“Um ano depois… Por Zoe Adkins”No mesmo SPA onde estive com Ellie há pouco mais de um ano, reflito sobre as mudanças que ocorreram desde então. Uma dessas mudanças foi o adiamento do meu próprio casamento.Sean e eu tínhamos tudo planejado, mas, após um pedido inesperado de Liah e uma decisão que tomamos juntos, resolvemos adiar temporariamente nossos planos.Sabíamos que, devido à vasectomia que Sean refez há alguns anos, nossas chances de concepção natural eram mínimas. Então, no dia que seria o nosso casamento, estávamos a caminho da Itália com um novo propósito: expandir nossa família.Após consultas e o procedimento, retornamos para Manhattan dois meses depois com o tão esperado positivo. A felicidade de saber que nossa família iria crescer foi indescritível, e naquele momento, soube que adiar o casamento para estar grávida nesse dia foi a escolha certa.Enquanto a maquiadora trabalha no meu rosto, um movimento familiar na barriga me faz sorrir. Instintivamente, minhas mãos desc
O som suave da marcha nupcial começa a tocar, e a cerimonialista me dá um sinal para me posicionar. Sinto as mãos do meu pai apertarem as minhas com carinho, e ele me lança um olhar encorajador. — Está pronta? — ele pergunta em um sussurro. Assinto, sorrindo, mesmo que por dentro eu sinta um misto de nervosismo e emoção. Este é o momento que esperei por tanto tempo. Com um último ajuste no véu e no vestido, finalmente dou o primeiro passo em direção ao corredor. As portas se abrem, revelando o interior da igreja. Os olhares dos convidados se voltam para mim, mas eu só consigo focar em uma pessoa: Sean. Ele está deslumbrante em um smoking preto perfeitamente ajustado, a gravata borboleta destacando o verde intenso de seus olhos. E o sorriso no rosto dele, aquele que é só meu, faz meu coração disparar. Não consigo conter as lágrimas ao vê-lo chorar, principalmente ao perceber que, depois de tudo o que passamos, finalmente estamos aqui, prontos para nos tornarmos marido e mulher. O c
Ao chegarmos ao local da recepção, sou recebida por uma decoração impecável e por todos os nossos amigos e familiares, que aguardam ansiosos para nos cumprimentar. No entanto, percebo uma movimentação diferente. Sean segura minha mão e, com um sorriso travesso nos lábios, me conduz até o centro do salão.— Sean, o que você está aprontando? — pergunto, tentando disfarçar a curiosidade.— Só quero te lembrar de todos os momentos que nos trouxeram até aqui — ele responde, com os olhos brilhando de excitação e ternura.As luzes diminuem, e de repente, as telas do salão se acendem, revelando um vídeo cuidadosamente montado. As primeiras imagens são de Liah, ainda bebê, dando seus primeiros passos. O som de sua risada preenche o ambiente, fazendo meus olhos se encherem de lágrimas. As cenas se alternam entre momentos especiais: nossas viagens, festas em família, risos espontâneos e até aqueles dias mais simples, mas cheios de amor.O vídeo segue mostrando fotos de nós três juntos e, de repe
No começo, Sean lutou para aceitar a verdade, especialmente ao descobrir que sua mãe manipulou tudo para fazê-lo acreditar que seu pai o rejeitava. Giulia admitiu ter escondido todas as cartas e presentes que Richard enviou ao longo dos anos, além de interferir nos contatos que ele tentava fazer. A revelação foi um choque, uma dor que Sean precisou de tempo para processar. A ideia de que a pessoa em quem mais confiava havia causado tanta mágoa o fez questionar muitas coisas. Mas, com o tempo, ele encontrou forças para perdoar, não só por ele, mas também por Liah, que sempre foi apaixonada pela avó. Algum tempo depois, vejo Lucas e Matthew se aproximando, acompanhados de suas respectivas namoradas. — Aqui está a minha irmãzinha recém-casada — Lucas diz, me puxando para um abraço caloroso. Desde que nosso pai apareceu, enfim conversamos sobre essa nova descoberta e, desde então, nos tornamos tão próximos que parece que sempre estivemos juntos. — Só passamos para nos despedir antes
As lágrimas embaçam meu rosto enquanto caminho o mais rápido que consigo para fugir da chuva que molha meus cabelos. Do céu ao inferno em segundos, o dia que deveria ser de felicidade terminou sendo um dos piores da minha vida. Apertando os passos, finalmente chego em casa, onde nem sequer me preocupo em tirar a roupa. Apenas me jogo na cama e me enrolo entre os lençóis, deixando minhas lágrimas correrem livremente. As palavras e acusações que aconteceram há pouco ecoam em meus pensamentos, intensificando meus soluços. “ — Grávida? — Sean vociferou após minha confissão, negando com a cabeça freneticamente. — Isso é uma brincadeira de péssimo gosto, Zoe! — Não é brincadeira! — respondi, sentindo minha voz embargar diante de seu olhar carregado de raiva. Sem me importar com as pessoas ao nosso redor, que seguiam com seus olhares atentos em nós, continuei: — Estou grávida de um filho seu, Sean! Aquela noite trouxe mais do que esperávamos. Me desculpe por demorar a contar, mas sim, e
Desperto com os primeiros raios de sol penetrando pela janela. Abro os olhos lentamente, lutando contra a sensação de peso em minha cabeça. Com a visão embaçada, levo alguns segundos para que as formas ao meu redor se tornem mais nítidas. Ao tentar me mexer, sinto as pernas de alguém entrelaçadas às minhas e um braço pesando em minha cintura. Tapo a boca para conter um grito surpreso quando me dou conta da situação em que me encontro. Ao virar o rosto lentamente, encontro um homem nu dormindo serenamente ao meu lado. — Oh, meu Deus! — resmungo, tampando a boca novamente quando ele se mexe, apenas para se virar para o outro lado. Em uma tentativa de não o acordar, me levanto com cuidado e quase corro para o banheiro. Sento-me na privada, prendo os cabelos entre os dedos e apoio a cabeça entre as pernas, tentando me lembrar de como vim parar aqui. — Droga, droga, droga! — murmuro quando alguns flashes da noite passada surgem em minha mente. — Merda de aposta idiota! Respiro fundo, t
Completamente confusa com suas palavras, abro a boca para questionar, mas sou interrompida pelo advogado. Ignorando o olhar acusatório de Sean, concordo com a cabeça e sigo para o meu carro. Por opção minha, Emily me acompanha e em poucos minutos chegamos à sede da Blue Earth Gallagher Co.— Obrigado por vir, Srta. Adkins. — Sr. Freeman diz, apontando para uma das cadeiras.Sean senta-se na cadeira que há anos pertenceu ao seu pai. Com toda a imponência que só um Gallagher parece ter, ele se ajeita no assento, entrelaçando os dedos sobre a mesa.— Prossiga, Sr. Freeman. — ele ordena, num tom autoritário. — Essa… mulher já está aqui, não há motivos para tomar ainda mais o meu tempo.— Talvez você não se importe, mas perdemos uma pessoa especial aqui e ainda estamos nos recuperando, Sr. Rossi. — comento, ressaltando o sobrenome que ele me deu naquela noite.— Imagino que tenha sido uma grande perda. Principalmente para você, não é mesmo?— Sim, porque Richard era…— Richard… Quanta inti
Os primeiros dias na empresa sem a presença de Richard foram os piores em muitos anos. Foi difícil chegar pela manhã trazendo apenas o meu café, e ainda mais difícil não ter ninguém reclamando sobre o clima, independentemente se estivesse frio ou calor.Para o meu alívio, as duas últimas semanas transcorreram sem a presença de Sean, que foi à Itália organizar tudo para se mudar de vez para Manhattan e assumir seu lugar à frente da Blue Earth. Mas, para a minha infelicidade, hoje ele retorna à empresa e tudo o que desejo é que ele pare de me enxergar como inimiga. Ou será difícil cumprir o último desejo de Richard.— Oh, você está aqui. — Ivy, do departamento jurídico, diz, abrindo um sorriso caloroso ao me ver sentada em uma cafeteria em frente à empresa. — Posso me sentar?— Claro! Fique à vontade.— Não sabia que você tomava café aqui. — ela comenta, sinalizando para a garçonete. Esboço um leve sorriso, levando minha xícara de café expresso à boca.— Estou tentando criar novos hábit