Marcus recuperava dos seus ferimentos, mas ainda não podia se levantar. Precisou da ajuda de Felipe e de Lucio para ir para o quarto, e mais tarde da ajuda de Analu para tomar um tão merecido banho, seu estado ainda era difícil, a recuperação seria lenta. — Felipe podemos conversar um pouco? — ele pediu, aproveitando a distração de Analu. Ele não queria falar de seu trabalho perto dela, ela ainda estava muito assustada, qualquer barulho fora da casa a deixava desconfortável. — Claro! — respondeu fechando a porta atras deles. — O que eu perdi? Onde está o Paul? — havia uma lacuna que Marcus precisa preencher, ele estava em guerra, precisava estar um passo a frente sempre ou perderia para seu pior inimigo. — Paul disse que era para saírem de cena, ele usou a expressão “estranho no ninho” disse que voce saberia do que ele estava falando. — Felipe deu de ombros acostumado a linguagem estranha entre os dois colegas — Marcus, o fantasma disse que você não deve entrar em contato com ning
Marcus segurava em suas mãos um laptop Rugged codificado, um dispositivo equipado com tecnologia militar de ponta, resistente e seguro. Enquanto digitava a senha, um segredo compartilhado entre os dois. Marcus sentia-se frustrado pela falta de informações, amaldiçoando interiormente Paul por ser tão meticuloso. No entanto, assim que o aparelho respondeu instantaneamente, revelando a gravação de vídeo que Paul fizera para ele, uma nova injeção de ânimo tomou conta de Marcus. Valorizando profundamente a preocupação de Paul com a comunicação entre eles, especialmente diante da seriedade da situação e dos momentos críticos em que se encontravam, Marcus refletiu sobre o quão difícil era estar fora de combate, à mercê da sorte e do trabalho de outros para cumprir sua missão. Reconhecendo a sorte de ter sua vida e a de Analu nas mãos do Fantasminha camarada, alguém que já havia se colocado algumas vezes na frente de uma bala para protegê-lo, Marcus sentiu uma sensação de alívio e confiança.
Enquanto as mulheres conversavam na cozinha, os homens arriscavam no tiro ao alvo e divertiam-se com as suas destrezas e habilidades. Era incrível como tudo se tornava disputas e apostas entre eles. Era bom estar entre amigos de novo, Marcus passou anos cercados de bandidos e mafiosos, sua vida constantemente por um fio deixa tudo em perspectiva. Marcus valorizaria muito mais esses momentos a partir dali. Enquanto pai e filho entravam em uma velha disputa sobre qual nó era mais forte e preciso. Marcus preferiu não opinar — às vezes é mais seguro ser a Suíça em casos de conflitos. — Após ser chamado de covarde por Felipe e admirar a gargalhada espontânea de Lúcio, Marcus sacudiu a cabeça e voltou para casa a fim de trocar de roupa, se refrescar e trocar de roupas para o jantar.Não tinha intensão de ouvir atrás das portas, mas o assunto o fez parar, ou melhor, o deixou travado em seu lugar.— Você acha mesmo que é isso? Iaiá? — perguntou Analú à pequena senhora.— Com certeza, minha fi
Tentando manter o ambiente o mais saudável possível para sua jovem namorada e mãe de seu filho, Marcus evitava falar sobre o que estava acontecendo, e não permitia que ninguém falasse em máfia, cartel ou guerra caso ela estivesse presente. Ela já estava no quarto mês de gestação e Marcus estava constantemente preocupado com a saúde de Analú e do bebê. Em um centro de operações improvisado no porão, Marcus e Felipe passava a maior parte do tempo, estudando, revendo as ações deles até ali, colhendo imagens das câmeras ao redor, analisando e juntando peças e provas. Aguardando o retorno de Ghost para planejarem os próximos passos. Iaiá e Felipe estavam com eles. Iaiá não queria deixar Analú durante a gravidez. Lúcio trouxe consigo um aparelho de ultrassom. O vovô postiço fazia questão de ser o primeiro a conhecer o sexo do seu neto, embora ele afirmasse com convicção a experiência de anos de profissão de que era um menino. Com exceção da Iaiá, todas as apostas eram para um menino, e An
Um novo grito vindo do banheiro, agora chamando por seu nome, trouxe a realidade e ele correu ao encontro dela. Seu coração parou de bater e o ar sumiu de seus pulmões ao se deparar com a Analú assustada sentada no chão do banheiro. As mãos sujas de sangue revelavam que algo grave acabara de acontecer. Marcus se apavorou, se sentindo impotente. Ele saberia lidar com um ferimento a bala, não teria problemas se tivesse que enfrentar bandidos armados e perigosos, mas ver as mulheres da sua vida em um possível risco o limitava, e o desespero tomou conta dele.Ele a pegou em seus braços, enquanto Analú chorava desesperada, sua dor era intensa, Marcus a colocou sobre a cama e gritou por ajuda. — Vai ficar tudo bem, amor, eu vou chamar o Lúcio. — tentou tranquilizá-la, se lançando em direção à porta, mas quase se chocou contra o casal que já entrava por ela. Era impossível o casal não ter ouvido os gritos dos pais de primeira viagem.— Já está na hora — afirmou Iaiá, que parecia ter dormido
O treinamento era intenso e carregado de emoções, mas Marcus precisava certificar-se de que Analú havia entendido cada palavra. — Porra! Você tem que memorizar Analú, não vai ter como carregar agenda ou um manual de instruções. — gritou irritado, chamando sua atenção. — Você tem que guardar cada nome, datas e rostos na sua mente. — Desculpa ok? Eu vou conseguir. — respondeu impaciente. — Certo, para onde você tem que ir e quais os meios mais seguros de chegar lá? — perguntou novamente. — Rio de janeiro. — respondeu com um grunhido quase indecifrável. — porque não tem nenhum lugar mais longe. — Analú preste atenção, por favor, eu estou confiando a você às duas razões que tenho para viver. Você não entende que esta é a decisão mais difícil que já tomei em minha vida? — Marcus parecia esgotado e triste. — Tem ideia do que significa para mim, deixar você longe das minhas vistas? Da última vez que fiz isso, Sergey te levou. — Desculpe meu amor, é que esta situação está me apavorando
Paul e Marcus estavam concentrados, analisando todas as provas que eles haviam reunido, comparando dados e descobertas, fechando todas as brechas possíveis. Reunindo as pontas soltas. — Esta merda é maior do que pensávamos — Marcus chamou atenção do amigo para as suas conclusões dos fatos — Juanito se envolveu com os negócios sujos de Nirkov e ao ser chantageado ele armou com o Polonov para matar os chefes, incluindo o seu próprio pai, e sendo herdeiros eles poderiam então conduzir os negócios da máfia, como bem lhe parecessem.— Certo, continue! — Paul o encorajou, era interessante ver seu parceiro em ação.— Mas, ao ver que sua mãe estaria no mesmo carro, ele retirou a bomba, voltando atrás no acordo, mas, de algum modo, Sergey descobriu. Ele colocou uma nova bomba ou Juanito havia retirado uma bomba falsa e não percebeu.— Até aí, está quase certo, irmãozinho. — Ghost acrescentou. — No entanto, ainda existe Ruiz Sanches nessa equação, afinal, tudo começou com ele.— San
Enfim, havia uma esperança de elucidar o caso e colocar os criminosos atrás das grades, ou embaixo da terra, não necessariamente nesta mesma ordem. Na verdade, Marcus não via problemas em ficar com a segunda opção. — Agora sim! Meu parceiro está de volta! — Paul gritou animado, apontando para o amigo. — E sabe qual é o grande “As” parceiro? — Não faço ideia, mas você vai me dizer. — Marcus respondeu sarcástico. — Você, irmãozinho! Mas não vai levar minha língua e muito menos as minhas bolas como prêmio, seu pervertido. — Zombou Ghost da cara de espanto de Marcus. — Eu? Como assim, você está maluco? — perguntou curioso. Marcus olhou atônito para o amigo que mexia o café de forma interminável, deixando-o cada vez mais impaciente. — Talvez esteja, mas não tanto quanto gostaria de estar. Pedra Santa tinha um homem, ou melhor, um rato no FBI. Era ele quem limpava a sujeira de Juanito, quando seu irmão não podia. Não é perfeito? Um agente duplo de alta patente. — Espere um pouco, quem