Como das outas vezes, o Noah e eu limpamos as mesas do refeitório e levamos os pratos sujos para serem lavados.
“O que você vai fazer depois que terminarmos de lavar tudo?” Ele perguntou, lavando uma colher com a esponja de aço.
“Não sei, mas por que a pergunta?” eu secava os copos.
“O que acha de tomarmos um sorvete juntos?” O Noah sorriu.
“Não posso.” Respondi.
“Por quê?” Ele perguntou de volta.
“Porque eu não posso.” Não expliquei muitas coisas. Tinha que passar em alguma loja e comprar roupas novas, mas não queria que ele viesse comigo.
“Eu fiquei sabendo sobre você e a Alice, por que não foi embora?” Ele perguntou.
“Não podia, tive avaliações.” Disse eu, encurtando a conve
O meu coração estava batendo forte, os meus olhos estavam rasgando e eu mal podia ver onde eu estava pedalando. Quando cheguei em casa, subi para o meu quarto, tirei as minhas roupas e aqueci o chuveiro para poder tomar banho.O que estava acontecendo comigo? Por que é que o meu peito doía tanto? Por que eu escrevi aquele poema idiota sobre o amor?Comecei a chorar compulsivamente, e não importava o quanto eu tentasse parar, as lágrimas brotavam de mim como se eu fosse um oceano infinito. Inclinei a minha cabeça contra a cerâmica branca do banheiro, passei as minhas mãos no meu rosto e pensei em uma música que eu tinha ouvido. Ela falava sobre uma garota que não conseguia parar de chorar, então fechei os olhos e me lembrei da música.“Alguém está abrindo a torneira de seus olhosEles estão derramando lágr
Não havia muitos pratos na cozinha, então terminei antes das 16h00min da tarde. Eu subi para o meu quarto, troquei de roupa e fui até a garagem para pegar minha bicicleta. Como não tenho idade suficiente para dirigir e os meus pais não me levam para muitos lugares de carro, eu sempre faço o ciclo de bicicleta. Eu não me importo muito, porque eu gosto de ver a paisagem dos lugares ao meu redor, mas às vezes, seria bom poder chegar a um lugar sem estar suada.Pedalei cantando algumas músicas dos meus desenhos e filmes favoritos, como algumas músicas do filme Barbie The Princess e Plebeian. Eu sei que é um pouco infantil para a minha idade, mas eu gosto de cantar. Minha vida não é muito um mar de rosas, acho que a de ninguém deve ser então não pode ser tão infantil, querer escapar da vida real um pouco.Havia uma loja de roupas 10 quarteirões pra c
As pessoas dizem que o primeiro amor é o que nunca esquecemos, mas quando nunca tivemos um primeiro amor? Ou, mais especificamente, como dizer que essa pessoa é a sua primeira "paixão" se você não tiver certeza? Estou confusa, muito confusa. Eu não posso explicar o porquê, mas ontem, quando cheguei daquela loja de roupas usadas, passei toda a tarde pensando em Noah e o que Kate e Stefane disseram um ao outro: eles se beijaram, saíram e eles iriam fazer sexo. Falar de sexo não é muito aberto para mim, quero dizer, eu cresci com a imagem de que o sexo poderia evitar os socos que o meu pai dava na minha mãe. Sempre quando eles brigavam, ela o levava pelo ombro e dizia: “Não vamos brigar diante da nossa filha? Vamos subir e resolver isso nós dois.”. Isso significava: Minutos trancados no quarto, camas rangendo e grunhidos altos.O sexo na minha casa não está
Um pedaço de mim está doendo, embora as marcas da surra que eu carrego sejam mais do que evidentes, não é o meu corpo quem dói. Você já sentiu como se nada que você fizesse tivesse algum sentido? Ou como se o seu corpo fosse apenas uma questão perecível? Eu me sinto assim, na maior parte do meu tempo, sinto como se nada do que eu tenha feito tenha mais significado.A minha mãe telefonou para a amiga e remarcou o jantar para quarta-feira, o meu pai saiu cedo para o trabalho e a minha mãe não se importou de me chamar para ir á escola. Eu não desci muitas vezes, mas quando fui almoçar a escutei dizendo ao telefone que eu estava doente e me ausentaria por alguns dias das aulas.Eu não fui jantar na casa da Sra. Margaret, o meu pai não insistiu para que eu fosse então eu não fui. Passei horas na minha cama, agarrando o meu ursinho e ouvin
Os meus dedos correm pelo teclado do computador e dígito a primeira coisa que vem na minha cabeça: "Bullying.”.Com lágrimas nos olhos, opto pela primeira fonte de pesquisa: "O que é?”.O Bullying é um anglicismo usado para descrever atos de violência física ou psicológica intencional e repetida cometidos por um indivíduo ou grupo de indivíduos, causando dor e sofrimento e sendo executados dentro de um relacionamento de poder desigual. O bullying pode ocorrer em qualquer lugar, como na rua, na escola ou mesmo dentro de sua própria família. O Bullying é um problema mundial, e a agressão física ou moral repetitiva deixa sequelas psicológicas na pessoa afetada.[...]Rapidamente fecho a página da internet, jogo o notebook para o outro lado da cama
A música começa a tocar, mas ninguém pode ouvir. Ninguém além de mim mesma. Essa definitivamente é uma das coisas que eu mais amo fazer. Sempre que eu passo pelo corredor do colégio, penso em uma melodia e atravesso sem ouvir o que dizem sobre mim. Isso funcionou na minha antiga escola no Alabama, talvez também pudesse funcionar aqui. Não importa em quantos lugares você tenha estado eu aposto que eu vivi em muitas outras cidades do que você. Eu tenho um pai em casa que sempre está focado em seu trabalho e uma mãe meio paranoica. Para eles, o fato de eu ter estudado em 10 escolas, desde o primário, é normal e, além de ser aparentemente divertido, vai fazer com que seus filhos sejam responsáveis e tenham o que chamam de cultura. Mas na prática, as coisas não são tão fáceis assim. Eu não gostava muito do Alabama, era quente de mais e meu pai sempre vivia resfriado. Ele chupava tantos picolés de uva, que chegamos a fabricar nossos próprios sorvetes em casa. A escola era enorme, eu me per
Eu nunca entendi o motivo das pessoas se afastaram de mim, ou basicamente, porque ninguém nunca tentou aproximar-se de mim. Ou tentou e o meu medo e timidez não me deixaram ver, geralmente não sou tão tímida, mas só quando estou escrevendo ou não estou fantasiando uma vida que não é minha, fora desses requisitos, eu sou um desastre. Eu não sou uma adolescente muito jeitosa, o meu cabelo não é tão bonito quanto os das outras garotas, o meu corpo é esquio e desengonçado, a minha pele tem sardas e a maioria das pessoas, inclusive os meus pais, nunca ouviram a minha voz. No meu antigo colégio, o meu apelido era bruxinha silenciosa. Pois quando se aproximavam de mim, os meus colegas sempre me encontravam lendo os livros que a minha avó costumava me dar no Natal. No ano novo de 2012, ela me deu um livro de feitiços para fadas, eu adorei o presente, mas lembro de ter tido sérios problemas por sua causa. Um livro nunca fará mal as pessoas, mas o que sai da boca de muitos é capaz de acabar com
Os dias foram se arrastando. Escondida entre os meus livros e os fios soltos do meu cabelo, eu me refugiei dos caçadores. Ou em outras palavras, dos outros alunos. Pouco a pouco, descobri os nomes das pessoas da minha classe, inclusive do menino que esbarrou em mim. O nome dele era Noah. Ele estava na equipe de basquete, era bom em matemática e não gostava de mostrar isso aos outros. Como eu sei disso? Ontem, na aula de matemática, vi-o resolver os exercícios em menos de um minuto. Mas quando a professora perguntou, ele riu e deu o resultado errado. Além de participar da equipe de basquete, Noah é o amigo do cara com pinta de valentão,, que eu vi no gramado, no meu primeiro dia na escola. O nome dele é Edgard e o nome da namorada dele é Alice. A melhor amiga dela, Kate, tem um caso com Edgard e os dois transam no estacionamento da escola, em um BRM de 2001. Por conta da minha falta de sorte, vi-os juntos hoje, quando fui buscar a minha bicicleta para ir embora. Kate e Alice andam sem