Marcus ordenou que a garota fosse mantida no quarto, recebendo apenas as refeições necessárias. Ela precisava de seu tempo para o luto, e ele estava determinado a protegê-la desse momento tão delicado. Era o mínimo que podia fazer por ela naquele momento difícil. — Três anos. Três anos ainda nessa tortura. — pensou Marcus com tristeza. Nunca antes ele havia enfrentado uma missão tão longa, e a saudade de casa, dos pais, era o aspecto mais difícil de lidar.
Ele dirigiu-se à academia, um lugar que sempre lhe oferecia refúgio. Marcus tinha o costume de treinar intensamente; era sua forma de manter-se concentrado na missão. No entanto, notava que conseguir voluntários para os treinos de luta estava se tornando cada vez mais complicado, pois alguém sempre acabava gravemente ferido. Marcus não era conhecido por pegar leve com bandidos, e ali, com certeza não havia mocinhos. — bando de inúteis! — resmungou optando por sair para uma corrida.
Ao chegar ao final da trilha, ele olhou ao redor, tirou um telefone do bolso e digitou uma mensagem, informando a pessoa do outro lado da linha que a garota já estava no local.
Marcus não conseguia encontrar paz para dormir, pois as expressões angustiadas nos rostos da mãe e da filha o assombravam incessantemente, ecoando em sua mente noite após noite. Sentindo-se inquieto e perturbado, ele decidiu se levantar e dirigir-se ao quarto da garota. Com passos cautelosos, adentrou o aposento em silêncio, encontrando-a ali, adormecida e encolhida ao travesseiro, seu rosto inchado pelas lágrimas derramadas em profunda tristeza. Observando-a com um misto de compaixão e impotência, ele reconheceu a ânsia de sua alma por respostas que ele sabia que não poderia fornecer. — Sinto muito, criança... — Marcus murmurou baixinho, permanecendo imóvel por um longo tempo, observando-a dormir tranquilamente.
Marcus estava completamente imerso em sua investigação, atento a cada detalhe. Os movimentos de Mariano Pedra Santa eram acompanhados de perto, o agente vigiava cuidadosamente cada interação do colombiano com Nikolai Nirkov. As escutas estrategicamente posicionadas pela casa funcionavam com precisão. No entanto, uma inquietação crescente assombrava Marcus: a decisão da garota de desistir da vida agora dominava seus pensamentos de maneira avassaladora.
—Desde que chegou, ela não comeu nada? Droga, por que ninguém me informou disso? — Marcus explodiu em fúria, ordenando que preparassem uma refeição para ela, e ele mesmo a levaria para ela. — Chegou a hora de você sair desse luto, garotinha. Voce não vai morrer no meu turno!
Ao virar as costas ele pode ouvir o lamento da empregada que fazia uma oração pela menina. — ¡Que Dios La proteja de ese hombre mal! — ela disse quase em um sussurro fazendo o sinal da cruz. Marcus balançou a cabeça rindo, a mulher realmente acreditava que ele fosse o demônio encarnado.
Ao adentrar o quarto, Marcus se surpreendeu ao notar que a menina, embora acordada, permanecia na mesma posição em que fora deixada. Parecia como se o tempo tivesse congelado desde sua chegada.
— Ana Luz levante-se! — ordenou com voz grossa e fria, no entanto a garota não se moveu — eu não vou te machucar, apenas trouxe sua comida!
Analú olhou para a bandeja, mas permaneceu encolhida, evidenciando a fraqueza decorrente do tempo sem se alimentar. Marcus, ciente da necessidade de abordar a situação com delicadeza, tentou oferecer um incentivo.
— Vamos lá, coma! Se se alimentar, estarei disposto a esclarecer algumas dúvidas para você. O que acha? — propôs, buscando estabelecer um vínculo de confiança com a garota.
A sugestão pareceu provocar uma reação em Analú, que o observou com cautela, avaliando se poderia confiar em suas palavras. Mesmo hesitante, ela estendeu as mãos e pegou a bandeja, sucumbindo finalmente ao chamado da fome que a atormentava. Com voracidade, começou a consumir a refeição diante dela.
— Isso, boa garota! — disse vendo que ela devorava com desespero até a última migalha, ele não sabia dizer se era fome apenas de comida ou de respostas, talvez às duas coisas. — Bom, sou um homem de palavra, então pergunte!
— Por quê? Por que ele matou a minha mãe? — e ela o olhou suplicante — quem são vocês?
— Isso é um monte de pergunta, — ele coçou a cabeça pensativo, mas promessa é promessa — você é filha ilegítima de Mariano Pedra Santa, sua mãe fugiu ainda grávida, e ele a quis de volta!
— Realmente não faz sentido. Ele tirou minha mãe de mim, então me diz por que diabos ele quer me quer? — A garota expressou sua confusão e frustração, buscando respostas que pareciam escapar por entre seus dedos. — Ele nem sequer gosta da minha presença; eu ouvi vocês conversando sobre manter distância até o dia em que ele me entregue a alguém!
— Tente não se preocupar muito, não saber demais pode te manter segura — Marcus grunhiu irritado e saiu do quarto, respirando aliviado por ela ter se alimentado.
***
Era chegada a hora de preparar a garota para o destino que a aguardava. Marcus sentiu um aperto no coração ao pensar no que estava por vir para ela. Por um momento, desejou ardentemente poder mudar o curso do futuro dela, oferecer-lhe uma rota diferente, longe do perigo e do sofrimento. No entanto, ele sabia que capturar Sergey Polonov era sua missão primordial, e ele não permitiria falhas, mesmo que isso significasse deixá-la à mercê da própria sorte. Marcus sentiu um aperto no peito ao confrontar seus próprios pensamentos sombrios, pesando em sua consciência a cada vez que seus olhos encontravam os dela. Era como se o peso do mundo repousasse sobre seus ombros, uma responsabilidade avassaladora que o consumia por dentro. Pedra Santa havia ordenado que a ele preparasse a garota, mas a resistência dela a colocava cada vez mais em perigo. — Droga! Tanto treinamento no serviço secreto, para terminar fazendo o papel de babá de uma adolescente — resmungou consigo mesmo, resignado, enquanto se encaminhava de volta para casa. Marcus subiu as escadas, saltando os degraus de dois em dois, em direção ao quarto da menina.
— Então a garotinha está fazendo birra e se recusando a cooperar, você acha que está de férias, Ana Luz? Acredita que desobedecendo a uma ordem do seu pai ele vai mudar de ideia a seu respeito? Não torne as coisas mais difíceis do que já são, garota.
— Eu não vou aprender coisa nenhuma, e não adianta vir me ameaçar. Vocês já tiraram tudo de mim, eu não tenho mais nada a perder! — ela gritou exasperada. — Vá e diga ao seu chefe para enfiar as ordens dele onde ele quiser.
Marcus observou-a atentamente, captando a dor que emanava de cada palavra. Ele podia compreender a sensação de desamparo que a garota estava experimentando, mesmo que sua posição o obrigasse a permanecer imperturbável.
— Sentimentos muito pesados para uma garotinha tão jovem! — zombou, mas doeu nele a força das palavras dela.
— Vá para o inferno, saia daqui, e fale para o “papai” que ele pode vir terminar o que começou! — a voz dela soou carregada de dor e desespero, e pior ainda, ódio.
— Entendo que você esteja se sentindo assim, Ana Luz. Mas, pense no que podemos conseguir se você cooperar. — Marcus tentou apelar para o lado racional da garota, esperando suavizar a tensão entre eles.
Ela soltou um suspiro pesado, parecendo considerar as palavras de Marcus por um momento. Mas então, com um olhar determinado, ela ergueu o queixo, desafiando-o com sua postura. — Vá e diga ao seu chefe para enfiar as ordens dele onde ele quiser. Eu não vou ceder.
— Você tem uma boca muito suja, garotinha. Tudo bem, mas talvez seu papai não precise vir até aqui terminar o que começou. Eu posso fazer as honras, ou posso entregá-la para aqueles homens lá fora. Eles ficarão muito felizes em lidar com um probleminha para o chefe. Mas a decisão é sua. Se você quer o papai, então não serei eu a decepcioná-la, princesinha! —Marcus jogou-lhe um beijo e ela ficou irada lançando o travesseiro contra ele, fazendo-o rir. — Ei tigresa! Não precisa me atacar, faremos um trato, a cada progresso que fizer, poderá me perguntar algo sobre tudo isso, o que me diz?
— O que o faz pensar que tenha qualquer coisa a dizer que possa me interessar? Não pode, a menos que possa me devolver a minha vida, não tem nada que eu queira de voce ou dele, — desta vez ela soou triste e resignada — além do que, quem me garante que você me responderá com a verdade?
— O fato de ter o poder de fazer com que voce faça o que eu quiser, isso por si só já responderia à sua pergunta, não concorda? — Marcus disse indulgente — E considerando que estou aqui, discutindo com uma pirralha, acho que isso demonstra a minha boa vontade, não é mesmo?"
A garota hesitou por um momento, observando o homem diante dela. Ela se questionava como alguém tão atraente poderia ser tão maligno; afinal, os vilões não deveriam ser todos horríveis, com uma verruga enorme no nariz?
— Chega de sonhar acordada, garota, o que me diz? — Marcus chamou a sua atenção —Uma pergunta para cada progresso?
— Me diz então, por que é tão importante aprender se provavelmente estarei morta antes que seja capaz de dizer “por favor” em russo?
— Porque esta é a vontade do chefe, e o que ele quer ele tem, agora chega de conversa, seus instrutores chegarão em breve! — Marcus sentiu o gosto amargo ao pensar em colocar aquela criança nas mãos de Nirkov, seria uma sentença pior que a morte.
Marcus estava convencido de que o russo tinha planos cruéis para a garota. Ele via nela a chave para obter as provas da ligação de Nirkov com o atentado que matou a mulher de Pedra Santa. Com sutileza, ele alimentava a suspeita no coração do chefe, enquanto apontava sutilmente para o verdadeiro culpado: seu primo, Ruiz Sanches. O destino da garota dependia do sucesso dessa trama intricada, e Marcus estava determinado a jogar suas cartas com maestria, mesmo que isso significasse arriscar tudo o que ele mais prezava. Enquanto Marcus conduzia sutilmente Pedra Santa na direção correta, ele também se via encarregado de garantir que a garota não fugisse e que todos os detalhes seguissem o plano do chefe à risca. Agora, tudo o que restava era aguardar a chegada de Polonov e executar sua vingança. Nirkov viria pessoalmente para reivindicar seu prêmio no aniversário de dezoito anos da garota; essa era a cláusula do acordo entre eles. Entretanto, com a chegada dos russos, uma tempestade se formaria, e quando Pedra Santa finalmente percebesse, seria tarde demais, e ele provavelmente estaria morto — Espero que todos estejam, e pelas minhas mãos! — pensou Marcus.
Analú observava atentamente a movimentação tanto dentro quanto fora da casa. Ainda que confinada ao quarto, encontrava consolo na pequena sacada que lhe proporcionava vistas do sol poente e das estrelas despontando no céu noturno. Com um propósito determinado para aquela noite, ela fixou o olhar no carro que transportava seu guarda-costas e aquele homem que se recusava a chamar de pai. Notou que estavam de saída, acompanhados por pelo menos três veículos.Analú calculou que, talvez, poucos homens permanecessem na propriedade naquele momento. Reunindo toda a coragem que tinha, ela saiu do quarto improvisando uma corda resistente com os lençóis da cama, amarrando-a firmemente na grade da sacada. Sentindo-se sortuda, quando ninguém apareceu quando se se desequilibrou e caiu, como uma fruta madura, no chão abaixo. O som das vozes masculinas vindas de dentro da casa, acompanhadas por risadas altas, denunciou que um jogo de pôquer estava em pleno andamento. Analú sabia que precisava agir ra
Desde que chegara ao Vale Del Calca, Marcus tornou-se a sombra de Pedra Santa, nunca deixando o chefe desprotegido. Quando foi convocado para acompanhá-lo em uma reunião de negócios em Cali, sabia que seria uma ausência prolongada. Deixou a jovem aos cuidados dos homens encarregados da segurança da fazenda e da governanta da casa.— Como vai o progresso com a garota, Marcus — Pedra Santa perguntou, entre baforadas de seu charuto.— Teimosa e desafiadora, chefe. Mas está progredindo nos estudos e em breve a introduzirei aos negócios da família — respondeu Marcus.— Ótimo. Faça o que for necessário, apenas certifique-se de que ela não me cause problemas. Ela será fundamental para nossa aliança com o russo nos negócios — concluiu Pedra Santa.Marcus optou por não pressionar o assunto, sabendo que sua influência poderia impedir a união com o velho russo, algo que ele trabalhava arduamente para evitar. Ao chegarem ao local onde Pedra Santa era aguardado, ele se viu no centro das atenções.
Analú foi arrastada em direção ao escritório de Pedra Santa, ela entrou de cabeça erguida. Estaria pela segunda vez diante do responsável por todas as desgraças da sua vida, o homem que puxou o gatilho, o responsável pela morte de sua mãe. Ela não tinha medo dele, e se ele a matasse ainda assim seria um favor.— Sente-se! — ordenou com voz rouca.— Estou bem de pé! — declarou erguendo o queixo e olhando em seus olhos frios.— Sente-se! — repetiu mais uma vez, seu pai não estava disposto a ser ignorado desta vez.— Ou o quê? Você vai atirar em mim como fez com minha mãe? Faça isso, não temo menos a morte do que temo ter que olhar para você novamente. — Analú gritou lançando-se contra ele, mas seu pai a parou com a força de seu punho.— Quem você pensa ser para ousar me desafiar? Você é apenas uma criança bastarda. Ensinar-te-ei a nunca, jamais ousar a faltar com respeito a mim novamente. Rosa só saiu porque eu permiti, acha mesmo que eu não sabia o tempo todo onde vocês estavam?— Não
El Cairo, um município no Valle del Cauca, Colômbia, exibia-se modestamente com pouco mais de 9 mil habitantes. Seu encanto residia na arquitetura espanhola meticulosamente preservada, nas cores vibrantes que adornavam suas casas e estabelecimentos, e na natureza exuberante que abraçava suas fronteiras. Este cenário idílico atraía anualmente turistas e amantes do ecoturismo, seduzidos pela promessa de uma experiência única em meio a paisagens deslumbrantes. A principal atração cultural era a Festa do Retorno, um evento que atraía uma enxurrada de turistas para o vilarejo, inundando as ruas com uma energia efervescente. Nessas ocasiões, as casas de jogos de Mariano Pedra Santa transbordavam de visitantes em busca de diversão e entretenimento. Além disso, os clubes de jogos e os estabelecimentos de prostituição se apresentavam como opções para todos os gostos, garantindo uma variedade de experiências para os visitantes mais ávidos por diversão. Marcus dirigiu-se determinado em direção a
Ao voltar para a fazenda, Marcus foi chamado para jantar na residência do chefe, Mariano Pedra Santa. Ele era um dos poucos a quem o líder permitia tão grande proximidade, o que fazia parte do disfarce de Marcus como o homem de confiança do bandido. No entanto, ao entrar na casa, Marcus se surpreendeu ao ver Pedra Santa visivelmente abatido. Aquela imagem contrastava com a habitual aura de poder e controle que o mafioso emanava, deixando Marcus inquieto sobre o que poderia estar acontecendo nos bastidores do império criminoso. O homem olhava fixamente para o copo à sua frente, balançando o líquido de cor âmbar. — Entre filho, você é bem-vindo à minha mesa! — Obrigado chefe, mandou me chamar? — perguntou, Marcus queria ver como estava a garota, no entanto, ali estava ele agindo como puxa-saco. — Desejei matá-la, sabe? Mas ela não me pertence mais. Em breve ela irá para longe de mim. — Pedra Santa parecia estar perdido em seus pensamentos, a bebida ainda não havia sido sorvida, como
Marcus retornou à fazenda, determinado. Dirigiu-se diretamente ao quarto de Analú, sem dar atenção a quem cruzasse seu caminho. Nos olhos experientes da governanta, ele vislumbrava um conhecimento oculto, adquirido por anos de observação dos acontecimentos naquela propriedade. Consuelo sabia mais do que deixava transparecer; a velha governanta parecia ser a resposta para as muitas perguntas de Marcus. — Como ela está? — perguntou apontando para a garota dormia encolhida em sua cama. — Ela estaria bem se você não a tivesse entregado ao demônio — a mulher retrucou empurrando Marcus com o dedo, suas palavras estavam carregadas de fúria desafiando-o a contestá-la. — Já chega, Consuelo. Venha ao meu escritório agora! — interrompeu, ríspido, e a mulher saltou assustada. Ela o seguiu, tentando manter-se longe dele, e ficou ao lado da porta, recusando-se a entrar até que ele a ordenou. Suas mãos trêmulas dançavam ao redor de seu rosário; Marcus teria rido se a situação não fosse tão caótic
Em seu quarto, perdido em seus pensamentos, a mente de Marcus fervilhava com as novas informações. Entrou no banheiro aquecido; o duro inverno parecia ter chegado mais poderoso do que nunca. Ligou a água quente, deixando o vapor tomar conta do Box antes de entrar no chuveiro, permitindo que a água levasse seu cansaço, suas preocupações e o remorso que fazia seu peito doer. A imagem de Analú encolhida e machucada aos pés de Pedra Santa fez o seu sangue ferver em suas veias; a culpa o corroía. Ele bateu na parede do banheiro com os punhos repetidas vezes, sem se importar com a dor. — Juro por mim que ninguém vai te machucar novamente, eu os farei pagar por cada lágrima. — prometeu silenciosamente. Marcus saiu do banho com uma minúscula toalha pendendo da sua cintura, ele parou diante da janela observando através do vidro a escuridão lá fora. Ele pressentiu o invasor e saltou rapidamente em direção a sua arma na mesa de cabeceira. — Analú? O que houve você está bem? Como entrou aqui?
Analu mirou seu reflexo no espelho, e suas lágrimas caíram ao ver a quantidade de ferimentos em seu corpo. — Mãe, por que tudo isso? Por que ele me trata assim? Por que ele te odeia tanto a ponto de descontar em mim tanto ódio? Analú não entendia o porquê de toda a sua desgraça, mas se havia algo que ela herdara de sua mãe, era a garra e a vontade de viver. Ela não se entregaria; iria lutar por sua vida, mesmo acreditando que ela não valia muito. Afinal, Analú não tinha ideia do que faria da sua vida se conseguisse sair daquela situação, mas sabia que ou ela sairia dali, ou morreria tentando. Ela jurou que jamais serviria de banquete a nenhum bandido russo. Cansada e ainda sentindo dores ela decidiu dormir. — Como diria Scarlett O'Hara: “Amanhã derramarei uma lágrima por mamãe, e talvez uma por Marcus, mas hoje lutarei por mim” — Assim ela sucumbe ao sono, não fora nem um pouco tranquilo, pois os pesadelos com a morte de sua mãe a torturava noite após noite. Durante todo o tempo de