Olá, querido(a) leitor(a)! Sinta-se à vontade para deixar sua opinião e sugestões, elas serão levadas em consideração e me incentivam a continuar^^
ATENÇÃO!! Querido(a) leitor(a), esse capítulo contém descrições gráficas de violência doméstica, por favor, siga com precaução. Matteo, aos três anos, havia presenciado a pior briga entre os dois. Naquela noite, havia acordado assustado com o barulho de vidro se quebrando, e ao chegar à luxuosa sala de estar, encontrou a mãe caída no chão, sangrando. Suas lembranças eram bagunçadas, por causa do trauma, mas lembrava de gritar, chamando-a, se aproximando, sem saber o que fazer Estava muito escuro e não conseguia ver tudo corretamente. – M-mamãe... – Ele balbuciou com uma voz trêmula, os olhos arregalados enquanto mirava a cena à sua frente, seu minúsculo corpo encolheu-se e recuou alguns passos para trás. – Saia cof cof... Saia daqui... – Ela murmurou com dificuldade, quase em um sussurro estrangulado e olhou em volta temendo que o homem responsável por seu sofrimento retornasse. – O- o que está acontecendo? A criança tornou a perguntar, tomou coragem e se aproximou desviando dos
Era um fim de tarde de sábado quando Mona viu, enfim, seu amado namorado descendo do ônibus junto a outros rapazes também vestidos com uniformes do exército. Sorriu para a sogra que parecia tão ansiosa quanto ela e então, ambas seguiram para cumprimentá-lo.– Por favor, não se inscreva no serviço militar nunca mais, sua mãe quase entrou em depressão! Edgar, o padrasto, comentou se aproximando, sorriu para o enteado, e deu uns tapinhas em seu ombro. – Bem vindo de volta, filho!Matteo balançou a cabeça concordando, a essa altura estava sendo quase esmagado pela mãe e a namorada. Então, seus olhos logo recaíram sobre o irmão que parecia esperar um momento para se encaixar ali, ergueu o braço e sorriu bagunçando seus cabelos ruivos. – Cadê teu crush? Perguntou em tom de brincadeira.Michel ao ouvir aquelas palavras, ficou com o rosto todo vermelho, mas respondeu entre gaguejos algo como: “está trabalhando”. A moça havia entendido um pouco mais sobre aquela família com o tempo. Matteo e
Segunda-feira e era preciso retornar às suas responsabilidades. Mona acordou no susto com o despertador de seu celular tocando, esticou o braço, tateando o aparador, e quando o encontrou, percebeu que ainda era o primeiro, das 6h. Sentou-se na cama meio atordoada pelo sono, notou que seu namorado não estava mais ao seu lado e se perguntou para onde ele teria ido tão cedo. Bocejando, entrou no banheiro e enquanto escovava os dentes, ouviu passos dentro do quarto, era Matteo que havia acabado de chegar. Recostada à pia e com a porta aberta, podia vê-lo tirando suas roupas de corrida pronto para entrar na ducha. Riu ao vê-lo se aproximando, tão distraído com os fones de ouvido que nem percebeu sua presença. Foi só quando seus olhos se encontraram que ele parou. – Eita! Desculpe… – Murmurou parecendo envergonhado, já girando nos calcanhares para fugir dali. – A porta estava aberta então, não pensei que você estaria aqui dentro… Mona acabou rindo. Não tinham aquele nível de intimid
A culpa estava consumindo os pensamentos de Mona. Quanto mais tempo passava, mais se sentia uma traidora por guardar aquele segredo de Matteo. A verdade era que não sabia como contar sobre aquilo, e também se via sem ter com quem conversar sobre aquilo. Até pensou na tia, mas ficou com vergonha. “Isso também conta como traição?” Ela se questionava perdida em seus próprios pensamentos. Contudo, foi tirada de seus devaneios ao sentir algo gelado tocando sua bochecha, balançou a cabeça contrariada e então encarou a amiga. – Você me chamou para conversar sobre algo, mas fica pensando ai sozinha… – Mariana murmurou enquanto tentava enfiar o canudo na tampa do milk shaike. – ‘Tô’ te chamando há um tempão. – Oh… desculpe… – Mona pediu sincera e suspirou encarando o copo gelado à frente. – Acho que cometi um grande erro, Mariana. – O que aconteceu? A amiga perguntou puxando um pouco do líquido adocicado, não parecia ter entendido ainda a gravidade da situação. – Eu… hum… – Mona murmur
O dia amanheceu de maneira conturbada na enorme mansão dos Vaccine, as empregadas, com seus uniformes padronizados, se acomodavam às portas, tentando ouvir o que acontecia no salão principal. Era sempre um verdadeiro “show” quando uma das cunhadas entrava em pé de guerra com a outra, mas dessa vez, por mais surpreendente que parecesse, quem se encontrava no centro da discussão era a única mulher de mente centrada naquela casa, Carlota. – Isso é um disparate! A cunhada mais nova argumentava num tom exasperado, sua voz chegava a elevar alguns tons. – Você só pode ter enlouquecido, seu irmão logo retornará da Sicília, e o que você fará? – Basta, Marine! Carlota, a filha primogênita, exclamou irredutível. – Não estou pedindo a sua opinião, muito menos dele, já está decidido. Os homens, mesmo observando tudo, não diziam nada, em parte porque não havia nada que pudesse ser feito àquela altura. A situação havia passado dos limites, extrapolando o controle de qualquer um deles e talvez,
Alana agarrou a rama esverdeada, puxando-a bruscamente do solo e encarou as batatas cheias de areia, se perguntando se estavam maduras o suficiente para o consumo, no fim, sem chegar a uma conclusão, deu de ombros, e as jogou no cesto. Todos naquele orfanato tinham funções, e as meninas mais velhas, como ela, cuidavam das hortas ao redor da catedral. Foi tirada de seus devaneios quando, numa demonstração da ruptura que estava prestes a acontecer, de repente, começou a chuviscar, e o dia antes ensolarado, deu lugar a nuvens negras que “fechavam” o tempo, escurecendo rapidamente os céus. “Parece que vai chover…” A moça pensou consigo mesma, olhando ao redor, ficando preocupada com as outras crianças que corriam no campo aberto. – Entrem, o clima está ficando perigoso, pode haver raios! Gritou apontando para as nuvens escuras sobre sua cabeça. – Cuidado para não se machucar. – Será que algum raio derrubará a velha árvore? Uma das meninas, questionou rindo, e contagiando as outras men
Sua nova casa era gigantesca, uma mansão na verdade, mordomos e empregadas vestidos em uniformes de corte tradicional, uma biblioteca maravilhosa de perder o fôlego, lustres brilhantes feitos de diamante sobre as longas escadarias, e um jardim impressionante se espalhava ao redor da gigantesca construção pertencente àquela família por três gerações. Era a observação ingênua de uma menina ofuscada pela grandiosidade daquele lugar, notando apenas os elementos que a encantavam, sem perceber que na verdade, tudo aquilo apenas ofuscava sua visão do que realmente era aquele lugar. Ela ainda não havia percebido, mas, dentre aquele turbilhão de sentimentos, não havia pertencimento. Curiosa, observava a empregada que caminhava ao seu lado, guiando-a pelos corredores em direção ao andar onde ficavam os quartos, era uma mulher bonita, cabelos longos e negros prestos num rabo-de-cavalo baixo, parecia gentil, mas não falava muito. Quando pararam em frente à pesada porta de mogno, a recém-cheg
Então, alguns dias passaram. Nesse meio tempo, Alana foi tentando se acostumar àquela nova realidade, mas tudo era tão diferente que quase não conseguia acompanhar. Às vezes, a falta de diálogos a irritava, não entendia o que acontecia à sua volta e ninguém lhe dava explicação, no fim, era sufocante. Os acontecimentos que antecederam seu nascimento eram um mistério para ela, e os quatorze anos longe de sua família biológica mostravam que, apesar de ter herdado seu sangue, não era um deles. Por mais doloroso que fosse admitir, a verdade era inapagável, ela era uma bastarda, assim como a prima cruelmente havia dito. “Não posso baixar a guarda com ela.” A moça pensou consigo mesma, e então, um livro que havia lido escondido das freiras lhe veio à mente, pensou um pouco e riu ao lembrar o título, era: Menina má, de Christine Penmark. – Há algo que não entendo… – Alana chamou baixinho, inclinando a cabeça para trás, fitando a mulher que penteava seus cabelos. – Porque eu fui trazida para