— Bruxa! — falei por entre as presas, sendo levado abruptamente pela urgência da situação. — Protejam nossa alcateia com suas vidas. Deixem o Alfa e as sombras comigo!Todos concordaram e partiram. Perseguimos os desgraçados, e ao chegarmos no centro da cidade, o caos já havia se instalado. Lobos com mentes dominadas vagavam, enquanto minha fera interior sorria, divertida, através dos meus olhos, apreciando a chama do tumulto.— QUANTA CARNE FRESCA! — ecoava a voz da fera em minha mente. Farejei o Alfa Caleb adentrando sorrateiramente a minha cúpula de reunião. Enquanto a bruxa lançava suas gargalhadas e sussurros pela cidade, o caos se intensificava.— Isto, filhos do caos... Sucumbam à escuridão! — a bruxa falava com diversão, estranhamente ignorando a Híbrida.— Sophie... — rosnei baixinho enquanto mãos obscuras puxavam minhas patas, tentando arrastar-me até a bruxa.— Ora, ora... Olá, lobo amaldiçoado! — sorriu a bruxa sombria.— Vai se arrepender de ter atacado minha alcateia — r
O Alfa seguia desacordado, nunca o tinha visto naquela posição, tão ferido e debilitado. Não farejava o cheiro de sua fera, havia o monstro o abandonado?Meu coração batia intensamente no peito, Conan... Alguém o protegeu? Onde ele estava, precisava retornar e o encontrar. Não o senti na alcateia, não consegui farejar seu cheiro, tudo fedia a sangue, podridão e desespero. Minha loba me mandava sinais de alertas, sua agitação consumia minhas emoções!Me transformei em loba olhando para o Lycan deitado descansando, estava pronta para sair quando um rugido me pegou desprevenida.— Nem ouse ir até lá! — Brandou o Alfa se erguendo irritado— Harvey... Precisamos achar Conan! — Falei quase em uma suplicia com nó desesperador formado em minha garganta. — Algo não está certo nisto tudo, eu, eu não o sinto mais.Meus olhos estavam marejados, o Alfa ficou parado me analisando até se transformar em humano, ao suspirar e me encarar percebi o que havia acontecido.— NÃO! NÃO, EU NÃO ACEITO ISTO...
— Como você consegue descansar sabendo o que fizeram? — Cerrei os punhos.— Me concentro em minha vingança. — Deu de ombros o Alfa, puxando-me para perto de seu corpo. — Vislumbro detalhadamente o que farei com Caleb e a bruxa.— O que planeja? — Arqueei as sobrancelhas, encarando-o firmemente, a ira consumindo-me.Rosnando baixinho, o Lycan roçou os lábios aos meus, percorrendo suas mãos por minhas costas, seguindo pelos ombros até alcançar meu queixo, erguendo ainda mais minha cabeça em sua direção.— Você irá paralisar Calebe e quebrar seus ossos com a pressão de sua magia. — Harvey sorriu. — Depois, o rasgarei com minhas garras, membro por membro, bem devagar, fazendo-o berrar de desespero!— Isso me parece pouco perto da dor que sinto... — Suspirei triste.— Humana, vamos definhá-lo pouco a pouco todos os dias... — A voz do alfa era diabólica, o deleite com a maldade nítido.— E a bruxa? — Ignorei seus olhos sádicos.— Ela, infelizmente, é perigosa demais para brincar; teremos qu
— Ele mente! — Uma voz ecoou intensa pelo ambiente, fazendo-me despertar abruptamente. Parado na porta, Agatha exibia um semblante severo.— Quem está mentindo, o Alfa? — Arqueei as sobrancelhas, retirando o braço do meu companheiro que resmungou, apertando-me mais em seu abraço preguiçoso. O simples toque dele provocava arrepios.Mordi os lábios, desviando o olhar para minha irmã, que se aproximou com uma expressão sinistra.— Ele é irresistível e charmoso, mas não se iluda... São truques! — Ela falou encarando-o, revelando tristeza em seus olhos.— Você ainda sente falta dele! — Concluí suspirando. — Ainda o ama.Agatha arregalou os olhos, me analisando, e sorriu fracamente.— Este é o poder mais perigoso que ele possui... Nos fazer amar, para depois nos destruir! — Ela se afastou, parando na porta, falando por cima dos ombros. — Não se engane, minha irmã, ele irá te magoar e destruir.Rosnando, o Alfa despertou, sentando-se e me encarando enquanto farejava o ar.— Agatha! — Rugiu i
Aproximamo-nos furtivamente da alcateia, envolta em sombras sinistras, onde sussurros distorcidos ecoavam, enviando arrepios através de nossos pelos. Sombras malévolas dançavam à nossa volta, brincando com a fragilidade de nossas mentes. Engoli em seco ao testemunhar a passagem silenciosa de um lobo negro entre as sombras das casas, seus olhos me encarando com uma familiaridade assustadora, como se a entidade diante de mim compartilhasse semelhanças com meu próprio pai.Aproximei-me do alfa, roçando nossos pelos, e ele dirigiu seu olhar penetrante em minha direção.— Não tema a escuridão; é ela que deve temer-nos! — Rosnou Lycan, o alfa, sussurrando palavras que ecoaram com a promessa de confiança renovada.Os lobos pareciam ter detectado nossa presença, suas patas fazendo um som inconfundível ao raspar no chão enquanto corriam em nossa direção. O solo tremia sob a carga da alcateia que se aproximava rapidamente, olhos vermelhos brilhando e presas gotejando saliva como se fossem feras
— SOPHIE... NÃO! — Gritou o Alfa, mas eu explodi em magia, lançando luz por todo o ambiente e arremessando a bruxa contra o pilar, fazendo-a escorregar até o chão.— COMO? — Ela me encarava intrigada, gemendo de dor.Suspirei trêmula, tropeçando em meus pés ao ir em sua direção, parando em sua frente com dificuldade; minhas vistas estavam embaçadas.— VOCÊ O TIROU DE MIM! — Rosnei alto, sentindo a dor falar mais alto. — VOCÊ O MATOU!Transformei minha magia em uma adaga suspensa no ar, parada próxima ao pescoço da bruxa.— DO QUE ESTÁ FALANDO? — Ela me encarou confusa, até que sussurros se intensificaram. — ENTENDI...Gargalhando, a bruxa se pôs de pé, olhando-me desafiadora.— DEIXE-ME TE REVELAR A VERDADE! — Ela ergueu as mãos, arrastando-me para uma lembrança onde aparecia o Alfa e Victoria.— Você quer que eu faça o que? — Os olhos arregalados de Victoria o encaravam. — Perdão, meu irmão, como pode fazer isto com sua Luna?— Faça o que estou ordenando, mestiça! — Brandou o Alfa, r
POV: HARVEYFiquei imóvel, testemunhando o avanço das chamas que devoravam o entorno, fixando meu olhar no local onde ela desaparecera. Inspirei profundamente, buscando seus vestígios no ar, mas em vão. Era evidente que até a Deusa se aliara a ela, ao lado dos ancestrais.— Você a perdeu, Alfa — zombava a voz sarcástica da fera em minha mente. — No final, alguém viu quem você realmente é.— Vá para o inferno, fera. Não tenho paciência para lidar com um covarde como você! — exclamei, sentindo meu peito subir e descer rapidamente com a respiração agitada.O monstro nos arremessou violentamente contra um pilar, suas garras gravando um caminho doloroso em minha pele até próximo à virilha.— Não sou um covarde! — rugiu a fera em minha mente, pronta para assumir o controle total.— Então, não fuja da bruxa sombria! — rosnei diante da dor, tentando contê-la. Não era o momento, precisava encontrar minha Luna.— Ahh, você a ama! — gargalhando, a fera ressoou de maneira maligna. — Pobre Alfa am
— EU NÃO VOU PERMITIR! — As palavras sombrias de Agatha eram uma promessa firme.Demorou uma eternidade até encontrá-la; a fenda estava cada vez menor, indicando que em breve a fera poderia tomar de vez minha mente e o controle. Era imperativo localizar a híbrida.Retomei o controle, arregalando os olhos ao testemunhar o que a fera havia feito. Novamente, mais inocentes foram mortos... Ele havia encontrado refugiados dos lua crescentes e destroçado suas vidas.— GOSTOU DA SURPRESA QUE DEIXEI PARA VOCÊ? — Rosnou ele, sarcástico em minha mente. Recuei alguns passos, vendo os corpos presos na parede com a mensagem: "A LUNA É A PRÓXIMA!"— Você sucumbirá antes que isso aconteça, nem que nós dois morramos! — Fechei os punhos em uma promessa, fazendo a fera gargalhar.Retornei à minha alcateia completamente ensanguentada.— Meu senhor, você está bem? — O Beta me olhou preocupado.— Este sangue não é meu! — Dei de ombros, passando por ele, que ficou parado, olhando em volta e farejando.— A