Rubem tentou soltar a mão dela, mas parecia estar preso em um pesadelo. O suor em sua testa aumentava, e ele apertava a mão de Mônica com tanta força que seu rosto ficou pálido de dor. Ela puxava o ar com dificuldade, lutando para não gritar.— Tio Rubem, solta a minha mão! — Mônica implorou, tentando se desvencilhar. A dor era intensa, e ela sentia como se seus ossos fossem quebrar. Foi então que ela percebeu que a camisa de Rubem estava completamente encharcada de suor, colada em seu peito definido.O coração de Mônica começou a bater mais rápido, e suas orelhas ficaram vermelhas instantaneamente. Ela virou o rosto, tentando disfarçar o embaraço.Será que ele estava tendo um pesadelo?Preocupada que algo pior pudesse acontecer, Mônica pensou em chamar um médico. Mas, de repente, a pressão em sua mão diminuiu, e ela rapidamente a puxou de volta, massageando os dedos doloridos. Rubem parecia ter voltado ao normal.— Sr. Rubem? — Mônica chamou, apreensiva.Rubem abriu os olhos devagar e
— O que está acontecendo? — Perguntou Rubem.— Bom dia, Sr. Rubem. — Mônica sorriu, tentando parecer despreocupada. — Ouvi dizer que você está precisando de alguém para cuidar das suas refeições. Então, resolvi me voluntariar. Espero que não se incomode.Por fora, ela sorria, mas por dentro pensava: “Você acha que eu queria estar aqui? Só estou tentando pagar minha dívida o mais rápido possível, porque não quero passar o resto da vida trabalhando para o Grupo Pimentel!”Rubem olhou para Tomás, com uma expressão divertida:— Ah é? Eu estou precisando de ajuda?— Sim, Sr. Rubem. — Tomás respondeu, sentindo um arrepio nas costas. Ele ajustou os óculos, tentando disfarçar o nervosismo. — A diarista disse que vai precisar resolver uns problemas e não poderá vir nos próximos dias.Tomás continuou, sem vacilar:— Eu também estou com muitas coisas para resolver e, para não deixar nada pendente, trouxe a Srta. Mônica, que além de cozinhar bem, é bastante competente.Mônica balançou a cabeça rap
Mônica amarrou o avental e, na cozinha, mostrou todo o seu talento culinário. Usou cada truque que sua mãe, Malena, havia lhe ensinado. Logo, tratou a carne de porco e o peixe sem problemas. Preparou alguns acompanhamentos e uma sobremesa, e em pouco tempo o almoço estava pronto.Antes de servir, provou as almôndegas. Como não tinham mais gosto de carne de porco, ela se sentiu segura para levá-los à mesa.— Sr. Rubem, o almoço está servido.Rubem fechou o laptop e se levantou para ir à sala de jantar. Quando viu os pratos fartos na mesa, curvou os lábios em um sorrisinho de aprovação. A mulher, pelo visto, sabia cozinhar.Mas quando seus olhos pousaram no prato de almôndegas, ele franziu o cenho.— Eu não disse que não como carne de porco?— Não é carne de porco, é de boi! — Mônica disse, enquanto lhe servia o arroz. Com a maior cara de pau, sustentou a mentira: — Eu “joguei fora” a carne de porco. Pode provar se quiser.Rubem hesitou, claramente desconfiado. Mônica, percebendo a demor
Afinal, nem qualquer um poderia ir à filial de Nova York.Além disso, Mônica não queria ficar sozinha em um país estrangeiro. Ela não tinha grandes ambições. O dinheiro que ganhava era suficiente, e sua família estava por perto. O que mais ela poderia querer?Rubem percebeu que Mônica estava decidida a não ir e não insistiu. A escolha era dela, e ele não tinha o direito de interferir.A tarde no escritório correu em silêncio. Ambos estavam ocupados com suas tarefas, e quando Mônica finalmente levantou os olhos da última pilha de documentos, percebeu que o céu já estava escuro.Sem que percebesse, ela havia passado o dia inteiro na casa de Rubem.Vendo que ele continuava trabalhando, Mônica não quis incomodá-lo. Saiu do escritório em silêncio, planejando preparar o jantar antes de ir para casa. Enquanto descia as escadas, recebeu uma ligação de Emma.— Mônica, você ainda está trabalhando?— Estou na casa do Sr. Rubem. — Mônica contou para Emma sobre o evento durante o jantar, reclamando
— Você tem tanta força assim nas pernas? — Rubem perguntou, desconfiado.Mônica olhou para a fechadura da porta do banheiro. Era uma tranca simples. — Acho que dá. Vou tentar.— Tudo bem.Quando Rubem avisou que estava fora do caminho, Mônica recuou um pouco, respirou fundo e deu um chute na fechadura.Na primeira tentativa, a porta não se abriu.Ela balançou o pé, se preparando para o próximo chute, e dessa vez a porta cedeu.— Sr. Rubem! — Mônica iluminou o banheiro com a lanterna do celular e encontrou Rubem. A manga da camisa dele estava encharcada de sangue, claramente o ferimento havia se reaberto. — Você está sangrando. Está tudo bem?Preocupada em ver como estava o machucado dele, Mônica entrou apressada no banheiro, sem notar que o chão estava molhado. Assim que pisou, escorregou e foi ao chão, o celular voando para longe.Rubem, por instinto, conseguiu segurá-la pelo braço.Mônica, tentando se equilibrar, acabou agarrando o braço machucado dele. Rubem perdeu o equilíbrio e,
— Leopoldo te traiu, mas e você? Não traiu também? E ainda tem a cara de pau de posar de vítima na frente dos jornalistas? Aquela noite foi o Rubem que te levou para o hotel! Vocês passaram a noite juntos!Mônica ficou completamente surpresa. Não esperava que Íris soubesse de tudo aquilo, mas logo se recompôs e começou a juntar as peças. — Foram você quem deu aquelas fotos para a Helen, não foi?Se fosse verdade, agora tudo fazia sentido. Era por isso que nas fotos só aparecia o Rubem de costas, sem mostrar o rosto.— E daí se fui eu? — Íris não fez questão de esconder, com um olhar desdenhoso. — Eu não suporto mulheres como você! Suja, manipuladora! Acha que só porque foi parar na cama do Rubem ele vai se apaixonar por você?Mônica ficou furiosa ao ouvir aquilo.Naquela noite, depois de flagrar Leopoldo traindo-a, ela foi para um bar, decidida a afogar as mágoas e, quem sabe, encontrar algum homem atraente para distrair a mente. Por coincidência, acabou reconhecendo Rubem, o tio de L
— Se for para falar de roupa, você está muito mais exposta que eu. Um top mostrando a barriga e um shortinho... Eu, de calça, não chego nem perto do seu “look”.Íris lançou um olhar mortal para ela. — Cala a boca! Isso não é da sua conta!— Aqui é a casa do Sr. Rubem. Se eu posso ou não falar, é ele quem decide. — Mônica respondeu, cruzando os braços com um sorriso frio.— Você...— Já chega! — Rubem interrompeu, a expressão sombria como nunca.Íris, frustrada, agarrou o braço de Rubem e começou a balançá-lo. — Rubem, eu não fiz nada! Foi ela que me deu um tapa. Você tem que fazer alguma coisa!— Se você realmente não tivesse feito nada, ela não teria te batido. — Rubem sabia muito bem como Íris era. — Vamos encerrar isso por aqui.— Rubem!Rubem a olhou firmemente, e Íris, percebendo que não adiantaria insistir, fez beicinho e parou de reclamar.— A Mônica é funcionária do Grupo Pimentel. Ela só veio aqui para me ajudar com um assunto de trabalho. — Ele então olhou para a bagunça pe
— Íris, você tem esse hábito de roubar, então não me surpreende, mas eu certamente não. — Mônica lançou um olhar de desdém para ela. — O cartão foi o Tomás quem me deu, e o Sr. Rubem sabe disso. Ele autorizou.Íris cerrou os dentes de raiva. “Como o Tomás nunca deu um cartão desses para mim?”Logo em seguida, Mônica comentou, surpresa: — Não me diga que você estava aí fora mexendo no celular porque não tem o cartão para entrar?— Claro que eu tenho! Só esqueci em casa e não queria voltar para pegar! — Íris rebateu, com o pescoço erguido, cheia de orgulho. — Na verdade, eu vim aqui para vigiar você. Não quero que faça nada de errado com o Rubem!Mônica respirou fundo. — Íris, as coisas não são como você pensa...Antes que pudesse terminar, a porta da casa se abriu com o cartão, e Íris, em dois passos rápidos, se esgueirou para dentro, lançando um último aviso: — Não pense que só porque você dormiu com o Rubem uma vez pode fazer o que quiser. Eu vou ficar de olho em você!Ah, tanto fa