Oliver parecia visivelmente melhor desde a última vez que o tinha encontrado, após sua missão e as torturas sofridas. A simples lembrança daquele acampamento sombrio, os corpos dos lobos caídos e Harvey, momentaneamente subjugado pela fera, era o suficiente para me tirar do transe.O focinho do Alfa me trouxe de volta à realidade, despertando-me de minhas sombrias lembranças.- Está tudo bem? - Ele me fitou com olhos analíticos. - Não há motivo para temer o Beta. Qualquer ameaça contra você é uma afronta direta a mim; ele não se atreveria.Aparentemente, meu odor de pânico havia se espalhado, pois Oliver, agora em sua forma humana, franzia o cenho, e os lobos de vigia também direcionavam seus olhares em minha direção.- Não é nada - murmurei, esboçando um tímido sorriso, sentindo-me envergonhada.- Meu rei - reverenciou o Beta.- Beta, por que está em sua forma humana? - O Alfa rosnou impacientemente. Todos abaixaram a cabeça em submissão e temor.- Peço desculpas, meu Alfa. - Inclina
- Tão jovem! – Sophie colocou a mão no ombro de Oliver, demonstrando compaixão. – Sinto muito por isso. Você nunca tentou trazê-la de volta?Chegaram à entrada de um local que mais parecia um celeiro do que um galpão. Quando abriram as portas, Sophie viu vários mapas espalhados sobre uma velha mesa de madeira, um painel com nomes e localizações e uma área de treinamento ao fundo.Observando o ambiente, Sophie estremeceu ao imaginar o que acontecia ali com os inimigos.- Ela não sobreviveu muito – O Beta comentou ao passar por Sophie. – Harry se encantou por minha irmã, e ele não é conhecido por ser gentil. Não demorou muito para que as notícias chegassem de que Helena não sobreviveu às crueldades dele.- Sinto muito, Oliver! – Os olhos de Sophie se encheram de lágrimas.- Eu também. Por isso, híbrida, respondendo à sua pergunta, sim, sou leal ao nosso Rei Lycan. Ele não tolera injustiças, não permite que venham e levem o que é nosso por direito, e nunca entregaria seus lobos como moed
- Mas? - Franzi a sobrancelha, avaliando-o atentamente.- Mas, ainda não recebi aprovação da Deusa Lua para nossa união, nem sequer uma escolhida pela deidade - Suspirou Oliver, retomando a caminhada.- E você acha que precisa da Deusa para dizer o que deve sentir? - Corri em direção ao Beta para acompanhá-lo, curiosa.A pergunta pareceu pegá-lo de surpresa, mas ele respondeu com um sorriso.- O Rei Alfa estava certo, você é perspicaz - Havia um brilho de admiração nos olhos do homem loiro ao meu lado. - Os Deuses fazem as escolhas por nós com base na pureza de nossas almas, por isso, sempre há uma compatibilidade perfeita em suas decisões.- Isso não inibe o que sente por Victoria? E se ela não for a escolhida, o que acontecerá com a relação de vocês? - Indaguei, curiosa sobre o dilema que ele enfrentava.- Seria uma história memorável - O sorriso fraco do Beta revelou que essa seria uma decisão dolorosa, mas ele não ousaria desafiar os desejos de sua Deusa.- Entendo... Acha que a L
- No banho? – Engoli em seco, arrepiando com seus toques. Ele ergueu meu queixo para o seu rosto.- Que mente maliciosa, Humana... – Zombou com ousadia – É o que quer? Que eu te dê banho?Tentei afastá-lo, mas Harvey era persistente.- Não foi o que quis dizer – Gaguejei desajeitada.- E o que quis dizer, Sophie... – Sussurrando, ele roçou os lábios nos meus, acendendo uma chama interna.- Estou cansada, Harvey, não quis dizer nada. – Sorri com gentileza, erguendo uma mão e acariciando seus cabelos sedosos – Posso ir descansar?Em um movimento rápido, ele me ergueu do chão e jogou-me por cima de seus ombros, subindo as escadas.- Alfa, eu disse que não precisava de ajuda! – Gritei, esperneando e debatendo – Me solte!Ele deferiu um tapa em minha bunda e apertou com ousadia.- Não me interessa o que disse – Deu de ombros, divertido – Se continuar se debatendo, vou arrancar sua roupa, encher sua linda bunda de tapas, antes de mordê-la e saborear sua pele com vigor.Parei imediatamente d
Ouvi lobos se aproximando, olhei para trás, e lá estava o Beta com uma pequena alcateia.- SIGA O SEU DESTINO - A voz contorcida que vinha da criança se tornou mais intensa, a neve cobriu o corpo da pequena bruxa, e ela desapareceu diante de nós.- Mas que diabos aconteceu aqui?! - Indaguei confusa, sem entender.- Sra. Luna, vamos, aqui não é mais seguro! - Rosnou Oliver, farejando o ar.Repeti o gesto, farejando, e senti aquele odor podre da magia negra, o mesmo que me atacara próximo ao acampamento.- Oliver! - Rosnei, ficando em posição de ataque.- Hoje não, Sophie! - Advertiu ele. - Vamos correr!Começamos a correr o mais rápido que podíamos, risos sombrios ecoavam pela floresta, vindo em nossa direção. Estavam nos perseguindo, brincando conosco.- HI-BRI-DA VOLTEEE, VAMOS BRINCAR! - A voz maligna se tornou mais intensa, fazendo-me tremer.O céu escureceu, como se uma tempestade estivesse se formando, o ar ficou denso, e meu coração batia com uma intensidade que parecia prestes
POV: HARVEYNa sala de reunião, discutíamos os assuntos relacionados aos ataques da bruxa sombria, a figura perdida na lenda. Ao que parecia, ela havia sucumbido à escuridão, tornando-se um elo e uma porta para este mundo. Essa revelação era profundamente preocupante, pois há anos não tínhamos qualquer relato sobre a escuridão pairando sobre nosso mundo.Suspirei, perplexo com a situação. Questionava-me sobre a importância da Hibrida para aqueles presentes. Seria a sua magia verdadeiramente tão poderosa a ponto de necessitarem dela para um propósito maior? E onde os Deuses se encaixavam nesse enigma? Por que a destinaram a uma fera amaldiçoada? E qual seria a relação das gêmeas com todo esse mistério?- Será que Conan corre perigo? – Sussurrei, com um semblante carregado de indagações.Segui os passos de Suellen, uma subordinada que, em tempos passados, fora minha amante, trazendo-me alívio quando necessário.- Parece tenso, meu rei! – Ela se aproximou, passando as mãos pelos meus omb
O grande dia do teste havia finalmente chegado, e uma tensão nervosa me percorria intensamente. Falhar estava fora de cogitação. O Alfa, com sua habitual serenidade, havia explicado que os testes se dividiam em várias etapas: força, estratégia, raciocínio rápido, resistência, transformação, corrida e luta corporal. A pressão era imensa.Engoli em seco, frustrada, e a preocupação tomou conta de mim. A pergunta inevitável escapou dos meus lábios: - Terei que lutar até a morte?O Alfa me olhou atentamente, ponderando minha dúvida. Sua voz grave rompeu o silêncio, dissipando parte da minha angústia: - Não, ninguém precisa lutar até a morte. Aquele que ceder é eliminado, e aquele que resistir será o vencedor.Enquanto ele colocava um colar com uma pequena pedra de esmeralda em meu pescoço, segurei o adorno e o examinei. Era delicado e lindo, parecia deslocado para aquela situação tensa.- Por que tenho que usar isso? - indaguei.O Lycan deu de ombros, respondendo com simplicidade: - Para d
Naveguei habilmente entre as majestosas árvores, fazendo uma manobra em forma de "C", cujo extremo me colocou bem na frente do lobo líder. Saltei em sua frente, ouvindo-o rugir de fúria. Antes que suas enormes patas pudessem me alcançar, dei outro salto para uma árvore próxima, percebendo que havíamos chegado à área com lama movediça. Enterrei minhas garras no tronco da árvore, erguendo meu corpo um pouco acima do perigo, enquanto observava atentamente os galhos e troncos resistentes que eu poderia utilizar como um caminho seguro.Olhei para baixo e vi alguns lobos que, devido à sua imprudência, se aproximavam perigosamente da areia movediça. Torci mentalmente para que alguém pudesse vir ao resgate antes que fosse tarde demais.O lobo maior estava escalando atrás de mim com um rugido que ecoou pela floresta. - Luna! - Ele brandou. - Se está tão preocupada com eles, deveria ir lá e salvá-los!Não pude evitar soltar um rugido em resposta, mostrando meus caninos afiados. - E perder a opo