Rubem foi direto até ela e, sem cerimônia, a puxou pelo braço.— Ei, quem é você? — Um dos homens do grupo se levantou, visivelmente irritado. — Melhor soltar ela, ou você vai se arrepender!Rubem, com um movimento rápido e preciso, desferiu um chute que jogou o homem de volta ao sofá. Segurou firmemente Mônica, seu olhar gelado fixo no grupo.— Ela é minha amiga. Eu vou levá-la. Alguma objeção?Os outros homens trocaram olhares nervosos, mas ninguém ousou contestar.Eles estavam ali só pelo dinheiro. Vendo que Rubem não era alguém com quem deviam mexer, se dispersaram e desapareceram no meio da multidão.Bruno, por sua vez, pegou Emma, a amiga de Mônica, que também estava completamente bêbada, e a jogou sobre os ombros.— Sr. Rubem, vamos?Rubem olhou para ele, irritado.— Ela tá de saia. Você quer mesmo carregá-la assim? Vai assustar as pessoas do bar e, do jeito que ela tá, você vai acabar fazendo ela vomitar.Bruno olhou para Emma e percebeu que a forma como a segurava era, de fato
Rubem rapidamente trocou de faixa e olhou pelo retrovisor. Atrás dele, um carro acelerava sem parar, e ele conseguia ver o motorista.Douglas!Douglas parecia saber que Rubem o estava observando, e um sorriso diabólico se formou em seus lábios. Ele acelerou ainda mais, ficando cada vez mais perto, com a intenção clara de bater no carro de Rubem.Rubem entendeu o plano de Douglas e pisou fundo no acelerador, ao mesmo tempo que ligava para Bruno.— Tá vendo o carro ao meu lado? Atrapalha ele.— Sim, senhor.Bruno, que vinha logo atrás, acelerou e começou a buzinar insistentemente para Douglas, até bater levemente na traseira do carro dele, forçando-o a frear e dando a Rubem tempo para abrir distância.Rubem olhava pelo retrovisor de tempos em tempos. No início, Douglas tentou continuar a perseguição, mas o trânsito foi se acumulando e, em determinado momento, ele desistiu e fez um retorno, indo embora.Nesse momento, Mônica começou a se contorcer e cobriu a boca com a mão.— Ai, tô passa
Lucas não conseguiu conter a reclamação:— Sr. Rubem, essa sua princesa é muito mimada, hein? Ela tem medo do escuro pra dormir, mas ainda assim quer que eu apague a luz. E eu tenho que ficar na porta do quarto. Se ela me chama, eu tenho que correr. Não sei se vou aguentar por muito tempo.Ele não era muito exigente, tanto fazia dormir na cama ou na cadeira, mas Íris... Íris era outra história, mimada demais pra qualquer um lidar.— Ela não tem muita segurança. — Rubem respondeu. Após algumas trocas de palavras, ele começou a achar o rapaz bastante decente. — Vou pedir ao Tomás para aumentar seu salário para cinquenta mil. Cuide bem dela.Lucas ficou sem reação por alguns segundos. Ele só estava desabafando um pouco, e agora o salário dobraria? Puxa! Se soubesse disso, teria caprichado mais na lamentação!Vendo Rubem tirar o paletó do terno e se dirigir para o quarto de hóspedes, Lucas perguntou:— Quer que eu acorde a Srta. Íris? Eu também tô morrendo de sono e queria descer pra dormi
No segundo seguinte, Rubem enviou outra mensagem: [Mônica, o carro que você sujou é um Pagani. O tapete tá praticamente destruído. Custa treze mil reais.]Um tapete de treze mil? Nem os tapetes de lã pura da Rolls-Royce custavam tanto!Mônica respondeu: [Sr. Rubem, ainda não estou totalmente recuperada daquela vez que a Srta. Íris me acertou.]Rubem replicou rapidamente: [Vá ao hospital para uma revisão e peça ao Tomás para reembolsá-la. Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra.]— Mônica, sua mão tá tremendo! — Emma se aproximou, curiosa. — Tá com cãibra?— Não é só a mão, meu cérebro também tá travado! — Mônica respondeu com raiva e, em seguida, lançou um olhar fulminante para Emma. — Agora me diz, por que você quis ir ao Aqua Bar? Você pensou no que poderia ter acontecido se algum maluco tivesse levado você embora?— Tá bom, tá bom, eu prometo que nunca mais faço isso! — Ao ver a expressão de Mônica, Emma ficou totalmente acuada. Depois que a adrenalina da noite anterior passou,
Mônica foi ao escritório para procurar Vitor e perguntar por que ele precisava falar com ela com tanta urgência, mas quando chegou lá, ele não estava.— Você está procurando o chefe Vitor? Ele saiu há mais ou menos uma hora. — Disse um colega que havia chegado cedo. — Mas ele deixou alguns documentos na mesa. Disse que, se você aparecesse, era pra pegar e dar uma olhada.— Obrigada.A mesa de Vitor estava incrivelmente organizada, com dois pastas ao lado do teclado. Mônica supôs que fosse isso que ele queria que ela visse.Ela pegou os documentos e foi trabalhar. Quando começou a traduzir, percebeu que eram contratos de venda de mercadorias, originalmente em francês, e que precisavam ser traduzidos para o inglês. Além disso, ela teria que destacar as principais cláusulas. Vitor já tinha começado a tradução, mas, provavelmente por conta de outro compromisso, havia deixado o trabalho pela metade.No início, parecia ser um contrato comum, e ela avançou rapidamente. Mas, ao chegar nas últi
— Você está mentindo. — A expressão de Íris era pura desconfiança. — Tem um monte de gente no departamento de secretariado, sem falar no Tomás. Não precisam de alguém do departamento de tradução para entregar um documento.— Se você não acredita, não posso fazer nada. — Mônica guardou os papéis e saiu apressada.Íris observou Mônica se afastar, correndo, e ficou em dúvida. E se aquele documento fosse mesmo importante e precisasse ser entregue ao Rubem? Além disso, Mônica parecia realmente preocupada, até tinha ferido o braço, o que não fazia sentido se ela estivesse mentindo.Depois de algum tempo de indecisão, Íris pediu ao motorista que parasse o carro e abriu a porta.— Ei, entra aí! Eu vou junto com você. Se estiver me enganando, não vou te perdoar!Mônica suspirou aliviada e entrou no carro rapidamente, indicando o endereço ao motorista.— Fique longe de mim, que você está toda suja. — Íris se afastou com um olhar de desdém. — Tem um kit de primeiros socorros aí atrás. Se vira.—
Rubem lançou um olhar rápido para Mônica. Em poucos segundos, pareceu entender o que estava acontecendo e seu semblante ficou ainda mais sério.— Obrigado pelo esforço. Agora pode sair.— Sim, senhor. — Mônica saiu da sala, fechando a porta atrás de si. Assim que o fez, encostou-se nela, exausta, soltando um suspiro pesado. Ainda bem que tinha chegado a tempo.Logo depois, Íris também apareceu. Ao ver que Mônica ainda segurava os documentos, expressou sua insatisfação:— Não disse que ia entregar os papéis para o Rubem? Por que ainda está com eles?— Esse aqui é o documento errado. Foi substituído. — Mônica respondeu, avistando uma cadeira próxima e sentando-se para revisar o contrato.Enquanto olhava o documento, seu rosto ficou cada vez mais sério. O contrato havia sido traduzido, mas o erro não tinha sido corrigido. Como isso era possível? Os funcionários do secretariado eram escolhidos a dedo, e até o pessoal do departamento de tradução não cometeria um erro tão básico. Como algué
— Hoje de manhã. — Mônica explicou o que havia acontecido. — Vitor estava fora e não pôde voltar, então me pediu para corrigir e trazer o contrato o mais rápido possível. Ainda bem que cheguei a tempo.Depois de contar a história, Mônica olhou de relance para Rubem. Desde que saíram da sala de reuniões, a expressão dele estava fechada, claramente irritado com a confusão no contrato.Ela estava curiosa para saber o que tinha acontecido, mas se Íris não estava disposta a dizer, Rubem provavelmente também não contaria.— Rubem, e se eu fosse trabalhar no Grupo Pimentel? — Íris sugeriu, balançando o braço dele. — Você vai passar um bom tempo no exterior e Tomás provavelmente vai junto. Estou cansada de atuar, e sou esperta o suficiente para te ajudar.— Você só serve para brincar, não para grandes responsabilidades. — Rubem sorriu de lado. — No Grupo Pimentel, só causaria problemas. É melhor ficar no set.Íris fez uma careta.— Não sou tão inútil assim!Rubem não respondeu. Apenas serviu u