Uma confusão repentina, causada por uma bolsa que caiu, chamou a atenção de todos no local. Enquanto os olhares se voltavam para o desafortunado dono da bolsa, que não percebeu o momento em que alguém a puxou e a jogou ao chão, Analú aproveitou a distração. Agora com os cabelos loiros e carregando um bebê vestido de marinheiro, ela deslizou para dentro do trem. Oportuna, ela se misturou à multidão, passando despercebida pelos outros passageiros. Suas calças cargo deram lugar a um jeans justo, e o canguru agora estava bem escondido dentro de uma mochila nova, toda colorida. Em vez do moletom carrega-bebê que usava há dias, Analú vestia uma camisa rosa de tecido leve. Seus cabelos agora estavam cuidadosamente arrumados, e ela estava maquiada, usando óculos de armação larga. Nessa nova aparência, ela não lembrava nem de longe a garota que eles viram na foto. O trem seguia viagem, e Analú segurava sua filha nos braços, acariciando-a suavemente enquanto as lágrimas escapavam sem controle
Marcus Daniells encontrava-se em um território familiar, porém repleto de lembranças dolorosas. Com os dedos, ele acariciou o pequeno pingente, uma réplica exata daquele que Analú carregava consigo. Dois iguais haviam sido encomendados, além de um menorzinho, especialmente destinado para a pulseira da pequena Lua Rosa.Marcus apertou o pingente em sua mão com firmeza, uma determinação sombria refletida em seu olhar. — Eu os farei pagar, meu anjo rosa e minha morena de olhos negros — murmurou ele para si mesmo, prometendo vingança pelos males infligidos a Analú e à sua filha.Com a mochila repleta de explosivos e munições, Marcus ajustou as alças em seus ombros, sentindo o peso do equipamento familiar. Um sorriso frio se curvou em seus lábios. — Estava na hora de fazer estragos e chamar muita atenção — murmurou para si mesmo, enquanto se preparava para iniciar sua própria dança macabra.Marcus avançou em direção à fazenda onde passara anos cumprindo sua missão. Ele havia instruído Luce
As palavras de Polonov ecoaram no ar, pesadas e ameaçadoras. Seu tom zombeteiro ecoava como um desafio, ele conhecia Marcus — Paul estava morto e Analú e se eles a pegaram? — Marcus engoliu sentindo um nó na garganta, mas o agente já não era o mesmo, não cairia no jogo de gato e rato de Sergey, haveria sim um passo errado, mas não seria dele. — Não se preocupe, a sua namoradinha terá a mesma sorte, ou não, talvez eu te mantenha vivo para que me veja fodendo-a, logo após vender a sua filha para um sheik pedófilo. Eu vou encontrá-la, acha mesmo que uma garotinha pode fugir de mim? Era a resposta que Marcus queria. No entanto, seu rosto permaneceu impassível diante das palavras cruéis de Polonov, mas o brilho intenso em seus olhos denunciava a fúria latente. — Você fala muito, Polonov. Mas seus atos são ainda mais repugnantes do que suas palavras. — A voz de Marcus soou firme e gelada. — Sua ameaça é vazia. Você não tocará em Analú. E se tiver a audácia de tentar, será o último erro q
Marcus demonstrava bons reflexos, uma habilidade fundamental em seu estilo de luta. Sergey, por outro lado, destacava-se por sua velocidade e destreza nos ataques com pernas e pés. Marcus fazia uso eficaz de tudo ao seu redor como arma ou como meio de impulsionar seus ataques. Enquanto isso, Sergey era rápido e forte o bastante para desviar e bloquear os golpes de Marcus, demonstrando sua habilidade defensiva. Os ataques ágeis de Sergey conseguiram desarmar Marcus, tirando-lhe tanto a Kris quanto os Karambit das mãos. Desarmados, mas igualmente mortais, os dois oponentes só tinham seus corpos e sua arte de luta como arma, de defesa e ataque. Marcus atingiu Sergey no olho, uma lesão que certamente o assombraria em futuros embates. No entanto, antes que pudesse saborear plenamente a vitória, Sergey retaliou, acertando o joelho do agente e forçando-o a dobrar-se diante da dor e da violência do golpe. A resposta do agente veio em seguida, desferindo violentos golpes no fígado de Ser
Na sala, ainda havia muitos homens de Nirkov e de Pedra Santa, seus líderes o olhavam, um com admiração e outro com um ódio mortal. — Eu adoraria ficar para os agradecimentos, mas tenho que terminar uma limpeza. — Marcus falou com uma leve ironia, seus olhos varrendo a sala, captando cada expressão. Seu tom era casual, quase descontraído, mas havia uma tensão subjacente, uma promessa não dita de que ainda havia trabalho a ser feito. Nirkov exalava uma calma controlada enquanto acendia o charuto, suas expressões eram medidas e calculadas, revelando um homem acostumado a lidar com situações de risco. Sua voz era profunda e carregada de autoridade quando ele se dirigia a Marcus, desafiando-o sutilmente com a pergunta: — Espirituoso! Mas, diga-me filho por que devo agradecê-lo? — Que tal esta, eu acabei de matar o assassino de seu filho. — Marcus respondeu com desdém, incapaz de sentir qualquer empatia por alguém como Nikolay Nirkov. — Como ousa — diz Nirkov partindo para cima de Mar
Chegando a El Cairo, Marcus estacionou no lugar de sempre, mas sua condição física debilitada o impediu de sair do carro. Em vez disso, acionou a buzina, esperando que o som pudesse atrair a atenção das pessoas certas, enquanto a chuva oferecia uma cortina de privacidade contra olhares curiosos. Apesar das fortes dores que o afligiam, ergueu a cabeça com dificuldade a tempo de perceber a sombra disforme de duas pessoas se aproximando através da chuva. Seu coração disparou com uma mistura de alívio e apreensão, esperando que essas figuras fossem aliadas que pudessem ajudá-lo em sua luta contra o tempo.— Dios santo, Marcus lo que te pasó? Pepe ayuda aquí, vamos à llevarlo adentro — disse a jovem agoniada. O menino de pele morena, tão parecida com a de Analú, correu até ela, prontamente oferecendo sua ajuda para retirar o ferido do carro. O esforço parecia arrancar gemidos de Marcus, palavras desconexas escapando de seus lábios entre suspiros de dor.— Pepe, por favor, esconda o carro d
Em meio à jornada de trem, que a levaria ao destino indicado no mapa que Ghost deu a ela. Analu lutava contra a exaustão que a acompanhava há dias. Cada batida dos trilhos parecia ecoar em sua mente, lembrando-a da responsabilidade que pesava sobre seus ombros. No entanto, o cansaço implacável finalmente a alcançou, envolvendo-a em seus braços como uma névoa densa e irresistível. Não era sensato deixar-se levar pelo sono em um ambiente desconhecido e possivelmente hostil, especialmente com sua preciosa filha ao lado. A consciência de que qualquer momento de descuido poderia colocá-las em perigo ecoava em sua mente, mas seu corpo, exausto além dos limites, clamava por descanso. Assim, enquanto o trem seguia seu curso, Analu cedeu ao cansaço. Seus olhos se fecharam lentamente, apesar de todos os alertas de sua mente. No entanto, o balanço suave do vagão e o som reconfortante do respirar tranquilo de Lua Rosa em seu peito foram como uma melodia tranquilizadora. Por um breve momento, a
A casa se erguia majestosa diante de Analú, imponente em sua arquitetura vitoriana. Sua estrutura alta e imponente dominava a paisagem, destacando-se em meio aos outros edifícios da rua. Paredes brancas reluzentes refletiam os raios do sol, enquanto detalhes em mármore branco adornavam a fachada, conferindo-lhe uma aura de opulência e elegância. Cada detalhe da casa parecia cuidadosamente planejado, desde as janelas ornamentadas até os arabescos delicados que adornavam as colunas que sustentavam o alpendre. O jardim bem cuidado ao redor acrescentava um toque de serenidade, com suas fileiras simétricas de arbustos e flores coloridas. Apesar da beleza estonteante da residência, Analú sentia uma certa sensação de inquietação ao contemplá-la. Havia algo na atmosfera da casa que a deixava desconfortável, como se houvesse segredos ocultos por trás da fachada imaculada. Um arrepio percorreu sua espinha enquanto ela se preparava para atravessar o limiar e adentrar naquele mundo de mistérios