Ao desembarcar na orla movimentada, Analú manteve-se atenta, seus olhos percorrendo o ambiente em busca de qualquer sinal de perigo. Após tantos desafios, ela aprendera a ler os sinais sutis ao seu redor, sabendo que a calmaria podia ser apenas uma fachada para a tempestade iminente. Observando cada movimento ao seu redor, ela procurou um táxi, mantendo-se alerta a qualquer atitude suspeita. A experiência de conviver com ameaças constantes havia lhe ensinado a não subestimar o perigo, mesmo em situações aparentemente normais. A pequena Lua Rosa, habitualmente serena nos braços de sua mãe, parecia inquieta, seus pequenos movimentos denotando um desconforto incomum. Analú sentiu um aperto no coração ao perceber a agitação da filha, cuja tranquilidade era uma constante reconfortante em meio ao caos que as cercava. Preocupada com a reação atípica da bebê, Analú acalentou-a com ternura, buscando acalmar seus temores enquanto mantinha um olhar vigilante sobre o ambiente ao seu redor. Após
Cada movimento era feito com uma urgência silenciosa, conscientes de que precisavam agir rapidamente e sem chamar a atenção. Analú olhou para Paul em busca de orientação, encontrando em seus olhos uma determinação familiar, misturada com uma pitada de preocupação. Ela sabia que podia confiar nele, mas a incerteza sobre o que estava por vir ainda pairava no ar. Com um aceno discreto de Paul, indicando que estava na hora de partir, eles se prepararam para enfrentar o desconhecido, mas desta vez, em separado. Através de uma fresta na cortina, Paul indicou silenciosamente o carro estacionado do outro lado da rua, além de dois homens que pareciam estar vigiando o local. O coração de Analú acelerou com a visão. Ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha enquanto observava a cena, consciente de que estavam agora sob um olhar vigilante, cercados por perigosas ameaças. Com um aceno discreto, Paul transmitiu a urgência da situação. — Eles estão aguardando alguém, provavelmente a ordem para t
Sem querer parecer uma criança mimada, mas ainda assim ela se permitiu algum direito de choramingar. Primeiro foi sua mãe, depois Iaiá, Lucio e Felipe, então Marcus a deixou e agora Ghost, seu amigo e protetor, também a deixaria. Sim, ela tinha o direito de se sentir infeliz e abandonada. — Eu termino sozinha nesta história? — ela pergunta com lágrimas nos olhos. — Não, Analú, você não está sozinha. Você é forte, corajosa e não está sozinha. Eu estarei sempre com você, mesmo que não possa estar ao seu lado fisicamente. E, lembre-se, você tem a Lua Rosa. Ela é o seu raio de sol, o seu motivo para continuar lutando. — disse Paul acariciando a bochecha da pequena. — Só não se esqueça da gente, está bem? Se não sairmos inteiros desta guerra, por favor, diga para Lua quando ela crescer que o tio Ghost limpou o mundo um pouquinho para ela. Analú ergueu-se na ponta dos pés e depositou um beijo suave na bochecha de Paul, expressando todo o seu carinho e gratidão em um gesto simples. Ele r
Uma confusão repentina, causada por uma bolsa que caiu, chamou a atenção de todos no local. Enquanto os olhares se voltavam para o desafortunado dono da bolsa, que não percebeu o momento em que alguém a puxou e a jogou ao chão, Analú aproveitou a distração. Agora com os cabelos loiros e carregando um bebê vestido de marinheiro, ela deslizou para dentro do trem. Oportuna, ela se misturou à multidão, passando despercebida pelos outros passageiros. Suas calças cargo deram lugar a um jeans justo, e o canguru agora estava bem escondido dentro de uma mochila nova, toda colorida. Em vez do moletom carrega-bebê que usava há dias, Analú vestia uma camisa rosa de tecido leve. Seus cabelos agora estavam cuidadosamente arrumados, e ela estava maquiada, usando óculos de armação larga. Nessa nova aparência, ela não lembrava nem de longe a garota que eles viram na foto. O trem seguia viagem, e Analú segurava sua filha nos braços, acariciando-a suavemente enquanto as lágrimas escapavam sem controle
Marcus Daniells encontrava-se em um território familiar, porém repleto de lembranças dolorosas. Com os dedos, ele acariciou o pequeno pingente, uma réplica exata daquele que Analú carregava consigo. Dois iguais haviam sido encomendados, além de um menorzinho, especialmente destinado para a pulseira da pequena Lua Rosa.Marcus apertou o pingente em sua mão com firmeza, uma determinação sombria refletida em seu olhar. — Eu os farei pagar, meu anjo rosa e minha morena de olhos negros — murmurou ele para si mesmo, prometendo vingança pelos males infligidos a Analú e à sua filha.Com a mochila repleta de explosivos e munições, Marcus ajustou as alças em seus ombros, sentindo o peso do equipamento familiar. Um sorriso frio se curvou em seus lábios. — Estava na hora de fazer estragos e chamar muita atenção — murmurou para si mesmo, enquanto se preparava para iniciar sua própria dança macabra.Marcus avançou em direção à fazenda onde passara anos cumprindo sua missão. Ele havia instruído Luce
As palavras de Polonov ecoaram no ar, pesadas e ameaçadoras. Seu tom zombeteiro ecoava como um desafio, ele conhecia Marcus — Paul estava morto e Analú e se eles a pegaram? — Marcus engoliu sentindo um nó na garganta, mas o agente já não era o mesmo, não cairia no jogo de gato e rato de Sergey, haveria sim um passo errado, mas não seria dele. — Não se preocupe, a sua namoradinha terá a mesma sorte, ou não, talvez eu te mantenha vivo para que me veja fodendo-a, logo após vender a sua filha para um sheik pedófilo. Eu vou encontrá-la, acha mesmo que uma garotinha pode fugir de mim? Era a resposta que Marcus queria. No entanto, seu rosto permaneceu impassível diante das palavras cruéis de Polonov, mas o brilho intenso em seus olhos denunciava a fúria latente. — Você fala muito, Polonov. Mas seus atos são ainda mais repugnantes do que suas palavras. — A voz de Marcus soou firme e gelada. — Sua ameaça é vazia. Você não tocará em Analú. E se tiver a audácia de tentar, será o último erro q
Marcus demonstrava bons reflexos, uma habilidade fundamental em seu estilo de luta. Sergey, por outro lado, destacava-se por sua velocidade e destreza nos ataques com pernas e pés. Marcus fazia uso eficaz de tudo ao seu redor como arma ou como meio de impulsionar seus ataques. Enquanto isso, Sergey era rápido e forte o bastante para desviar e bloquear os golpes de Marcus, demonstrando sua habilidade defensiva. Os ataques ágeis de Sergey conseguiram desarmar Marcus, tirando-lhe tanto a Kris quanto os Karambit das mãos. Desarmados, mas igualmente mortais, os dois oponentes só tinham seus corpos e sua arte de luta como arma, de defesa e ataque. Marcus atingiu Sergey no olho, uma lesão que certamente o assombraria em futuros embates. No entanto, antes que pudesse saborear plenamente a vitória, Sergey retaliou, acertando o joelho do agente e forçando-o a dobrar-se diante da dor e da violência do golpe. A resposta do agente veio em seguida, desferindo violentos golpes no fígado de Ser
Na sala, ainda havia muitos homens de Nirkov e de Pedra Santa, seus líderes o olhavam, um com admiração e outro com um ódio mortal. — Eu adoraria ficar para os agradecimentos, mas tenho que terminar uma limpeza. — Marcus falou com uma leve ironia, seus olhos varrendo a sala, captando cada expressão. Seu tom era casual, quase descontraído, mas havia uma tensão subjacente, uma promessa não dita de que ainda havia trabalho a ser feito. Nirkov exalava uma calma controlada enquanto acendia o charuto, suas expressões eram medidas e calculadas, revelando um homem acostumado a lidar com situações de risco. Sua voz era profunda e carregada de autoridade quando ele se dirigia a Marcus, desafiando-o sutilmente com a pergunta: — Espirituoso! Mas, diga-me filho por que devo agradecê-lo? — Que tal esta, eu acabei de matar o assassino de seu filho. — Marcus respondeu com desdém, incapaz de sentir qualquer empatia por alguém como Nikolay Nirkov. — Como ousa — diz Nirkov partindo para cima de Mar