Analú continuou a sua curiosa inspeção no quarto, onde ela viu uma enorme cômoda antiga, de carvalho ou outra madeira nobre. As janelas abertas mostravam um campo de onde já se podia ver o pôr do sol. A beleza do lugar a impressionou, ela se lembrou da pequena cidade onde cresceu e dos campos de café verdinhos, o gado no pasto ao longe, a tranquila vizinhança que conversava com pares nos alpendres e calçadas. Os pensamentos fizeram um nó se formar em sua garganta, ela começou a lembrar de tudo o que acontecera até ali, e de tudo o que perdeu, e a quem perdeu. — Ei, mocinha, não vamos revirar esta pedra ainda, está bem? Vamos esperar até que esteja mais forte — disse a velha senhora, interrompendo as emoções de Analu, como se adivinhasse seus pensamentos. Ela apenas acenou e liberou um triste sorriso de canto de boca. No momento em que Analú adentrou o banheiro, uma onda de emoções a envolveu, ameaçando varrê-la a cada segundo que passava. Ali, cada detalhe parecia carregar consigo o
Paul Corsby, também conhecido como Ghost, é um sobrevivente marcado pela tragédia, cuja jornada de autodescoberta e busca por justiça o transforma em uma figura complexa e determinada. Mas ele está além disso. Como autora, eu diria que esse é um personagem com vida própria, que se auto criou, complexo, não é mesmo? Talvez fique mais fácil compreender se conhecessem a jornada do personagem na história, quer dizer, a jornada que eu, a princípio, criei para ele. Tentarei fazer sentido. Paul Corsby era para ter sido exatamente o que ele é, o melhor amigo de Marcus, um agente determinado, marcado por um trauma devido à tortura causada pelo vilão Sergey Polonov. No cronograma original, Paul morreria no momento em que Sergey o encontrou. E Marcus vingaria a sua morte, e vocês podem imaginar o resto. Mas como eu disse antes. Ele se autodefiniu. Paul Corsby decidiu que não morreria ali, e então sugeriu: "E se ele apenas cortasse a minha língua?" e continuou por dias interrompendo cada cena, o
Analú acordou com um barulho no quarto, algo que a fez saltar à procura de algo para defender seu amado que jazia inconsciente ao seu lado. A ideia de ver Marcus nas mãos daqueles homens era impensável, ela morreria antes de permitir que o levassem, não que pudesse dificultar muito para os bandidos, mas ela tentaria. — Desculpe esse velho desastrado, minha querida, minhas mãos já não são tão ágeis como antigamente. Bom Dia! Como está se sentindo, minha filha? Dormiu bem? — Estou bem, obrigada! O Marcus está bem? — Sim, filha, ele vai acordar logo, durante a madrugada dei a ele mais um sedativo e acredito que isso será suficiente para que o corpo dele recupere as energias. — Eu não sei o que faria sem ele, eu não tenho mais ninguém no mundo. — confessou com tristeza. — Não se preocupe, minha filha, e você está em casa agora, ok? Agora vá se alimentar, você também precisa ficar forte por vocês três. — “Três?” pensou, e seguiu em direção ao quarto claro, provavelmente ele se referia
Analu olhava para o chão estática, como se tivesse medo de abrir a boca e tudo desaparecer. Ele era seu porto seguro, seu salvador, mas era, sobretudo, o seu amor, a sua família, a sua única família. Como ele pode ir lá e quase morrer? A cada maldita vez que Analu fechava os olhos, ela via o tiro que Sergey disparou no peito dele, ela viu quando a estaca de madeira perfurou sua coxa. Como ela poderia olhar para ele e não ter medo de que ele desaparecesse para sempre, como sua mãe fizera? Ela precisava de um minuto, e Marcus, deitado em silêncio, apenas a observava, como se lesse suas expressões, como se sentisse que ela precisava acreditar que ele não iria a lugar nenhum.— Então, vou ganhar um beijo da minha namorada, ou ela vai continuar aí me olhando com essa carinha brava? — Marcus riu enquanto ela decidia se o matava ou se pulava em seus braços.— Suponho que as duas coisas, eu quero te matar por me assustar como o inferno, mas quero te beijar por voltar para mim. — ela disse com
Marcus recuperava dos seus ferimentos, mas ainda não podia se levantar. Precisou da ajuda de Felipe e de Lucio para ir para o quarto, e mais tarde da ajuda de Analu para tomar um tão merecido banho, seu estado ainda era difícil, a recuperação seria lenta. — Felipe podemos conversar um pouco? — ele pediu, aproveitando a distração de Analu. Ele não queria falar de seu trabalho perto dela, ela ainda estava muito assustada, qualquer barulho fora da casa a deixava desconfortável. — Claro! — respondeu fechando a porta atras deles. — O que eu perdi? Onde está o Paul? — havia uma lacuna que Marcus precisa preencher, ele estava em guerra, precisava estar um passo a frente sempre ou perderia para seu pior inimigo. — Paul disse que era para saírem de cena, ele usou a expressão “estranho no ninho” disse que voce saberia do que ele estava falando. — Felipe deu de ombros acostumado a linguagem estranha entre os dois colegas — Marcus, o fantasma disse que você não deve entrar em contato com ning
Marcus segurava em suas mãos um laptop Rugged codificado, um dispositivo equipado com tecnologia militar de ponta, resistente e seguro. Enquanto digitava a senha, um segredo compartilhado entre os dois. Marcus sentia-se frustrado pela falta de informações, amaldiçoando interiormente Paul por ser tão meticuloso. No entanto, assim que o aparelho respondeu instantaneamente, revelando a gravação de vídeo que Paul fizera para ele, uma nova injeção de ânimo tomou conta de Marcus. Valorizando profundamente a preocupação de Paul com a comunicação entre eles, especialmente diante da seriedade da situação e dos momentos críticos em que se encontravam, Marcus refletiu sobre o quão difícil era estar fora de combate, à mercê da sorte e do trabalho de outros para cumprir sua missão. Reconhecendo a sorte de ter sua vida e a de Analu nas mãos do Fantasminha camarada, alguém que já havia se colocado algumas vezes na frente de uma bala para protegê-lo, Marcus sentiu uma sensação de alívio e confiança.
Enquanto as mulheres conversavam na cozinha, os homens arriscavam no tiro ao alvo e divertiam-se com as suas destrezas e habilidades. Era incrível como tudo se tornava disputas e apostas entre eles. Era bom estar entre amigos de novo, Marcus passou anos cercados de bandidos e mafiosos, sua vida constantemente por um fio deixa tudo em perspectiva. Marcus valorizaria muito mais esses momentos a partir dali. Enquanto pai e filho entravam em uma velha disputa sobre qual nó era mais forte e preciso. Marcus preferiu não opinar — às vezes é mais seguro ser a Suíça em casos de conflitos. — Após ser chamado de covarde por Felipe e admirar a gargalhada espontânea de Lúcio, Marcus sacudiu a cabeça e voltou para casa a fim de trocar de roupa, se refrescar e trocar de roupas para o jantar.Não tinha intensão de ouvir atrás das portas, mas o assunto o fez parar, ou melhor, o deixou travado em seu lugar.— Você acha mesmo que é isso? Iaiá? — perguntou Analú à pequena senhora.— Com certeza, minha fi
Tentando manter o ambiente o mais saudável possível para sua jovem namorada e mãe de seu filho, Marcus evitava falar sobre o que estava acontecendo, e não permitia que ninguém falasse em máfia, cartel ou guerra caso ela estivesse presente. Ela já estava no quarto mês de gestação e Marcus estava constantemente preocupado com a saúde de Analú e do bebê. Em um centro de operações improvisado no porão, Marcus e Felipe passava a maior parte do tempo, estudando, revendo as ações deles até ali, colhendo imagens das câmeras ao redor, analisando e juntando peças e provas. Aguardando o retorno de Ghost para planejarem os próximos passos. Iaiá e Felipe estavam com eles. Iaiá não queria deixar Analú durante a gravidez. Lúcio trouxe consigo um aparelho de ultrassom. O vovô postiço fazia questão de ser o primeiro a conhecer o sexo do seu neto, embora ele afirmasse com convicção a experiência de anos de profissão de que era um menino. Com exceção da Iaiá, todas as apostas eram para um menino, e An