Afastando-me ligeiramente, fixei meus olhos nele, absorvendo a beleza única que deixava qualquer um sem fôlego. Acariciei suavemente o contorno de seus lábios, percorrendo suas bochechas até encontrar seus olhos, suspirando involuntariamente.— Você é um homem extraordinariamente belo. — Confessei com um tom melancólico. — Harvey, ainda há amor por Agatha em seu coração?Ele estreitou os olhos, semicerrando-os, respondendo com dando de ombros.— Isso importa? — Indagou.— Importa para mim! — Rosnei baixinho, soltando seu rosto.— Por quê? — O Alfa arqueou as sobrancelhas, encarando-me de frente.— Se você a ama, isso significa que nunca poderá me amar... — Baixei a cabeça. — E ser sua Luna será apenas um título vazio.— O amor dos humanos se limita a uma única pessoa? — Ele ergueu meu queixo, fitando-me intensamente. — Ser a Luna de um Alfa é a maior honra que uma loba pode receber. Deveria ser mais grata.Rosnando, Harvey capturou meus lábios abruptamente, interrompendo qualquer apro
Segurando minhas mãos entre as suas, um feixe grande luz clareou o quarto aliviando minha tristeza; era estranho.— Tem certeza que ele não a ama? — A deidade sorria gentil. — O Alfa... É o lobo mais desafiador de todas as eras, sua maldição vai contra a compreensão de qualquer Deus existente, até mesmo os ancestrais não sabem explicar... Talvez, Hibrida, sua maneira de a amar seja diferente!— O vi com a Agatha, ele ainda a ama... — Murmurei baixinho.— Para os lobos, o amor é diferente minha criança, não é apagado com a morte... — A Deusa ponderou. — Mas, isto não significa que seu coração é fechado para novos amores!— Eu não compreendo — A encarei esperançosa.— É claro que não, tudo aconteceu muito rápido como você. — Ela sorriu, sua orelha se voltou para trás. — Há uma razão para o destino de vocês serem enlaçados, não desista disto!— Qual a razão? — Falei ao ar, vendo que ela havia desaparecido.O Alfa estava parado na porta de braços cruzados, seus olhos semicerrados de forma
Retornamos à nossa alcateia, e ao nos aproximarmos, o Beta veio ao nosso encontro. Seu semblante carregava uma exaustão nítida, como se tivesse emagrecido significativamente nos últimos tempos, e algo no ar pesava. Preocupada, encarei-o até que Victória se aproximou, avaliando-me com desdém.— A quanto tempo, Híbrida! — ela disse, medindo-me com indiferença.— Olá, Victória — respondi, mantendo a cabeça erguida. — Por favor, traga o Conan; estou morrendo de saudades do meu pequeno.Ao olhar para o Alfa, que assentia, Victória se retirou para buscar meu sobrinho. O Alfa rosnou impaciente.— Você está péssimo, Beta — Ele esbravejou. — Vamos, me atualize!— Desde o nosso confronto com os Lua Crescentes, as investidas deles contra a alcateia e os caçadores têm sido constantes — explicou Oliver, rosnando irritado. — Tivemos algumas baixas; estão usando magia sombria.— Magia sombria? — interferi na conversa. — Isso significa...— Que a bruxa sombria está apoiando-os! — rugiu o Rei Lycan, e
— Bruxa! — falei por entre as presas, sendo levado abruptamente pela urgência da situação. — Protejam nossa alcateia com suas vidas. Deixem o Alfa e as sombras comigo!Todos concordaram e partiram. Perseguimos os desgraçados, e ao chegarmos no centro da cidade, o caos já havia se instalado. Lobos com mentes dominadas vagavam, enquanto minha fera interior sorria, divertida, através dos meus olhos, apreciando a chama do tumulto.— QUANTA CARNE FRESCA! — ecoava a voz da fera em minha mente. Farejei o Alfa Caleb adentrando sorrateiramente a minha cúpula de reunião. Enquanto a bruxa lançava suas gargalhadas e sussurros pela cidade, o caos se intensificava.— Isto, filhos do caos... Sucumbam à escuridão! — a bruxa falava com diversão, estranhamente ignorando a Híbrida.— Sophie... — rosnei baixinho enquanto mãos obscuras puxavam minhas patas, tentando arrastar-me até a bruxa.— Ora, ora... Olá, lobo amaldiçoado! — sorriu a bruxa sombria.— Vai se arrepender de ter atacado minha alcateia — r
O Alfa seguia desacordado, nunca o tinha visto naquela posição, tão ferido e debilitado. Não farejava o cheiro de sua fera, havia o monstro o abandonado?Meu coração batia intensamente no peito, Conan... Alguém o protegeu? Onde ele estava, precisava retornar e o encontrar. Não o senti na alcateia, não consegui farejar seu cheiro, tudo fedia a sangue, podridão e desespero. Minha loba me mandava sinais de alertas, sua agitação consumia minhas emoções!Me transformei em loba olhando para o Lycan deitado descansando, estava pronta para sair quando um rugido me pegou desprevenida.— Nem ouse ir até lá! — Brandou o Alfa se erguendo irritado— Harvey... Precisamos achar Conan! — Falei quase em uma suplicia com nó desesperador formado em minha garganta. — Algo não está certo nisto tudo, eu, eu não o sinto mais.Meus olhos estavam marejados, o Alfa ficou parado me analisando até se transformar em humano, ao suspirar e me encarar percebi o que havia acontecido.— NÃO! NÃO, EU NÃO ACEITO ISTO...
— Como você consegue descansar sabendo o que fizeram? — Cerrei os punhos.— Me concentro em minha vingança. — Deu de ombros o Alfa, puxando-me para perto de seu corpo. — Vislumbro detalhadamente o que farei com Caleb e a bruxa.— O que planeja? — Arqueei as sobrancelhas, encarando-o firmemente, a ira consumindo-me.Rosnando baixinho, o Lycan roçou os lábios aos meus, percorrendo suas mãos por minhas costas, seguindo pelos ombros até alcançar meu queixo, erguendo ainda mais minha cabeça em sua direção.— Você irá paralisar Calebe e quebrar seus ossos com a pressão de sua magia. — Harvey sorriu. — Depois, o rasgarei com minhas garras, membro por membro, bem devagar, fazendo-o berrar de desespero!— Isso me parece pouco perto da dor que sinto... — Suspirei triste.— Humana, vamos definhá-lo pouco a pouco todos os dias... — A voz do alfa era diabólica, o deleite com a maldade nítido.— E a bruxa? — Ignorei seus olhos sádicos.— Ela, infelizmente, é perigosa demais para brincar; teremos qu
— Ele mente! — Uma voz ecoou intensa pelo ambiente, fazendo-me despertar abruptamente. Parado na porta, Agatha exibia um semblante severo.— Quem está mentindo, o Alfa? — Arqueei as sobrancelhas, retirando o braço do meu companheiro que resmungou, apertando-me mais em seu abraço preguiçoso. O simples toque dele provocava arrepios.Mordi os lábios, desviando o olhar para minha irmã, que se aproximou com uma expressão sinistra.— Ele é irresistível e charmoso, mas não se iluda... São truques! — Ela falou encarando-o, revelando tristeza em seus olhos.— Você ainda sente falta dele! — Concluí suspirando. — Ainda o ama.Agatha arregalou os olhos, me analisando, e sorriu fracamente.— Este é o poder mais perigoso que ele possui... Nos fazer amar, para depois nos destruir! — Ela se afastou, parando na porta, falando por cima dos ombros. — Não se engane, minha irmã, ele irá te magoar e destruir.Rosnando, o Alfa despertou, sentando-se e me encarando enquanto farejava o ar.— Agatha! — Rugiu i
Aproximamo-nos furtivamente da alcateia, envolta em sombras sinistras, onde sussurros distorcidos ecoavam, enviando arrepios através de nossos pelos. Sombras malévolas dançavam à nossa volta, brincando com a fragilidade de nossas mentes. Engoli em seco ao testemunhar a passagem silenciosa de um lobo negro entre as sombras das casas, seus olhos me encarando com uma familiaridade assustadora, como se a entidade diante de mim compartilhasse semelhanças com meu próprio pai.Aproximei-me do alfa, roçando nossos pelos, e ele dirigiu seu olhar penetrante em minha direção.— Não tema a escuridão; é ela que deve temer-nos! — Rosnou Lycan, o alfa, sussurrando palavras que ecoaram com a promessa de confiança renovada.Os lobos pareciam ter detectado nossa presença, suas patas fazendo um som inconfundível ao raspar no chão enquanto corriam em nossa direção. O solo tremia sob a carga da alcateia que se aproximava rapidamente, olhos vermelhos brilhando e presas gotejando saliva como se fossem feras