— EU NÃO VOU PERMITIR! — As palavras sombrias de Agatha eram uma promessa firme.Demorou uma eternidade até encontrá-la; a fenda estava cada vez menor, indicando que em breve a fera poderia tomar de vez minha mente e o controle. Era imperativo localizar a híbrida.Retomei o controle, arregalando os olhos ao testemunhar o que a fera havia feito. Novamente, mais inocentes foram mortos... Ele havia encontrado refugiados dos lua crescentes e destroçado suas vidas.— GOSTOU DA SURPRESA QUE DEIXEI PARA VOCÊ? — Rosnou ele, sarcástico em minha mente. Recuei alguns passos, vendo os corpos presos na parede com a mensagem: "A LUNA É A PRÓXIMA!"— Você sucumbirá antes que isso aconteça, nem que nós dois morramos! — Fechei os punhos em uma promessa, fazendo a fera gargalhar.Retornei à minha alcateia completamente ensanguentada.— Meu senhor, você está bem? — O Beta me olhou preocupado.— Este sangue não é meu! — Dei de ombros, passando por ele, que ficou parado, olhando em volta e farejando.— A
Em meio à tempestade que se desdobrava à minha frente, avancei sem um destino definido. Instintivamente, minha loba interior parecia guiar-me, enquanto minhas mutações escapavam ao controle sob os experimentos das bruxas reclusas. Penetrei em uma caverna, cujas paredes eram adornadas por pedras místicas denominadas Obsidianas. Recordando-me de um dos livros lidos na cidade das bruxas, sabia que essas pedras raras eram renomadas por sua magia singular, cujas verdadeiras intenções se revelavam nas profundezas.— Enfim, você veio. — Uma voz suave e misteriosa ecoou com firmeza, vindo de um lago cristalino repleto de pedras Obsidianas. — Não deveria ter negado por tanto tempo nosso chamado, Sophie!Ao pronunciar meu nome, a voz enigmática da bruxa fez com que meus pelos se eriçassem de maneira perigosa. Minha loba uivava em alerta, mas não conseguíamos resistir ao chamado, como se estivéssemos aprisionadas na magia daquele ser desconhecido.— Não sou desconhecida. — Ela me fitou com firme
— VOCÊ FOI SÓ A PEDRA EM MEU SAPATO — Ela gritou cheia de ódio — POR CULPA SUA, ELE A AMAVA MAIS... POR CULPA SUA, SEU PAI NOS DEIXOU!— Não, isto não é verdade... — Chorei.— Eu matei a Agatha, matei o seu amado Alfa e em breve, matarei o seu protegido filhote e o sugarei! — Gargalhando, ela se ergueu em minha direção, agarrando meu pescoço com força, suas enormes unhas rasgando minha pele, fazendo o sangue escorrer.Encarei, sucumbindo à sua força, observando seus olhos negros.— Não, não vou permitir — Ergui as mãos, tocando sua testa e preenchendo-a com magia de luz.Ela recuou alguns passos, caindo de joelhos ao chão. A escuridão parecia abandonar seu ser, trazendo minha mãe de volta ao seu estado normal, o qual conhecia quando era criança. Phillipa ergueu a cabeça em minha direção, encarando-me.— Por que não me matou? — Ela questionou surpresa — Por que não me odiou?— Você estava tão perdida e sofrendo... — Sussurrei triste — Eu nunca quis te perder!Lágrimas lavavam minha fac
Demorei para conseguir adormecer, enquanto contemplava a lua. Uma sensação de sufocamento pairava sobre mim. Será que havia cometido um erro ao fugir? Não, minha mente insistia que não havia equívocos em minha decisão; eu precisava dessas respostas, era um direito meu. Especialmente após tudo o que ele fez, mentindo sobre Conan.O Alfa mostrava-se verdadeiramente gélido, talvez moldado por sua essência lupina, suas emoções e maneiras de agir diferiam drasticamente das humanas. Eu já sabia disso, mas não esperava que chegasse a tal extremo!— Preciso descansar — murmurei para mim mesma em um suspiro — Espero que Conan esteja bem...Deitei-me, cantarolando em minha mente as canções que costumava entoar para o pequeno valente. Era uma forma de tê-lo por perto, mesmo estando longe. Lentamente, o sono me envolveu até que, finalmente, adormeci.Em meus sonhos, percorria uma floresta obscura impregnada com o cheiro de carne em decomposição. Uma névoa densa pairava, repleta de odores malignos
— Meu senhor? — Oliver aproximou-se com passos cautelosos, carregando consigo uma sombra de receio.— Fale de uma vez! — Rosnei impaciente, seus olhos percorrendo os corpos caídos ao redor, o testemunho do estrago deixado pela fera após recobrar a consciência.— Alguns deles eram humanos, meu rei... Receio retaliações! — Murmurou Oliver, o beta, com análise aguçada e cautela marcando cada palavra.— Seriam mais presas para nossa diversão. — Sorri malevolente, apreciando a ideia com satisfação. — E quanto a Victoria, há novidades?Percebi a inquietação do meu beta; seus olhos estavam fixos no chão, o aroma de medo pairando ao seu redor.— DIGA LOGO! — Rugi, fazendo-o tremer ainda mais.— Alfa... Não encontramos Victoria nem seu filhote em nenhum dos nossos esconderijos, mas detectamos a presença de magia negra. — Ele engoliu em seco, preocupado. — Receio que ela tenha sucumbido ao mal.— Aquela mestiça já planejava isso — Refleti — Ela esperava o momento certo para escapar com meu filh
Oliver percorria densas florestas, acampamentos isolados, grutas obscuras e até mesmo imponentes montanhas em busca de Victoria e do filhote do Alfa. Sua incansável jornada parecia não ter fim, e a sensação de impotência ecoava em sua mente e coração. Ele temia as consequências iminentes que sua loba enfrentaria assim que o rei Lycan descobrisse seu paradeiro.Por uma feliz reviravolta do destino, a responsabilidade de caçá-los foi designada ao Beta. Oliver viu nisso uma oportunidade de persuadir sua companheira a devolver o filhote e a guiá-la na difícil decisão de abandonar a alcateia. Estava disposto a seguir seus passos, mesmo que isso significasse enfrentar desafios inimagináveis.Farejando o ar com agilidade, Oliver percebeu a presença de Victoria. Ela surgiu próxima a uma imponente rocha, diante de uma caverna, encarando-o. Ele compreendeu que sua loba desejava ser encontrada por ele.— Victoria... — disse Oliver ao se aproximar e parar diante dela.— Beta! — respondeu ela, ced
— Nunca estive tão sã em toda a minha vida — Ela rosnou de volta — Se me ama, junte-se a mim!— Eu amava aquela doce Victoria, não essa que está machucando o próprio sobrinho e segue disposta a matar seu povo por uma vingança que não trará seu amado de volta! — Bradou Oliver, agarrando firme Victoria pelos ombros, cravando suas garras nela — Mostre-me onde está Conan. Eu o levarei de volta comigo, e você... Suma de uma vez antes que o Alfa a encontre!— Quanta benevolência, Beta — A voz sombria ecoou de dentro da caverna, vindo em direção a eles — Estava vendo o espetáculo de vocês... É, patético!O odor de podridão impregnou o ar, sufocando o ambiente em que estavam. A bruxa lançou o Beta para longe, rindo sombriamente enquanto se aproximava. Victoria parou à sua frente, em posição defensiva.— Deixe-o em paz. Ele não faz parte do plano! — Disse ela para a bruxa.— Mas é um excelente aperitivo para as Sombras, tão forte... — Passando a língua nos dentes podres, a bruxa o encarava.—
— E quem foi o responsável por isso? — Perguntei, arregalando os olhos em confusão.— Elisa, uma descendente indireta nossa. — Morgana explicou.— Indireta? — Questionei, franzindo a testa.— Isso significa que ela não nasceu com a magia dos ancestrais, mas foi abençoada por eles para poder utilizar seus poderes. — Isadora revirou os olhos enquanto falava com desdém.— Entendi. — Suspirei. — E Conan? Ele pode ter herdado a magia dos ancestrais? Também é um híbrido, correto?Um silêncio tenso pairou no ar enquanto todas se entreolhavam.— Isso ainda é incerto, tanto para os ancestrais quanto para nós. Até mesmo o Destino não revelou nada sobre Conan; sua irmã possuía traços bruxos mais marcantes, e em seu caso, Sophie, não esperávamos que os lados lupino e bruxo fossem igualmente intensos. — Morgana observou atentamente.— Temos uma teoria; dependendo de como o filhote crescer, ele pode se tornar a chave para o equilíbrio total entre as espécies! — Sibila comentou.— Ou a causa da dest