— Infelizmente, teremos que enfrentar esta guardiã, cuja fome é insaciável... É a própria personificação da gula! — Ele falou — Lycan, vendarei meus olhos e tamparei meus ouvidos; preciso que me guie nesta torre para que não sucumba à luxúria.— Agora confia em mim? — Respondi com ironia.— Quero ver Sophie uma última vez. — Ele sussurrou em uma confissão, abaixando a cabeça — Você não me fará mais mal do que este lugar. Não tenho nada a perder, e você precisa de mim para sair deste lugar.— Que seja! — Rosnei irritado. Não levou muito tempo para que a pata estivesse recuperada, apesar do local ainda doer.— A dor aqui é constante, nunca cessa. A cada ferida, mesmo que recuperado, a dor excruciante fica como lembrete! — Lambert me observou antes de se vendar com um pedaço de roupa.— Vi o que os Ceifadores fizeram com você. Está me dizendo que ainda sente a dor da sua pele sendo arrancada? — Analisei o lobo negro à minha frente.— Sinto todas as dores que já me infringiram aqui, todos
Abri os olhos, percebendo-me imóvel diante do portão, segurando Lambert, que tentava se soltar enquanto ainda estava vendado.— Rei Lycan? Rei Lycan? — Lambert me chamava.Apertei sua mão com firmeza, arrastando-o para fora daquele portão do purgatório. Ao nosso redor, gritos de pavor ecoavam, e senti a fera retornar ao meu ser. Olhei para trás e vi a Succubus em sua verdadeira forma, parada junto ao portão, toda cortada e ensanguentada, com olhos espantados.— Isto não ficará assim, Fera. Seu destino é no purgatório. Teremos nossa vingança! — A guardiã proclamou com uma ameaça estrondosa.Libertei os olhos de Lambert da venda improvisada. Ele ria ao me medir.— Até mesmo os amaldiçoados caem em tentação, não é mesmo, Rei Lycan? — Rindo divertido, o lobo negro virou-se para frente — Espero que tenha sobrado energia para confrontar a Gula!Olhei para baixo, percebendo a excitação pulsante em meu íntimo. Rosnei irritado, passando à frente do alfa caído com passos firmes.— A Sophie, esp
Ele assentiu, erguendo-se do chão com determinação.— Então vamos, estamos no último portão para fora deste lugar terrível. — Rosnei.— Parece um sonho sair daqui... — Lambert comentou — O que vai acontecer com a minha alma?— A Deusa decidirá se a absolverá ou se será uma alma vagante. — Expliquei.— Gostaria de ter tempo na terra para ficar com as minhas filhas. — Lambert comentou animado, e então percebi o que ele não sabia. O encarei sobre os ombros, ponderando se contaria, mas preferi ignorar.Nos aproximamos do portão, um rugido estrondoso e empoderado ecoou no ambiente. À nossa frente, meu falecido pai, Walker, emergiu do meio do pó de ouro reluzente.— O bom filho a casa torna. — Ele rosnou sarcasticamente — Sentiu saudades, filhote?— Este é o seu... — Lambert começou, mas o interrompi.— Meu pai! — Brandei enfurecido, até mesmo a fera se remexia dentro de mim. — Como veio parar aqui? E como se tornou um guardião?— Sou um rei poderoso, filhote burro, era de se esperar que eu
POV: SOPHIE— Ele já está lá dentro por tanto tempo... — Comentei, observando a fenda com preocupação — Será que não seria mais prudente eu oferecer minha ajuda?A Deusa, radiante em todo o seu esplendor, sorriu em resposta.— Não, pequena loba, este teste é para o Alfa amaldiçoado. — A Deidade fixou o olhar em mim com intensidade — Você não tem permissão para interferir!— Mas e se ele precisar de ajuda? Não posso simplesmente ficar de braços cruzados. — Protestei, cerrando os punhos.— O Rei Lycan sabe se virar; você conhece o poder que ele possui e está ciente da força de sua fera. — Elara respondeu, lançando um olhar ao redor — Só espero que não demore muito até seu retorno.— O tempo lá dentro é diferente do nosso... — A Lua comentou com elegância em sua fala arrastada — Provavelmente, se passaram segundos no purgatório, enquanto aqui ainda o aguardamos a mais de um dia desde a partida do amaldiçoado.— Lentidão do tempo... Eu li sobre isso em um livro de magia do clã das bruxas
Assoviando, Harry ria apressadamente enquanto avançava na minha direção com um olhar desafiador.— Olha só, como você é cheia de coragem. Mas sabemos que seu Alfa não está; farejamos sua magia reduzida! — Harry disse esnobe, aproximando-se lentamente devido à rajada de vento da tempestade — Não tememos sua loba!— Pois deveriam. Não imaginam sua força... Pergunte a Agatha! — Brandei, estufando o peito orgulhosa, encarando o espírito de minha irmã nas costas do beta.— A Agatha? — Henry perguntou curioso, chegando perto do escudo — Você é a Agatha.— Sou mesmo? — Sorri esnobe — Lobos realmente fracos por não notar a diferença.Ambos farejaram em minha direção, os olhos escureceram ressaltando a linha predatória; os irmãos se entreolharam, rosnando alto em raiva.— MALDITA, Você é a gêmea amaldiçoada! — Brandou o Alfa da lua de sangue — Como conseguiu ser exata...— Magia, lobo tolo! — Dei de ombros, alargando ainda mais meu sorriso — E aquilo foi apenas uma fração do meu poder.— Pare
Apesar da minha fera interna contestar, não havia escolha. Estávamos sozinhas e morreríamos ali se não usasse o resto de poder que tinha, mesmo que proibido, para nos libertar.— Vamos matá-la, evitem suas garras. — Ordenou Henry, o Alfa.— Deixem-na comigo! — Harry brandou em furia.— Foi o que você sempre quis, Beta... — Zombei o provocando.Harry se lançou em minha direção, de forma hábil ele evitava minhas garras mordendo parte da minha barriga e alto das costas. Grunhia em dor, ofegante, percebendo o preço da magia proibida, minhas forças vitais eram absorvidas!— Não vou morrer aqui! — Rugi balançando a cabeça e clamando a minha loba — Nós não vamos morrer!Rugindo em minha mente, a senti mais feroz. Nossa força parecia ter aumentado, junto a magia, ambas caminhavam juntas, senti os tremores pelo corpo até as presas ficarem mais proeminentes.— Olha só, acho que irritei a lobinha... — Zombou Harry.— Ande logo com isto, o furacão está perto! — Henry alertou olhando na direção em
Quando a escuridão envolveu meus olhos, uma presença sinistra agarrou minhas pernas com garras afiadas, arrastando-me para um abismo sem fim. Tentei desesperadamente agarrar o que parecia ser o chão, mas em vão; a força que me puxava era avassaladora.Uma única gota de sangue ressoou ao tocar o solo, transformando o piso em um mar vermelho de sangue onde meu reflexo desfigurado se revelou pelas feridas da batalha contra os lobos. Sobressaltei-me ao notar um sorriso maligno pairando sobre meus ombros, uma mão repousando e acariciando com uma sinistra satisfação.— Finalmente, você se aproxima da perfeição para nós! — proclamou o ser maligno, dirigindo-se ao meu próprio reflexo.Instintivamente, joguei-me para trás, arrastando-me com pavor, observando meu entorno.— Quem, ou o que, você é? — perguntei em meio ao vazio, sem avistar ninguém.A entidade emergiu da poça de sangue, emanando uma presença aterradora e um odor desconhecido, causando calafrios intensos. Minha mão parecia encolhe
— Seu destino foi selado antes mesmo de sua concepção, criança, e ao contrário do que dizem, isso não é uma maldição, mas uma bênção! — Suspirando, o ser de luz segurou novamente meus punhos — As correntes serão sua punição, estão seladas não apenas em sua carne, mas também em sua alma.— Não compreendo, quem me escolheu? Qual a razão? — Chorei ainda mais — Por favor, ajudem-me a libertar meu sobrinho, e farei tudo o que desejarem. Serei totalmente devota aos Ancestrais, à Lua e a você, destino. Por favor, não o deixem sofrer por minha culpa!— Apesar das enfermidades na mente da criança, ele não sente dor, asseguramos isso. — Afagando meus cabelos, o Destino disse — No entanto, não podemos intervir no curso da história; até mesmo seres como nós têm regras e corremos o risco da punição divina.— Posso me responsabilizar por essas punições? — Indaguei, mesmo com medo de mais dores que poderiam ser infligidas a mim.— Seu coração é puro, mas uma alma nunca suportaria tamanho castigo...