Capítulo 64

CLAIRE LEBLANC

Eu me senti flutuando, como se estivesse presa entre a consciência e a inconsciência, perdida em uma névoa densa que tornava tudo ao meu redor indistinto. Não havia dor, apenas uma sensação de vazio, uma leveza assustadora. Mas, mesmo nesse estado de entorpecimento, uma coisa permanecia clara em minha mente: o bebê. Meu bebê.

Aos poucos, as vozes ao meu redor começaram a emergir. Eram abafadas, como se viessem de longe. Senti uma mão quente segurando a minha com firmeza, e me agarrei àquela sensação, como se ela fosse a única coisa que me mantivesse presa à realidade.

"Alexis," pensei, e a lembrança de seu rosto, ansioso e cheio de amor, me fez abrir os olhos.

A luz branca do hospital me cegou por um momento, e eu pisquei repetidamente até que minha visão se ajustasse. Quando finalmente consegui focar, vi Alexis ao meu lado, segurando minha mão com tanta força que parecia temer que eu pudesse desaparecer a qualquer segundo. O rosto dele estava marcado pelo cansaço, e se
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