Pelo retrovisor, Paul notou dois veículos que se mesclavam habilmente ao tráfego, mantendo uma distância calculada e aderindo aos movimentos dos outros carros com precisão. Sua experiência como agente treinado permitiu-lhe reconhecer os sinais sutis de uma possível perseguição. Sem perder a compostura, ele analisou rapidamente a situação, avaliando possíveis rotas de fuga e pontos de emboscada. Seus olhos percorreram cada detalhe dos carros, buscando identificar qualquer padrão de comportamento suspeito. Uma tensão controlada permeava o interior do veículo, enquanto Paul mantinha sua mente afiada e pronta para reagir à ameaça iminente. — Analú, segure-se! — exclamou Paul, sua voz firme e autoritária cortando o ar tenso dentro do veículo. Com uma rápida ação, ele pisou no freio e manobrou bruscamente, atravessando o canteiro central da estrada. Sabia que essa decisão resultaria em algumas multas, mas naquele momento, a prioridade era escapar da possível ameaça que se aproximava. As co
Analú percebeu que Paul dirigia pelas rodovias brasileiras como se fossem uma extensão de seu bairro nos EUA. Ele não fazia questão de usar GPS; em vez disso, confiava em sua experiência e instinto para navegar pelos caminhos desconhecidos. Era como se as estradas se curvassem à sua vontade, e ele as percorria com confiança e determinação, despistando há muito tempo seus perseguidores, que não tinham a mesma sorte. Ela respirou aliviada pela trégua momentânea, sabendo que, apesar da calmaria temporária, os veriam novamente. Por enquanto, porém, Paul havia levado a melhor sobre seus inimigos, e isso era motivo suficiente para uma pausa breve e um suspiro de alívio. — Como você sabe tanto sobre o Brasil? — perguntou Analú, sua curiosidade despertada pelo conhecimento de Paul sobre o país. — É uma longa história — respondeu Paul, dando de ombros, o que deixou Analú com a sensação de que ele talvez não quisesse falar mais sobre o assunto. Ela decidiu não insistir, respeitando sua privac
Comprar um carro no Brasil não parecia complicado para alguém como Paul. Munido de documentos falsos, mas impecáveis, o cidadão naturalizado José Maria Rivera agiu com a destreza e a confiança de alguém acostumado a lidar com situações delicadas. Em pouco tempo, ele conseguiu adquirir um veículo usado, que estaria pronto para ele em algumas horas. Para Paul, essa era apenas mais uma tarefa em uma longa lista de desafios a superar, mas ele sabia que cada passo era crucial para garantir a segurança de Analú e Lua Rosa. Paul voltou para o hotel levando o jantar e para sua sobrinha, uma pequena lua de pelúcia cor de rosa que havia encontrado em uma loja de artesanato local. Ele pensou que, mesmo nos momentos mais desafiadores, um toque de afeto e um gesto cuidadoso poderiam fazer toda a diferença. Ao entregar o presente a Analú, ele viu um brilho de gratidão e um sorriso nos olhos dela. O formato de lua rosa da pelúcia tinha um significado especial para ela, simbolizando a esperança e a
Pela manhã, após garantir estarem seguros, Paul conduziu Analú com Lua Rosa nos braços, até o novo carro. Era hora de seguir em frente, rumo ao próximo destino que os aguardava. A confiança que ela depositava nele, o fortalecia e aquecia seu peito. As duas eram mais do que uma missão para ele, elas eram a extensão do seu irmão e parceiro Marcus Daniells, portanto, eram também uma extensão dele próprio. Enquanto entravam no carro e começavam a viagem, ela sabia que o caminho à frente seria desafiador, mas ele estava atento, ele não falharia em protegê-las, jamais falharia com Marcus. Após horas de estrada, Ghost parou para abastecer enquanto Analú aproveitava para usar o banheiro. Paul observou os dois homens que a seguiam furtivamente. Enquanto ela se dirigia ao banheiro feminino. Sem hesitar, ele deu a volta e se moveu, pronto para interceptá-los. Com movimentos precisos e ágeis, Paul neutralizou os dois intrusos com tiros certeiros, abafados pelo silenciador. A ação foi executada c
Analú compreendeu que naquele momento não adiantaria argumentar contra a decisão de Ghost. Ela assentiu em silêncio, absorvendo todas as instruções com atenção, confiando na experiência e na liderança dele para guiá-los através da situação perigosa em que se encontravam. — Vou te colocar em um barco de passageiros. Quando chegar ao destino marcado neste mapa, você vai procurar um hotel. Lembre-se, encontre um lugar seguro e pequeno. Observe se tem opções de fuga rápida caso precise, e não fale com ninguém. — Ghost transmitiu as instruções de forma clara e direta, sua voz carregada de determinação enquanto delineava o plano. — Entendi, mas como você vai me achar? — Analú expressou sua preocupação em um sussurro, temendo a resposta que viria. — Não se preocupe, tenho os meus meios — Ghost assegurou com confiança, seu sorriso transmitindo uma sensação de tranquilidade. O fantasma também era adepto dos rastreadores, mas sua astúcia e inteligência permitiam que seus métodos permanecess
Ao desembarcar na orla movimentada, Analú manteve-se atenta, seus olhos percorrendo o ambiente em busca de qualquer sinal de perigo. Após tantos desafios, ela aprendera a ler os sinais sutis ao seu redor, sabendo que a calmaria podia ser apenas uma fachada para a tempestade iminente. Observando cada movimento ao seu redor, ela procurou um táxi, mantendo-se alerta a qualquer atitude suspeita. A experiência de conviver com ameaças constantes havia lhe ensinado a não subestimar o perigo, mesmo em situações aparentemente normais. A pequena Lua Rosa, habitualmente serena nos braços de sua mãe, parecia inquieta, seus pequenos movimentos denotando um desconforto incomum. Analú sentiu um aperto no coração ao perceber a agitação da filha, cuja tranquilidade era uma constante reconfortante em meio ao caos que as cercava. Preocupada com a reação atípica da bebê, Analú acalentou-a com ternura, buscando acalmar seus temores enquanto mantinha um olhar vigilante sobre o ambiente ao seu redor. Após
Cada movimento era feito com uma urgência silenciosa, conscientes de que precisavam agir rapidamente e sem chamar a atenção. Analú olhou para Paul em busca de orientação, encontrando em seus olhos uma determinação familiar, misturada com uma pitada de preocupação. Ela sabia que podia confiar nele, mas a incerteza sobre o que estava por vir ainda pairava no ar. Com um aceno discreto de Paul, indicando que estava na hora de partir, eles se prepararam para enfrentar o desconhecido, mas desta vez, em separado. Através de uma fresta na cortina, Paul indicou silenciosamente o carro estacionado do outro lado da rua, além de dois homens que pareciam estar vigiando o local. O coração de Analú acelerou com a visão. Ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha enquanto observava a cena, consciente de que estavam agora sob um olhar vigilante, cercados por perigosas ameaças. Com um aceno discreto, Paul transmitiu a urgência da situação. — Eles estão aguardando alguém, provavelmente a ordem para t
Sem querer parecer uma criança mimada, mas ainda assim ela se permitiu algum direito de choramingar. Primeiro foi sua mãe, depois Iaiá, Lucio e Felipe, então Marcus a deixou e agora Ghost, seu amigo e protetor, também a deixaria. Sim, ela tinha o direito de se sentir infeliz e abandonada. — Eu termino sozinha nesta história? — ela pergunta com lágrimas nos olhos. — Não, Analú, você não está sozinha. Você é forte, corajosa e não está sozinha. Eu estarei sempre com você, mesmo que não possa estar ao seu lado fisicamente. E, lembre-se, você tem a Lua Rosa. Ela é o seu raio de sol, o seu motivo para continuar lutando. — disse Paul acariciando a bochecha da pequena. — Só não se esqueça da gente, está bem? Se não sairmos inteiros desta guerra, por favor, diga para Lua quando ela crescer que o tio Ghost limpou o mundo um pouquinho para ela. Analú ergueu-se na ponta dos pés e depositou um beijo suave na bochecha de Paul, expressando todo o seu carinho e gratidão em um gesto simples. Ele r