Em seu quarto, perdido em seus pensamentos, a mente de Marcus fervilhava com as novas informações. Entrou no banheiro aquecido; o duro inverno parecia ter chegado mais poderoso do que nunca. Ligou a água quente, deixando o vapor tomar conta do Box antes de entrar no chuveiro, permitindo que a água levasse seu cansaço, suas preocupações e o remorso que fazia seu peito doer. A imagem de Analú encolhida e machucada aos pés de Pedra Santa fez o seu sangue ferver em suas veias; a culpa o corroía. Ele bateu na parede do banheiro com os punhos repetidas vezes, sem se importar com a dor. — Juro por mim que ninguém vai te machucar novamente, eu os farei pagar por cada lágrima. — prometeu silenciosamente. Marcus saiu do banho com uma minúscula toalha pendendo da sua cintura, ele parou diante da janela observando através do vidro a escuridão lá fora. Ele pressentiu o invasor e saltou rapidamente em direção a sua arma na mesa de cabeceira. — Analú? O que houve você está bem? Como entrou aqui?
Analu mirou seu reflexo no espelho, e suas lágrimas caíram ao ver a quantidade de ferimentos em seu corpo. — Mãe, por que tudo isso? Por que ele me trata assim? Por que ele te odeia tanto a ponto de descontar em mim tanto ódio? Analú não entendia o porquê de toda a sua desgraça, mas se havia algo que ela herdara de sua mãe, era a garra e a vontade de viver. Ela não se entregaria; iria lutar por sua vida, mesmo acreditando que ela não valia muito. Afinal, Analú não tinha ideia do que faria da sua vida se conseguisse sair daquela situação, mas sabia que ou ela sairia dali, ou morreria tentando. Ela jurou que jamais serviria de banquete a nenhum bandido russo. Cansada e ainda sentindo dores ela decidiu dormir. — Como diria Scarlett O'Hara: “Amanhã derramarei uma lágrima por mamãe, e talvez uma por Marcus, mas hoje lutarei por mim” — Assim ela sucumbe ao sono, não fora nem um pouco tranquilo, pois os pesadelos com a morte de sua mãe a torturava noite após noite. Durante todo o tempo de
Depois de tomar banho e se recompor um pouco, Analu ainda não conseguia entender o que tinha acontecido momentos antes. E não se tratava apenas de Marcus ter invadido seu quarto como um elefante em uma loja de porcelana; era o som de seu riso, seus olhos fixos nela como se ela fosse importante. — Alguém ativa o closed caption, por favor! — O mundo parecia precisar de legendas, pois ela estava completamente perdida. — Está pronta menininha, já comeu? — perguntou entrando na cozinha, era impressão ou ele estava determinado a irritá-la logo pela manhã? — Sim, e meu nome é Analú — respondeu emburrada e Marcus riu novamente, — bastardo idiota! — Volte a seu quarto e vista um jeans e calce seus tênis, escolha um agasalho quente o suficiente não se sabe quanto tempo levará para chegar aqui. Consuelo já preparou a sua mochila, seja rápida sairemos em vinte minutos, esteja pronta ou irá a pé. — Marcus olhou para ela de cima a baixo, ao que parecia, o vestido de veludo até os joelhos e o cas
Enquanto o carro atravessava o vilarejo, Marcus observou a expressão de Analu ao reconhecer a igreja onde ela havia se abrigado em sua recente fuga. A frustração, medo e insegurança estampados em seu jovem rosto, causou um aperto no peito de Marcus. Ele desejou que os esforços dele e de Ghost para protegê-la fossem suficientes. O jipe parou do outro lado da rua, oposto a um pequeno armazém à margem da estrada. Ao estacionar, dirigiu-se à sua inquieta parceira com uma expressão séria: — Permaneça dentro do carro. Não entre naquele armazém, de jeito nenhum, e não cogite fugir. Fique aqui enquanto resolvo um problema. — Marcus respirou fundo, tentando não jogar sobre ela o peso do que ele faria a seguir — Concentre-se em seu trabalho e esteja alerta, ok? Lembre-se, o perigo pode vir de qualquer direção. Marcus avançou com passos decididos, pronto para assumir sua persona de mafioso implacável e cobrar as dívidas do chefe. Um tolo havia tentado enganar Pedra Santa, entregando negócios
Para descobrir o que Ruiz Sanches havia encontrado em Nova Iorque, Marcus precisava antes revolver as memórias de Analú na esperança de encontrar um ponto de partida. Qualquer coisa que explicasse a morte dos pais dela, e descobrir quem foi o responsável, ou o mandante pelo atentado que matou a mulher de Pedra Santa. Ao ver que Analú havia retomado o controle, Marcus fez várias perguntas a respeito da infância, amigos. Ele forçou as lembranças dela ao máximo para situações e fatos banais, e só então chamou a atenção dela para o que ele realmente tinha interesse em saber. As narrativas de Analú eram regadas a várias emoções e em alguns momentos Marcus a interrompia com uma ou outra pergunta para trazê-la de volta. — Ana Luz, vou te fazer algumas perguntas e é imprescindível que você seja sincera, sua vida depende disto, você me compreende? — ela assentiu — Sua mãe alguma vez falou sobre seu passado, sobre Pedra Santa, ou qualquer coisa referente a vida dela aqui? Sua mãe já falou alg
Enquanto Marcus mergulhava em seus pensamentos, ele compreendia a magnitude dos desafios que aguardavam Não se tratava apenas de uma missão de vida ou morte para capturar seu inimigo, Sergey Polonov. Agora, ele compreendia que sua própria vida era crucial para garantir a segurança de Analu. A jornada pela verdade que já era sinuosa e repleta de perigos iminentes, ganhou mais um obstáculo significativo, no momento em que Pedra Santa apertou o gatilho que matou a mãe de Analu. Sua determinação em proteger Analu permanecia inabalável; ele sentia uma dívida com ela e estava determinado a viver para garantir sua segurança. A medida que se aproximavam da verdade, também se aproximavam do confronto inevitável com as forças sombrias que os ameaçavam. Mesmo diante das incertezas e das ameaças que pairavam sobre eles, Marcus encararia todos os desafios de frente, confiante em sua missão. Enquanto isso, estava determinado a ser o guia seguro de Analu, protegendo-a das garras dos perseguidores.
Após o almoço, Marcus a deixou em um salão de beleza próximo, sob a recomendação de que tinham que ser rápidos. Deixou dois homens para garantir a segurança dela e foi verificar suas mais novas pistas.— Ghost! Tenho algo para você trabalhar, mas você terá que entrar em um sistema bancário. — Marcus chamou o parceiro em seu celular codificado. — A mãe da garota abriu uma conta para ela em um banco internacional, em outra cidade e outro estado. Comece pelos bancos norte-americanos em São Paulo, possivelmente Citibank.— Vou ver se existe a conta e se houver um cofre, eu o encontrarei, mas sem uma senha não poderei fazer muita coisa. — Ghost respondeu irritado. — A menos é claro, que queira que eu acrescente assalto a banco às minhas habilidades.— Como se nunca tivesse feito isso antes, “Ghost, o Ás do Assalto” — Marcus gargalhou, seu amigo às vezes levava seu trabalho a sério demais — encontre a conta e o cofre, eu entro em contato assim que tiver alguma coisa.— E a garota, como ela
“A adversidade desperta em nós capacidades queem circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas.”Como Marcus já esperava, ela não decepcionou. Analú dividiu o trecho de volta em três partes: guardou o mapa e o dinheiro em sua mochila, ajeitou a roupa com determinação e ergueu o queixo com confiança. Em passos firmes, dirigiu-se até um táxi que estava parado a poucos metros deles. Sua postura demonstrava uma determinação inabalável, como se estivesse pronta para enfrentar qualquer obstáculo que surgisse em seu caminho.Com sua câmera nas mãos, qualquer um diria que eram apenas um casal de turistas comuns, mas Marcus estava um passo atrás dela, observando atentamente as reações de Analu diante de cada movimento, cada sombra, cada possível ameaça que pudesse surgir.— Por favor, necesito que me lleven urgentemente a Cali. — disse Analu ao condutor.O motorista de táxi assustou-se, desviando os olhos para Marcus como se buscasse permissão. Ele foi rápido, um movimento sutil e quas