POV: SOPHIEA porta se abriu com um estrondo, e eu mantive meus olhos fixos, ciente de que o Alfa entrava furioso.— Por que não está comendo? — Ele rosnou impaciente — Como pretende se recuperar sem se alimentar?— Não consigo comer sabendo que meu sobrinho está sendo manipulado nas mãos da bruxa sombria... — Sussurrei sem dirigir os olhos em sua direção.— E lamber suas feridas e ficar fraca resultará em que? — O Alfa rosnou arrogante, fazendo-me encará-lo — Não é a fraqueza que o trará de volta, precisamos de você forte para resgatá-lo!— Achei que você fosse um Alfa poderoso; como pode deixá-lo ser levado? — Rosnei na direção dele.Harvey se aproximou, e apesar do ataque ter vindo de sua fera e não dele, ainda assim, minha loba e eu estávamos assustadas. Ele parou, farejando em nossa direção, pegou o prato de comida, arrastou a cadeira para perto da cama e manteve seus olhos nos meus enquanto levava a colher de sopa aos meus lábios sem pedir permissão.— O que pensa que está fazen
Despertei com uma leve coceira no nariz e espirrei, sentindo o pelo do Alfa sob meu rosto enquanto ele rosnava baixinho em protesto.— Me desculpe... — Murmurei, percebendo que ainda estava firmemente agarrada ao seu corpo peludo.O Lycan saltou da cama, esticando-se preguiçosamente no chão, balançando a cabeça e todo o pelo, e espirrei novamente, fazendo com que ele me encarasse.— Parece que sou alérgica a você! — Provoquei, exibindo um leve sorriso.Ele se aproximou em sua forma lupina, empurrando suavemente minhas pernas para fora do quarto.— Alfa, por que não se transforma e diz logo o que quer? — Encarei-o, notando um leve brilho em seus olhos. Corei, minha loba agitando-se interiormente. — Entendi, você quer despertá-la, não é?O analisei, sabendo que minha loba o recusava constantemente. Eu tinha consciência de que seu lobo a necessitava tanto quanto ela o necessitava. Fechei os olhos em contato com minha fera interior; minha loba estava amuada no canto, aparentemente machuca
Avaliei com cautela as palavras do Alfa, cujo olhar firme persistia, mesmo à beira da morte em meu âmago. Desejava ardentemente sua proteção e seu amor.— Quais seriam as implicações de você ir ao purgatório? — Indaguei, ainda perplexa com sua sugestão. — Servir à Deusa seria totalmente maléfico?— Hunf... Servir à Lua agora parece simples diante de tudo que já enfrentei. — O Lycan deu de ombros. — Entrar vivo, além da morte, resultaria em condenação eterna para minha alma se eu fosse executado naquele lugar.— Harvey... Vi o sofrimento que meu pai enfrenta lá, você é tolo. — Mordi os lábios, observando-o franzir o cenho. — Mas não desejo tal destino para você!Enquanto acariciava meus cabelos molhados, as mãos do Alfa seguiam uma gota perigosa que percorria todo o meu corpo, em um ritmo lento e delicado, assim como seus dedos o faziam.Suspirei, arrepiada, agarrando a mão ousada que descia por minha barriga em direção à minha intimidade. Puxei-a até os lábios, beijando sutilmente o d
— Sim, ela queria retornar tomando meu corpo... Nunca a vi daquela forma, obcecada, não parecia a irmã que um dia conheci — Suspirei triste, colocando a mão no peito e acariciando, tentando aliviar a pressão que pairava sobre ele.— Os desejos de Agatha estão mais intensificados... — Explicou o rei Lycan cerrando os dentes.— Quanto mais tempo fora do plano correto em que ela deveria estar, que é o pós-vida, a alma vai se corrompendo. — Elara completou — As sombras pairam ao nosso redor, e qualquer alma deslocada é uma porta aberta para eles corromperem!— E o que isso tem a ver com essa sensação estranha? Sinto minha força vital sendo sugada e não ouço minha loba! — Rosnei aflita, um suor frio escorria por minha testa.— Aquela maldita está tentando te arrastar de volta para o fio da vida, onde pretende tomar seu corpo e aprisionar sua alma lá! — A passos pesados, o Alfa parou em frente à bruxa, brandando — FAÇA ALGO LOGO!Elara arregalou os olhos, ficando pálida e tremendo diante da
— Eu não compreendo, sempre tivemos uma boa relação... Agatha não era assim, por que tudo a minha volta desmorona desta forma? — Suspirei tentando engolir o nó formado em minha garganta, porém, as lagrimas que estava na linha dos olhos eram insistentes e transbordaram lavando meu rosto.— Darei a espaço a vocês! — Elara falou fazendo uma reverencia e saindo do quarto.— Não chore, humana... — Harvey murmurou segurando meu rosto entre suas mãos, secando as lagrimas com o dedão — Ninguém merece suas lágrimas.— Parece que todos que eu amo tendem a me machucar... — Sussurrei deitando puxando a coberta até altura dos olhos.— Hunf. Seu coração é genuíno demais, Hibrida... — Rosnando baixinho, o Alfa se enfiou embaixo das cobertas subindo meu corpo até parar próximo aos meus lábios — Apenas Conan merece seu amor.O hálito quente do Harvey acariciava minha pele, seus olhos cintilaram em sentimentos indecifráveis, havia algo mais por trás de suas palavras que eu não compreendia.— Alfa? — Su
Encontramos Elara do lado de fora da casa, dirigindo-nos em direção à floresta, caminhando tranquilamente.— Por que tinha que ser aqui fora? — Comentei, tremendo um pouco devido ao frio do inverno.— Você que quis vir... — Rosnou o Alfa, aproximando-se mais — Após o ritual de localização, transformarei e partirei para a fenda, onde rogarei à Deusa Lua.Assenti, seguindo-o.— Sente-se melhor, minha criança? — Indagou Elara, com um sorriso sutil nos lábios.— Sim, muito obrigada por sua ajuda. Não sei como te agradecer. — Aproximei-me dela e a abracei.— Fique segura e longe de confusão. — A bruxa sorriu, lançando um olhar para o Alfa e voltando para mim — Ao menos tente.Rimos juntas, fazendo-o semicerrar os olhos sem compreender.— Bruxa, vamos logo com isto! — Rosnou o rei Lycan, imponente.— Vamos aproveitar que a híbrida está aqui — Elara disse, segurando meu dedo — É apenas uma gota de sangue, será mais precisa a localização.Assenti em concordância.— Sangue de Estrelas, Trilha
As palavras de Harvey me fizeram estremecer, compreendendo sua relutância em ceder sua devoção total à Deusa.— Alfa, por favor... Deixe isto... — Antes de terminar e contestar, a Deusa desceu da pedra, caindo no chão em sua forma lupina.— Excelente, rei Lycan. — Em um movimento suave em direção à pedra, ela abriu a fresta para o submundo, onde os gritos desesperadores se tornaram mais intensos — Lembre-se, Alfa, para sair é necessário que você passe pelas casas de pecados com a alma antes de sair. O tempo lá dentro é diferente deste plano, e caso haja alguma ameaça de desequilíbrio ou fuga de criaturas, não hesitarei em te selar no purgatório.Ele assentiu, caminhando em direção à entrada, corri parando em sua frente.— Alfa, não faça isto! — Rosnei ameaçadora — Podemos arrumar outro jeito.— Humana, todos os desejos têm consequências. Aprenda a lidar com os seus — Rugindo, ele passou por mim, raspando o pelo em meu corpo e parando — Mantenho minha palavra, trarei seu pai de volta..
— A filha, em específico! — Lambert cerrou os dentes ao falar — Sou um alfa e pai falho; mereço meu destino.— Merece. — Concordei com um leve sorriso sinistro — No entanto, sua filha não compartilha dessa visão. Fale-me sobre os caminhos do purgatório que devemos seguir.— Este é um, Alfa amaldiçoado; estamos imersos no pecado da fúria... Daí as caçadas incessantes e a punição severa! — Ele explicou — Precisamos atravessar os Ceifadores até a próxima torre.— O que não está me contando? — Olhei de soslaio, captando suas reações — Há um guardião?— Claro que há. Em geral, quem se liberta desse pecado pode passar sem lutas..., Mas se pretende me tirar daqui, Rei Lycan, deve entender que não estou isento de meus pecados. — O lobo negro explicou.— Isso não me importa. O que devo esperar do guardião? — Rosnei, dando de ombros.— Quanta arrogância e prepotência. — Lambert lançou um olhar lascivo — Um lobo sobrenatural guarda o portão de saída, algo que você talvez nunca tenha visto ou enf