POV: SOPHIEIncomodada com as ações do rei Lycan, optei por descansar, não podia ignorar o cansaço que me acometia sempre que recorria à magia; parecia que minha vitalidade se esvaía a cada feitiço conjurado. Repassei todas as imagens da última noite em minha mente: a Fera insaciável que controlava o Alfa, sua aparência e voz eram totalmente distintas de seu lobo... Era como se outra entidade residisse dentro do Rei Lycan!Por que a Bruxa e suas vozes fugiram quando a invoquei? Qual era o seu domínio sobre as trevas? Por que a Deusa não respondeu às minhas perguntas? Por que mesmo a Deidade temia aquele ser sombrio? - Ah, maldição! - Rugi, frustrada. - São tantas perguntas sem respostas!Decidi tomar um banho relaxante e repousar, ciente de que não encontraria as respostas desejadas, pelo menos não naquele estado. Não demorou muito para que eu mergulhasse no sono. Encontrei-me diante de uma árvore conífera, com um líquido viscoso e negro escorrendo de seu casco, exalando um odor de de
- Tente descansar. Conecte-se com seus ancestrais para entoar um encanto de proteção dos sonhos! – Virei as costas, mas antes de me afastar, ela agarrou minha mão com força.- Dorme comigo? – Ela sussurrou timidamente. – Sei que parece loucura, você não me deve nada..., mas me sinto segura com você por perto, mesmo você sendo odioso!Sorri diante de seu pedido hesitante e me virei para que ela pudesse se deitar ao meu lado, trazendo-a para o meu peito.- Humana tola! – Provoquei, com um toque de humor. – Você precisa superar seus medos!Ela virou o rosto para me encarar, os olhos semicerrados, ficando cara a cara comigo, a apenas centímetros de meus lábios.- Não teria tanto medo se parassem de tentar me matar! – Sophie tinha um semblante irritado.- Fique mais forte, e isso irá parar de acontecer – Sorri, antes que ela pudesse contestar, tomei seus lábios.Senti sua ansiedade sem que ela precisasse dizer uma palavra. Ela me desejava tanto quanto eu a desejava... Era inevitável; Sophi
Era uma necessidade instalada em meu ser. Sophie me empurrou com força, deferindo um tapa em minha face, fazendo-me recobrar a consciência. Havia cedido por um momento às necessidades do acasalamento.- Me desculpe, Alfa – ela se aproximou, trêmula – Não quis te machucar.Assenti.- Você não fez nada de errado! – Sorri, me aproximando e a trazendo para o meu lado na cama para que ela descansasse – Descanse, amanhã você começará o seu treinamento, e não pegarei leve.- Este é o Rei condescendente que eu conheço – Sophie brincou antes de suspirar – Eu não quis te bater.- Gosto de alguns tapas – Brinquei, a encarando com ousadia – Lembre-se, humana, você decidiu ser minha!Ela se levantou de súbito e me encarou.- Isso significa o que para você? – Franziu o cenho – E não conta, você me persuadiu!Cruzando os braços, ri de sua postura.- Você descobrirá em breve! – Respondi, mantendo o mistério.Conduzi-a de volta para a cama e, com suavidade, acariciei seus cabelos macios até que finalm
Paramos próximos ao percurso de um rio de águas transparentes, a correnteza parecia forte. Saciamos nossa sede, inclinando-nos para beber da água cristalina, até que finalmente decidi quebrar o silêncio com uma pergunta trêmula:- Estamos chegando? – Tentei manter a voz firme, embora meu cansaço fosse evidente.O Alfa, com um olhar de canto, me avaliou antes de responder:- Já está cansada, humana? – Ele questionou, sua voz carregada de um tom desafiador – A jornada real ainda nem começou!Minha expressão revelou minha surpresa diante de sua resistência, e eu o olhei intrigada:- Não sei como você consegue manter essa disposição, seja na forma humana ou de lobo! – Comentei, minha curiosidade despertada – Você é verdadeiramente sobre-humano!Ele soltou um sorriso enigmático antes de me explicar:- Você se limita à sua forma humana, à sua forma híbrida, mas ambas vivem em você como uma só. Quando compreender profundamente isso e conseguir se conectar com ambas, não se cansará facilmente
À medida que minha mente se aquietava, começava a perceber uma luz etérea ao fundo da minha consciência. Essa luz, branca em tons singelos prateados e iridescente, se intensificava gradualmente, cercando-me com um brilho suave e reconfortante.Nesse momento, uma figura majestosa começou a surgir em minha mente, uma loba de pelagem branca como a neve e olhos incomuns cujo brilhavam com uma inteligência antiga e profunda. A loba se movia graciosamente em minha direção na mente, ali percebi que ela estava se conectando comigo de uma maneira que transcendia a compreensão.Com determinação ardente, abri os olhos e iniciei minha escalada habilmente, confiando apenas nas minhas garras e na força que fluía através dos músculos. Minha visão estava incrivelmente aguçada, permitindo-me avaliar perigos à distância e identificar as partes seguras da pedra onde eu poderia me segurar. O Alfa, ao meu lado, observava com admiração, mesmo que não expressasse em palavras; suas emoções eram tão transpare
- Então? – perguntou o Alfa. – Já alimentou sua fera?- Acho que até demais, estou para explodir - respondi envergonhada.- Ótimo, então podemos começar a segunda parte do treinamento comigo! – Alfa falou, levantando-se e indo para fora. Em um suspiro contragosto, o segui, sabendo que não iria gostar do que fosse que ele planejou.- E então, quais os seus planos malignos de agora? – arqueei a sobrancelha vendo-o marcar dois círculos no chão espaçados um do outro. – Tortura por círculo? – zombei, fazendo-o me encarar com uma careta.- Você já lutou alguma vez na sua vida humana? – cruzando os braços, o Lycan me avaliou de cima abaixo. – Seus músculos, apesar de magros, são tonificados.- Obrigada, eu acho... – sorri tímida. – Já me aventurei em boxe. Bem, antes dos meus pais falecerem, eu adorava lutas e atletismo. – Suspirei um pouco frustrada. Harvey assentiu.- Então, sabe manter a postura de luta! – me olhou firme, entrando em um círculo. – A proposta do treinamento é simples: Vamo
- Você não me atingiu, Sophie. Às vezes, é preciso liberar suas emoções. - Ele sorriu e admirou orgulhosamente a fenda que se formara no solo.- Você estava mesmo disposto a me deixar bater em você? - Indaguei, perplexa, enquanto apertava as mãos.- Já te disse, gosto de levar uns socos de vez em quando! - Ele riu e se aproximou, passando os dedos sobre meus olhos. - Você pode descontar toda sua dor e raiva em mim, Sophie, eu aguento. Mas depois disso, recomponha-se, lute, não baixe a guarda!- Eu poderia ter desfigurado seu rosto. - Afastei suas mãos de meu rosto, frustrada. Não sabia como explicar meus motivos, mas não desejava causar mal ao Rei Lycan.Era evidente que a maneira como ele me tratava não era justa, mas comecei a perceber que esse era o modo dele de se proteger e proteger sua matilha e seu filhote.- Compaixão é uma fraqueza. - Ele refletiu, me avaliando. - Nem mesmo comigo você pode ter pena, Hibrida!Ele retornou ao seu círculo e se transformou para me atacar.- Por
Oliver parecia visivelmente melhor desde a última vez que o tinha encontrado, após sua missão e as torturas sofridas. A simples lembrança daquele acampamento sombrio, os corpos dos lobos caídos e Harvey, momentaneamente subjugado pela fera, era o suficiente para me tirar do transe.O focinho do Alfa me trouxe de volta à realidade, despertando-me de minhas sombrias lembranças.- Está tudo bem? - Ele me fitou com olhos analíticos. - Não há motivo para temer o Beta. Qualquer ameaça contra você é uma afronta direta a mim; ele não se atreveria.Aparentemente, meu odor de pânico havia se espalhado, pois Oliver, agora em sua forma humana, franzia o cenho, e os lobos de vigia também direcionavam seus olhares em minha direção.- Não é nada - murmurei, esboçando um tímido sorriso, sentindo-me envergonhada.- Meu rei - reverenciou o Beta.- Beta, por que está em sua forma humana? - O Alfa rosnou impacientemente. Todos abaixaram a cabeça em submissão e temor.- Peço desculpas, meu Alfa. - Inclina