Todos os lobos assumiram suas formas humanas, seguindo a antiga tradição da noite do eclipse. Era o único momento em que não precisavam da aprovação do Alfa para se transformar.Victoria segurava sua taça de vinho, contemplando o céu. Todos direcionaram seus olhares para a lua de sangue em sua plenitude deslumbrante. Logo, a confirmação veio quando uma aurora boreal surgiu em contraste, tão espetacular quanto a própria noite. Vick apertou sua taça com firmeza, resignada, enquanto os lobos uivavam e cantavam alegremente, com suas bebidas nas mãos. Era um marco, uma certeza de que os Deuses e ancestrais estavam abençoando aquela união.- O Alfa conseguiu! - Aproximou-se Oliver, sorrindo.Ele sempre consegue o que deseja! - Rosnou Victoria, fazendo com que o Beta se aproximasse, arqueando as sobrancelhas.- Não era isso que você queria? - Perguntou Oliver, percebendo a hostilidade da jovem mulher ao seu lado. - Não era o que precisávamos?Ela voltou o rosto para encarar o belo homem alto
Eu dei um passo à frente, meus olhos arregalados. - Você acredita que Agatha e eu somos as gêmeas da lenda?Ele cutucou meu nariz de forma carinhosa, girando-me para o lado enquanto continuávamos a caminhar. - Não existem muitos Alfas amaldiçoados por aí....- Isso significa que eu serei culpada por mais guerras e mortes... - O peso da responsabilidade me fez abaixar os olhos.Harvey ergueu meu queixo com gentileza, seus olhos transbordando de carinho. Ele depositou um beijo suave em meus lábios.- Sophie... A lenda não para por aí. Sabemos apenas uma parte da história, e buscaremos respostas sobre o restante.Mesmo assim, a dúvida persistia em minha mente.- E se o resto da história for ainda pior? E se eu for a causa de várias mortes, da queda da sua alcateia... e de Conan?Suei frio, sentindo a tensão no ar se agravar. Ele me puxou para um abraço protetor, mas sua impaciência transparecia em um rosnado impaciente.- Você é mesmo lenta... - rosnou ele. - Quem traz a guerra sou eu, S
- Alfa, por favor, volte! - Falei mais alto, tentando alcançar sua lucidez.A fera emitiu um som semelhante a uma gargalhada sinistra. - O Alfa não está!Ele parou de andar de um lado para o outro, erguendo seus olhos predatórios em minha direção e avançando para cima.Saltei para o lado, transformando-me em humana, ciente de que agora cheirava ainda mais como presa. A fera balançou a cabeça de um lado para o outro, sedenta por minha carne. Minha forma parecia tê-lo instigado a me atacar.Ergui minhas mãos enquanto ele corria em minha direção, parando sua cabeça em minhas mãos. Uma luz aqueceu a palma das minhas mãos, mantendo a fera paralisada, que rosnou em frustração.- "Da escuridão, eu o separarei,E à pureza de seu coração, eu o conduzirei.Renasça, Alfa, com nobreza e razão,E traga de volta à nossa ligação, VOLTE PARA MIM, ALFA."A luz se lançou pelo lobo, contornando todo o seu corpo, aquecendo sua pelagem. Seus olhos malignos estavam desaparecendo, dando lugar aos azuis acin
Tinha bebido demais, me excedido, mas foi a primeira vez em anos que me permiti ser irresponsável. Harvey me olhava com divertimento enquanto caminhávamos pelo corredor, indo até a porta do meu quarto. Paramos na entrada, olhei para a porta e para ele com um sorriso audacioso:- Quer entrar? – Sugeri provocativa.- Você precisa descansar – Ele sorriu hesitante – Teremos tempo para mais, humana...O Alfa veio em um beijo suave, grudei em sua nuca, puxando-o e passando minhas mãos por suas costas, arranhando-o, sentindo uma grande necessidade de mais dos seus toques. Harvey me colocou na parede enquanto pressionava o corpo contra o meu. Sentia sua pulsação irregular, seu desejo queimava, ele queria tanto quanto eu!- Fique comigo esta noite – Sorri com malícia antes de ficar séria – Acho que não vou conseguir dormir.- Está com medo? – Ele acariciou a ponta do meu queixo com os dedos – Sua cama é pequena para nós dois!- Me apresente o seu quarto, então! – Segurei sua mão com malícia, p
- Será que vão me tratar com hostilidade? – Perguntei sonolenta enquanto abria a boca e roçava minha cabeça contra o peito nu do Alfa.- É provável, irei com uma ameaça e proposta! – afagando meus cabelos, ele respondeu preguiçosamente.- É realmente necessário ameaçar logo de cara? Por que não propõem algo primeiro? - murmurei com uma voz suave, enquanto o sono começava a me envolver.- Só de ir até lá sem matar ninguém já é uma proposta! – ele disse, despedindo-se com um brusco – Boa noite humana.- Boa noite Sr. Arrogante!Retirei-me em seus calorosos braços, sentindo-me segura. No entanto, a agitação me acompanhou durante toda a noite, como uma corrente de ar gelado. Abri os olhos e vi uma figura na sacada do quarto. Silenciosamente, levantei-me e, ao me aproximar, percebi que o Alfa estava adormecido. Farejei o ar, mas não detectei nenhum cheiro de perigo.Decidi ir na direção da sacada, mas parei subitamente quando reconheci a figura.- Agatha! - Minhas lágrimas inundaram meus o
Entrei no quarto determinada, as mãos cerradas em fúria enquanto me aproximava do Alfa que estava vestindo-se. Agarrei seu braço com força, e ele arqueou as sobrancelhas, surpreso com a intensidade do meu aperto.- Esta é a sua resposta? - rosnei, incapaz de conter minha raiva. - Se é assim que nossa relação vai ser, então você não é diferente dos homens humanos!Harvey me puxou bruscamente, seus dedos apertando suavemente o meu pescoço. Pude ver o tremor em seu corpo, a luta para conter a fúria e evitar me machucar."Cuidado com as palavras, Sophie", ele ameaçou com um rugido alto escapando de seu peito ofegante. Ficamos nos encarando até que ele finalmente me soltou e se afastou.- Arrume-se, vamos para a cidade das bruxas - ele rosnou ao sair do quarto, batendo a porta com força. As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto.- Agatha estava certa... - sussurrei, minha voz embargada. - Não há amor aqui!Partimos em direção à cidade das bruxas, que se situava em um vale profundo,
- Por favor, Elara e Denver, ouçam o que temos a dizer. Nossa proposta é benéfica para ambas as partes, sem favorecimentos. - Reforcei minha fala, mantendo meu olhar firme e profundo, sentindo um lampejo percorrer minhas írises.- Só você viu? - sussurrou Denver para a bruxa, apontando discretamente na minha direção.- A marca das bruxas reclusas - Elara assentiu. - Pois bem, apenas o Alfa e a Híbrida podem passar; os demais, que congelem no frio!Eu estava prestes a contestar, mas o Alfa me cortou abruptamente.- Vamos, Sophie! - Ele agarrou meu cotovelo e praticamente me arrastou para dentro da cidade.Não podemos deixá-los nesse frio! - Contestei, irritada. - Você quer que eles morram?O Alfa respondeu com sarcasmo: - São lobos com um casaco bem quentinho. Vão sobreviver até voltarmos.- Você realmente não se importa com ninguém, não é? - Frustrada, dei de ombrosEle olhou sério para mim, como se quisesse dizer algo, mas optou por ignorar.- Não tenho tempo para isso - Ele rosnou b
Enquanto suas palavras ecoavam no cômodo, vi o sangue gotejar no chão e subir, como se o tempo estivesse se movendo em câmera lenta, de trás para frente. Olhei para os lados e percebi que o tempo estava suspenso, como se Elara, Harvey e Denver estivessem congelados. Ao fundo, uma figura surgia - uma criança da floresta, sorrindo enquanto balançava as mãos e ria, convidando-me a segui-la.- Venha até nós, híbrida... Venha, estamos te esperando! - A criança pulava e balançava sua capa. - Seu destino precisa ser selado, suas respostas estão conosco.- Mas quem é você? Quem está me esperando? - Perguntei, incapaz de me mover, enquanto encarava a criança.- Nós somos você e você é a gente. Somos suas ancestrais, suas raízes... Venha até nós, Sophie... - A criança gargalhava enquanto se aproximava perigosamente de mim, descompassando meu coração. - VENHA ATÉ AS BRUXAS RECLUSAS!Ela gritou com um tom agudo, ecoando intensamente em meus ouvidos, a ponto de fazê-los sangrar.O tempo parecia vo