Era uma necessidade instalada em meu ser. Sophie me empurrou com força, deferindo um tapa em minha face, fazendo-me recobrar a consciência. Havia cedido por um momento às necessidades do acasalamento.- Me desculpe, Alfa – ela se aproximou, trêmula – Não quis te machucar.Assenti.- Você não fez nada de errado! – Sorri, me aproximando e a trazendo para o meu lado na cama para que ela descansasse – Descanse, amanhã você começará o seu treinamento, e não pegarei leve.- Este é o Rei condescendente que eu conheço – Sophie brincou antes de suspirar – Eu não quis te bater.- Gosto de alguns tapas – Brinquei, a encarando com ousadia – Lembre-se, humana, você decidiu ser minha!Ela se levantou de súbito e me encarou.- Isso significa o que para você? – Franziu o cenho – E não conta, você me persuadiu!Cruzando os braços, ri de sua postura.- Você descobrirá em breve! – Respondi, mantendo o mistério.Conduzi-a de volta para a cama e, com suavidade, acariciei seus cabelos macios até que finalm
Paramos próximos ao percurso de um rio de águas transparentes, a correnteza parecia forte. Saciamos nossa sede, inclinando-nos para beber da água cristalina, até que finalmente decidi quebrar o silêncio com uma pergunta trêmula:- Estamos chegando? – Tentei manter a voz firme, embora meu cansaço fosse evidente.O Alfa, com um olhar de canto, me avaliou antes de responder:- Já está cansada, humana? – Ele questionou, sua voz carregada de um tom desafiador – A jornada real ainda nem começou!Minha expressão revelou minha surpresa diante de sua resistência, e eu o olhei intrigada:- Não sei como você consegue manter essa disposição, seja na forma humana ou de lobo! – Comentei, minha curiosidade despertada – Você é verdadeiramente sobre-humano!Ele soltou um sorriso enigmático antes de me explicar:- Você se limita à sua forma humana, à sua forma híbrida, mas ambas vivem em você como uma só. Quando compreender profundamente isso e conseguir se conectar com ambas, não se cansará facilmente
À medida que minha mente se aquietava, começava a perceber uma luz etérea ao fundo da minha consciência. Essa luz, branca em tons singelos prateados e iridescente, se intensificava gradualmente, cercando-me com um brilho suave e reconfortante.Nesse momento, uma figura majestosa começou a surgir em minha mente, uma loba de pelagem branca como a neve e olhos incomuns cujo brilhavam com uma inteligência antiga e profunda. A loba se movia graciosamente em minha direção na mente, ali percebi que ela estava se conectando comigo de uma maneira que transcendia a compreensão.Com determinação ardente, abri os olhos e iniciei minha escalada habilmente, confiando apenas nas minhas garras e na força que fluía através dos músculos. Minha visão estava incrivelmente aguçada, permitindo-me avaliar perigos à distância e identificar as partes seguras da pedra onde eu poderia me segurar. O Alfa, ao meu lado, observava com admiração, mesmo que não expressasse em palavras; suas emoções eram tão transpare
- Então? – perguntou o Alfa. – Já alimentou sua fera?- Acho que até demais, estou para explodir - respondi envergonhada.- Ótimo, então podemos começar a segunda parte do treinamento comigo! – Alfa falou, levantando-se e indo para fora. Em um suspiro contragosto, o segui, sabendo que não iria gostar do que fosse que ele planejou.- E então, quais os seus planos malignos de agora? – arqueei a sobrancelha vendo-o marcar dois círculos no chão espaçados um do outro. – Tortura por círculo? – zombei, fazendo-o me encarar com uma careta.- Você já lutou alguma vez na sua vida humana? – cruzando os braços, o Lycan me avaliou de cima abaixo. – Seus músculos, apesar de magros, são tonificados.- Obrigada, eu acho... – sorri tímida. – Já me aventurei em boxe. Bem, antes dos meus pais falecerem, eu adorava lutas e atletismo. – Suspirei um pouco frustrada. Harvey assentiu.- Então, sabe manter a postura de luta! – me olhou firme, entrando em um círculo. – A proposta do treinamento é simples: Vamo
- Você não me atingiu, Sophie. Às vezes, é preciso liberar suas emoções. - Ele sorriu e admirou orgulhosamente a fenda que se formara no solo.- Você estava mesmo disposto a me deixar bater em você? - Indaguei, perplexa, enquanto apertava as mãos.- Já te disse, gosto de levar uns socos de vez em quando! - Ele riu e se aproximou, passando os dedos sobre meus olhos. - Você pode descontar toda sua dor e raiva em mim, Sophie, eu aguento. Mas depois disso, recomponha-se, lute, não baixe a guarda!- Eu poderia ter desfigurado seu rosto. - Afastei suas mãos de meu rosto, frustrada. Não sabia como explicar meus motivos, mas não desejava causar mal ao Rei Lycan.Era evidente que a maneira como ele me tratava não era justa, mas comecei a perceber que esse era o modo dele de se proteger e proteger sua matilha e seu filhote.- Compaixão é uma fraqueza. - Ele refletiu, me avaliando. - Nem mesmo comigo você pode ter pena, Hibrida!Ele retornou ao seu círculo e se transformou para me atacar.- Por
Oliver parecia visivelmente melhor desde a última vez que o tinha encontrado, após sua missão e as torturas sofridas. A simples lembrança daquele acampamento sombrio, os corpos dos lobos caídos e Harvey, momentaneamente subjugado pela fera, era o suficiente para me tirar do transe.O focinho do Alfa me trouxe de volta à realidade, despertando-me de minhas sombrias lembranças.- Está tudo bem? - Ele me fitou com olhos analíticos. - Não há motivo para temer o Beta. Qualquer ameaça contra você é uma afronta direta a mim; ele não se atreveria.Aparentemente, meu odor de pânico havia se espalhado, pois Oliver, agora em sua forma humana, franzia o cenho, e os lobos de vigia também direcionavam seus olhares em minha direção.- Não é nada - murmurei, esboçando um tímido sorriso, sentindo-me envergonhada.- Meu rei - reverenciou o Beta.- Beta, por que está em sua forma humana? - O Alfa rosnou impacientemente. Todos abaixaram a cabeça em submissão e temor.- Peço desculpas, meu Alfa. - Inclina
- Tão jovem! – Sophie colocou a mão no ombro de Oliver, demonstrando compaixão. – Sinto muito por isso. Você nunca tentou trazê-la de volta?Chegaram à entrada de um local que mais parecia um celeiro do que um galpão. Quando abriram as portas, Sophie viu vários mapas espalhados sobre uma velha mesa de madeira, um painel com nomes e localizações e uma área de treinamento ao fundo.Observando o ambiente, Sophie estremeceu ao imaginar o que acontecia ali com os inimigos.- Ela não sobreviveu muito – O Beta comentou ao passar por Sophie. – Harry se encantou por minha irmã, e ele não é conhecido por ser gentil. Não demorou muito para que as notícias chegassem de que Helena não sobreviveu às crueldades dele.- Sinto muito, Oliver! – Os olhos de Sophie se encheram de lágrimas.- Eu também. Por isso, híbrida, respondendo à sua pergunta, sim, sou leal ao nosso Rei Lycan. Ele não tolera injustiças, não permite que venham e levem o que é nosso por direito, e nunca entregaria seus lobos como moed
- Mas? - Franzi a sobrancelha, avaliando-o atentamente.- Mas, ainda não recebi aprovação da Deusa Lua para nossa união, nem sequer uma escolhida pela deidade - Suspirou Oliver, retomando a caminhada.- E você acha que precisa da Deusa para dizer o que deve sentir? - Corri em direção ao Beta para acompanhá-lo, curiosa.A pergunta pareceu pegá-lo de surpresa, mas ele respondeu com um sorriso.- O Rei Alfa estava certo, você é perspicaz - Havia um brilho de admiração nos olhos do homem loiro ao meu lado. - Os Deuses fazem as escolhas por nós com base na pureza de nossas almas, por isso, sempre há uma compatibilidade perfeita em suas decisões.- Isso não inibe o que sente por Victoria? E se ela não for a escolhida, o que acontecerá com a relação de vocês? - Indaguei, curiosa sobre o dilema que ele enfrentava.- Seria uma história memorável - O sorriso fraco do Beta revelou que essa seria uma decisão dolorosa, mas ele não ousaria desafiar os desejos de sua Deusa.- Entendo... Acha que a L