teve que resolver um problema de família – Suzana parecia aliviada, quando me viu aproximar-me.— Desculpe, Suzana, mas eu vim lhe dizer que não poderei ficar, pois preciso fazer uma viagem urgente – notifi
— Quando chegarmos em Milão alugarei um carro no aeroporto, depois iremos direto para a cidade de Como, seu pai mora em Balaio, uma cidade vizinha – Samuel me dava as coordenadas. – Lá, em Como, ficaremos na casa de uma amiga, será mais discreto. E por falar em discrição, tenho um presente para você – dizendo isso, retirou do bolso do casaco, um pacote. – Isso é para você.— Um presente para mim! O que é isso?— Um gorro para você usar assim chegarmos.— Por quê?— Para esconder o seu cabelo, ele chama muita atenção – explicou, pensei em protestar, mas considerei achando que, realmente, seria melhor não chamar atenção.O avião aterrissou em Roma, fiquei agitada.— Estou louca para fugir e conhecer a cidade, sempre foi um dos meus sonhos – confessei a Samuel.
Despertei na cama do quarto, que ocupava na casa de Lilith, senti uma leve brisa fria que entrava pela janela, que achei que a tivesse fechado antes de me deitar, então, levantei para fechá-la, mas parei admirando a lua cheia que refletia sobre as plácidas águas do lago, surgiu em mim uma vontade incontrolável de ir até lá.Desci as escadas como se voasse, mal tocando o chão, e cheguei à beira do lago, suas margens estavam desertas, as pequenas pedras de cascalho incomodavam os meus pés descalços, mesmo assim caminhei em direção da água, que para minha surpresa estava deliciosamente tépida, tirei minha roupa e entrei lentamente, deixando me envolver por ela. Relaxada, me larguei de costa e boiei, a água morna em suaves marolas, acariciava a minha pele nua como mil mãos delicadas. Olhei para o céu e vi a lua brilhante ser e
Ninguém respondeu, mesmo assim ele puxou a cadeira vazia e se sentou, cruzou as pernas, tirou o chapéu e começou a se abanar com ele, pude ver seus cabelos castanhos escuros com as têmporas grisalhas, o rosto levemente dourado pelo sol, fazia uma bela figura.— O que deseja, Senhor? – Lilith perguntou, em um tom sério.— Não sejamos tão formais, Lilith, me chame de Salvatore – e continuou olhando para mim. – Um pai não pode querer rever sua filha pródiga. – Tinha que reconhecer que ele era bem charmoso.— Uma filha que ele mandou para o Esquecimento – Lilith respondeu, rispidamente.— Isso foi há muito tempo atrás, tudo está diferente agora, o mundo é outro, a situação está mudada, vivemos muito por isso podemos mudar de ideia. – Ele era muito convincente, era um tremendo político
— Não se atreva! – retruquei entre os dentes, ele me devolveu um sorriso travesso.A sala de jantar era tão esplendorosa como o resto da casa, uma enorme e requintada mesa dominava o ambiente, Salvatore puxou a cadeira para Cila se sentar e Hélio fez o mesmo comigo, era bem-educados, acostumados a viver em um mundo de poder e sofisticação e, com um sútil gesto, o dono da casa se deu início ao jantar. Os pratos eram servidos em louças finas inglesas, em estilo italiano, primeiro o antepasto, com um vinho específico para acompanhar, a conversa fluía superficialmente, falamos de Como, do vinho e da comida, quando um dos empregados se aproximou e cochichou algo no ouvido de Salvatore, que não devia ter sido nada agradável, pois sua feição demonstrou isso, ele sacudiu a cabeça afirmativamente para o criado, que se retirou, e ele comunicou:— Teremos mai
— Cila, leve Diana e mostre-lhe onde é seu quarto!—Não, eu estou hospedada na casa de Lilith, todos os meus pertences estão lá – protestei, pois não queria ficar confinada àquela casa.— Não se preocupe, seus pertences já estão aqui. Mandei buscá-los e tudo que precisar será providenciado – Salvatore declarou, sem aceitar objeção.— Posso ver Gabriel?Salvatore me olhou desconfiado, mas cedeu.— Depois de mostrar–lhe o quarto dela, leve Diana para visitar Gabriel, Cila. Suponho que você também ficará aqui, Jane?— Estou esperando por isso, poder ficar ao lado dos meus filhos, depois de tanto tempo – Jane falou, alegre, apertando o braço de Hélio ao seu lad
O dia havia sido muito agitado, por esse motivo demorei muito a dormir, deixei a janela aberta, o luar iluminava o meu quarto e a visão da lua me acalmava, quando, finalmente, consegui dormir, tive um sono agitado, cheio de sonhos confusos. Porém, comecei a me acalmar ao sentir uma brisa suave e morna que me envolvia me acariciando, essa sensação me relaxou, mas seria somente um sonho, pois agora eu sentia uma mão suave e quente sobre o meu rosto e meus cabelos, abri os olhos assustada pronta para gritar, quando minha boca foi tapada e debruçado sobre mim estava Gabriel, com seus olhos escuros e profundos, cheio de vida e calor, respirei aliviada e ele trocou sua mão pela sua boca, em um beijo cheio de paixão que eu retribui com intensidade. Suas mãos agora passeavam pelo meu corpo e o abracei com força, podendo sentir suas costas fortes e sua pele macia, ele empurrou minhas cobertas e puxou minha roupa. Enquanto,