Ela olhou para os olhos profundos do homem à sua frente e travou:— Douglas?Será que ele estava usando lentes de contato castanhas?— Parece que minha tentativa de disfarce foi um fracasso, Nataly. Você acabou me reconhecendo. — Douglas sussurrou com um sorriso no canto dos lábios enquanto giravam na pista de dança. — Faz tempo que não dançamos juntos, não é?No instante em que o reconheceu, Mônica ficou completamente rígida. Seus passos perderam a naturalidade, mas Douglas, com sua habilidade, a conduzia de uma maneira que ela não conseguia se desviar do ritmo.Aos poucos, a música foi se tornando mais lenta, e os casais ao redor começaram a se balançar suavemente, abraçados.Douglas tirou a máscara, revelando seu rosto impecável. Ele encostou o rosto no pescoço de Mônica, inalando seu perfume suave, sentindo a saudade apertar no peito. Ele queria tanto abraçá-la.Mônica, com a mão presa pela dele, tentou se desvencilhar em vão. Com raiva, perguntou:— Douglas, o que você quer exatam
Aproveitando o momento exato em que os casais giravam, Rubem empurrou levemente a cintura de Íris com a palma da mão, jogando-a nos braços de Douglas, enquanto puxava Mônica para si.Tudo aconteceu em menos de três segundos. Quando Douglas percebeu, quem ele estava segurando agora era Íris, e ele lançou um olhar sombrio na direção de Rubem.Íris ficou indignada. Como Rubem podia trocá-la por Mônica assim, sem mais nem menos? Era um completo absurdo!— Sr. Rubem? — Mônica olhou para ele, ainda meio atordoada. O que foi que acabou de acontecer?Rubem assentiu, tão calmo quanto sempre, e começou a conduzi-la para fora:— Fique tranquila, durante o próximo mês eu vou cuidar de você. Afinal, você também é minha funcionária.— Obrigada. — Mônica murmurou, sentindo-se um pouco desconfortável.Rubem ainda tinha outros compromissos, então, após acompanhá-la até a saída, soltou sua mão. No entanto, Íris, que vinha logo atrás, empurrou Mônica com força nas costas, como se estivesse descontando su
— Então, obrigada, Sr. Rubem.Eles desceram os degraus e caminharam juntos até o estacionamento. No entanto, assim que entraram no espaço aberto, um Bentley preto, estacionado bem perto deles, explodiu sem aviso.Rubem reagiu rapidamente, empurrando Mônica para o chão e protegendo-a com seu corpo.Ele estava vestindo apenas uma camisa branca fina, e um dos estilhaços voou em sua direção, cravando-se em seu braço. O sangue começou a jorrar, e ele soltou um gemido de dor.Mônica sentiu o líquido quente escorrer e percebeu que Rubem estava ferido. Seu rosto empalideceu imediatamente.— Sr. Rubem!— Estou bem. — Rubem a ajudou a se levantar e olhou-a de cima a baixo. — Você se machucou?Mônica balançou a cabeça, ainda em choque.O Bentley explodiu, mas não pegou fogo, então o incidente não afetou os arredores imediatamente. No entanto, o barulho atraíra os seguranças e os funcionários.Rubem explicou rapidamente a situação aos seguranças.Eles disseram que fariam uma investigação e lhe dar
Rubem tentou soltar a mão dela, mas parecia estar preso em um pesadelo. O suor em sua testa aumentava, e ele apertava a mão de Mônica com tanta força que seu rosto ficou pálido de dor. Ela puxava o ar com dificuldade, lutando para não gritar.— Tio Rubem, solta a minha mão! — Mônica implorou, tentando se desvencilhar. A dor era intensa, e ela sentia como se seus ossos fossem quebrar. Foi então que ela percebeu que a camisa de Rubem estava completamente encharcada de suor, colada em seu peito definido.O coração de Mônica começou a bater mais rápido, e suas orelhas ficaram vermelhas instantaneamente. Ela virou o rosto, tentando disfarçar o embaraço.Será que ele estava tendo um pesadelo?Preocupada que algo pior pudesse acontecer, Mônica pensou em chamar um médico. Mas, de repente, a pressão em sua mão diminuiu, e ela rapidamente a puxou de volta, massageando os dedos doloridos. Rubem parecia ter voltado ao normal.— Sr. Rubem? — Mônica chamou, apreensiva.Rubem abriu os olhos devagar e
— O que está acontecendo? — Perguntou Rubem.— Bom dia, Sr. Rubem. — Mônica sorriu, tentando parecer despreocupada. — Ouvi dizer que você está precisando de alguém para cuidar das suas refeições. Então, resolvi me voluntariar. Espero que não se incomode.Por fora, ela sorria, mas por dentro pensava: “Você acha que eu queria estar aqui? Só estou tentando pagar minha dívida o mais rápido possível, porque não quero passar o resto da vida trabalhando para o Grupo Pimentel!”Rubem olhou para Tomás, com uma expressão divertida:— Ah é? Eu estou precisando de ajuda?— Sim, Sr. Rubem. — Tomás respondeu, sentindo um arrepio nas costas. Ele ajustou os óculos, tentando disfarçar o nervosismo. — A diarista disse que vai precisar resolver uns problemas e não poderá vir nos próximos dias.Tomás continuou, sem vacilar:— Eu também estou com muitas coisas para resolver e, para não deixar nada pendente, trouxe a Srta. Mônica, que além de cozinhar bem, é bastante competente.Mônica balançou a cabeça rap
Mônica amarrou o avental e, na cozinha, mostrou todo o seu talento culinário. Usou cada truque que sua mãe, Malena, havia lhe ensinado. Logo, tratou a carne de porco e o peixe sem problemas. Preparou alguns acompanhamentos e uma sobremesa, e em pouco tempo o almoço estava pronto.Antes de servir, provou as almôndegas. Como não tinham mais gosto de carne de porco, ela se sentiu segura para levá-los à mesa.— Sr. Rubem, o almoço está servido.Rubem fechou o laptop e se levantou para ir à sala de jantar. Quando viu os pratos fartos na mesa, curvou os lábios em um sorrisinho de aprovação. A mulher, pelo visto, sabia cozinhar.Mas quando seus olhos pousaram no prato de almôndegas, ele franziu o cenho.— Eu não disse que não como carne de porco?— Não é carne de porco, é de boi! — Mônica disse, enquanto lhe servia o arroz. Com a maior cara de pau, sustentou a mentira: — Eu “joguei fora” a carne de porco. Pode provar se quiser.Rubem hesitou, claramente desconfiado. Mônica, percebendo a demor
Afinal, nem qualquer um poderia ir à filial de Nova York.Além disso, Mônica não queria ficar sozinha em um país estrangeiro. Ela não tinha grandes ambições. O dinheiro que ganhava era suficiente, e sua família estava por perto. O que mais ela poderia querer?Rubem percebeu que Mônica estava decidida a não ir e não insistiu. A escolha era dela, e ele não tinha o direito de interferir.A tarde no escritório correu em silêncio. Ambos estavam ocupados com suas tarefas, e quando Mônica finalmente levantou os olhos da última pilha de documentos, percebeu que o céu já estava escuro.Sem que percebesse, ela havia passado o dia inteiro na casa de Rubem.Vendo que ele continuava trabalhando, Mônica não quis incomodá-lo. Saiu do escritório em silêncio, planejando preparar o jantar antes de ir para casa. Enquanto descia as escadas, recebeu uma ligação de Emma.— Mônica, você ainda está trabalhando?— Estou na casa do Sr. Rubem. — Mônica contou para Emma sobre o evento durante o jantar, reclamando
— Você tem tanta força assim nas pernas? — Rubem perguntou, desconfiado.Mônica olhou para a fechadura da porta do banheiro. Era uma tranca simples. — Acho que dá. Vou tentar.— Tudo bem.Quando Rubem avisou que estava fora do caminho, Mônica recuou um pouco, respirou fundo e deu um chute na fechadura.Na primeira tentativa, a porta não se abriu.Ela balançou o pé, se preparando para o próximo chute, e dessa vez a porta cedeu.— Sr. Rubem! — Mônica iluminou o banheiro com a lanterna do celular e encontrou Rubem. A manga da camisa dele estava encharcada de sangue, claramente o ferimento havia se reaberto. — Você está sangrando. Está tudo bem?Preocupada em ver como estava o machucado dele, Mônica entrou apressada no banheiro, sem notar que o chão estava molhado. Assim que pisou, escorregou e foi ao chão, o celular voando para longe.Rubem, por instinto, conseguiu segurá-la pelo braço.Mônica, tentando se equilibrar, acabou agarrando o braço machucado dele. Rubem perdeu o equilíbrio e,