Afinal, nem qualquer um poderia ir à filial de Nova York.Além disso, Mônica não queria ficar sozinha em um país estrangeiro. Ela não tinha grandes ambições. O dinheiro que ganhava era suficiente, e sua família estava por perto. O que mais ela poderia querer?Rubem percebeu que Mônica estava decidida a não ir e não insistiu. A escolha era dela, e ele não tinha o direito de interferir.A tarde no escritório correu em silêncio. Ambos estavam ocupados com suas tarefas, e quando Mônica finalmente levantou os olhos da última pilha de documentos, percebeu que o céu já estava escuro.Sem que percebesse, ela havia passado o dia inteiro na casa de Rubem.Vendo que ele continuava trabalhando, Mônica não quis incomodá-lo. Saiu do escritório em silêncio, planejando preparar o jantar antes de ir para casa. Enquanto descia as escadas, recebeu uma ligação de Emma.— Mônica, você ainda está trabalhando?— Estou na casa do Sr. Rubem. — Mônica contou para Emma sobre o evento durante o jantar, reclamando
— Você tem tanta força assim nas pernas? — Rubem perguntou, desconfiado.Mônica olhou para a fechadura da porta do banheiro. Era uma tranca simples. — Acho que dá. Vou tentar.— Tudo bem.Quando Rubem avisou que estava fora do caminho, Mônica recuou um pouco, respirou fundo e deu um chute na fechadura.Na primeira tentativa, a porta não se abriu.Ela balançou o pé, se preparando para o próximo chute, e dessa vez a porta cedeu.— Sr. Rubem! — Mônica iluminou o banheiro com a lanterna do celular e encontrou Rubem. A manga da camisa dele estava encharcada de sangue, claramente o ferimento havia se reaberto. — Você está sangrando. Está tudo bem?Preocupada em ver como estava o machucado dele, Mônica entrou apressada no banheiro, sem notar que o chão estava molhado. Assim que pisou, escorregou e foi ao chão, o celular voando para longe.Rubem, por instinto, conseguiu segurá-la pelo braço.Mônica, tentando se equilibrar, acabou agarrando o braço machucado dele. Rubem perdeu o equilíbrio e,
— Leopoldo te traiu, mas e você? Não traiu também? E ainda tem a cara de pau de posar de vítima na frente dos jornalistas? Aquela noite foi o Rubem que te levou para o hotel! Vocês passaram a noite juntos!Mônica ficou completamente surpresa. Não esperava que Íris soubesse de tudo aquilo, mas logo se recompôs e começou a juntar as peças. — Foram você quem deu aquelas fotos para a Helen, não foi?Se fosse verdade, agora tudo fazia sentido. Era por isso que nas fotos só aparecia o Rubem de costas, sem mostrar o rosto.— E daí se fui eu? — Íris não fez questão de esconder, com um olhar desdenhoso. — Eu não suporto mulheres como você! Suja, manipuladora! Acha que só porque foi parar na cama do Rubem ele vai se apaixonar por você?Mônica ficou furiosa ao ouvir aquilo.Naquela noite, depois de flagrar Leopoldo traindo-a, ela foi para um bar, decidida a afogar as mágoas e, quem sabe, encontrar algum homem atraente para distrair a mente. Por coincidência, acabou reconhecendo Rubem, o tio de L
— Se for para falar de roupa, você está muito mais exposta que eu. Um top mostrando a barriga e um shortinho... Eu, de calça, não chego nem perto do seu “look”.Íris lançou um olhar mortal para ela. — Cala a boca! Isso não é da sua conta!— Aqui é a casa do Sr. Rubem. Se eu posso ou não falar, é ele quem decide. — Mônica respondeu, cruzando os braços com um sorriso frio.— Você...— Já chega! — Rubem interrompeu, a expressão sombria como nunca.Íris, frustrada, agarrou o braço de Rubem e começou a balançá-lo. — Rubem, eu não fiz nada! Foi ela que me deu um tapa. Você tem que fazer alguma coisa!— Se você realmente não tivesse feito nada, ela não teria te batido. — Rubem sabia muito bem como Íris era. — Vamos encerrar isso por aqui.— Rubem!Rubem a olhou firmemente, e Íris, percebendo que não adiantaria insistir, fez beicinho e parou de reclamar.— A Mônica é funcionária do Grupo Pimentel. Ela só veio aqui para me ajudar com um assunto de trabalho. — Ele então olhou para a bagunça pe
— Íris, você tem esse hábito de roubar, então não me surpreende, mas eu certamente não. — Mônica lançou um olhar de desdém para ela. — O cartão foi o Tomás quem me deu, e o Sr. Rubem sabe disso. Ele autorizou.Íris cerrou os dentes de raiva. “Como o Tomás nunca deu um cartão desses para mim?”Logo em seguida, Mônica comentou, surpresa: — Não me diga que você estava aí fora mexendo no celular porque não tem o cartão para entrar?— Claro que eu tenho! Só esqueci em casa e não queria voltar para pegar! — Íris rebateu, com o pescoço erguido, cheia de orgulho. — Na verdade, eu vim aqui para vigiar você. Não quero que faça nada de errado com o Rubem!Mônica respirou fundo. — Íris, as coisas não são como você pensa...Antes que pudesse terminar, a porta da casa se abriu com o cartão, e Íris, em dois passos rápidos, se esgueirou para dentro, lançando um último aviso: — Não pense que só porque você dormiu com o Rubem uma vez pode fazer o que quiser. Eu vou ficar de olho em você!Ah, tanto fa
— Mesmo assim, você deveria estar em casa estudando o roteiro. Seu empresário não cuida de você?Íris percebeu que Rubem estava criticando a falta de controle do empresário e rapidamente mudou o tom, fazendo charme. — Ah, já decorei o roteiro de trás para frente! Eu só queria te ver, sabia? Eles tentaram me impedir, mas não conseguiram!Mônica, ao lado, revirou os olhos internamente. A voz manhosa de Íris era quase insuportável, mas funcionava. Ela tinha que admitir: Íris sabia como ser mimada sem parecer forçada. Com aquele rostinho bonito e a voz doce, até parecia genuína.Enquanto saíam, Íris fez questão de diminuir o passo, ficando lado a lado com Mônica.— Mônica, desiste de uma vez! — Íris sorriu com arrogância. — Eu vou ficar grudada no Rubem o tempo todo, então você nunca vai ter a chance de estar sozinha com ele!Mônica forçou um sorriso. — Muito obrigada pelo aviso, Íris!Tomás já estava esperando do lado de fora da mansão. Quando viu Rubem saindo acompanhado das duas mulhe
Mônica ficou surpresa, mas sabia que não era o momento certo para perguntar. Enquanto Rubem cumprimentava os homens, ela pensou em se sentar, mas uma sombra feminina se moveu rapidamente à sua frente.— Mônica, seu lugar é ali. — Íris colocou sua bolsa na cadeira à esquerda de Rubem, ocupando o lugar, e sentou-se à direita dele, como se estivesse protegendo seu território e temendo que Mônica se aproximasse demais de Rubem.Mônica franziu a testa, mas decidiu não criar caso e foi se sentar ao lado de Vitor.— A Íris é meio travessa, Mônica, não leve para o lado pessoal. — Disse Vitor com um sorriso quando ela se acomodou. — Até melhor que você sente aqui, assim podemos conversar.Mônica respondeu em voz baixa: — Quem sou eu para contrariar a princesinha do Sr. Rubem?Vitor soltou uma risada. — Ah, então você já percebeu que o Sr. Rubem mima ela, não é?— Ah, sim. — Mônica deu um sorriso cansado. — Você viu como ela usou a bolsa para reservar o lugar? E o Sr. Rubem não disse nada.Alé
— Porque ela é ligada ao vice-presidente Breno, certo? — Mônica era inteligente o suficiente para entender as entrelinhas. — Eu sou qualificada, mas sem conexões internas. Se eu assumir, não haverá conflitos de interesse para a empresa.Desde que Rubem voltou ao Brasil e começou a frequentar a empresa com mais regularidade, Mônica já sentia que algo estava estranho. Agora, com Rubem insistindo na transferência de Vitor para Nova York, ficava claro que havia mais por trás disso.Vitor assentiu. — Mônica, você deve saber que o Sr. Rubem foi adotado pelo Conrado. Um homem sem laços de sangue controlando o Grupo Pimentel... Não importa o quão competente ele seja, a família Pimentel nunca vai aceitá-lo completamente.Vitor então deu dois tapinhas firmes no ombro de Mônica. — Mesmo que você não queira, eu prefiro que você assuma o cargo. Não confio em mais ninguém.— Senhor, você sabe que eu não tenho ambições. — Mônica mordeu o lábio. — Não estou interessada nesse tipo de cargo. Só quero