— Ele mente! — Uma voz ecoou intensa pelo ambiente, fazendo-me despertar abruptamente. Parado na porta, Agatha exibia um semblante severo.— Quem está mentindo, o Alfa? — Arqueei as sobrancelhas, retirando o braço do meu companheiro que resmungou, apertando-me mais em seu abraço preguiçoso. O simples toque dele provocava arrepios.Mordi os lábios, desviando o olhar para minha irmã, que se aproximou com uma expressão sinistra.— Ele é irresistível e charmoso, mas não se iluda... São truques! — Ela falou encarando-o, revelando tristeza em seus olhos.— Você ainda sente falta dele! — Concluí suspirando. — Ainda o ama.Agatha arregalou os olhos, me analisando, e sorriu fracamente.— Este é o poder mais perigoso que ele possui... Nos fazer amar, para depois nos destruir! — Ela se afastou, parando na porta, falando por cima dos ombros. — Não se engane, minha irmã, ele irá te magoar e destruir.Rosnando, o Alfa despertou, sentando-se e me encarando enquanto farejava o ar.— Agatha! — Rugiu i
Aproximamo-nos furtivamente da alcateia, envolta em sombras sinistras, onde sussurros distorcidos ecoavam, enviando arrepios através de nossos pelos. Sombras malévolas dançavam à nossa volta, brincando com a fragilidade de nossas mentes. Engoli em seco ao testemunhar a passagem silenciosa de um lobo negro entre as sombras das casas, seus olhos me encarando com uma familiaridade assustadora, como se a entidade diante de mim compartilhasse semelhanças com meu próprio pai.Aproximei-me do alfa, roçando nossos pelos, e ele dirigiu seu olhar penetrante em minha direção.— Não tema a escuridão; é ela que deve temer-nos! — Rosnou Lycan, o alfa, sussurrando palavras que ecoaram com a promessa de confiança renovada.Os lobos pareciam ter detectado nossa presença, suas patas fazendo um som inconfundível ao raspar no chão enquanto corriam em nossa direção. O solo tremia sob a carga da alcateia que se aproximava rapidamente, olhos vermelhos brilhando e presas gotejando saliva como se fossem feras
— SOPHIE... NÃO! — Gritou o Alfa, mas eu explodi em magia, lançando luz por todo o ambiente e arremessando a bruxa contra o pilar, fazendo-a escorregar até o chão.— COMO? — Ela me encarava intrigada, gemendo de dor.Suspirei trêmula, tropeçando em meus pés ao ir em sua direção, parando em sua frente com dificuldade; minhas vistas estavam embaçadas.— VOCÊ O TIROU DE MIM! — Rosnei alto, sentindo a dor falar mais alto. — VOCÊ O MATOU!Transformei minha magia em uma adaga suspensa no ar, parada próxima ao pescoço da bruxa.— DO QUE ESTÁ FALANDO? — Ela me encarou confusa, até que sussurros se intensificaram. — ENTENDI...Gargalhando, a bruxa se pôs de pé, olhando-me desafiadora.— DEIXE-ME TE REVELAR A VERDADE! — Ela ergueu as mãos, arrastando-me para uma lembrança onde aparecia o Alfa e Victoria.— Você quer que eu faça o que? — Os olhos arregalados de Victoria o encaravam. — Perdão, meu irmão, como pode fazer isto com sua Luna?— Faça o que estou ordenando, mestiça! — Brandou o Alfa, r
POV: HARVEYFiquei imóvel, testemunhando o avanço das chamas que devoravam o entorno, fixando meu olhar no local onde ela desaparecera. Inspirei profundamente, buscando seus vestígios no ar, mas em vão. Era evidente que até a Deusa se aliara a ela, ao lado dos ancestrais.— Você a perdeu, Alfa — zombava a voz sarcástica da fera em minha mente. — No final, alguém viu quem você realmente é.— Vá para o inferno, fera. Não tenho paciência para lidar com um covarde como você! — exclamei, sentindo meu peito subir e descer rapidamente com a respiração agitada.O monstro nos arremessou violentamente contra um pilar, suas garras gravando um caminho doloroso em minha pele até próximo à virilha.— Não sou um covarde! — rugiu a fera em minha mente, pronta para assumir o controle total.— Então, não fuja da bruxa sombria! — rosnei diante da dor, tentando contê-la. Não era o momento, precisava encontrar minha Luna.— Ahh, você a ama! — gargalhando, a fera ressoou de maneira maligna. — Pobre Alfa am
— EU NÃO VOU PERMITIR! — As palavras sombrias de Agatha eram uma promessa firme.Demorou uma eternidade até encontrá-la; a fenda estava cada vez menor, indicando que em breve a fera poderia tomar de vez minha mente e o controle. Era imperativo localizar a híbrida.Retomei o controle, arregalando os olhos ao testemunhar o que a fera havia feito. Novamente, mais inocentes foram mortos... Ele havia encontrado refugiados dos lua crescentes e destroçado suas vidas.— GOSTOU DA SURPRESA QUE DEIXEI PARA VOCÊ? — Rosnou ele, sarcástico em minha mente. Recuei alguns passos, vendo os corpos presos na parede com a mensagem: "A LUNA É A PRÓXIMA!"— Você sucumbirá antes que isso aconteça, nem que nós dois morramos! — Fechei os punhos em uma promessa, fazendo a fera gargalhar.Retornei à minha alcateia completamente ensanguentada.— Meu senhor, você está bem? — O Beta me olhou preocupado.— Este sangue não é meu! — Dei de ombros, passando por ele, que ficou parado, olhando em volta e farejando.— A
Em meio à tempestade que se desdobrava à minha frente, avancei sem um destino definido. Instintivamente, minha loba interior parecia guiar-me, enquanto minhas mutações escapavam ao controle sob os experimentos das bruxas reclusas. Penetrei em uma caverna, cujas paredes eram adornadas por pedras místicas denominadas Obsidianas. Recordando-me de um dos livros lidos na cidade das bruxas, sabia que essas pedras raras eram renomadas por sua magia singular, cujas verdadeiras intenções se revelavam nas profundezas.— Enfim, você veio. — Uma voz suave e misteriosa ecoou com firmeza, vindo de um lago cristalino repleto de pedras Obsidianas. — Não deveria ter negado por tanto tempo nosso chamado, Sophie!Ao pronunciar meu nome, a voz enigmática da bruxa fez com que meus pelos se eriçassem de maneira perigosa. Minha loba uivava em alerta, mas não conseguíamos resistir ao chamado, como se estivéssemos aprisionadas na magia daquele ser desconhecido.— Não sou desconhecida. — Ela me fitou com firme
— VOCÊ FOI SÓ A PEDRA EM MEU SAPATO — Ela gritou cheia de ódio — POR CULPA SUA, ELE A AMAVA MAIS... POR CULPA SUA, SEU PAI NOS DEIXOU!— Não, isto não é verdade... — Chorei.— Eu matei a Agatha, matei o seu amado Alfa e em breve, matarei o seu protegido filhote e o sugarei! — Gargalhando, ela se ergueu em minha direção, agarrando meu pescoço com força, suas enormes unhas rasgando minha pele, fazendo o sangue escorrer.Encarei, sucumbindo à sua força, observando seus olhos negros.— Não, não vou permitir — Ergui as mãos, tocando sua testa e preenchendo-a com magia de luz.Ela recuou alguns passos, caindo de joelhos ao chão. A escuridão parecia abandonar seu ser, trazendo minha mãe de volta ao seu estado normal, o qual conhecia quando era criança. Phillipa ergueu a cabeça em minha direção, encarando-me.— Por que não me matou? — Ela questionou surpresa — Por que não me odiou?— Você estava tão perdida e sofrendo... — Sussurrei triste — Eu nunca quis te perder!Lágrimas lavavam minha fac
Demorei para conseguir adormecer, enquanto contemplava a lua. Uma sensação de sufocamento pairava sobre mim. Será que havia cometido um erro ao fugir? Não, minha mente insistia que não havia equívocos em minha decisão; eu precisava dessas respostas, era um direito meu. Especialmente após tudo o que ele fez, mentindo sobre Conan.O Alfa mostrava-se verdadeiramente gélido, talvez moldado por sua essência lupina, suas emoções e maneiras de agir diferiam drasticamente das humanas. Eu já sabia disso, mas não esperava que chegasse a tal extremo!— Preciso descansar — murmurei para mim mesma em um suspiro — Espero que Conan esteja bem...Deitei-me, cantarolando em minha mente as canções que costumava entoar para o pequeno valente. Era uma forma de tê-lo por perto, mesmo estando longe. Lentamente, o sono me envolveu até que, finalmente, adormeci.Em meus sonhos, percorria uma floresta obscura impregnada com o cheiro de carne em decomposição. Uma névoa densa pairava, repleta de odores malignos