O Andy e eu somos muitos mais do que amigos ou conhecidos. Mas o que somos?
"Está doendo?" Ele pergunta, passando a mão no meu ferimento.Balanço a cabeça em positivo."Posso dar um jeito nisso?" Pergunta outra vez."Sim, pode." Concordei.Ele se levantou, puxou uma caixa que ficava de baixo da cama e retirou alguns curativos e mertiolate."Pode doer um pouco, tudo bem?""Aham." Afaguei.Com cuidado, Andy limpou meu arranhão e cobriu com curativos limpos."Kris-Kristen... " ele sussurrou."Diga." Eu respondi."Como isso aconteceu?" Por fim perguntou."Foi eu quem fiz." Admito."Então, foi você quem se machucou? O que te levou a fazer isso?""Meus pais..." A resposta não foi clara. “MinhaOs lábios dele proferem o meu nome outra vez e eu imagino como seria senti-los contra os meus lábios."Kristen..." ele repete.Pouco a pouco, suas mãos sobem até o meu rosto e os dedos dele tocam os meus olhos cobertos de lágrimas."Por que está chorando?" Andy perguntou, preocupado.Naquele momento, fecho meus olhos e forço meus lábios contra os dele, ele pega o meu movimento, entrelaçando os dedos entre meus cabelos, sua língua busca liberdade na minha boca e eu permito, seguindo com seu ritmo.Não há nada dentro de mim.Nada mudou, pensei que isso mudaria, mas não mudou.O Andy Theodore me beija com mais ansiedade e sinto meu peito doer. Já não sei o que é certo ou errado, será correto enterrar todos os meus medos nele?Os Seus lábios se aproximam do meu pescoço e eu estremeço, segurando-o pela parte de trás. Ele para, respira e me olha fixamente.Meus olhos ficam pasmos.Suas mãos descem meus ombros, alcança minha cintu
Era tarde quando o carro de Andy parou 5 quarteirões acima da minha casa. Ele usava um par de jeans, seus cabelos pretos estavam molhados e tinham um olhar minguante.Suas mãos foram ao volante, pararam perto do banco e ele olhou para mim. Pra ser sincera, não queria que ele me tocasse.Tudo sobre mim era uma grande bagunça. Eu tinha noção do que tinha acontecido, que não importava o quê acontecesse, ele tinha uma parte de mim nele e eu fazia parte dele. Nós dois fomos o primeiro um do outro, eu não sei, mas Andy nunca pareceu ser o tipo de menino que ainda era virgem. Mas ele era ... Ele era virgem e eu tinha uma grande quantidade de culpa de ter tirado isso dele.Toda vez que fecho meus olhos, posso ouvir o rangido da cama dos meus pais e como os olhos da minha mãe estavam inchados depois de uma noite juntos. Eu sei que Andy não me machucou e o que fizemos ... Eu também queria fazê-lo. No entanto, há uma parte de mim choran
Quando pego minha produção de texto para ler, encaro as pessoas no interior da sala e percebo que não seria uma boa ideia ler o que eu havia escrito em voz alta."Kristen..." O professor me chama outra vez. "Você pode, por favor, ler sua redação para nós? Qual foi o tema que você escolheu? "Do lado dele está a Kate, que decidiu escrever uma redação de 15 linhas sobre moda e o uso das redes sociais para divulgação. Ela me encara com uma cara de quem iria dizer alguma coisa, mas desde aquele nosso ultimo encontro, no qual eu a empurrei, nós nunca mais nos falamos. A Kate ainda se encontra com a Veronica, a prima de Andy."Vamos, senhorita Dink. " O professor aparenta estar impaciente."O gato comeu sua língua?" Edgard sopra do fundo da sala. Ele havia escrito um monte de besteiras com 10 linhas sobre o ato de se masturbar."Senhorita Dink, eu não vou repetir a
Nós mentimos muito. Você não concorda?A minha vida toda foi uma mentira. Aquelas palavras foram em vão e sabemos disso. Por isso, não minta para si mesmo, dizendo que você não é culpado pelo o que aconteceu. Nós sabemos o tamanho da nossa culpa. As coisas não estão tão fáceis quanto pensamos, certo? Afinal, que culpa você tem, por eu ser assim? Agora você sabe o meu nome, mas não funciona assim. As coisas não mudaram muito. Ser conhecido e tratado como um estranho é muito pior do que ser tratado como invisível. Mas existe uma maneira de deixar as coisas mais claras, ou pelo ângulo que você vê, mais vermelhas.
Um tom de cor assume os meus olhos e vejo as pessoas à minha volta cada uma de uma cor diferente.Faço uma análise rápida de todos aqueles que parecem rir, aos meus olhos, esses são os cinzas. Então encaro para aquele que disse que gostava de mim, que me escreveu cartas, poemas e que disse que meu olhar dizia quem ele realmente era. Infelizmente, eu nunca consegui conhecê-lo. Mas agora, diante da realidade, posso dizer que é como a cor das cortinas na sala dos consultórios odontológicos. Ele é branco ou beje? Eu não sei, nunca consegui perguntar para algum decorador se aquela cor é clara ou moderada.As pessoas como o Noah são assim, nós não podemos e não somos capazes de dizer em que estado de cor ela se encaixa, porque sempre estão mudando de posição. Por um lado, eu também sou como ele.Pisco os olhos calmamente e escuto a voz da minha nova professora de literatura pedir que eu leia meu poema num tom mais alto."Querida, você pode ler um pouquinho mais alt
Durante esses meses que passaram eu me perguntei: Por que eu acredito que as coisas podem mudar algum dia?Minha mãe está grávida de seis meses, o bebê, que também é o meu irmão, é um menino. Não é que eu não gosto dele, mas continuo me perguntando: como será a minha vida quando ele nascer?Eu sei que muitas coisas vão mudar, já não serei a filha única, eles não vão me ouvir - algo que nunca me fizeram - muito menos vão se preocupar em perguntar como eu me sinto sobre isso, eles ainda vão discutir muito, quase sempre sobre as mesmas coisas. O meu pai ainda vai "acariciá-la” -moderadamente - mas minha mãe vai continuar dizendo que ela é quem é culpada por atormentá-lo tanto.Em suma, é como se minha vida inteira estivesse sendo reproduzida no jogo de DVD.O controle está quebrado, então nunca seguiremos ir para frente ou para trás. Tudo é o mesmo.As camas ainda rangem, os copos de vidros ainda são jogados pelas paredes, os vizinhos nos vêem com olhos es
A mamãe não explicou muito por que o papai teve que viajar, tudo o que sei é que ele obteve uma oferta de emprego e aceitou.Desde a partida dele, as coisas ficaram um pouco mais calmas, no entanto, eu nunca vi a minha mãe tão irritada como esteve nos últimos dias.Eu acordei com as mãos delas medindo a temperatura dos meus pés. Ela certificou que a água do chuveiro estava quente o bastante e verificou a minha garganta antes que eu pudesse tomar meu café da manhã.“Não esqueça o cachecol, por favor, não quero ver ninguém doente depois, hein?” Ela disse, servindo-me o café. A minha mãe é um pouco paranoica, acho que superprotetora também.“Tudo bem." Respondi, tomando um gole de café. Estava amargo, mas eu nunca gostei de coisas muito doces mesmo."O que estava fazendo ontem? Vi você subir as escadas tarde, estava sem sono? " Mamãe puxou uma cadeira e sentou-se."Hu um." Apenas resmunguei."Não fique acordada até tarde filha, isso prejudica m
O ônibus parou quando ele me ofereceu o livro."Você não é de falar muito, é?" o aquarela sorriu, pegando sua mochila. Ele guardou os fones de ouvido na bolsa, levantou-se e me entregou o livro nas mãos. "Toma, você me entrega quando terminar."Balancei minha cabeça, aceitei o livro e caminhei ao lado dele para fora do ônibus. Ele era tão diferente ... Eu não sabia muito qual era a dele, mas por algum motivo, ele me seguiu até o meu armário. Eu guardei o livro que ele emprestou, peguei outros livros para aula de biologia e fechei meu armário, observando-o de pé ao meu lado. O que devia dizer ou fazer? Eu não tinha ideia do que dizer e muito menos o que fazer sobre ele estar dois passos à frente de mim."Nós nos vemos por aí." Foi tudo o que ele disse, seguindo caminho à frente.Fiquei por alguns minutos tentando entender o que realmente aconteceu. Suspirei profundamente, enfiei um fio de cabelo atrás de minhas orelhas e sorri de um lado para outro. Pelo que e