— Eu nunca disse o contrário. — Respondeu Mônica.— Você é insuportável! — Íris já estava a ponto de perder o controle, mas Rubem, com uma leve tosse, a cortou, demonstrando sua crescente irritação.— Íris, controle-se.Ela bufou, insatisfeita, mas não teve outra escolha senão se calar. Antes de se afastar, lançou um último olhar mortal para Mônica.— Não quero que aquilo se repita. — Rubem murmurou em seu ouvido enquanto a guiava pela multidão. Sua voz baixa, mas afiada, não deixava margem para dúvidas. — Entendeu?Íris ficou tensa, gaguejando:— Eu... Eu não fiz nada de errado ultimamente. Só estou focada nas gravações. Agora, aquela Noêmia... Ela deve ter algum padrinho, porque roubou todos os meus contratos de marcas de luxo!Rubem parou de andar e, sem rodeios, deixou claro:— Estou falando das fotos. — Ele não estava mais disposto a fingir. — Você não tem nada a ver com a Mônica, e o casamento dela não é da sua conta. O que estava tentando provar?Íris mordeu os lábios, inquieta.
Ela olhou para os olhos profundos do homem à sua frente e travou:— Douglas?Será que ele estava usando lentes de contato castanhas?— Parece que minha tentativa de disfarce foi um fracasso, Nataly. Você acabou me reconhecendo. — Douglas sussurrou com um sorriso no canto dos lábios enquanto giravam na pista de dança. — Faz tempo que não dançamos juntos, não é?No instante em que o reconheceu, Mônica ficou completamente rígida. Seus passos perderam a naturalidade, mas Douglas, com sua habilidade, a conduzia de uma maneira que ela não conseguia se desviar do ritmo.Aos poucos, a música foi se tornando mais lenta, e os casais ao redor começaram a se balançar suavemente, abraçados.Douglas tirou a máscara, revelando seu rosto impecável. Ele encostou o rosto no pescoço de Mônica, inalando seu perfume suave, sentindo a saudade apertar no peito. Ele queria tanto abraçá-la.Mônica, com a mão presa pela dele, tentou se desvencilhar em vão. Com raiva, perguntou:— Douglas, o que você quer exatam
Aproveitando o momento exato em que os casais giravam, Rubem empurrou levemente a cintura de Íris com a palma da mão, jogando-a nos braços de Douglas, enquanto puxava Mônica para si.Tudo aconteceu em menos de três segundos. Quando Douglas percebeu, quem ele estava segurando agora era Íris, e ele lançou um olhar sombrio na direção de Rubem.Íris ficou indignada. Como Rubem podia trocá-la por Mônica assim, sem mais nem menos? Era um completo absurdo!— Sr. Rubem? — Mônica olhou para ele, ainda meio atordoada. O que foi que acabou de acontecer?Rubem assentiu, tão calmo quanto sempre, e começou a conduzi-la para fora:— Fique tranquila, durante o próximo mês eu vou cuidar de você. Afinal, você também é minha funcionária.— Obrigada. — Mônica murmurou, sentindo-se um pouco desconfortável.Rubem ainda tinha outros compromissos, então, após acompanhá-la até a saída, soltou sua mão. No entanto, Íris, que vinha logo atrás, empurrou Mônica com força nas costas, como se estivesse descontando su
— Então, obrigada, Sr. Rubem.Eles desceram os degraus e caminharam juntos até o estacionamento. No entanto, assim que entraram no espaço aberto, um Bentley preto, estacionado bem perto deles, explodiu sem aviso.Rubem reagiu rapidamente, empurrando Mônica para o chão e protegendo-a com seu corpo.Ele estava vestindo apenas uma camisa branca fina, e um dos estilhaços voou em sua direção, cravando-se em seu braço. O sangue começou a jorrar, e ele soltou um gemido de dor.Mônica sentiu o líquido quente escorrer e percebeu que Rubem estava ferido. Seu rosto empalideceu imediatamente.— Sr. Rubem!— Estou bem. — Rubem a ajudou a se levantar e olhou-a de cima a baixo. — Você se machucou?Mônica balançou a cabeça, ainda em choque.O Bentley explodiu, mas não pegou fogo, então o incidente não afetou os arredores imediatamente. No entanto, o barulho atraíra os seguranças e os funcionários.Rubem explicou rapidamente a situação aos seguranças.Eles disseram que fariam uma investigação e lhe dar
Rubem tentou soltar a mão dela, mas parecia estar preso em um pesadelo. O suor em sua testa aumentava, e ele apertava a mão de Mônica com tanta força que seu rosto ficou pálido de dor. Ela puxava o ar com dificuldade, lutando para não gritar.— Tio Rubem, solta a minha mão! — Mônica implorou, tentando se desvencilhar. A dor era intensa, e ela sentia como se seus ossos fossem quebrar. Foi então que ela percebeu que a camisa de Rubem estava completamente encharcada de suor, colada em seu peito definido.O coração de Mônica começou a bater mais rápido, e suas orelhas ficaram vermelhas instantaneamente. Ela virou o rosto, tentando disfarçar o embaraço.Será que ele estava tendo um pesadelo?Preocupada que algo pior pudesse acontecer, Mônica pensou em chamar um médico. Mas, de repente, a pressão em sua mão diminuiu, e ela rapidamente a puxou de volta, massageando os dedos doloridos. Rubem parecia ter voltado ao normal.— Sr. Rubem? — Mônica chamou, apreensiva.Rubem abriu os olhos devagar e
— O que está acontecendo? — Perguntou Rubem.— Bom dia, Sr. Rubem. — Mônica sorriu, tentando parecer despreocupada. — Ouvi dizer que você está precisando de alguém para cuidar das suas refeições. Então, resolvi me voluntariar. Espero que não se incomode.Por fora, ela sorria, mas por dentro pensava: “Você acha que eu queria estar aqui? Só estou tentando pagar minha dívida o mais rápido possível, porque não quero passar o resto da vida trabalhando para o Grupo Pimentel!”Rubem olhou para Tomás, com uma expressão divertida:— Ah é? Eu estou precisando de ajuda?— Sim, Sr. Rubem. — Tomás respondeu, sentindo um arrepio nas costas. Ele ajustou os óculos, tentando disfarçar o nervosismo. — A diarista disse que vai precisar resolver uns problemas e não poderá vir nos próximos dias.Tomás continuou, sem vacilar:— Eu também estou com muitas coisas para resolver e, para não deixar nada pendente, trouxe a Srta. Mônica, que além de cozinhar bem, é bastante competente.Mônica balançou a cabeça rap
Mônica amarrou o avental e, na cozinha, mostrou todo o seu talento culinário. Usou cada truque que sua mãe, Malena, havia lhe ensinado. Logo, tratou a carne de porco e o peixe sem problemas. Preparou alguns acompanhamentos e uma sobremesa, e em pouco tempo o almoço estava pronto.Antes de servir, provou as almôndegas. Como não tinham mais gosto de carne de porco, ela se sentiu segura para levá-los à mesa.— Sr. Rubem, o almoço está servido.Rubem fechou o laptop e se levantou para ir à sala de jantar. Quando viu os pratos fartos na mesa, curvou os lábios em um sorrisinho de aprovação. A mulher, pelo visto, sabia cozinhar.Mas quando seus olhos pousaram no prato de almôndegas, ele franziu o cenho.— Eu não disse que não como carne de porco?— Não é carne de porco, é de boi! — Mônica disse, enquanto lhe servia o arroz. Com a maior cara de pau, sustentou a mentira: — Eu “joguei fora” a carne de porco. Pode provar se quiser.Rubem hesitou, claramente desconfiado. Mônica, percebendo a demor
Afinal, nem qualquer um poderia ir à filial de Nova York.Além disso, Mônica não queria ficar sozinha em um país estrangeiro. Ela não tinha grandes ambições. O dinheiro que ganhava era suficiente, e sua família estava por perto. O que mais ela poderia querer?Rubem percebeu que Mônica estava decidida a não ir e não insistiu. A escolha era dela, e ele não tinha o direito de interferir.A tarde no escritório correu em silêncio. Ambos estavam ocupados com suas tarefas, e quando Mônica finalmente levantou os olhos da última pilha de documentos, percebeu que o céu já estava escuro.Sem que percebesse, ela havia passado o dia inteiro na casa de Rubem.Vendo que ele continuava trabalhando, Mônica não quis incomodá-lo. Saiu do escritório em silêncio, planejando preparar o jantar antes de ir para casa. Enquanto descia as escadas, recebeu uma ligação de Emma.— Mônica, você ainda está trabalhando?— Estou na casa do Sr. Rubem. — Mônica contou para Emma sobre o evento durante o jantar, reclamando