Perdão pelo tempo sem postar. O carregador do meu notebook, que é muito velho, pifou e a entrega demorou mais que o previsto. Agora voltarei as postagens diárias. Espero que curtam, favoritem, sigam e comentem. Responderei com todo carinho <3 Big beijos!!!
Estava desconfortável equilibrado na beirada da cama e temia cair a qualquer momento. Para piorar sua situação, suas costas doíam e seu braço direito, em que Paulina apoiara a cabeça ao deitar, estava dormente, mas não movia um músculo com medo de um novo mar engolfa-lo até os ouvidos.Observou a face adormecida. Paulina estava péssima. Pele lívida, rosto inchado, marcas cristalizadas de lágrimas nos cílios e bochechas, cabelo desgrenhado e o nariz vermelho. Mesmo assim, pela primeira vez, Simon achou sentido no apelido que ela ganhara de Nathaniel.Recordou que costumava compara-la com as bonecas de porcelana que sua mãe colecionava. A princípio de forma positiva, pois, quando criança, Paulina sempre estava com as bochechas coradas, em contraste com a pele clarinha, e lábios naturalmente rosados. As roupas também eram parecidas, vestidinhos imaculadamente limpos e cheios de babados que a mãe dela costurava. Com o tempo a comparação tornou-se negativa. Quando se irritava Simon dizia
— Vá embora!— Acalme-se! Isso não te fará bem.— Sabe o que me faria bem? Corta-lo em pedacinhos e joga-los aos porcos.Surpreso com os gritos da secretária, Simon saiu do elevador observando Cherry, em pé atrás de sua escrivaninha, encarar furiosa o Muller. Lançou um olhar para os departamentos financeiro e administrativo, as portas estavam abertas e os poucos funcionários que chegaram acompanhavam a confusão com diferentes graus de interesse e diversão estampados nos rostos.— Cherry, precisamos conversar — suplicou o Muller.— Não preciso de nada vindo de você. — Ela agarrou um enorme buque de rosas vermelhas de cima da mesa e tacou em Nathaniel. — Quero que vá para o inferno e enfie suas rosas no mei...— Cherry! — alertou Gabriel.A secretaria parou numa pose ereta e tensa, os olhos verdes arregalados ao dar-se conta da plateia.— Senhor Gabriel, senhor Simon, bom dia!Simon acenou com a cabeça, sério por fora e rindo por dentro. Paulina tinha muito a aprender com Cherry sobre c
Enquanto ajudava Tábata nos afazeres domésticos, como sempre fazia ao visita-la, Paulina não demorou em contar o que a deixara a beira das lágrimas. Não fora exatamente uma iniciativa sua, Tábata tinha um jeito sutil de arrancar informações, deixando-a a vontade para abrir o coração.Depois de algumas horas conversando sobre diversos assuntos e, por fim, desabafar, Paulina sentia-se mais leve, assumindo que Simon tinha razão, remoer sua dor sozinha trazia mais sofrimentos que alivio. Era incomodo, mas Tábata não parecia chateada, até tentava anima-la. Em meio à conversa, conseguira fazer Paulina brincar ao falar que o primo deveria leva-la para o escritório de advocacia em que trabalhava.— Pensei que Cherry fosse uma boa pessoa — reclamou após depositar dois copos de suco na mesinha de centro do quarto de bebê e sentar em uma das poltronas. — Sempre a tratei bem e ela fez isso comigo.— Não creio que a culpa seja toda dela. — Sentada na outra poltrona, dando de mamar para Lean, Tábat
— O que veio fazer aqui? — questionou assim que acomodou Paulina.— Queria confronta-la... Dizer que ela... não presta... — balbuciar, secando o rosto com mãos aflitas.— Você confrontando alguém? — Simon suspirou e puxou uma cadeira, sentando de frente para a Perez. — De que adiantaria fazer isso?— Não sei... Talvez ela me deixasse o Nathaniel... — murmurou, zangando-se ao declarar: — Ela é uma sem vergonha, falsa... Que tipo de mulher se envolve com um homem comprometido? Até você respeita o relacionamento dos outros.. Simon massageou a têmpora.— Cherry não sabia que Nathaniel estava noivo — contou na esperança de apaziguar Paulina.— Ah, por favor!— Ele não disse. Convenhamos, vocês não saem muito juntos e só você usa aliança. — Diante da descrença de Paulina revelou: — Nathaniel a pediu em casamento hoje e ela recusou por se sentir traída. Diria que ela foi tão vítima quanto você.— Ele a pediu em casamento... e ela recusou?Assentiu.— Então... — Levantou agitada. — Tenho que
— Não ensinarei porra nenhuma! — esbravejou levantando, a palma esfregando o rosto. Ela tinha a mão pesada para alguém tão pequena.— Desculpe-me... — Tomada pelo desespero, Paulina ergueu-se e o agarrou pelo braço. — Por favor, Simon! Não queria... É que...— Inferno! Estou farto de lágrimas — exasperou-se, segurando-a pelos ombros. — Você não cansa de bancar a vítima? Quem levou o tapa fui eu, droga!— Juro que não queria... — desculpou-se choramingando.— Entendi. Agora pare de chorar — ordenou.— Vai me ensinar...?— Sem chance! — respondeu, afastando-se com uma carranca.A raiva e o desgosto de Simon eram palpáveis, mas nada disso apavorou Paulina, ao contrario, aumentou seu desespero e a vontade de fazê-lo mudar de ideia. Precisava convencê-lo a ajuda-la.— Foi o nervosismo... Quando fico nervosa faço coisas sem pensar...— Você sempre fica nervosa comigo — retrucou, completando categórico: — Desista.O toque do interfone interrompeu a nova leva de súplicas. Apertou o botão de v
Costumava ser o último a sair do trabalho, mas era a primeira vez que saia quase a meia noite. Adiantara o serviço do dia seguinte antes de se dar por vencido e desligar o computador. Dirigiu devagar até o prédio em que morava, a tensão em cada músculo do seu corpo. Quando chegou em frente à porta do apartamento se censurou por hesitar em voltar para a própria casa. Entrou e encontrou a luz da sala acessa, a televisão ligada e nenhum sinal de Paulina por perto. Caminhou até o televisor e o desligou, foi quando ouviu um bocejo e viu a governanta deitada no sofá.Ela piscou sonolenta, esticou o corpo e sentou, aos poucos recobrando a lucidez. Estava com as roupas desalinhadas e o cabelo bagunçado, mas não aparentava ter chorado até cair no sono como no dia anterior.— Boa noite! — ela murmurou com voz rouca, ao que ele assentiu observando-a ajeitar a roupa e levantar. — Como foi o seu dia? — questionou como o habitual.— Bom — respondeu monossilábico como sempre.— Vou esquentar sua com
Em silêncio ela assentiu novamente.— Não faz sentido — Simon murmurou confuso. Pierre conheceu Paulina, e passou a ir a casa dos Salvatore, depois de se casar com Tamara. — Quando isso aconteceu?— Na festa de bodas de prata dos seus pais... — Só de olha-lo rapidamente, soube que Simon a condenava por se envolver com um homem casado. — Eu não queria... Juro que não...Simon soltou um palavrão quando Paulina começou a chorar.— Calma! — Levou as mãos ao rosto dela, recebendo um tapa tão forte quanto o que recebera horas antes.Paulina arregalou os olhos, chocada por bater nele de novo.— Desculpe-me...— Venha comigo. — Simon segurou sua mão e a conduziu até o sofá. — Sente-se e conte como exatamente aconteceu.— Por quê? — Paulina questionou ao sentarem lado a lado.A pergunta pegou Simon desprevenido. Estava se envolvendo demais naquela história quando o que planejara era retirar sua proposta absurda. Porém, era óbvio que Pierre apavorara Paulina de alguma forma, e, conhecendo o his
Sabia que sua ideia não seria bem aceita, lidava com Paulina Perez, que desviava o olhar diante da menor sugestão de duplo sentido. Uma parte de si até desejava que desistisse, a mesma parte que se ofendia nesse momento com a expressão de horror de Paulina.— No que dormimos juntos ajudará? — murmurou aflita, automaticamente cruzando os braços em sinal claro de proteção. Protegendo-se dele, que fazia o esforço supremo de relevar seu comportamento.— Você se acostumará com a aproximação masculina e poupará o meu rosto — explicou, levando Paulina a corar de vergonha. Simon jamais a deixaria esquecer seu impulso. — E não se preocupe. Garanto que permanecerá virgem ao amanhecer — disse caustico, acrescentando com um sorriso debochado: — Não ataco mulheres, é bem o contrário.A falta de modéstia de Simon fez Paulina revirar os olhos. Censurando-se pelo gesto, agradeceu mentalmente por ele não poder ver sua expressão. Irrita-lo seria desastroso, ele desistiria de ajuda-la e todas as suas ch