POV: NathanielO maldito vestido que ela usou para abandonar a torre era perfeito, ao menos parecia, com cada centímetro do tecido púrpura aderido ao seu corpo. Assim, sentados de frente um para o outro eu podia ver o pingente ametista do colar desaparecendo no decote. Os cabelos escuros caídos de modo ordenado nos ombros estreitos completavam a pintura. Tão linda, linda e minha.Decidi na noite passada que não me importo tanto com a verdade, o resultado será o mesmo. Louca, má ou vítima do destino, vou mantê-la, apesar de não saber ao certo como. Tenho um castelo inteiro a minha disposição, todas as paredes e portas são grossas o bastante para aguentar os ataques de fúria de dessa mulher.Quero puxá-la agora, saquear seus lábios e comprimir os seios em meu peito até que a garota esteja suspirando em minha boca, sentindo a mesma necessidade devastadora que me atordoa. Meu pau está duro, e eu ainda não a beijei, mas estava tão perto. Fecho os olhos, ao abri-los vejo de relance uma
POV: NathanielEstou exausto, meu corpo clama por descanso, mas minha mente se recusa a ceder. Chegamos na torre de vigia depressa, e só ali pude avaliar ao certo que a situação era mais grave do que parecia.Carina permanecia deitada na cama do quarto que foi reservado para mim na torre de vigia.O plano inicial envolvia uma passagem rápida, pararíamos para o almoço, um banho e então continuaríamos viagem. A pouca luz que entra pela janela destaca seu rosto pálido. Ela parece tão pequena e vulnerável.A porta range suavemente quando abro para que outra pessoa entre. O curandeiro, um homem com olhos afiados e mãos firmes, me lança um olhar preocupado. —Ela está desidratada e desnutrida, Nathaniel. Parece que piorou após acordar, recordo-me de examiná-la na época, era grave, mas não tanto. Vai levar tempo para se recuperar completamente. Precisa de repouso e cuidados constantes. Garanta que coma, não é incomum que as pessoas parem de se alimentar depois de um choque. Assinto, meu
POV: Carina Nós não saímos. Ouvir aquilo me deixa em pânico. Eu comi e bebi livremente tudo o que me deram por acreditar estar fora dos domínios dos meus pais, não posso deixar de pensar em como nada aqui é seguro… as cobertas, a sopa, e eu aceitei tudo de bom grado. Segundo os mapas que vi, estou mais perto da mansão dos meus pais do que da trilha que leva para minha rota de fuga. O príncipe também me deixa confusa, e acredito que é por culpa da sua aparência. É bonito demais para meu próprio bem, não consigo parar de pensar no quão delicioso ele fica na camisa branca, que abraça perfeitamente cada um dos seus músculos. Li romances o suficiente para saber o que está acontecendo comigo agora. Não estou pensando direito porque meu corpo segue ocupado demais ficando quente cada vez que o homem se aproxima. Ele me trata bem quando estamos sozinhos, pelo menos na maior parte do tempo, e então se torna distante, quase apático depois de demonstrar uma preocupação que só recebi em
POV: Nathaniel A docilidade calculada, o timbre gentil.Ela quer algo de mim, e que Luna me ajude, queimaria o mundo sem pestanejar se ela me pedir com um sorriso.Meu autocontrole se quebra. Sou pego de surpresa pelo modo como meu corpo reage e se move por instinto, avançando sobre ela.As mãos agarram minha camisa e ela suspira em meus lábios, minha mente grita para retroceder, mas no instante em que nossos lábios se tocam não existe mais nada além da pele fria contra a minha.No início, os lábios não se movem contra os meus, mas quando os dedos relaxam em meu peito e sobem pelos meus ombros, puxando-me para mais perto, ela corresponde.Inclino-me para frente, exigindo espaço na cama, mas não há. Carina agora está aprisionada entre o colchão fino e meu peito. As coxas se separam e me acomodo entre elas.Não devo.Meu pai nunca permitirá que eu continue no caso se souber que a reivindiquei, mas em vez de afastá-la tomo mais.As mãos sobem pela cintura e sobem até um dos seios, cobert
POV: NathanielClaro, o cheiro, por isso não consigo pensar.A contragosto, recuo, afastando-me de uma Carina confusa e frustrada. Vou estragar tudo se continuar agindo assim. A necessidade me machuca, mas tenho que ser racional agora.Cuidei dela na propriedade dos Starbane.Cuidei dela aqui.Pelo modo como a garota parecia embriagada pelo cheiro da minha pele, a natureza estava fazendo um ótimo trabalho preparando-a para mim. Mas o que poderia fazer? A mulher é uma ômega, e é minha, por mais autocontrole que a família real tenha, não sou imune.Eu a cortejei inconscientemente, mas cortejei, e Carina parecia disposta a me aceitar.Se ela entrar no cio aqui, haverá luta. Posso ser o mais forte, mas sou um único homem. Talvez mate nós dois no processo, a viagem até a capital levará tempo, tenho dois caminhos, a reivindicação, que me afastaria do caso, ou o caminho de um monge. Escolher o último me mata por dentro.Saio da cama, mas bloqueio a porta ao abri-la, impedindo o espião de ent
Ainda sinto o calor dos lábios de Nathaniel nos meus, a sensação morna que percorreu meu corpo quando ele me beijou foi devastadora. Cada parte do meu ser está ciente que pertenço a ele. O príncipe foi tão cuidadoso, tão gentil. Nunca na minha vida alguém me tratou com tanta ternura. Estou acostumada com a brutalidade e frieza. Mas Nathaniel... ele é diferente.Toco meus lábios, ainda formigando com a lembrança do beijo. Meu primeiro beijo. Não sei lidar com esse nível de cuidado, mas descobri que ser protegida por alguém é bom, não quero que isso acabe. É como se meu coração estivesse sendo invadido por uma emoção que não consigo definir. Respiro fundo, tentando acalmar os pensamentos tumultuados. Nate parece um príncipe saído dos livros, e se comporta como um, o que torna tudo ainda mais difícil.O plano de seduzir Nathaniel está desmoronando. Em vez de fazer com que ele se apaixone por mim, sinto que sou eu quem está sendo seduzida.Desejo estar perto dele, sentir seus dedos f
“Tomei a liberdade de pedir que sirvam a comida aqui, espero que não se incomode em ter companhia.”O curandeiro sorridente entra, trazendo consigo a maleta de madeira repleta de ervas.Diferente da minha mãe, Embry não trata usando venenos, e pelo menos até agora, nenhum dos seus tratamentos foi doloroso. Disse não ser assim que os curandeiros nascidos em Lupine Grove trabalham. São os donos das terras mais férteis do reino, isso deve fornecer um número considerável de plantas para trabalhar, não é o caso de Celestial Spire, onde o solo é quase estéril e só temos as áspides e escorpiões como maior recurso para cura.O enxerido chamado Lucian o respeita, pois se senta quieto numa das quatro cadeiras ao lado da mesa do quarto, permitindo que o homem faça o tratamento em silêncio.Embry limpa minha mão e passa uma mistura de óleo de folhas de cravo e lavanda na área lesionada. A dor praticamente desaparece. —Sabe como funciona? Fico quieta, sem saber ao certo do quê está falando. D
POV: NathanielO banho frio foi suficiente para resolver minha situação, mas demorou mais do que tinha previsto.Quase fiquei feliz ao ver que Embry conseguiu resolver sem dificuldade alguma os problemas de Carina com a comida, quase… tudo foi levado pela fúria ao notar o que Lucian estava tentando fazer.Puxo Lucian da mesa, meus dedos cravam no braço dele, e sinto os músculos tensos sob minha mão, mas ele não resiste.Carina está distraída pela conversa, não percebe o que está acontecendo.Empurro Lucian para dentro de um cômodo adjacente, fechando a porta com um estrondo que ressoa pelo corredor. O espaço ao nosso redor é apertado. O ar está pesado com o cheiro de cera derretida e um leve aroma de tabaco, o que é bom, pois afasta o cheiro dela, que apesar de fraco segue em minha memória. — Então é isso, meu pai acha que os Starbane fazem parte da Insurreição. Há células de rebeldes espalhadas pelo reino, ansiosos por reviver os antigos costumes, mas sempre foram mantidos sob cont