Comprar um carro no Brasil não parecia complicado para alguém como Paul. Munido de documentos falsos, mas impecáveis, o cidadão naturalizado José Maria Rivera agiu com a destreza e a confiança de alguém acostumado a lidar com situações delicadas. Em pouco tempo, ele conseguiu adquirir um veículo usado, que estaria pronto para ele em algumas horas. Para Paul, essa era apenas mais uma tarefa em uma longa lista de desafios a superar, mas ele sabia que cada passo era crucial para garantir a segurança de Analú e Lua Rosa. Paul voltou para o hotel levando o jantar e para sua sobrinha, uma pequena lua de pelúcia cor de rosa que havia encontrado em uma loja de artesanato local. Ele pensou que, mesmo nos momentos mais desafiadores, um toque de afeto e um gesto cuidadoso poderiam fazer toda a diferença. Ao entregar o presente a Analú, ele viu um brilho de gratidão e um sorriso nos olhos dela. O formato de lua rosa da pelúcia tinha um significado especial para ela, simbolizando a esperança e a
Pela manhã, após garantir estarem seguros, Paul conduziu Analú com Lua Rosa nos braços, até o novo carro. Era hora de seguir em frente, rumo ao próximo destino que os aguardava. A confiança que ela depositava nele, o fortalecia e aquecia seu peito. As duas eram mais do que uma missão para ele, elas eram a extensão do seu irmão e parceiro Marcus Daniells, portanto, eram também uma extensão dele próprio. Enquanto entravam no carro e começavam a viagem, ela sabia que o caminho à frente seria desafiador, mas ele estava atento, ele não falharia em protegê-las, jamais falharia com Marcus. Após horas de estrada, Ghost parou para abastecer enquanto Analú aproveitava para usar o banheiro. Paul observou os dois homens que a seguiam furtivamente. Enquanto ela se dirigia ao banheiro feminino. Sem hesitar, ele deu a volta e se moveu, pronto para interceptá-los. Com movimentos precisos e ágeis, Paul neutralizou os dois intrusos com tiros certeiros, abafados pelo silenciador. A ação foi executada c
Analú compreendeu que naquele momento não adiantaria argumentar contra a decisão de Ghost. Ela assentiu em silêncio, absorvendo todas as instruções com atenção, confiando na experiência e na liderança dele para guiá-los através da situação perigosa em que se encontravam. — Vou te colocar em um barco de passageiros. Quando chegar ao destino marcado neste mapa, você vai procurar um hotel. Lembre-se, encontre um lugar seguro e pequeno. Observe se tem opções de fuga rápida caso precise, e não fale com ninguém. — Ghost transmitiu as instruções de forma clara e direta, sua voz carregada de determinação enquanto delineava o plano. — Entendi, mas como você vai me achar? — Analú expressou sua preocupação em um sussurro, temendo a resposta que viria. — Não se preocupe, tenho os meus meios — Ghost assegurou com confiança, seu sorriso transmitindo uma sensação de tranquilidade. O fantasma também era adepto dos rastreadores, mas sua astúcia e inteligência permitiam que seus métodos permanecess
Ao desembarcar na orla movimentada, Analú manteve-se atenta, seus olhos percorrendo o ambiente em busca de qualquer sinal de perigo. Após tantos desafios, ela aprendera a ler os sinais sutis ao seu redor, sabendo que a calmaria podia ser apenas uma fachada para a tempestade iminente. Observando cada movimento ao seu redor, ela procurou um táxi, mantendo-se alerta a qualquer atitude suspeita. A experiência de conviver com ameaças constantes havia lhe ensinado a não subestimar o perigo, mesmo em situações aparentemente normais. A pequena Lua Rosa, habitualmente serena nos braços de sua mãe, parecia inquieta, seus pequenos movimentos denotando um desconforto incomum. Analú sentiu um aperto no coração ao perceber a agitação da filha, cuja tranquilidade era uma constante reconfortante em meio ao caos que as cercava. Preocupada com a reação atípica da bebê, Analú acalentou-a com ternura, buscando acalmar seus temores enquanto mantinha um olhar vigilante sobre o ambiente ao seu redor. Após
Cada movimento era feito com uma urgência silenciosa, conscientes de que precisavam agir rapidamente e sem chamar a atenção. Analú olhou para Paul em busca de orientação, encontrando em seus olhos uma determinação familiar, misturada com uma pitada de preocupação. Ela sabia que podia confiar nele, mas a incerteza sobre o que estava por vir ainda pairava no ar. Com um aceno discreto de Paul, indicando que estava na hora de partir, eles se prepararam para enfrentar o desconhecido, mas desta vez, em separado. Através de uma fresta na cortina, Paul indicou silenciosamente o carro estacionado do outro lado da rua, além de dois homens que pareciam estar vigiando o local. O coração de Analú acelerou com a visão. Ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha enquanto observava a cena, consciente de que estavam agora sob um olhar vigilante, cercados por perigosas ameaças. Com um aceno discreto, Paul transmitiu a urgência da situação. — Eles estão aguardando alguém, provavelmente a ordem para t
Sem querer parecer uma criança mimada, mas ainda assim ela se permitiu algum direito de choramingar. Primeiro foi sua mãe, depois Iaiá, Lucio e Felipe, então Marcus a deixou e agora Ghost, seu amigo e protetor, também a deixaria. Sim, ela tinha o direito de se sentir infeliz e abandonada. — Eu termino sozinha nesta história? — ela pergunta com lágrimas nos olhos. — Não, Analú, você não está sozinha. Você é forte, corajosa e não está sozinha. Eu estarei sempre com você, mesmo que não possa estar ao seu lado fisicamente. E, lembre-se, você tem a Lua Rosa. Ela é o seu raio de sol, o seu motivo para continuar lutando. — disse Paul acariciando a bochecha da pequena. — Só não se esqueça da gente, está bem? Se não sairmos inteiros desta guerra, por favor, diga para Lua quando ela crescer que o tio Ghost limpou o mundo um pouquinho para ela. Analú ergueu-se na ponta dos pés e depositou um beijo suave na bochecha de Paul, expressando todo o seu carinho e gratidão em um gesto simples. Ele r
Uma confusão repentina, causada por uma bolsa que caiu, chamou a atenção de todos no local. Enquanto os olhares se voltavam para o desafortunado dono da bolsa, que não percebeu o momento em que alguém a puxou e a jogou ao chão, Analú aproveitou a distração. Agora com os cabelos loiros e carregando um bebê vestido de marinheiro, ela deslizou para dentro do trem. Oportuna, ela se misturou à multidão, passando despercebida pelos outros passageiros. Suas calças cargo deram lugar a um jeans justo, e o canguru agora estava bem escondido dentro de uma mochila nova, toda colorida. Em vez do moletom carrega-bebê que usava há dias, Analú vestia uma camisa rosa de tecido leve. Seus cabelos agora estavam cuidadosamente arrumados, e ela estava maquiada, usando óculos de armação larga. Nessa nova aparência, ela não lembrava nem de longe a garota que eles viram na foto. O trem seguia viagem, e Analú segurava sua filha nos braços, acariciando-a suavemente enquanto as lágrimas escapavam sem controle
Marcus Daniells encontrava-se em um território familiar, porém repleto de lembranças dolorosas. Com os dedos, ele acariciou o pequeno pingente, uma réplica exata daquele que Analú carregava consigo. Dois iguais haviam sido encomendados, além de um menorzinho, especialmente destinado para a pulseira da pequena Lua Rosa.Marcus apertou o pingente em sua mão com firmeza, uma determinação sombria refletida em seu olhar. — Eu os farei pagar, meu anjo rosa e minha morena de olhos negros — murmurou ele para si mesmo, prometendo vingança pelos males infligidos a Analú e à sua filha.Com a mochila repleta de explosivos e munições, Marcus ajustou as alças em seus ombros, sentindo o peso do equipamento familiar. Um sorriso frio se curvou em seus lábios. — Estava na hora de fazer estragos e chamar muita atenção — murmurou para si mesmo, enquanto se preparava para iniciar sua própria dança macabra.Marcus avançou em direção à fazenda onde passara anos cumprindo sua missão. Ele havia instruído Luce